sábado, 12 de julho de 2025

Brasileiros invadem perfil da mulher de Trump para protestar contra tarifaço

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-dama, Melania Trump. Foto: Reprodução.

Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, internautas do Brasil reagiram com indignação nas redes sociais.

Com os comentários temporariamente bloqueados no perfil oficial de Trump no Instagram, usuários passaram a deixar mensagens de protesto nas contas de pessoas próximas ao presidente norte-americano, como a da primeira-dama Melania Trump e do vice-presidente J.D. Vance.

A invasão digital começou na quinta-feira (10), quando Trump restringiu os comentários em suas postagens. Os brasileiros, então, direcionaram suas críticas para o perfil de Melania, pedindo que ela “controlasse” o marido e questionando a postura dos EUA em relação ao Brasil. Também não faltaram piadas sobre o tom alaranjado do rosto de Trump.

“Diz pro teu marido Senhor Laranja pra deixar nosso país em paz, somos SOBERANOS e não quintal de NINGUÉM… não vamos deitar nunca”, escreveu um usuário.


Perfil de Melania Trump vira alvo dos brasileiros nas redes sociais. Foto: Reprodução/Instagram

Mesmo com os comentários reabertos no perfil de Trump no fim do dia, a mobilização continuou em perfis de figuras ligadas ao republicano, incluindo até a página oficial da Casa Branca.

Mensagens como “Brasil soberano”, “o Brasil não é seu quintal” e “deixe o Brasil em paz” se multiplicaram nas publicações.

Publicação compartilhada entre Casa Branca e J.D. Vance foi invadida pelos brasileiros. Foto: Reprodução/Instagram


A frase “o Brasil não é seu quintal” também foi muito citada pelos internautas. Em abril, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, referiu-se à América Latina como “quintal” de Washington durante uma entrevista.

O presidente Lula (PT) também reagiu ao anúncio de Trump e afirmou que o Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém e que a elevação unilateral de tarifas sobre exportações brasileiras será respondida com base na Lei da Reciprocidade Econômica.

Fonte: DCM

Com tarifa dos EUA, carne e café podem ficar mais baratos no Brasil

 

Café

A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às importações de produtos brasileiros pode provocar uma redução nos preços da carne bovina e do café no mercado interno, segundo avaliação do Ministério da Fazenda.

A explicação está na provável redireção de parte da produção destinada ao exterior para o consumo doméstico, o que aumentaria a oferta e pressionaria os preços para baixo.

De acordo com o secretário de Política Econômica da pasta, Guilherme Mello, os produtores tendem a buscar outros mercados caso as tarifas sejam mantidas, mas há espaço para parte dessa produção ser absorvida no Brasil.

“Em caso de manutenção dessas tarifas da forma como foram anunciadas, você deve observar uma redução significativa na exportação para os EUA de alguns bens. Dentre eles, estão carne e café. Essa tarifa de 50% chega a ser proibitiva”, afirmou.

Mello destacou que ainda é cedo para estimar os efeitos inflacionários da medida, mas apontou que o redirecionamento da produção para o mercado nacional pode influenciar os preços de forma perceptível.

O secretário também ressaltou que produtos básicos como carne, café, suco de laranja e celulose — principais itens exportados pelo Brasil aos EUA — têm maior flexibilidade de realocação do que bens industriais, como aeronaves e maquinário.

Apesar da tensão comercial, o governo brasileiro considera que o impacto sobre o PIB deve ser moderado. A prioridade agora é acompanhar o desdobramento das tarifas e preparar eventuais contramedidas dentro das regras da reciprocidade comercial.

Fonte: DCM

Pesquisa mostra retomada de aprovação de Lula em meio ao tarifaço de Trump

 

Lula diz que não vai interferir em eleição para a presidência da Câmara | Política | Valor Econômico
O presidente Lula (PT). Foto: Reprodução

O tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump sobre produtos brasileiros ainda gera incertezas no campo econômico, mas já tem provocado efeitos positivos para o presidente Lula (PT) nas pesquisas internas do governo, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.

Segundo levantamentos diários (trackings) não oficiais conduzidos pelo Palácio do Planalto, a aprovação positiva de Lula superou, pela primeira vez desde a crise do Pix, em janeiro, os índices negativos de avaliação.

Esse movimento ascendente já havia começado com a adoção do discurso da “justiça tributária” e da narrativa “ricos contra pobres”, impulsionados após o embate com o Congresso em torno do aumento do IOF. A proposta de cobrar mais impostos dos mais ricos foi bem recebida por parte da população.

Trump está 'bravo' por não ter sido avisado antes sobre o coronavírus - 16/04/2020 - UOL Notícias
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução


Para aliados do presidente, o tarifaço passou a ser visto como mais uma “arma política” na consolidação da liderança de Lula, sobretudo em contraposição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cujos aliados ainda divergem sobre como reagir à retaliação de Trump.

Segundo fontes do Planalto, Lula tem se mostrado “muito animado” com o efeito político do caso e acredita que esse episódio marca um ponto importante de retomada de sua liderança.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

“Os Bolsonaro cometeram o delito mais grave, que é o de traição à pátria", diz Pedro Serrano

Jurista defende punição exemplar para os responsáveis pelos ataques à democracia e propõe legislação para retirada da cidadania de traidores do país

     (Foto: Divulgação )

Em entrevista à TV 247, o jurista Pedro Serrano fez duras críticas à atuação da família Bolsonaro e à interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no processo de responsabilização judicial de Jair Bolsonaro. Segundo ele, o apoio de Trump ao ex-presidente brasileiro tem como objetivo garantir privilégios inconstitucionais e afronta diretamente a soberania nacional.

"Acho uma insanidade o que o Trump fez", declarou Serrano, referindo-se ao posicionamento do mandatário norte-americano, que, reeleito em 2025, tenta blindar Bolsonaro de investigações no Brasil. “O que ele quer é um Bolsonaro aristocrata, que não se submeta à lei dos comuns, que somos nós”, completou o jurista.Segundo Serrano, a postura de Bolsonaro e de seus aliados configura "traição à pátria". Ele criticou veementemente os atos que sucederam as eleições de 2022, incluindo a depredação da Praça dos Três Poderes, os ataques ao prédio da Polícia Federal, os bloqueios de rodovias e o incentivo à instabilidade institucional. “Essa gente teve um comportamento de trair os interesses do país”, afirmou.

Proposta de cassação de cidadania

Diante da gravidade dos fatos, Serrano sugeriu que o Congresso Nacional e o presidente Lula debatam a criação de uma legislação específica para lidar com crimes de traição ao país. “Não era o caso de apenas tornar inelegível. Deveria haver uma legislação para retirar a cidadania de gente que haja assim”, defendeu.Ele foi além: “Não é um problema só de perder direitos políticos. Agora é muito pior que isso. Tem que perder a cidadania, o direito de ser brasileiro. O brasileiro não pode agir com tamanha deslealdade com o seu próprio povo”. Serrano propôs ainda que essa perda de cidadania fosse acompanhada de retirada do território nacional: “Não tem que frequentar o país mais, não tem que estar aqui quem faz isso”.

Reação à crise e distanciamento dos EUA

Para o jurista, a crise institucional gerada por Bolsonaro e seus apoiadores deve provocar uma reorientação na política externa brasileira. “O que o Brasil tem que fazer como Estado é aproveitar essa crise para se distanciar dos Estados Unidos, para criar mais vínculo com a China e outros países”, afirmou, classificando o governo Trump como “acelerado” e uma ameaça à estabilidade internacional.Citando o economista e Prêmio Nobel Paul Krugman, Serrano observou que os Estados Unidos “já não são mais funcionalmente uma democracia” e criticou o fato de Trump colocar os interesses pessoais e ideológicos acima da legalidade: “Olha o que ele está fazendo com o Brasil, porque quer que um cidadão brasileiro não seja processado, um cidadão amigo dele. Isso é motivo para impeachment, inclusive nos Estados Unidos”.

Crime contra a democracia

Pedro Serrano encerrou sua análise com um alerta sobre a gravidade da situação: “Tem que ficar claro: houve traição à pátria no sentido filosófico e político. Não há delito mais grave que o cidadão possa cometer”. Ele lembrou que a Constituição brasileira prevê até pena de morte no caso de deserção em guerra, e que Bolsonaro age “como imperador do país, como alguém que quer estar acima da lei”.Por fim, reiterou: “Se é para trair a pátria, que perca a cidadania e seja expulso do território nacional. Não tenha mais convivência com o nosso povo”. Assista:

Fonte: Brasil 247

"Tarcísio cometeu o crime de obstrução de Justiça", diz Lindbergh

Deputado aponta que governador atuou para liberar Bolsonaro e viabilizar encontro com Trump nos EUA

Lindbergh Farias (Foto: Marina Ramos / Câmara)

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou como crime de obstrução de Justiça a tentativa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de interceder junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para liberar o passaporte de Jair Bolsonaro. “Para mim, o que o governador de São Paulo cometeu foi um crime de obstrução de Justiça. Ele nem poderia ligar para ministro do Supremo com uma proposta como essa”, declarou Lindbergh em entrevista à TV 247.

A fala do parlamentar ocorre em meio à revelação, feita pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, de que Tarcísio teria mantido contato com ministros do STF com o objetivo de obter autorização para que Bolsonaro viajasse aos Estados Unidos. Segundo Lindbergh, o governador agiu como elo institucional de uma tentativa de chantagem internacional, articulada com o presidente Donald Trump, que exerce seu segundo mandato desde 2025. “Eles acham que os ministros do Supremo são idiotas, para liberar o passaporte de alguém que está prestes a ser condenado por tentativa de golpe, para negociar em nome do Brasil”, criticou.

A denúncia ganhou contornos mais sérios nesta sexta-feira (11), quando o Partido dos Trabalhadores protocolou uma petição no STF pedindo que o ministro Alexandre de Moraes apure a conduta de Tarcísio por suspeitas de obstrução de Justiça, abuso de autoridade e colaboração com organização criminosa transnacional. A legenda afirma que o objetivo da viagem de Bolsonaro seria se encontrar com Trump para negociar a reversão do tarifaço imposto pelos EUA ao Brasil — em troca de apoio político para a anistia de Bolsonaro.

“O gesto é grave: um chefe de Executivo estadual tentando liberar a saída de um réu investigado por tentativa de golpe, para que este se encontre com o líder da pressão internacional contra o Brasil”, argumenta o partido na petição. Segundo o documento, mesmo sem ter formalizado um pedido oficial à Corte, o simples contato de Tarcísio com ministros do STF já configuraria ingerência indevida e tentativa de enfraquecer o processo penal em curso.

Lindbergh também destacou declarações recentes de Eduardo e Flávio Bolsonaro como parte da mesma ofensiva política. Ele lembrou que Eduardo Bolsonaro publicou nota após a mensagem de Trump a Lula, revelando que, inicialmente, o objetivo era impor sanções contra Alexandre de Moraes. Diante da resistência institucional, a retaliação se deu por meio das tarifas. “Ao final da carta, eles dizem: ‘Só tem uma saída: vota a anistia’”, afirmou o deputado.

O parlamentar também criticou uma fala de Flávio Bolsonaro, que fez alusão aos bombardeios norte-americanos em Hiroshima e Nagasaki para ilustrar que o Brasil, segundo ele, deveria “se render”. “Isso é uma chantagem internacional escandalosa”, concluiu Lindbergh.

Na petição ao STF, o PT reforça que a conduta de Tarcísio “visa, na prática, subtrair o réu da aplicação de medida cautelar já imposta de retenção de passaporte” e solicita que o Ministério Público seja formalmente informado dos indícios de crime. O partido também requer que, mesmo com o foro privilegiado de Tarcísio no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a competência para eventual investigação permaneça no STF, dada a conexão direta com os fatos investigados na Ação Penal 2668.

O governador de São Paulo negou que tenha feito qualquer contato com ministros do Supremo nesse sentido. Ainda assim, o PT argumenta que “tal ato, ainda que informal, configura ingerência indevida no exercício da jurisdição penal desta Corte e deve ser compreendido como tentativa de obstrução da Justiça”.

Fonte: Brasil 247

Governo Lula encomenda pesquisas para medir impacto político da tarifa de Trump

Planalto quer avaliar como opinião pública reage à taxação de 50% sobre produtos brasileiros e estuda responsabilizar Bolsonaro pelo prejuízo

Donald Trump e Jair Bolsonaro foram alvos dos manifestantes (Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil)

Palácio do Planalto encomendou pesquisas de opinião para avaliar o impacto político da tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A informação foi revelada pela coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, e confirma que o governo Lula está atento não apenas aos efeitos econômicos da medida, mas também à sua repercussão na imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de seu principal adversário, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com a apuração, o objetivo das sondagens é compreender a percepção da população sobre o episódio e calibrar a resposta política. O governo avalia que a taxação pode ser usada como ferramenta de comunicação estratégica, especialmente ao vincular a decisão de Trump ao alinhamento ideológico de Bolsonaro com o republicano norte-americano.

Desde o anúncio da sobretaxa, ministros da articulação política passaram a explorar o tema nas redes sociais. Na noite da última quarta-feira (9/7), nomes como Sidônio Palmeira, da Secretaria de Comunicação (Secom), e Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, reforçaram o discurso de que o ex-presidente é corresponsável pelo desgaste nas relações entre Brasil e Estados Unidos. “Enquanto Lula quer taxar os super-ricos, Bolsonaro quer taxar o Brasil”, publicou Gleisi em seu perfil. Sidônio seguiu a mesma linha, afirmando que “a irresponsabilidade bolsonarista está custando caro ao país”.

A estratégia do Planalto é transformar um revés comercial em um ativo político para o campo progressista. A equipe de comunicação do governo acredita que há margem para responsabilizar Bolsonaro pelo clima de tensão entre os dois países, sobretudo por seu histórico de subordinação a Trump e sua tentativa de influenciar o processo eleitoral americano em 2020.

Além da ofensiva digital, o Planalto pretende usar os dados das pesquisas para orientar discursos, entrevistas e até peças publicitárias. A ideia é reforçar a imagem de Lula como um estadista que atua em defesa da soberania nacional e dos interesses econômicos do Brasil, em contraponto à política externa “ideológica e subserviente” de seu antecessor.

Internamente, há a percepção de que setores como o agronegócio e a indústria podem ser especialmente afetados pelas novas tarifas e que, nesses segmentos, a narrativa de que Bolsonaro é parte do problema pode ganhar tração. A depender dos resultados das sondagens, o governo pode ampliar sua ofensiva contra o ex-presidente, explorando o episódio como símbolo do "custo Bolsonaro" nas relações exteriores.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Sobretaxa de 50% a produtos do Brasil é insustentável para os Estados Unidos, alertam especialistas

Insumos estratégicos exportados pelo Brasil são difíceis de substituir e aumentariam os custos da indústria e do consumidor americano

Brasil responde por 37% das importações estadunidenses de celulose, usada na fabricação de papel, embalagens e fraldas (Foto: Freepik )

A decisão de Donald Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil pode se mostrar insustentável para a própria economia dos Estados Unidos. Embora represente apenas 1% das importações totais americanas, o Brasil ocupa posições-chave em cadeias produtivas estratégicas e fornece insumos industriais de difícil substituição. O alerta é de especialistas e diplomatas com experiência em negociações comerciais entre os dois países, ouvidos em reportagem da Folha de S.Paulo.

“Somos produtores internacionais muito relevantes em mercados oligopolizados, com poucos fornecedores. É questão de vantagem absoluta mesmo, que pode criar impacto direto no consumo americano”, explica Verônica Cardoso, diretora de Economia do Direito na consultoria LCA. Segundo ela, a substituição dos produtos brasileiros, em muitos casos, exigiria reestruturações logísticas, técnicas e regulatórias nos EUA — o que elevaria os custos internos.

Entre os principais produtos afetados estão a celulose, usada na fabricação de papel, embalagens e fraldas, da qual o Brasil responde por 37% das importações americanas. Também se destacam o ferro-gusa e o aço, responsáveis por cerca de 20% das compras dos EUA, utilizados em carros, navios, latas e construção civil. Além disso, a Embraer coloca o Brasil entre os cinco maiores fornecedores de aeronaves e componentes para o mercado americano.

Mesmo setores em que os EUA possuem produção própria, como petróleo, seriam impactados. “Se fosse simples, já foi substituído o petróleo importado pelo doméstico”, afirma Cardoso, destacando que cerca de 5% do óleo consumido pelos EUA vem do Brasil. “Não é fácil homologar fornecedores ou responder questões sanitárias. Existe ainda logística e frete. Então, se não fizer trocas do dia para a noite — e feitas, será preciso assumir consequências em termos de custo de entrega”, complementa.

O advogado Felipe Rainato, especialista em comércio internacional, vê na medida uma tentativa de reforçar o discurso da reindustrialização americana, com base em políticas protecionistas. Mas alerta que o resultado tende a ser o oposto. “A tendência de qualquer política protecionista num mundo muito globalizado como o nosso é essa — o produto se torna mais caro, e o custo é invariavelmente absorvido pelo mercado interno”, afirma. “Possivelmente, os compradores norte-americanos conseguirão encontrar exportadores com preços mais interessantes, mas, ainda assim, deverão sentir um impacto.”

Diplomata de carreira e ex-negociador do Brasil em temas econômicos, José Alfredo Graça Lima reforça que o tarifaço pode gerar prejuízos também dentro dos Estados Unidos. “É certo que jogaram a bomba aqui no nosso quintal, gerando quase pânico no governo e em setores que temem perder um mercado tão importante, pois essa tarifa de 50% inviabiliza o comércio”, afirma. “Mas não podemos esquecer que os importadores americanos devem estar muito chateados, até porque quem pagará essas tarifas serão eles.”

A pressão de empresas americanas já fez Trump recuar em decisões similares no passado. Em abril, o ex-presidente anunciou tarifas sobre eletrônicos como smartphones e computadores, mas voltou atrás após reação de empresas do setor de tecnologia, que produzem fora dos EUA e dependem de peças e componentes importados. O episódio ilustra como medidas unilaterais podem comprometer a própria indústria americana.

Para a professora Marta Castilhos, do Instituto de Economia da UFRJ, a iniciativa tem caráter político-eleitoral, mas gera efeitos reais. “Na tarifa de 50%, Trump mistura o tema do comércio internacional, a ameaça do Brics, a defesa das empresas de tecnologia e pede o fim do julgamento de Bolsonaro”, aponta. “No fim, ele cria incertezas para a economia global e mina a confiança dos empresários, o que tende até a comprometer decisões de investimentos.”

A avaliação majoritária entre analistas é de que a sobretaxa contra o Brasil, longe de fortalecer a economia americana, ameaça desorganizar cadeias produtivas, aumentar custos e gerar instabilidade para empresas e consumidores. Mesmo que Trump deseje sinalizar firmeza ao eleitorado, a realidade industrial dos EUA indica que a retaliação contra o Brasil poderá ter um alto preço — pago internamente.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Governo arrecada R$ 10,2 bilhões com renegociação de dívidas de grandes empresas

Rodada liderada pela PGFN envolveu principalmente bancos e encerrou 188 processos judiciais; novas transações serão lançadas ainda este mês

      Receita Federal (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em matéria publicada pela agência Reuters, a procuradora-geral da Fazenda Nacional, Anelize Almeida, informou que o governo federal encerrou sua primeira rodada de renegociação de débitos tributários deste ano voltada a grandes empresas com arrecadação imediata de R$ 7,6 bilhões. Além desse valor, há expectativa de ingresso de outros R$ 2,6 bilhões em receitas parceladas, o que eleva o resultado total da iniciativa para R$ 10,2 bilhões.

A medida faz parte da estratégia da equipe econômica para alcançar a meta de déficit fiscal zero em 2025. Segundo Almeida, ao menos três novos editais de transação tributária devem ser lançados ainda neste mês, voltados a teses jurídicas com grande impacto financeiro em disputa entre contribuintes e a União no Judiciário.

☆ Bancos lideram acordos

Os dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) mostram que a maior parte das negociações foi feita com grandes instituições financeiras. Apenas com a dívida ativa da União foram recuperados R$ 3 bilhões. Já os valores sob cobrança administrativa, apurados pela Receita Federal, resultaram em pagamentos à vista de R$ 4,6 bilhões e em compromissos parcelados que somam R$ 2,6 bilhões.

O principal tema que atraiu adesões nessa rodada foi a controvérsia jurídica envolvendo a tributação de valores pagos a empregados a título de participação nos lucros e resultados (PLR), previdência privada e planos de ações. Essas disputas envolviam principalmente pagamentos a altos executivos de bancos.

Outro ponto relevante das negociações tratou da chamada “tese do ágio interno”, que diz respeito a operações tributárias entre empresas de um mesmo grupo econômico.

☆ Novas regras e flexibilizações

A legislação que regula as transações tributárias foi alterada em 2024 para permitir acordos com empresas de grande porte que, mesmo em boa situação financeira, enfrentam disputas de longa duração na Justiça. O objetivo do governo, segundo Almeida, é reduzir os custos desses litígios para ambas as partes. “A gente passa para um novo foco da transação, que é o critério jurídico e do litígio envolvido, quanto custa manter o litígio… O custo econômico desse litígio é muito relevante para o governo e para a empresa”, afirmou a procuradora.

No total, a rodada encerrada em 30 de junho envolveu aproximadamente R$ 24,4 bilhões em débitos tributários – sendo R$ 14,4 bilhões ainda em fase administrativa e R$ 10 bilhões já inscritos em dívida ativa. Com os descontos concedidos (que incidiram não apenas sobre juros e encargos, mas também sobre parte do principal), a arrecadação chegou aos R$ 10,2 bilhões.

Com os acordos, as empresas se comprometeram a desistir das discussões administrativas e judiciais. Foram encerrados 188 processos que tramitavam no Judiciário, liberando o sistema de disputas que poderiam se arrastar por anos.

☆ Próximas transações

Os próximos editais devem abordar temas como a “tese da praça” (local onde o tributo deve ser recolhido), a “tese da desmutualização” (mudança na natureza jurídica da bolsa de valores brasileira) e disputas relacionadas aos preços de transferência em operações internacionais.

Segundo Anelize Almeida, o prazo para adesão às novas rodadas será reduzido de seis para três meses. Ela afirmou que essa mudança não se relaciona a pressões arrecadatórias, mas sim ao comportamento das empresas, que tradicionalmente aderem nos momentos finais do prazo: “Não é necessário estabelecer um prazo muito longo para negociação”, explicou.

O governo pretende arrecadar R$ 30 bilhões em 2025 somente com renegociações de débitos inscritos em dívida ativa – ou seja, aqueles que já superaram todas as possibilidades de recurso administrativo. Essa meta inclui os programas em curso e os que serão lançados.

A procuradora-geral reforçou que o desempenho das transações vem superando as expectativas e que não há previsão de revisão da meta na próxima reavaliação bimestral das receitas e despesas federais, marcada para o dia 22.

Fonte: Brasil 24'7

Boulos aciona PGR contra Tarcísio e o vê como office-boy de Bolsonaro

Deputado acusa governador de São Paulo de favorecer suposta fuga de Bolsonaro aos EUA e critica tentativa de envolvimento de Trump em assuntos internos

      Guilherme Boulos (Foto: Kayo Magalhaes / Câmara)

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) protocolou nesta sexta-feira (11) uma representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por suposta tentativa de ajudar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a fugir para os Estados Unidos. A informação foi divulgada pela jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha de S.Paulo.

De acordo com a reportagem, Tarcísio teria telefonado para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sugerindo que autorizassem uma viagem internacional de Bolsonaro, atualmente impedido de deixar o país por decisão judicial e com o passaporte apreendido. O objetivo seria permitir que o ex-presidente se reunisse com o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma articulação política que teria como finalidade, segundo Tarcísio, negociar uma redução da sobretaxa de 50% imposta pelos EUA ao Brasil. A proposta, porém, foi considerada “esdrúxula” por ministros da Corte.

Na representação encaminhada à PGR, Boulos acusa o governador paulista de cometer crime de favorecimento pessoal, tráfico de influência, corrupção passiva e improbidade administrativa. Ele afirma que o gesto de Tarcísio configura uma tentativa clara de beneficiar pessoalmente Bolsonaro, burlando medidas judiciais em vigor.

"É inacreditável a cara de pau do governador Tarcísio. Ele quer ajudar Bolsonaro a fugir e, para isso, se presta ao papel de office-boy do ex-presidente", afirmou Boulos. O parlamentar também ironizou a justificativa usada por Tarcísio, segundo a qual Bolsonaro poderia negociar com Trump para conter os impactos da sobretaxa: "Isso para não falar do absurdo que é tentar colocar Bolsonaro, o responsável pelo tarifaço que irá prejudicar milhões de brasileiros, como alguém capaz de impedir a medida; é o bandido se fazendo de mocinho", declarou.

Bolsonaro está sob investigação por uma série de crimes e tem sido alvo de medidas cautelares que o impedem de deixar o país, em razão do risco de fuga e da possibilidade de que solicite asilo político no exterior. A interlocução com Donald Trump, que reassumiu a presidência dos Estados Unidos em 2025, reforça as suspeitas, segundo ministros do STF, de que há um plano em curso para evitar que Bolsonaro seja responsabilizado judicialmente no Brasil.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Tarcísio poderá ser investigado por tentar facilitar a fuga de Bolsonaro

PT aciona o STF contra o governador de São Paulo por suspeita de obstrução de Justiça e por interceder a favor do ex-presidente junto à corte

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apoia agressão de Donald Trump ao Judiciário brasileiro (Foto: Reprodução )

O Partido dos Trabalhadores protocolou nesta sexta-feira (11) uma petição junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que o ministro Alexandre de Moraes apure a conduta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por suspeita de crimes como obstrução de Justiça, abuso de autoridade e colaboração com organização criminosa transnacional.

Segundo a ação, Tarcísio teria telefonado a ministros do STF com o objetivo de interceder a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu por tentativa de golpe de Estado. O pedido seria para que Bolsonaro obtivesse autorização judicial para viajar aos Estados Unidos, onde se encontraria com o presidente Donald Trump, que exerce seu segundo mandato desde 2025. O objetivo do encontro, segundo o PT, seria negociar a reversão do tarifaço imposto por Trump ao Brasil, em troca da absolvição de Bolsonaro.

“O gesto é grave: um chefe de Executivo estadual tentando liberar a saída de um réu investigado por tentativa de golpe, para que este se encontre com o líder da pressão internacional contra o Brasil”, afirma o partido na petição.

O PT argumenta que o governador de São Paulo teria atuado como elo institucional de uma chantagem entre Trump e Bolsonaro. Mesmo sem formalizar um pedido oficial à Corte, o simples contato com ministros já demonstraria, segundo o partido, uma tentativa de interferência no andamento do processo penal.

“Na prática, Tarcísio não apenas expressou a chantagem — ele teria atuado para materializá-la. Ainda que não tenha formalizado o pedido, o simples contato institucional revela disposição de violar a legalidade, pressionar a Corte Suprema e fragilizar o processo penal em curso”, sustenta o documento.

Tarcísio negou que tenha feito qualquer contato com ministros do STF nesse sentido. No entanto, o PT afirma que mesmo uma atuação informal deve ser compreendida como tentativa de obstrução da Justiça.

“Tal ato, ainda que informal, configura ingerência indevida no exercício da jurisdição penal desta Corte e deve ser compreendido como tentativa de obstrução da Justiça, pois visa, na prática, subtrair o réu da aplicação de medida cautelar já imposta de retenção de passaporte.”

O partido pede ainda que o Ministério Público seja formalmente informado sobre os indícios de condutas criminosas atribuídas a Tarcísio de Freitas. Além disso, solicita que a competência para eventual desdobramento investigativo permaneça no STF, mesmo que o governador tenha foro privilegiado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em razão da conexão direta com os fatos investigados na Ação Penal 2668.

Fonte: Brasil 247

Câmara aprova pisos salariais bilionários sem cálculo claro de impacto fiscal

Projetos para fisioterapeutas, garis e servidores da educação avançam sem consenso sobre custos, em meio ao discurso parlamentar de austeridade

Hugo Motta - 24/04/2025 (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

Enquanto o discurso dominante na Câmara dos Deputados gira em torno da contenção de gastos e responsabilidade fiscal, uma série de projetos de lei com alto potencial de impacto orçamentário tem avançado nas comissões da Casa sem estudos confiáveis sobre os custos. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, nas últimas semanas foram aprovadas propostas que criam pisos salariais para fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, trabalhadores da limpeza urbana e servidores da educação básica — todas com estimativas de impacto inexistentes, incompletas ou questionadas por técnicos da própria Câmara.

Os três projetos foram relatados pelo deputado Duarte Jr. (PSB-MA), integrante da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto referente aos fisioterapeutas, por exemplo, foi aprovado na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) com um impacto estimado de R$ 648 milhões por ano. No entanto, a Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara (Conof) alerta que esse número se baseia apenas em um dos seis projetos anexados à proposta final, e que foi feito a partir de dados fornecidos ao Ministério da Saúde por um parlamentar que sequer relatou o texto.

No caso dos garis, cujo piso foi estipulado em R$ 3.036, a estimativa de impacto anual varia entre R$ 4,9 bilhões e R$ 5,9 bilhões, conforme levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). A Conof, contudo, contesta os números: “A estimativa da CNM, além de não estar em conformidade com os critérios legais, pode ser subestimada”, alerta a consultoria, que também critica a ausência de dados sobre os efeitos previdenciários decorrentes do aumento salarial.

Já o projeto que cria piso para o pessoal administrativo da educação básica carece de qualquer estimativa de impacto. Nenhum dos dez relatórios apresentados ao longo da tramitação traz um número claro. O último parecer, aprovado na Comissão de Trabalho, sequer mencionou valores. Uma versão anterior do texto, de autoria do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), propunha que os salários fossem fixados em 75% dos vencimentos mínimos pagos na área da educação básica. A proposta ainda precisa passar pela CFT.

Apesar da resistência técnica, as propostas seguem em ritmo acelerado. A Conof observa que os três textos desconsideram a necessidade de medidas compensatórias exigidas por lei, além de ignorarem os impactos para estados e municípios — que também terão de arcar com os novos pisos.

A contradição entre o discurso de austeridade e a prática legislativa tem gerado desconforto dentro do próprio governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem sido um dos mais vocais críticos da postura do Congresso. “Essas três questões custaram R$ 45 bilhões aos cofres públicos. Se tivessem entrado na caixa, teríamos um superávit de R$ 35 bilhões no ano passado. Mas não foi o Executivo que produziu essa renúncia”, afirmou em maio, referindo-se à desoneração da folha de pagamentos, aos benefícios para pequenas cidades e à reativação do Perse, programa de apoio ao setor de eventos.

No início de julho, Haddad voltou a cobrar equilíbrio entre os Poderes. “A responsabilidade para que o Brasil fique dentro da meta fiscal é uma tarefa dos três Poderes”, declarou. Apesar do alerta, o avanço de projetos com elevado custo fiscal segue em curso, alimentando um impasse entre a lógica política e os limites do orçamento público.

Fonte: Brasil 247 com reportagem da Folha de S. Paulo

O Judiciário deveria acrescentar mais um crime no inquérito da trama golpista, afirma diplomata

Ex-embaixador do Brasil nos EUA, Roberto Abdenur denunciou o conluio entre a família Bolsonaro e Donald Trump

Donald Trump (mais destaque) e Roberto Abdenur (Foto: Reuters I Reprodução (vídeo/Uol))

Jair Bolsonaro (PL) e sua família devem ser considerados como traidores da pátria por se alinharem ao presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou o diplomata Roberto Abdenur, ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

O chefe da Casa Branca anunciou tarifas de 50% e, entre suas justificativas, mencionou o processo judicial contra Bolsonaro, réu no inquérito sobre a trama golpista conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

"Trata-se de um caso claro de traição à pátria. Isso é traição à pátria por parte do senhor Bolsonaro e de sua família. Nada menos do que isso. É um crime contra o Brasil. Além do julgamento sobre tentativa de golpe, as autoridades brasileiras e o Judiciário deveriam acrescentar esse outro crime, que é o de traição ao país”, disse. O relato saiu no Portal Uol.

Outro motivo não citado na carta para as medidas tarifárias contra o Brasil é o crescimento dos BRICS. O grupo, formado por 11 países, representa uma das principais forças de resistência ao unilateralismo econômico dos EUA.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Moraes cobra posição da PGR sobre juiz que soltou bolsonarista que quebrou relógio

 

O juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, que mandou soltar o bolsonarista condenado por quebrar um relógio histórico durante os atos golpistas de 8 de Janeiro. Foto: Reprodução


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste, em até 15 dias, sobre a conduta do juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, conforme informações do UOL. O magistrado é investigado por ter mandado soltar o bolsonarista Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado por depredar um relógio histórico durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

A decisão de Moraes, publicada em 8 de julho, ocorre porque o caso do réu tramita no STF — o que torna a decisão do juiz de primeira instância, potencialmente, um ato de desobediência. Por isso, caberá à PGR emitir um parecer sobre o episódio.

Além disso, Moraes solicitou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) informações sobre qualquer procedimento adotado em relação à conduta de Migliorini. A Corregedoria Nacional de Justiça já havia aberto, em 21 de junho, uma investigação para apurar se o juiz cometeu infração disciplinar ao soltar Ferreira.

Juiz alegou erro técnico

O juiz da Vara de Execuções Penais de Uberlândia (MG) justificou a decisão alegando um “equívoco” no sistema da vara. Segundo ele, o processo foi automaticamente classificado como originado na própria comarca, e não do STF. Isso teria levado ao andamento normal do caso, sem qualquer alerta sobre a competência da Suprema Corte.

Migliorini afirmou que o erro foi “lamentável” e garantiu que, se soubesse que o caso era do STF, “jamais teria decidido” pela soltura. Ele também negou qualquer intenção de afrontar o Supremo Tribunal Federal. “Jamais teria decidido se soubesse que a competência não era sua”, afirmou.

Moraes diz que decisão do juiz é ilegal

Para Alexandre de Moraes, a decisão que colocou o bolsonarista em liberdade contraria a lei. Segundo o ministro, apenas o STF tem competência para deliberar sobre o regime prisional dos réus do 8 de Janeiro, e um juiz de primeira instância não poderia ter tomado tal decisão.

Ferreira foi solto mesmo sem tornozeleira eletrônica, sob justificativa do juiz de que não havia equipamentos disponíveis em Minas Gerais. No entanto, o governo mineiro desmentiu essa alegação.

O bolsonarista Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado por depredar um relógio histórico durante os atos golpistas de 8 de janeiro. Foto: Reprodução


Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública afirmou que havia tornozeleiras disponíveis e que, inclusive, já havia data marcada para a instalação do equipamento em Ferreira.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) também abriu procedimento para apurar a conduta do juiz. “A respeito da decisão da Vara de Execuções Penais de Uberlândia que deferiu benefício prisional a pessoa apenada pelo Supremo Tribunal Federal pelos atos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais informa que, por sua corregedoria-geral, instaurou procedimento visando à apuração dos fatos”, informou o TJ em nota oficial.

Fonte: DCM com informações do UOL