terça-feira, 6 de maio de 2025

APUCARANA: CAPS AD promove reuniões de apoio matricial nas Unidades Básicas de Saúde



O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD) está realizando reuniões de apoio matricial com as 30 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Apucarana. A iniciativa teve início em março e acontece semanalmente, sempre às sextas-feiras à tarde.

De acordo com a coordenadora do CAPS AD, Jackeline Aristides, o objetivo das reuniões é qualificar os profissionais da Atenção Básica para o cuidado em saúde mental, com ênfase em questões relacionadas ao uso de álcool e outras drogas. “A cada semana, nossa equipe visita uma UBS para dialogar com médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde e demais profissionais. Discutimos casos, trocamos experiências e fortalecemos o trabalho em rede. As reuniões têm se mostrado extremamente produtivas”, afirmou.

O CAPS AD é um serviço especializado da Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde (SUS), destinado ao atendimento de pessoas que sofrem com problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas. A unidade oferece apoio terapêutico contínuo, buscando promover a reabilitação e a reinserção social dos usuários.

Em Apucarana, o CAPS AD está localizado na Rua Irmã Eleotéria, 328 – Centro. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Informações podem ser obtidas pelo telefone (43) 3901-1048.

“Nossa meta é realizar reuniões de matriciamento em todas as UBS da cidade, esclarecendo o papel do CAPS AD e fortalecendo os fluxos de encaminhamento. Acreditamos que o alinhamento entre os serviços é essencial para garantir um cuidado integral e de qualidade à população”, concluiu Jackeline.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Paolla Oliveira defende direito ao aborto e critica imposição da maternidade

Em entrevista ao Roda Viva, atriz relembra julgamentos por não ser mãe, denuncia pressões estéticas e exalta autonomia feminina

Paolla Oliveira (Foto: Reprodução/YouTube/Roda Viva)

Durante participação no programa Roda Viva, exibido nesta segunda-feira (5) pela TV Cultura, a atriz Paolla Oliveira fez declarações contundentes em defesa dos direitos das mulheres, abordando temas como a legalização do aborto, a imposição da maternidade, os padrões estéticos e a representação feminina na sociedade, informa a Folha de S. Paulo. A entrevista foi marcada por depoimentos pessoais e reflexões sobre a trajetória da artista e os desafios enfrentados por mulheres em diferentes esferas da vida.

Ao ser questionada sobre sua posição a respeito do aborto, Paolla foi categórica: “eu sou a favor. Acho um grande retrocesso a gente não pensar nisso como uma possibilidade”. Para a atriz, a decisão sobre interromper uma gravidez deve ser uma escolha da mulher e faz parte da luta por autonomia e direitos reprodutivos.

Intérprete de Heleninha no remake da novela Vale Tudo, Paolla compartilhou o incômodo que sentia por não ter filhos e revelou as cobranças constantes sobre a maternidade. “Não tenho mais vergonha da escolha nesse momento”, afirmou, explicando que optou por congelar óvulos para manter a possibilidade de ser mãe no futuro, caso deseje. Segundo ela, o julgamento social fez com que se sentisse “menos mulher, menos familiar”.

A atriz relatou que chegou a perder uma campanha publicitária por ser vista como “menos família”, uma percepção que considera reflexo de um pensamento conservador e limitador sobre os papéis femininos. “Já fui julgada como insensível, amarga”, contou. Apesar disso, Paolla celebrou a independência conquistada pelas mulheres, inclusive no campo afetivo, destacando a importância de não se anular por relações amorosas: “um relacionamento tem que ser uma soma, não uma devoção. Não faz sentido nenhum abandonar o que você faz, as coisas que gosta, a sua autoestima por ninguém. Se fizer isso, para mim está errado”.

A conversa também abordou o impacto da pressão estética em sua vida. Paolla falou sobre o processo de aceitação do próprio corpo e a construção de um espaço de libertação pessoal. “Precisei encontrar para mim um espaço confortável para o meu corpo que já existia, para a minha coxa grossa, para o meu braço que às vezes era chamado de uns nomes horrorosos. Aquilo me pegava de uma maneira estranha”. Ela criticou o padrão que empurra as mulheres para “um lugar para caber, servir”, e concluiu: “eu aprendi a me gostar e a reparar em outras mulheres com outras belezas possíveis”.

Outro ponto sensível abordado foi o alcoolismo, tema central de sua personagem na novela. Paolla revelou que decidiu não participar de campanhas publicitárias de bebidas durante a novela para respeitar a complexidade da personagem e da questão da dependência química. “Mudou bastante, mas alguns estigmas continuam. A pessoa que sofre disso vai sempre ser apontada. Parece que é falta de força de vontade, às vezes misturam com falta de caráter”, declarou. Para ela, a situação é ainda mais dura quando se trata de mulheres.

Por fim, ao ser perguntada sobre a presença de rainhas de bateria que não sabem sambar, Paolla ressaltou que o Carnaval é um espaço diverso, mas defendeu que o título seja preferencialmente concedido a mulheres da comunidade. “Uma mulher preta”, enfatizou. “Elas merecem e muito do prestígio que eu tive no Carnaval foi por estar perto da comunidade, por reverenciar essas mulheres com muito prazer e aprender com elas”.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

São Paulo lidera e Nordeste avança entre as cidades com mais startups no Brasil

Relatório do Sebrae Startups mostra crescimento da inovação em capitais como Teresina, Natal e Recife, com mais de 18 mil startups mapeadas no país

Cidade de São Paulo (Foto: Diogo Moreira / Divulgação)

A cidade de São Paulo segue na dianteira como principal polo de startups no Brasil, mas o avanço de capitais do Nordeste chama atenção na nova edição do Startups Report Brasil 2024, divulgado pelo Sebrae Startups. Produzido pelo Observatório Sebrae Startups, o relatório mapeou 18.056 startups ativas em território nacional e destaca tendências de descentralização no ecossistema de inovação brasileiro.

De acordo com o presidente do Sebrae, Décio Lima, a atuação da plataforma tem contribuído para democratizar o acesso à informação e fomentar o empreendedorismo tecnológico em todas as regiões. “O caminho da inovação é irreversível, e nosso compromisso é criar oportunidades para que essas novas empresas floresçam em todos os cantos do Brasil”, afirmou.

Além de São Paulo, que concentra 1.911 startups, o relatório traz uma forte presença de cidades fora do eixo tradicional Sudeste-Sul. Florianópolis aparece em segundo lugar, com 780 startups, seguida por Rio de Janeiro (581), Brasília (448), Recife (438), Curitiba (415), Fortaleza (406), Belo Horizonte (399), Teresina (369) e Natal (361). A lista reforça o amadurecimento do ecossistema brasileiro e a interiorização da inovação, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

Entre os fatores que mantêm São Paulo na liderança estão a infraestrutura consolidada, a densidade de talentos e a alta concentração de investimentos. Já Florianópolis, embora menor em população, se destaca pelo número de startups per capita, consolidando-se como um hub tecnológico nacional. As capitais nordestinas, por sua vez, vêm se beneficiando de políticas de incentivo, ambientes de inovação colaborativa e crescente interesse de investidores.

O relatório também revela um crescimento expressivo no número de startups mapeadas, com alta de 59% em relação ao ano anterior. O modelo de negócios mais adotado continua sendo o B2B, representando 50,94% do total. Entre os segmentos mais atendidos estão Tecnologia da Informação (13,74%), Saúde e Bem-estar (11,16%) e Educação (8,81%).

Outro dado relevante é o grau de maturidade das startups brasileiras: quase 30% têm mais de cinco anos de existência, enquanto 33,45% estão na fase de validação e apenas 3,72% alcançaram a etapa de escala. Esse cenário reforça a importância de apoio contínuo e políticas públicas que garantam a sustentabilidade e o crescimento dessas empresas.

O Observatório Sebrae Startups é uma plataforma de dados dedicada a integrar e ampliar o acesso a informações estratégicas sobre o ecossistema de inovação. Já o Sebrae Startups, braço do Sebrae voltado a negócios inovadores em estágio inicial, tem como missão fortalecer o setor tecnológico nacional. Em 2023, a iniciativa atendeu mais de 18 mil startups, tornando-se a maior rede do tipo na América Latina.

Fonte: Brasil 247

Centrais sindicais rompem trégua e miram Galípolo em protesto contra juros altos

Dirigentes de CUT, Força Sindical, UGT e CTB criticam presidente do BC e convocam ato nesta terça na Paulista contra possível nova alta da Selic

Centrais sindicais promoveram em 18 de março um protesto em diversas cidades do país pedindo a redução da taxa básica de juros (Selic) (Foto: Rovena Rosa - Agência Brasil)

Diante da insatisfação crescente com a condução da política monetária, centrais sindicais decidiram romper o silêncio e intensificar a pressão sobre o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Segundo a Folha de S. Paulo, um ato está marcado para esta terça-feira (6), às 10h, em frente à sede do Banco Central na Avenida Paulista, em São Paulo. O protesto será realizado por CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central, Intersindical e Pública — todas entidades alinhadas com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apesar desse apoio, os sindicalistas têm feito questão de diferenciar o governo federal da atual política monetária. “Hoje, as centrais apoiam o governo Lula, mas a alta taxa de juros não tem relação com o governo. O nosso foco é o Banco Central”, afirmou Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

◎ Frustração com Galípolo - A decepção dos sindicalistas se concentra especialmente em Gabriel Galípolo, indicado ao comando do Banco Central pelo próprio presidente Lula após a gestão de Roberto Campos Neto. Havia a expectativa de uma mudança de postura com a nova presidência da autarquia, o que, segundo os dirigentes, não se concretizou.

“Desde o presidente anterior do Banco Central [Roberto Campos Neto] estamos sofrendo com os juros elevadíssimos, havia a expectativa que mudasse com o novo presidente [Gabriel Galípolo], mas estamos em um caminho perigoso”, lamentou Miguel Torres. “Isso afeta bastante o investimento na produção”.

◎ Copom na mira - A insatisfação tem como pano de fundo a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para esta semana, quando há expectativa de nova alta na taxa básica de juros (Selic), que pode passar dos atuais 14,25% para 14,75% ao ano.

Para o presidente da CUT, Sérgio Nobre, não há justificativa para manter a política de juros elevados. Ele cita o próprio Boletim Focus — divulgado pelo Banco Central — segundo o qual economistas do mercado financeiro passaram a projetar redução da Selic pela primeira vez neste ano.

“A gente esperava que [Galípolo] tivesse uma mentalidade nova, não há razão para a taxa chegar neste patamar. Há outras maneiras de combater a inflação, quando aumenta os juros penaliza toda a economia”, afirmou Nobre.

◎ “O prejudicado, sempre, é o trabalhador” - O presidente da UGT, Ricardo Patah, também reforçou as críticas e acusou a diretoria do Banco Central de estar alheia à realidade da população. “No ano passado, nós batemos no Banco Central, imaginávamos que fossem mudar a interpretação e tem sido a mesma coisa. O prejudicado, sempre, é o trabalhador”, declarou.

Já Adílson Araújo, presidente da CTB, foi ainda mais contundente. “As previsões do Gabriel Galípolo estão fora da curva. É um contrassenso patrocinar um engessamento do desenvolvimento e da produção industrial”, disse. Ele também ironizou a relação entre o Banco Central e o mercado financeiro: “avisa ao Galípolo que o 'Deus Mercado' não sabe e está pouco preocupado com o custo do arroz e do feijão no supermercado".

O tom duro adotado pelas lideranças sindicais indica o fim de um período de trégua com a nova gestão do Banco Central. A manifestação desta terça deve marcar o início de uma nova fase de confronto público com a autoridade monetária, às vésperas de mais uma possível elevação da taxa de juros.

Fonte: Brasil 247

Gleisi apresenta queixa-crime no STF contra Gilvan da Federal por injúria e difamação

Gilvan da Federal e Gleisi Hoffmann: ministra apresenta queixa-crime no STF contra deputado bolsonarista. Foto: Reprodução


A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), apresentou na última segunda-feira (5) uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) por ofensas feitas durante uma sessão na Câmara dos Deputados.

A queixa-crime solicita a condenação de Gilvan da Federal às penas máximas previstas para os crimes de difamação e injúria, “com o agravante de terem sido cometidos em público e por meio que facilitou a divulgação”. Além disso, a ministra pede uma indenização de R$ 30 mil por danos morais.

“A defesa de Gleisi argumenta que as falas de Gilvan da Federal ultrapassam os limites da imunidade parlamentar e da liberdade de expressão, configurando crimes contra a honra. A queixa-crime destaca que a sessão foi transmitida ao vivo pela TV Câmara e amplamente divulgada nas redes sociais, o que potencializou o alcance das ofensas”, diz um comunicado publicado pelo PT.

Durante uma sessão, o deputado fez ofensas à ministra, chamando-a de “prostituta” e mencionando o codinome “Amante”, que estava na lista da Odebrecht entregue à Lava Jato. No entanto, Gleisi foi absolvida por unanimidade pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2018.


Afastamento da Câmara dos Deputados


O documento, assinado por Motta, acusa o deputado de “condutas incompatíveis com o decoro parlamentar” ao fazer “manifestações gravemente ofensivas e difamatórias contra deputada licenciada para ocupar cargo de Ministra de Estado”.

O texto também aponta que o comportamento do parlamentar constitui “abuso das prerrogativas parlamentares”, sendo incompatível com a dignidade do cargo.

Em abril, o deputado Gilvan da Federal chegou a dizer que desejava a morte do presidente Lula (PT). Após a repercussão negativa, ele se desculpou, afirmando que havia exagerado em sua declaração.

Fonte: DCM

Brasil sobe 5 posições no índice global de desenvolvimento humano e supera pela 1ª vez nível pré-Covid; veja ranking

Relatório da ONU mostra avanço puxado por renda e saúde, mas aponta defasagem educacional e contrastes regionais persistentes

Brasil passou da 89ª para a 84ª colocação com avanço nos indicadores de renda e saúde — Foto: Reprodução / Recanto Monsenhor Albino

O Brasil avançou no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado nesta terça-feira (6) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). De acordo com o relatório que analisa dados de 2023, o país subiu da 89ª para a 84ª colocação entre 193 nações avaliadas. A informação é do PNUD, braço da Organização das Nações Unidas responsável pela medição.

O IDH é um indicador que considera três dimensões centrais do bem-estar humano: expectativa de vida, acesso à educação e renda nacional bruta per capita. Em 2023, o Brasil atingiu um índice de 0,786, mantendo-se na faixa considerada de “alto desenvolvimento humano” — classificação que abrange países com pontuação entre 0,700 e 0,799, numa escala que vai de 0 a 1.

◉ Melhora puxada por renda e saúde

A melhoria na posição brasileira no ranking se deve principalmente ao aumento da renda per capita e à recuperação da expectativa de vida, que havia sido impactada negativamente durante a pandemia de Covid-19. Segundo o PNUD, esses dois fatores impulsionaram o índice do país, enquanto a educação segue como um ponto crítico.

O relatório aponta que o tempo médio de estudo da população brasileira permanece abaixo da média dos países com IDH alto. Essa estagnação no setor educacional ajuda a explicar por que o país ainda está distante das primeiras colocações no cenário global.

◉ Desempenho global e regional

Com o novo índice, o Brasil se mantém acima da média mundial de IDH, atualmente em 0,739. No entanto, o país ainda está distante do grupo das nações de “muito alto desenvolvimento humano”, liderado por Suíça, Noruega e Irlanda.

No contexto latino-americano e caribenho, o Brasil ocupa uma posição intermediária. Está atrás de países como Chile (0,855), Argentina (0,849) e Uruguai (0,809), mas supera vizinhos como Paraguai (0,728), Bolívia (0,693) e Venezuela (0,691).

◉ Desigualdades internas continuam alarmantes

Apesar do avanço na classificação global, o relatório chama atenção para a persistência de profundas desigualdades internas no Brasil. Os dados do IDH municipal revelam grandes disparidades entre as regiões do país, com diferenças marcantes no acesso à educação, saúde e renda.

Esse quadro reforça os desafios que o Brasil ainda precisa enfrentar para que o avanço nacional no IDH se reflita de forma mais equitativa entre seus habitantes.

Veja os melhores colocados no ranking:
  • Islândia
  • Noruega
  • Suíça
  • Dinamarca
  • Alemanha
  • Suécia
  • Austrália
  • Hong Kong (China)
  • Holanda
  • Bélgica

Fonte: Agenda do Poder

Grupo que planejava atentado em show de Lady Gaga usava redes para propagar ódio, diz relatório

Relatório enviado à PF indica que jovens articulavam ataque com coquetéis molotov e explosivos improvisados por meio da plataforma Discord

       Show na orla de Copacabana, Rio de Janeiro (Foto: Marcelo Piu/Riotur)

Um relatório da Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia em Apoio à Segurança (Cevitas), órgão ligado à Prefeitura do Rio de Janeiro, revelou detalhes preocupantes sobre a articulação de um ataque que visava o show da cantora Lady Gaga, realizado no último sábado (3) na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio, relata o jornal O Globo.

A tentativa de atentado, que envolvia o uso de coquetéis molotov e artefatos explosivos improvisados em mochilas, foi inicialmente detectada pelo setor de inteligência da Polícia Civil no dia 24 de abril. Quatro dias depois, a denúncia chegou também ao Disque-Denúncia e ao Cevitas, que conseguiu infiltrar agentes entre os participantes de uma plataforma digital onde as conversas eram travadas.

Segundo o relatório, os suspeitos, em sua maioria adolescentes e jovens adultos, utilizavam o Discord como principal meio de comunicação. As tratativas ocorriam em comunidades virtuais caracterizadas por comportamentos tóxicos e conteúdos violentos. O documento aponta que essas comunidades promoviam discursos de ódio, especialmente direcionados ao público LGBTQIA+, e faziam apologia à violência.

Diante da gravidade das ameaças, a Cevitas recomendou que fosse tomada uma “ação preventiva” e encaminhou o relatório à Polícia Federal. Em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (5), no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da Secretaria de Segurança Pública, o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, confirmou que a corporação já monitorava o grupo antes mesmo de receber a denúncia do Disque-Denúncia.

“A gente (Polícia Civil) tem várias fontes de inteligência. Posteriormente, nós recebemos um Disque-Denúncia ratificando isso (a informação recebida pela inteligência da corporação). A gente já estava há dez dias com esta informação vinda da nossa própria inteligência. A partir daí, começamos a destrinchar, a verificar esta informação com as quebras de sigilo requeridas à Justiça”, declarou Curi.

Com base nas investigações, a Polícia Civil deflagrou a “Operação Fake Monster” na manhã de sábado, dia do evento, com o objetivo de cumprir 15 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos. Entre os alvos, um homem de 44 anos, considerado o articulador do plano, foi preso no Rio Grande do Sul em posse de uma arma. No Rio de Janeiro, um adolescente de 17 anos, apontado como um dos coordenadores do grupo, também foi apreendido. Ambos prestaram depoimento e continuam sob investigação.

Apesar das ameaças, o show ocorreu sem intercorrências, reunindo mais de 2,1 milhões de pessoas na orla de Copacabana. A Polícia Civil informou que o planejamento do atentado foi neutralizado a tempo graças à ação das autoridades.

Durante a coletiva, Felipe Curi afirmou que a apuração do caso segue em curso e que o conteúdo apreendido, como celulares e notebooks dos investigados, poderá trazer novos desdobramentos.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Relator do Conselho de Ética apresenta parecer favorável à suspensão de Gilvan da Federal por ataques a Gleisi

Ricardo Maia afirma que as falas do deputado "ultrapassam os limites da liberdade de expressão parlamentar, com ataques pessoais e desqualificação moral"

           Gilvan da Federal (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O deputado Ricardo Maia (MDB-BA), relator do caso no Conselho de Ética da Câmara, apresentou nesta segunda-feira (5) parecer favorável à suspensão, por seis meses, do mandato de Gilvan da Federal (PL-ES). O parlamentar é acusado de quebrar o decoro ao proferir ofensas de cunho sexual e misógino contra a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), durante uma audiência na Comissão de Segurança Pública. As informações são do g1.

No parecer, Ricardo Maia argumenta que as falas do deputado "ultrapassam os limites da liberdade de expressão parlamentar, com ataques pessoais e desqualificação moral". Ele classifica a suspensão imediata como uma “medida legítima, proporcional e necessária”, voltada à preservação da dignidade do Parlamento.

A denúncia contra Gilvan foi protocolada pela Mesa Diretora no dia 30 de abril. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e outros quatro integrantes da direção pediram, além da suspensão, a abertura de um processo disciplinar que pode culminar na cassação do mandato.

Durante a audiência, Gilvan da Federal usou apelidos atribuídos a Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias (PT-RJ) — companheiro da ministra — nas planilhas da Odebrecht, reveladas durante a Operação Lava Jato. Em dois momentos, mencionou o codinome “Amante”, atribuído a Gleisi, e, na segunda vez, afirmou que a pessoa com esse apelido deveria ser “uma prostituta do caramba”.

Na noite de segunda-feira, Gilvan discursou no plenário da Câmara. Sem citar diretamente Gleisi, disse pedir desculpas a quem “se sentiu ofendido” e afirmou que pretende mudar seu comportamento em sessões plenárias e comissões.

Gleisi também acionou o Supremo Tribunal Federal (STF). Na mesma noite, seus advogados apresentaram uma queixa-crime por injúria e difamação. A ação pede que Gilvan seja condenado e pague R$ 30 mil por danos morais. Para a defesa, o deputado utilizou um “apelo misógino e sexual” para atacá-la, ultrapassando os limites da divergência política.

A denúncia assinada pela Mesa Diretora sustenta que Gilvan fez manifestações “gravemente ofensivas e difamatórias”, em abuso de suas prerrogativas parlamentares. Também menciona que, no mesmo dia, o deputado protagonizou um bate-boca com Lindbergh Farias.

Essa não é a primeira vez que Gilvan se envolve em polêmicas. Em abril, ao comentar um projeto que tratava da segurança do presidente da República, disse que “queria que Lula morresse”. A fala gerou reação da Advocacia-Geral da União e, novamente, levou o deputado a pedir desculpas.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Tarcísio lidera pesquisa em SP; na sua ausência, Ricardo Nunes aparece na frente

O governador tem mais de 40% das intenções de voto nos cenários em que aparece, aponta Paraná Pesquisas

              Tarcísio de Freitas (à esq.) e Ricardo Nunes (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), lidera as intenções de voto e é o favorito à reeleição na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes em 2026. É o que aponta levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, realizado entre os dias 1º e 4 de maio e divulgado nesta terça-feira (6). A pesquisa ouviu 1.700 eleitores em 85 municípios do Estado de São Paulo.

No cenário principal da pesquisa, Tarcísio aparece com 42,1% das intenções de voto totais. Seu principal concorrente, o vice-presidente da República e ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), surge com 21,1%, uma diferença de mais de 20 pontos percentuais. Com esse desempenho, o atual governador se aproxima da soma de todos os demais candidatos, que juntos alcançam 45,6% das intenções — um indicativo de que a disputa poderia ser resolvida ainda na primeira etapa da eleição.

Outros nomes testados ficaram abaixo da casa dos 10%. Erika Hilton (PSOL) aparece com 9,4%, seguida por Alexandre Padilha (PT), com 5,5%; Rodrigo Manga (Republicanos), 4,8%; e Paulo Serra (PSDB), com 4,0%. A margem de erro da pesquisa é de 2,4 pontos percentuais.

Em uma segunda simulação, sem Alckmin na disputa, a vantagem de Tarcísio é ainda maior. Ele atinge 46,5% das intenções de voto, enquanto o ex-governador e atual ministro Márcio França (PSB) marca 11,9%. Erika Hilton (9,7%), Alexandre Padilha (7,1%) e Rodrigo Manga (5,4%) aparecem em situação de empate técnico. Paulo Serra, com 4,7%, também permanece tecnicamente empatado com os adversários diretos. Nesse cenário, os adversários somam apenas 39,6%, reforçando a possibilidade de vitória em turno único.

Entretanto, o cenário muda consideravelmente caso Tarcísio não dispute a reeleição e se lance à Presidência da República, possibilidade ventilada por aliados e setores da centro-direita. Sem o atual governador, a disputa pelo governo paulista se torna mais acirrada e indefinida.

Nesse contexto, o nome com melhor desempenho é o do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), que lidera um dos cenários com 29,5%. Ele aparece à frente de Márcio França (16,2%), Erika Hilton (10,1%), Rodrigo Manga (8,7%) e Alexandre Padilha (7,6%).

Outros três cenários sem Tarcísio nem Alckmin apontam Márcio França na liderança, sempre com vantagem fora da margem de erro sobre os concorrentes. O Paraná Pesquisas também testou nomes que poderiam herdar o capital político de Tarcísio, como o secretário de Governo Gilberto Kassab (PSD), o vice-governador Felicio Ramuth (PSD) e o presidente da Alesp, André do Prado (PL), mas nenhum deles conseguiu se destacar.

Em todas as simulações sem a presença de Tarcísio e Alckmin, houve crescimento expressivo da intenção de votos nulos, brancos ou de eleitores que não votariam em nenhum dos nomes apresentados.

Fonte: Brasil 247

Gleisi recebe líder do PL na Câmara e abre diálogo com a oposição

Ministra recebe demandas de Sóstenes Cavalcante sobre emendas impositivas atrasadas

      Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/Ascom-SRI)

Em uma tentativa de ampliar pontes com a oposição e reduzir tensões no Congresso, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), recebeu em sua residência, em Brasília, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da bancada do PL na Câmara dos Deputados e figura próxima a Jair Bolsonaro (PL).

Segundo o jornal O Globo, "o deputado inicialmente se negou a ir até o Palácio do Planalto, com receio de uma possível repercussão negativa". Sóstenes, então, topou comparecer ao encontro em ambiente privado. Gleisi, que assumiu recentemente a Secretaria de Relações Institucionais com a missão de restabelecer canais com o Congresso, busca iniciar uma nova fase de diálogo com todas as forças políticas, inclusive com o partido de Bolsonaro.

Articulação política e tensão com a base - A movimentação da ministra ocorre em meio a um cenário de atrito entre o governo e partidos aliados. Um dos sinais mais evidentes foi a recusa do líder do União Brasil, Pedro Lucas Fernandes (MA), ao convite para assumir o Ministério das Comunicações, evidenciando dificuldades na formação e manutenção da base.

Nesse contexto, Gleisi tem investido em conversas com lideranças de diferentes matizes ideológicas, tentando construir consensos que evitem novos desgastes. A iniciativa de receber Sóstenes Cavalcante se insere nesta estratégia mais ampla. O líder do PL, por sua vez, é o principal articulador da proposta de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 — uma pauta que dividiu o Congresso e gerou inquietação no Executivo.

Apesar da relevância do tema, tanto Gleisi quanto Sóstenes afirmaram que a proposta de anistia não foi discutida na reunião. Segundo assessores da ministra, o encontro concentrou-se em temas orçamentários e institucionais.

Cobrança por emendas e sinalização de diálogo - Durante a conversa, Sóstenes fez cobranças diretas sobre o atraso no pagamento das emendas impositivas da bancada do PL, que, segundo ele, permanecem pendentes desde 2023. O deputado relatou que a ministra se comprometeu a destravar os repasses e acompanhar pessoalmente o cronograma, o que passou a ser monitorado por lideranças do partido.

O encontro teve tom amistoso. Segundo Sóstenes, Gleisi se colocou "à disposição". "O deputado afirma que dará 'o benefício da dúvida' à nova ministra, mas pondera que esse prazo não durará muitos meses", diz a reportagem.

Entre parlamentares da oposição, há expectativa de que Gleisi consiga resultados mais concretos do que seu antecessor, Alexandre Padilha (PT), cuja gestão foi marcada por um corte de relações com o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Relações pessoais e tentativa de ‘caminho do meio’ - Embora lidere o maior partido da oposição, Sóstenes tem uma relação cordial com Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada petista e que também esteve presente no encontro. Ambos participaram juntos do movimento dos “caras-pintadas” durante o processo de impeachment de Fernando Collor, em 1992.

Nos bastidores, parte do governo avalia que houve erro de cálculo ao evitar o diálogo com líderes da oposição em temas sensíveis, como a anistia aos golpistas de 8 de janeiro. A falta de articulação teria permitido que a proposta ganhasse corpo sem contrapesos. Diante desse diagnóstico, ganha força a ideia de buscar um “caminho do meio”, com apoio de figuras como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que tenta construir um texto alternativo à proposta liderada por Sóstenes.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Câmara cogita ampliar número de deputados federais e aumento pode custar R$ 39 milhões ao ano

O texto final da proposta ainda está em elaboração e deve ser apresentado aos parlamentares nesta terça-feira (7), no início da tarde

       Câmara dos Deputados (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Uma proposta que poderá ser votada ainda nesta semana na Câmara dos Deputados pretende ampliar o número de parlamentares federais de 513 para 527, o que representaria um acréscimo de 14 cadeiras e um impacto anual estimado em R$ 39,1 milhões aos cofres públicos. A informação é do g1, que também aponta que o custo total anual da Câmara poderá ultrapassar R$ 1,43 bilhão com a eventual mudança.

A medida é uma resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou ao Congresso, em 2023, a atualização da distribuição das cadeiras com base nos dados mais recentes do Censo do IBGE. O prazo final para essa adequação é 30 de junho de 2025. Caso não seja cumprido, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fazer a redistribuição das vagas entre os estados.

Embora a ordem do STF não mencione aumento no número de deputados, a solução estudada pela Câmara para acomodar a redistribuição — sem reduzir bancadas de estados que perderiam representação — seria elevar o número total de parlamentares.

O relator do projeto, deputado Damião Feliciano (União-PB), disse ao g1 que o impacto financeiro ainda está em análise e que o objetivo é evitar novos custos. “Estamos estudando formas de realocar recursos internos da Câmara para que não haja custos adicionais aos cofres públicos”, afirmou.

Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), cada deputado custa em média R$ 230 mil mensais, considerando salários, verbas de gabinete, cota parlamentar e auxílio-moradia. O salário base é de R$ 46.366,19, mas cada parlamentar dispõe ainda de R$ 133 mil mensais para contratação de assessores, além de R$ 45 mil da cota parlamentar e R$ 4.253 de auxílio-moradia para aqueles que não moram no Distrito Federal.

Técnicos da Câmara destacam, porém, que os salários não podem ser reduzidos para conter os gastos e alertam para um possível efeito cascata: pela Constituição, o número de deputados nas assembleias legislativas estaduais é proporcional ao tamanho das bancadas federais. Assim, um eventual aumento na Câmara dos Deputados pode levar a crescimento semelhante nas casas legislativas estaduais, elevando ainda mais os custos públicos.

O texto final da proposta ainda está em elaboração e deve ser apresentado aos parlamentares nesta terça-feira (7), no início da tarde. Segundo Feliciano, a votação do mérito está prevista para ocorrer no mesmo dia.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

STF julga militares e civis que integravam núcleo da trama golpista de 2022

Ministros analisam denúncia da PGR contra grupo que executou ataques virtuais e promoveu desinformação eleitoral para tentar inviabilizar posse de Lula

         STF (Foto: Valter Campanato/Ag. Brasil)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal julga nesta terça-feira (6) o recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra um núcleo da articulação golpista que buscava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), informa Cézar Feitoza, em reportagem publicada na Folha de S.Paulo de 5 de maio de 2025.

O grupo, composto por militares da ativa e da reserva, um policial federal e integrantes da chamada “Abin paralela”, é acusado de atacar instituições democráticas, espalhar desinformação sobre o sistema eleitoral e usar indevidamente sistemas de inteligência do Estado. Trata-se da terceira frente denunciada no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023. O julgamento marca a etapa inicial dos processos penais — momento em que os ministros do STF avaliam se a denúncia traz indícios mínimos de autoria e materialidade para abertura de ação penal.

Segundo a denúncia assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, os acusados “propagaram notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizaram ataques virtuais a instituições e autoridades que ameaçavam os interesses do grupo”. Ele afirma ainda que “todos estavam cientes do plano maior da organização e da eficácia de suas ações para a promoção de instabilidade social e consumação da ruptura institucional”.

Entre os denunciados estão o capitão expulso do Exército Ailton Barros; o major da reserva Ângelo Denicoli; o sargento Giancarlo Gomes Rodrigues; o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida; o coronel Reginaldo Vieira de Abreu; o policial federal Marcelo Bormevet; e Carlos Cesar Rocha, presidente do Instituto Voto Legal.

A PGR divide a atuação do núcleo em três frentes distintas:

◍ Ataques virtuais e pressão sobre comandantes militares

Ailton Barros, militar expulso do Exército, é acusado de liderar ofensiva digital contra os comandantes militares que resistiram à tentativa de golpe. Em mensagens obtidas pelo Ministério Público, ele pressiona diretamente o general Freire Gomes, então comandante do Exército: “Salve o nosso Estado democrático de Direito, tome uma atitude de patriota”. Em outro trecho, encaminhado ao general Walter Braga Netto, Ailton responsabiliza Freire Gomes: “Infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá é do Gen Freire Gomes. Omissão e indecisão não cabem a um combatente”.

A resposta atribuída a Braga Netto revela o teor da escalada golpista: “Ofereça a cabeça dele [Freire Gomes] aos leões”. Ailton conclui a troca com ameaça direta: “Será devidamente implodido e conhecerá o inferno astral”.

◍ Desinformação eleitoral e mobilização de base

A segunda frente, conforme a PGR, atuava na produção e difusão de notícias falsas sobre as urnas eletrônicas, com o objetivo de mobilizar a militância bolsonarista e minar a legitimidade das eleições. O major Denicoli teria articulado o contato entre grupos bolsonaristas e o influenciador argentino Fernando Cerimedo — responsável por divulgar uma suposta fraude em urnas de modelos antigos.

A principal prova contra Denicoli é a presença de um arquivo com sua autoria em uma pasta do Google Drive compartilhada por Cerimedo. A defesa do militar, no entanto, alega que ele apenas teria baixado e repassado o material, sem ser seu criador.

Também são citados nessa frente o coronel Reginaldo Vieira de Abreu, o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida e Carlos Cesar Rocha — este último autor do relatório encomendado pelo Partido Liberal com alegações infundadas de fraude eleitoral.

◍ Uso indevido da Abin e perseguição a opositores

A terceira frente investigada envolve o uso de estruturas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem ilegal de opositores. O policial federal Marcelo Bormevet é apontado como um dos líderes desse subnúcleo, responsável por indicar alvos de monitoramento e orientar campanhas de desinformação digital.

Segundo a PGR, Bormevet operava o sistema FirstMile e dava ordens para atacar publicamente adversários. O sargento Giancarlo Gomes Rodrigues, cedido à Abin, seria o executor direto das buscas no sistema. As ações incluiriam coletas de dados sem autorização judicial e a disseminação de conteúdo ofensivo nas redes sociais.

◍ Avanço das ações penais

O julgamento desta terça ocorre após o Supremo já ter aceitado denúncias contra dois outros grupos ligados à tentativa de golpe. O primeiro, chamado de núcleo central, inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados como Braga Netto, Augusto Heleno e Filipe Martins. O segundo, aceito em 22 de abril, compreende ex-integrantes do governo acusados de usar cargos públicos para viabilizar a trama golpista.

A Primeira Turma do STF é composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino. A expectativa é que o colegiado aceite a nova denúncia, transformando os acusados em réus e aprofundando a responsabilização penal pelos atos antidemocráticos.

Fonte: Brasil 247 com informações publicadas na Folha de S. Paulo

Governo Lula prepara pente-fino antes de indenizar aposentados por descontos ilegais no INSS

Palácio do Planalto quer garantir que apenas quem foi realmente lesado receba os valores de volta

       (Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)

Antes de iniciar o ressarcimento a aposentados prejudicados por descontos indevidos em benefícios do INSS, o governo federal quer realizar um pente-fino nos cadastros para identificar com precisão quem, de fato, foi vítima do esquema, informa Igor Gadelha, do Metrópoles.

De acordo com integrantes do Palácio do Planalto, a intenção do governo Lula é evitar que cidadãos que não sofreram as fraudes acabem sendo indevidamente contemplados com os valores que serão devolvidos. A triagem detalhada é considerada uma etapa essencial para garantir a lisura do processo de reparação.

O tema foi debatido em reunião da Casa Civil nesta segunda-feira (5). Um novo encontro está previsto para ocorrer nos próximos dias, também no Palácio do Planalto, com o objetivo de avançar na definição do plano de ressarcimento.

A expectativa do governo é que o anúncio oficial do plano ocorra até a próxima semana. A medida é tratada como resposta institucional às denúncias de descontos ilegais nos contracheques de aposentados e pensionistas, episódio que levou à exoneração do ex-ministro Carlos Lupi.

Fonte: Brasil 247 com informnações do Metrópoles

Presidente do INSS diz que plano de ressarcimento terá homologação judicial e não descarta ajuda dos Correios

Novo presidente do instituto afirma que mais de 30 milhões de aposentados não foram atingidos e que ressarcimento será feito sem burocracia

       Gilberto Waller Júnior (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, revelou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda firmar parcerias com instituições como os Correios para viabilizar a devolução de valores descontados indevidamente de aposentados e pensionistas. Em entrevista concedida ao jornal O Globo, Waller frisou que ainda não há um modelo fechado para o ressarcimento nem um número exato de pessoas afetadas. Segundo ele, os primeiros levantamentos indicam que o problema teria atingido menos de 4 milhões de beneficiários, de um total de 40 milhões de benefícios pagos pelo órgão.

"A determinação do presidente Lula é fazer de uma forma que dê menos trabalho ao usuário", afirmou. A ideia, segundo Waller, é utilizar os canais oficiais do instituto, como o aplicativo Meu INSS, a Central 135 e, possivelmente, instituições com capilaridade nacional. “Não cabe a ele [o beneficiário] ficar procurando se tem inscrição ou não. Cabe à administração pública”, declarou.

◎ Judicialização e valores em análise - Para evitar questionamentos legais, o plano de devolução deverá passar por homologação judicial. Questionado se o apoio de cartórios ou dos próprios Correios estava em análise, Waller foi direto: “No momento, toda e qualquer ajuda de órgãos sérios, órgãos capilarizados, é possível. Não se descarta nenhum auxílio”.

A estimativa inicial da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que os descontos indevidos somaram R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, sendo realizados por entidades associativas — muitas delas sindicatos — que deveriam oferecer contrapartidas como assistência jurídica ou atividades de lazer. Essas entidades somavam cerca de 4,1 milhões de filiações. No entanto, o governo ainda não tem certeza sobre qual parte desse montante representa, de fato, fraude.

“Não chega a R$ 6,3 bilhões”, garantiu Waller. Ele observou que há casos em que um mesmo aposentado teve descontos promovidos por diversas entidades. “Uma mesma pessoa pode ter sido vítima de duas, três, quatro instituições”, explicou.

◎ Descontos múltiplos e estratégia de reembolso - O presidente do INSS afirmou que há registros de empresas fictícias que aplicavam descontos, suspendiam após reclamação e, em seguida, novos descontos surgiam vinculados a outras associações. Para garantir segurança e simplicidade, o plano é fazer os ressarcimentos diretamente na folha de pagamento dos beneficiários.

“Entendemos que essa é a maneira mais segura, inclusive para não ter intermediário e para o beneficiário não precisar ir a uma agência bancária”, detalhou. No entanto, ele ponderou que isso não ocorrerá já no próximo mês, pois será necessário um procedimento preparatório.

◎ Pressão por rapidez e impacto político - Embora o Palácio do Planalto esteja pressionando por uma resposta ágil, ainda não há uma data definida para o anúncio oficial do plano. Na segunda-feira (5), uma reunião sobre o tema foi realizada no Planalto, mas terminou sem uma decisão definitiva. Lula viaja à Rússia e, em seguida, à China. A expectativa é de que o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), o encontre em Pequim com propostas para avaliação presidencial. O governo está atento ao custo político de uma possível demora na resolução da crise.

Waller também reforçou que cerca de 33 milhões de pessoas não foram afetadas. “Não têm chance alguma", disse. Assim, não haveria motivo para que segurados corram às agências do INSS.

Apesar das incertezas quanto ao volume total de recursos que precisarão ser devolvidos, o governo já conta com bloqueios judiciais de bens das entidades e de seus dirigentes. Ainda assim, o presidente do INSS admitiu que pode ser necessário utilizar verba pública: “dependendo do tamanho do rombo, com certeza [será necessário dinheiro público]”.

◎ Medidas administrativas e mudanças na gestão - A Corregedoria-Geral do INSS instaurou 13 Processos Administrativos de Responsabilização (PAR) contra entidades suspeitas. Os procedimentos, previstos na Lei Anticorrupção, devem ser concluídos em até 180 dias e visam à responsabilização civil e administrativa das organizações envolvidas. Por ora, todos os repasses do INSS a entidades, inclusive as não investigadas, foram suspensos.

Sobre a possibilidade de retomada das deduções no futuro, Waller é categórico: “se o desconto voltar, teremos que começar da estaca zero. O cadastro tem que ser feito novamente. O que foi feito no passado não funciona, inclusive coloca o segurado à mercê de fraudadores”.

◎ Um INSS mais próximo do cidadão - Escolhido por Lula para substituir Alessandro Stefanutto após a deflagração da Operação Sem Desconto, Waller Júnior assumiu com a missão de reconstruir a credibilidade da autarquia. Ele afirma ter carta branca do presidente para modificar gerências regionais, muitas delas ocupadas por indicações políticas.

Além das investigações, Waller planeja mudanças estruturais para tornar o INSS mais acessível. “Não adianta eu falar ‘procure o Meu INSS’. Eu não quero o INSS mais tecnológico, eu quero o mais humanizado, aquele que pense efetivamente no nosso cliente”, afirmou.

Quanto à fila de 2 milhões de requerimentos pendentes, o novo presidente fez uma avaliação realista: “se eu falar que em quatro dias eu fiz um plano para resolver a fila, eu diria que eu sou um mágico, uma pessoa que caiu dos céus. Isso não existe”.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo