terça-feira, 1 de julho de 2025

Lula sai em defesa de Haddad e critica Guedes e a hipocrisia do mercado: “por que não cobravam estabilidade fiscal dele?”

 Presidente afirma que carga tributária está menor e acusa elite de se rebelar contra justiça fiscal para manter privilégios

Luiz Inácio Lula da Silva - 03/06/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


Durante discurso inflamado no lançamento do Plano Safra 2025, nesta terça-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa enfática do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e acusou setores do mercado financeiro de adotarem dois pesos e duas medidas ao cobrarem responsabilidade fiscal apenas de governos progressistas. O presidente também criticou duramente o ex-ministro Paulo Guedes, símbolo da política econômica da gestão Bolsonaro, e condenou o que chamou de “rebelião da elite” contra uma tributação mais justa. 

Poucos países do mundo têm um ministro da Fazenda com a seriedade que o Haddad tem. Esse país teve poucos”, declarou Lula, visivelmente indignado. Em referência direta ao ex-ministro Guedes, afirmou: “Via na televisão a quantidade de bravatas que o Guedes fazia nesse país. Ele nunca pedia favores a ninguém. Sentava em uma feira de forma desaforada, ditava regras, fazia, fazia e fazia. Por que ninguém cobrava estabilidade fiscal do governo passado?”.

“Vamos pagar o preço por ser honestos” - Em tom pessoal, Lula dirigiu-se diretamente a Haddad para reafirmar sua confiança e exaltar a conduta do ministro. “Haddad, uma coisa que eu aprendi com a minha mãe: a gente paga muito preço por ser honesto. Muitas vezes as pessoas são induzidas a serem desonestas para terem menos problemas. E nós vamos pagar esse preço, Haddad”, disse, emocionado. E completou: “Quando eu deixar essa Presidência quero andar de cabeça erguida”.

Lula também aproveitou para rebater críticas de que a reforma tributária teria fins eleitorais. “Vocês acham que eu ia fazer reforma tributária que não vai trazer nenhum benefício para nenhum eleitor até 2026? Os benefícios serão todos para 2027”, afirmou. “Vocês dariam um presente para o filho de vocês neste ano para usarem só no ano que vem?”.

Rebelião fiscal dos super-ricos e críticas à desoneração sem contrapartida - O presidente reiterou sua defesa da proposta de taxar os mais ricos e setores altamente lucrativos, como apostas esportivas e fintechs, em vez de penalizar os mais pobres. “A gente queria aumentar apenas de 12% para 18% para pessoas que estão ganhando milhões sem fazer nada”, argumentou. E comparou: “Pega a diferença do custo de vocês, que produzem, para o lucro de vocês, e pega a diferença do custo de quem tem uma bet para o lucro dele”.

Segundo Lula, a reação contrária a esse tipo de proposta revela a resistência das elites a qualquer medida que afete privilégios. “A carga tributária desse governo hoje percentualmente é menor do que era em 2011. O que a gente está fazendo não é aumentar imposto. É tentar fazer uma tributação mais justa”, sustentou. E criticou o Senado por aprovar novas desonerações: “Você faz desoneração troco do quê? Vão dar estabilidade no emprego? Vão aumentar salário? Então para quê? Para aumentar o lucro?”.

“Esse país será o que a gente quiser que ele seja” - Lula encerrou o discurso reiterando seu compromisso com um modelo de país mais igualitário, ainda que isso contrarie interesses poderosos. “Esse país será o que a gente quiser que ele seja. É só a gente determinar o tamanho que esse país seja”, afirmou. E resumiu sua proposta: “Ninguém está querendo tirar nada de ninguém. Queremos apenas diminuir os privilégios de alguns para dar um pouco de direitos para os outros. Só isso que queremos”.

O presidente também voltou a defender os programas sociais, como o Bolsa Família e o Pé-de-Meia, e criticou os ataques que buscam culpá-los pelo déficit público. “Fico triste quando vejo as pessoas jogarem a culpa em cima dos doentes, do BPC, do Bolsa Família, do Pé-de-Meia [...] Esse dinheiro que estão recebendo será devolvido em dobro para o Estado quando vocês estiverem formados como cidadãos de primeira classe nesse país”, declarou, dirigindo-se aos jovens beneficiários.

Fonte: Brasil 247













APUCARANA: Prefeito inaugura galeria de comandantes e valoriza história da Guarda Municipal

Na mesma ocasião, foi inaugurado o mastro das bandeiras na sede da GCM, como parte das comemorações pelos 20 anos da corporação


O prefeito Rodolfo Mota inaugurou nesta terça-feira (01/07) a galeria de comandantes da Guarda Civil Municipal (GCM). A iniciativa valoriza a história da corporação, criada em 2005, e reconhece o trabalho dos profissionais que conduziram a instituição. Na mesma ocasião, foi inaugurado o mastro das bandeiras na sede da GCM, localizada no Bairro 28 de Janeiro, como parte das comemorações pelos 20 anos da corporação.

Compõem a galeria os comandantes: Maurício de Carvalho Mello (2007-2012), Ataíde Pantaleão (2013-2015), Edinei Francisco da Silva (2015-2017), Alessandro Pereira Carletti (2018-2022), Reinaldo de Andrade (2022-2024) e Pablo Aparecido Rocha Pereira, atual comandante.

“A gente só constrói o futuro se respeitar o passado. Somente quem consegue honrar, prospera”, afirmou Rodolfo Mota, destacando a importância da história da Guarda  e agradecendo o empenho de todos os comandantes. Ele lembrou das dificuldades enfrentadas no início da corporação e ressaltou que, em 2010, os próprios agentes participaram da construção da sede, aterrando o terreno e erguendo o muro de arrimo. “Mais do que um prédio, a sede representa a identidade e dignidade da corporação, construída com esforço, solidariedade e espírito de equipe”, frisou o prefeito.

Rodolfo Mota destacou que todos os comandantes contribuíram para o crescimento da Guarda, composta atualmente por  52 agentes (46 homens e 6 mulheres).  “Os comandantes superam todas as adversidades e hoje a GCM  vive um novo momento, avançando numa velocidade nunca vista antes, com investimentos em armas, munições, viaturas, equipamentos e treinamentos”, completou.

O atual comandante da GCM, Pablo Aparecido Rocha Pereira, ressaltou o investimento superior a R$ 1,3 milhão apenas nos primeiros seis meses de 2025. “Durante anos não se viam aportes de R$ 100 mil ou R$ 200 mil. Também foram 17 anos solicitando a criação de uma Secretaria de Segurança, que finalmente foi instituída pelo prefeito Rodolfo Mota”, comemorou.

O secretário municipal de Segurança Pública, major Vilson Laurentino da Silva, destacou a recente autorização para aquisição de 55 pistolas semiautomáticas 9mm modelo G45 da Glock. “Os novos guardas que assumiram já entram recebendo todos esses investimentos. Hoje é o que tem de mais moderno e nenhuma guarda da região tem esse armamento”, salienta o major.


SUPERANDO TABUS E A FALTA DE APOIO – Representando o Legislativo, o vereador Moisés Tavares lembrou dos desafios históricos da Guarda, que durante anos enfrentou tabus e falta de apoio em algumas gestões. De acordo com ele, houve períodos em que a corporação dependeu do apoio de empresários e voluntários para se desenvolver. “Havia dificuldade até para explicar à população a função da Guarda, que vai muito além de cuidar de prédios públicos”, destacou.

A cerimônia contou com a presença de representantes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Rodoviária Federal, dos ex-comandantes, dos primeiros agentes da Guarda e da turma mais recente, incorporada no fim do ano passado. A Banda Municipal executou o Hino Nacional, enquanto as bandeiras do Brasil, de Apucarana e da Guarda Municipal eram hasteadas. O evento foi encerrado com um café da manhã de confraternização.

Fonte: Prefeitura de Apucarana 



AGU aciona STF contra derrubada do IOF: “Viola a separação de poderes

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente Lula. Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a declaração de constitucionalidade do decreto presidencial que alterou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A ação foi movida após o Congresso Nacional derrubar uma medida do governo.

O órgão ainda solicitou que a Corte reconheça a inconstitucionalidade do decreto legislativo que invalidou a medida. Jorge Messias, advogado-geral da União, disse que o texto do governo é plenamente constitucional e chamou a suspensão do Congresso de ilegal.

“A avaliação técnica dos nossos advogados, submetida ao presidente [Lula], foi que a medida adotada pelo Congresso Nacional acabou por violar o princípio da separação de poderes”, disse Messias. Ele completou afirmando que a medida do Legislativo não deveria ter anulado o decreto, que, segundo ele, é válido e constitucional.

O presidente Lula solicitou que a AGU tomasse as providências necessárias para recorrer ao STF a fim de reativar o decreto. A decisão de recorrer à Justiça foi tomada na noite da última quinta (26), durante uma reunião entre Lula, Messias e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se manifestou a favor do recurso.

O chefe da AGU afirmou que avisou aos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), antes de acionar o Supremo. Messias afirma que existe uma  “relação respeitosa e harmônica entre os poderes”, mas que Lula “não abrirá mão” de defender o atual sistema de governo.

Há espaço da política e há espaço do direito. Nesse momento, falará o direito. A política poderá chegar a arranjos próprios”, argumentou.

Antes da votação no Congresso, o governo já havia sinalizado a possibilidade de judicializar a questão, mas uma ala de aliados de Lula defendia a busca por uma solução política. Alguns chegaram a sugerir que deveria ser feito um esforço para evitar mais confrontos entre o Congresso e o Supremo, mas, diante da situação, a ida à Corte se tornou inevitável.

Lula ficou particularmente irritado com a atitude do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que anunciou às vésperas da votação que levaria o decreto presidencial para análise dos parlamentares.

O presidente considerou a atitude de Motta como uma “traição”, o que gerou um mal-estar no relacionamento entre o governo e o Congresso.

Além da ação movida pela AGU, já existem outras duas ações em andamento no STF sobre o mesmo tema, apresentadas pelo Partido Liberal (PL) e pelo PSOL, com pedidos opostos. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, encaminhou a ação para o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, que será o relator do caso.

Fonte: DCM


Advogado de Bolsonaro e Fábio Wajngarten prestam depoimento à PF por suposta interferência em delação de Mauro Cid

 Oitivas foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, e ocorrerão simultaneamente nas cidades de Brasília e São Paulo

Mauro Cid - 09/06/2025 (Foto: Ton Molina/STF)

A Polícia Federal (PF) colhe nesta terça-feira (1º) os depoimentos de Paulo Amador da Cunha Bueno, advogado de Jair Bolsonaro (PL), e de Fábio Wajngarten, ex-assessor do mandatário, no inquérito que apura possível tentativa de interferência na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. As oitivas foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ocorrerão simultaneamente, às 15h, nas cidades de Brasília e São Paulo. As informações são do  jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo as investigações, o advogado Eduardo Kuntz, que defende o coronel Marcelo Câmara, também será ouvido, junto com seu cliente. Kuntz é suspeito de ter tentado obter informações sigilosas da colaboração premiada de Mauro Cid por meio de contatos indiretos e mensagens enviadas por um perfil do Instagram identificado como “Gabriela” (@gabrielar702), que ele atribui ao próprio Cid.

Kuntz entregou essas mensagens ao STF e, com base nos diálogos, solicitou a anulação do acordo de colaboração do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Em resposta, Cid afirmou à Corte que sua família foi abordada não apenas por Kuntz, mas também por Paulo Amador da Cunha Bueno e por Fábio Wajngarten, supostamente com o mesmo objetivo de influenciar seu posicionamento na delação.

De acordo com a defesa de Cid, os contatos ocorreram por meio de sua esposa, mãe e até da filha menor de idade durante eventos realizados na Hípica de São Paulo. Segundo a reportagem, Eduardo Kuntz disse estar “seguro e confiante” e declarou que está pronto para “esclarecer qualquer questão que possa contribuir com as investigações”.

Ao determinar os depoimentos, no último dia 25 de junho, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que as “condutas narradas à autoridade policial indicam a prática, em tese, do delito de obstrução de investigação”. Além dos depoimentos, Moraes também ordenou que a Polícia Federal apresente, no prazo de dez dias, o laudo técnico com a extração e categorização dos dados armazenados no celular apreendido durante as apurações.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo 

STF condena a 17 anos de prisão homem que furtou bola autografada por Neymar nos atos golpistas do 8/1

Bola estava no acervo da Câmara dos Deputados e foi devolvida dias após os ato golpistas do dia 8 de janeiro de 2023

Alexandre de Moraes e terroristas bolsonaristas em Brasília - 08.01.2023 (Foto: Marcelo Camargo/ABr | Ruters)

 A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, na segunda-feira (30), Nelson Ribeiro Fonseca Júnior a 17 anos de prisão por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Entre os crimes, consta o furto de uma bola autografada por Neymar Jr., item pertencente ao acervo do museu da Câmara dos Deputados. As informações são da CNN Brasil.

 A decisão foi confirmada após maioria formada na sexta-feira anterior (27), quando os ministros já haviam sinalizado os votos pela condenação. Fonseca Júnior foi responsabilizado por seis crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado, associação criminosa armada e furto qualificado.

A pena imposta totaliza 17 anos — sendo 15 anos e seis meses de reclusão e um ano e seis meses de detenção. Além disso, o réu terá que pagar 130 dias-multa, com o valor diário fixado em um terço do salário mínimo, o que resulta em aproximadamente R$ 66 mil. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, também determinou que Fonseca Júnior participe do pagamento de uma indenização coletiva por danos morais no valor de R$ 30 milhões, dividida entre os demais condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes.

O voto de Moraes foi acompanhado integralmente pelos ministros Flávio Dino e Cármen Lúcia. Já o ministro Cristiano Zanin concordou com a condenação, mas divergiu quanto à pena, propondo uma condenação de 15 anos. Luiz Fux, por sua vez, discordou da tipificação pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, sugerindo sua exclusão da sentença.

Em janeiro de 2023, logo após os atos de invasão e depredação em Brasília, o próprio Nelson Fonseca Júnior procurou a Polícia Militar e admitiu ter levado a bola autografada por Neymar. Segundo ele, o objeto estava no chão da Câmara dos Deputados e teria sido recolhido com o propósito de “proteção” e “devolução futura”.

No dia 24 daquele mês, Fonseca voltou para Sorocaba, no interior paulista, levando a bola consigo. Quatro dias depois, dirigiu-se a uma unidade da PM para devolvê-la. O item foi, então, encaminhado à Polícia Federal e retornou ao museu da Câmara em fevereiro. Já em março, Nelson tornou-se réu e teve a prisão preventiva decretada por sua participação nos atos criminosos de 8 de janeiro.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil