sábado, 12 de julho de 2025

PT aciona STF contra Gustavo Gayer por fake news sobre campanha patriótica Defenda o Brasil

Deputado bolsonarista é acusado de espalhar mentiras nas redes sobre suposto uso de verba pública na campanha lançada após tarifa de Trump contra o Brasil

         Gustavo Gayer (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou neste sábado (12), no Supremo Tribunal Federal (STF), um pedido de explicações judiciais contra o deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO), por declarações falsas feitas nas redes sociais contra a campanha Defenda o Brasil. A petição é assinada pelo presidente nacional do partido, senador Humberto Costa (PE), e pelo secretário de Comunicação do PT, deputado federal Jilmar Tatto (SP). A informação é do PT Nacional.

Segundo a legenda, Gayer utilizou seus perfis nas redes sociais para divulgar acusações infundadas, alegando que influenciadores digitais e agências de publicidade estariam sendo pagos com recursos públicos para impulsionar a mobilização patriótica promovida por partidos, sindicatos e movimentos populares em resposta à decisão unilateral do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

A campanha Defenda o Brasil conclama os brasileiros a rechaçar a agressão econômica promovida por Trump, que tem sido interpretada como retaliação aos processos judiciais contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. “Com a bandeira nacional nas costas, falsos patriotas incitaram o governo dos EUA a taxar o Brasil para tentar livrar Jair Bolsonaro da cadeia”, diz um trecho do material da campanha.

☆ Fake news e tentativa de descredibilizar a mobilização

No entendimento do PT, a extrema-direita tenta sabotar a repercussão positiva da campanha Defenda o Brasil com a disseminação de fake news. Gayer teria espalhado a versão de que a ação nas redes seria “não orgânica”, sustentando que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria contratado agências publicitárias com “milhões de reais” para promover a iniciativa — o que o partido afirma ser absolutamente falso.

A peça jurídica exige que Gayer explique publicamente quais são as provas das afirmações feitas, sob pena de responder criminalmente por calúnia, difamação e disseminação de desinformação. “Requer-se a Vossa Excelência que se digne em determinar a notificação do senhor Gustavo Gayer Machado de Araújo no prazo legal, para que venha a prestar as explicações necessárias e imprescindíveis sobre suas declarações”, diz o pedido enviado ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF.

☆ Patriotismo real e reação popular

Após o anúncio do tarifaço por parte do governo Trump, setores da extrema-direita comemoraram abertamente a medida — mesmo ela sendo prejudicial à economia brasileira. Em contraposição, a sociedade civil respondeu de forma imediata: usuários das redes sociais passaram a compartilhar símbolos nacionais, como a bandeira do Brasil, em um gesto de afirmação da soberania nacional frente à tentativa de intromissão de potências estrangeiras e seus aliados internos.

A campanha ganhou fôlego nas redes e fortaleceu o discurso em defesa da democracia, da soberania e da economia brasileira, atingida diretamente pela decisão da Casa Branca. O movimento também evidenciou o isolamento político da extrema-direita, cujos representantes, como Gayer, passaram a ser criticados até por parte de sua própria base eleitoral por suas posições consideradas antipatrióticas.

☆ Defesa da soberania

O PT considera que a campanha Defenda o Brasil transcende interesses partidários e reflete um momento de união nacional em torno da soberania. O ataque de Trump é visto como uma tentativa de chantagear o Brasil, condicionando o fim das tarifas a concessões políticas — como a anistia a Jair Bolsonaro —, o que foi classificado por parlamentares como “intervenção indevida em assuntos internos de um país soberano”.

A legenda afirma que não aceitará tentativas de calar ou difamar os que estão lutando pela defesa dos interesses nacionais. Caso Gayer não consiga comprovar suas acusações, poderá ser alvo de ação penal formal pela propagação deliberada de desinformação e ataques à honra de partidos, lideranças e instituições públicas.

A ação do PT marca mais um capítulo da ofensiva institucional contra a campanha de desinformação promovida por setores bolsonaristas, especialmente diante de uma conjuntura internacional sensível e de ataques externos que colocam em risco a economia e a autonomia do país.

Fonte: Brasil 247 com informações do PT Nacional

VÍDEO: Padre de SC critica jornada 6×1 e é atacado por bolsonaristas

 

Padre Bento em sermão. Foto: Reprodução

O padre Bento, da cidade de Nova Veneza (SC), virou alvo de ataques nas redes sociais após defender, durante uma missa, o fim da jornada de trabalho conhecida como “escala 6×1” — seis dias trabalhados para um de descanso. Em seu sermão, o sacerdote questionou a desigualdade nas condições de trabalho no Brasil e fez duras críticas aos privilégios de parlamentares, destacando a incoerência entre a carga horária dos trabalhadores comuns e a rotina dos congressistas.

“Os parlamentares que estão lá não trabalham seis por um. A maioria trabalha três por quatro”, disse o padre, fazendo referência aos dias que deputados e senadores passam em Brasília. Ele também mencionou os altos salários e benefícios pagos aos representantes eleitos, contrastando com os direitos básicos ainda negados a grande parte da população trabalhadora.

Durante a pregação, o padre Bento também abordou a desigualdade salarial entre homens e mulheres, denunciando o fato de parlamentares — inclusive deputadas — terem votado contra projetos de equiparação salarial de gênero. “Tem uma que é idolatrada por essas bandas. Votou contra. Devia receber menos que os outros deputados”, afirmou, sem citar nomes, mas deixando clara sua crítica a uma figura política local de expressão conservadora.

A fala do religioso viralizou nas redes sociais e gerou reações intensas, especialmente de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Diversos usuários bolsonaristas passaram a criticar o padre por “politizar” a missa, acusando-o de fazer “ativismo de esquerda”. Em resposta, lideranças políticas e movimentos sociais manifestaram apoio ao padre Bento.

Um dos que se manifestaram foi o vereador de Florianópolis, Afrânio Boppré, que escreveu no X (antigo Twitter): “TODO APOIO! O padre está completamente certo e tem a minha solidariedade. O fim da escala 6×1 é uma questão de justiça social!”. A defesa do sacerdote ganhou força entre setores progressistas e religiosos que atuam na defesa de direitos trabalhistas.

A polêmica reacende o debate sobre o papel social da Igreja e o direito de seus líderes religiosos abordarem questões políticas e sociais em suas falas públicas. Para o padre Bento, sua homilia teve como base o princípio da dignidade humana e da justiça. “Na luz da palavra, ela ilumina toda a realidade”, afirmou ao encerrar seu sermão.

Fonte: DCM

Eduardo Bolsonaro ataca Moraes e diz que Trump agirá contra o ministro e sua esposa: "não é macho, é um frouxo"

As declarações foram publicadas em vídeo no Instagram nesta quinta-feira

     Alexandre de Moraes e Eduardo Bolsonaro (Foto: ABr)

Em nova ofensiva contra o Supremo Tribunal Federal, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes em uma publicação nas redes sociais. Atualmente nos Estados Unidos, ele acusou Moraes de agir com parcialidade no inquérito das fake news e sugeriu que o ex-presidente americano Donald Trump “virá para cima” do ministro e de sua esposa. As declarações foram publicadas em vídeo no Instagram nesta quinta-feira (11). As informações são do O Globo.

Eduardo, que é investigado por incitar o governo dos EUA a aplicar sanções contra autoridades brasileiras, usou o vídeo para questionar a ausência de Trump no inquérito conduzido por Moraes:

"Por que o senhor (Alexandre de Moraes) não faz a mesma coisa com o Trump que fez comigo? Que fez com Allan dos Santos e Elon Musk... Por que você não coloca o Trump no inquérito das fake news?"Na sequência, o deputado eleva o tom e parte para o ataque direto:

"Eu tô apontando isso aqui para provar que o Alexandre de Moraes não é macho. Alexandre de Moraes é um frouxo, Alexandre de Moraes está com medo, Alexandre de Moraes está sem dormir, porque ele sabe que daqui a pouco vai vir a lei Magnitsky".

A "lei Magnitsky" citada por Eduardo é uma legislação dos Estados Unidos que permite ao governo aplicar sanções a indivíduos estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. Segundo o deputado, Moraes estaria receoso de se tornar alvo dessa legislação, o que, segundo ele, poderia se estender à sua esposa e a membros da Polícia Federal.

"Do jeito que o Trump é, (a lei Magnitsky) não vai vir só nele (Alexandre de Moraes), vai vir pegando, provavelmente, a esposa dele, o Fábio Shor e outros atores da Polícia Federal. Não sei... Agora está tudo na mão do Trump... E ele é imprevisível. Pode vir pra cima da PGR", afirmou, em referência ao delegado da PF Fábio Shor e à Procuradoria-Geral da República.Em maio, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a abertura de uma investigação para apurar se Eduardo atuou para instigar os EUA a sancionar autoridades brasileiras. Nesta semana, Moraes prorrogou a apuração por mais 60 dias, atendendo a pedido da Polícia Federal, que investiga Eduardo por suspeita de coação no curso do processo e obstrução de justiça.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Lindbergh pede ao STF que investigue Tarcísio por obstrução da Justiça e facilitação de fuga de Bolsonaro

Líder do PT afirma que governador integra engrenagem ilegal articulada por Trump e filhos de Bolsonaro para chantagear o Brasil e enfraquecer o Supremo

         Lindbergh Farias (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), protocolou nesta sexta-feira (11) uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a abertura de investigação contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por suposta obstrução da Justiça, abuso de autoridade, colaboração com organização criminosa transnacional e facilitação da fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A denúncia foi noticiada originalmente pela Folha de S. Paulo.

De acordo com Lindbergh, o governador Tarcísio teria telefonado para ministros do STF para sugerir que a Corte autorizasse uma viagem internacional de Bolsonaro aos Estados Unidos, com o pretexto de negociar com o presidente norte-americano, Donald Trump, a suspensão de tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros. A iniciativa, segundo o parlamentar, seria parte de uma articulação para permitir a fuga do ex-mandatário, atualmente réu por tentativa de golpe de Estado.

“Ainda que não tenha formalizado o pedido, o simples contato institucional revela disposição de violar a legalidade, pressionar a Corte Suprema e fragilizar o processo penal em curso”, argumenta Lindbergh na petição. “Com isso, parece ter aceitado integrar conscientemente uma engrenagem ilegal, voltada à facilitação da fuga de Jair Bolsonaro e ao esvaziamento da jurisdição penal do Supremo Tribunal Federal.”

● Chantagem internacional e afronta à soberania

A denúncia apresentada por Lindbergh aponta para uma ação coordenada que extrapola as fronteiras do Brasil. Segundo ele, Jair Bolsonaro estaria no centro de uma chantagem internacional encabeçada por Donald Trump, que recentemente exigiu a anistia ou libertação do aliado brasileiro, sob ameaça de impor sanções comerciais contra o país. Entre as medidas já anunciadas por Washington está uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, como aço e alumínio.

“A pressão representa uma afronta à soberania nacional e ao próprio Supremo Tribunal Federal”, denuncia o deputado.

Internamente, segundo a peça, os filhos de Bolsonaro — os parlamentares Eduardo e Flávio — teriam reforçado essa chantagem ao defender publicamente que, caso o Congresso Nacional não aprove uma anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, o país enfrentará novas punições comerciais.

“Eles estão usando o povo brasileiro como escudo para proteger o pai da prisão”, afirmou Lindbergh. “Agem como sequestradores que querem transformar a economia nacional em refém de uma causa antidemocrática.”

● Tarcísio como peça-chave

No documento encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, Lindbergh destaca o papel ativo de Tarcísio de Freitas nesse suposto esquema. Para ele, o governador não apenas expressou a chantagem — ao interceder junto a ministros do STF — como parece ter assumido papel consciente na tentativa de enfraquecer a autoridade da Corte e facilitar a evasão de Bolsonaro.

O parlamentar também reforça o pedido já feito à Procuradoria-Geral da República (PGR) em 5 de junho, que solicita a imposição de monitoramento eletrônico ao ex-presidente. Até o momento, o pedido tramita sob o número 00202654/2025 e segue sem despacho da PGR.

“O que está em curso é uma tentativa de escapar da Justiça brasileira com apoio de agentes internos e internacionais. O Supremo não pode se calar diante dessa afronta institucional e soberana”, conclui o deputado.

A petição de Lindbergh Farias amplia a pressão política e jurídica sobre Bolsonaro e seu entorno, ao mesmo tempo em que mira em uma das figuras mais proeminentes do bolsonarismo no cenário atual — o governador Tarcísio de Freitas, considerado presidenciável para 2026.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Tarcísio recua no discurso, baixa o tom e desconversa sobre as tarifas de Trump

Tarcísio de Freitas sentiu os efeitos negativos de suas últimas ações e baixou o tom

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil/EBC)

Após provocar graves incidentes políticos ao acionar o STF para solicitar que Jair Bolsonaro pudesse viajar aos EUA e também entrando em contato com autoridades dos EUA no Brasil para discutir a questão envolvendo as tarifas impostas por Trump, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas sentiu os efeitos negativos e baixou o tom. Durante agenda neste sábado (12) no município de Cerquilho (SP), ele classificou as medidas dos EUA como “algo complicado” para o Brasil e evitou confrontar diretamente a pressão de aliados de Jair Bolsonaro (PL) por uma anistia ampla em troca do fim das tarifas. As declarações foram feitas em entrevista a jornalistas e publicadas pela Folha de S.Paulo.

Segundo a reportagem, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) consideraram “esdrúxula” a revelação de que Tarcísio teria telefonado para integrantes da Corte pedindo autorização para que Bolsonaro deixasse o país e viajasse aos Estados Unidos com o objetivo de interceder junto a Trump.

A tentativa de se afastar das movimentações mais explícitas de aliados bolsonaristas não impediu o governador de contemporizar discursos que vinculam o tarifaço à situação jurídica de Bolsonaro. Questionado sobre o apelo por anistia geral, feito por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e endossado por figuras da oposição, Tarcísio desconversou: “Isso é questão de ponto de vista, nesse momento eu tenho que olhar o estado de São Paulo. Eu sou governador do estado, existem interesses que precisam ser preservados, interesses das nossas empresas, dos nossos produtores. E é isso que a gente tem que botar em primeiro lugar. Estou falando de empregos, estou falando de paz de família, então nesse momento é a defesa que eu tô fazendo”.

Na mesma entrevista, ele reconheceu a gravidade do impacto das tarifas sobre setores como o agronegócio e a indústria paulista — citando especificamente a Embraer — e afirmou que a resposta institucional à crise cabe ao governo federal. “Acho que o momento demanda união de esforços, demanda sinergia, porque é algo complicado para o Brasil, é algo complicado para alguns segmentos da nossa indústria, do nosso agronegócio”, declarou.


Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Brasileiros invadem perfil da mulher de Trump para protestar contra tarifaço

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-dama, Melania Trump. Foto: Reprodução.

Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, internautas do Brasil reagiram com indignação nas redes sociais.

Com os comentários temporariamente bloqueados no perfil oficial de Trump no Instagram, usuários passaram a deixar mensagens de protesto nas contas de pessoas próximas ao presidente norte-americano, como a da primeira-dama Melania Trump e do vice-presidente J.D. Vance.

A invasão digital começou na quinta-feira (10), quando Trump restringiu os comentários em suas postagens. Os brasileiros, então, direcionaram suas críticas para o perfil de Melania, pedindo que ela “controlasse” o marido e questionando a postura dos EUA em relação ao Brasil. Também não faltaram piadas sobre o tom alaranjado do rosto de Trump.

“Diz pro teu marido Senhor Laranja pra deixar nosso país em paz, somos SOBERANOS e não quintal de NINGUÉM… não vamos deitar nunca”, escreveu um usuário.


Perfil de Melania Trump vira alvo dos brasileiros nas redes sociais. Foto: Reprodução/Instagram

Mesmo com os comentários reabertos no perfil de Trump no fim do dia, a mobilização continuou em perfis de figuras ligadas ao republicano, incluindo até a página oficial da Casa Branca.

Mensagens como “Brasil soberano”, “o Brasil não é seu quintal” e “deixe o Brasil em paz” se multiplicaram nas publicações.

Publicação compartilhada entre Casa Branca e J.D. Vance foi invadida pelos brasileiros. Foto: Reprodução/Instagram


A frase “o Brasil não é seu quintal” também foi muito citada pelos internautas. Em abril, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, referiu-se à América Latina como “quintal” de Washington durante uma entrevista.

O presidente Lula (PT) também reagiu ao anúncio de Trump e afirmou que o Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém e que a elevação unilateral de tarifas sobre exportações brasileiras será respondida com base na Lei da Reciprocidade Econômica.

Fonte: DCM

Com tarifa dos EUA, carne e café podem ficar mais baratos no Brasil

 

Café

A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às importações de produtos brasileiros pode provocar uma redução nos preços da carne bovina e do café no mercado interno, segundo avaliação do Ministério da Fazenda.

A explicação está na provável redireção de parte da produção destinada ao exterior para o consumo doméstico, o que aumentaria a oferta e pressionaria os preços para baixo.

De acordo com o secretário de Política Econômica da pasta, Guilherme Mello, os produtores tendem a buscar outros mercados caso as tarifas sejam mantidas, mas há espaço para parte dessa produção ser absorvida no Brasil.

“Em caso de manutenção dessas tarifas da forma como foram anunciadas, você deve observar uma redução significativa na exportação para os EUA de alguns bens. Dentre eles, estão carne e café. Essa tarifa de 50% chega a ser proibitiva”, afirmou.

Mello destacou que ainda é cedo para estimar os efeitos inflacionários da medida, mas apontou que o redirecionamento da produção para o mercado nacional pode influenciar os preços de forma perceptível.

O secretário também ressaltou que produtos básicos como carne, café, suco de laranja e celulose — principais itens exportados pelo Brasil aos EUA — têm maior flexibilidade de realocação do que bens industriais, como aeronaves e maquinário.

Apesar da tensão comercial, o governo brasileiro considera que o impacto sobre o PIB deve ser moderado. A prioridade agora é acompanhar o desdobramento das tarifas e preparar eventuais contramedidas dentro das regras da reciprocidade comercial.

Fonte: DCM

Pesquisa mostra retomada de aprovação de Lula em meio ao tarifaço de Trump

 

Lula diz que não vai interferir em eleição para a presidência da Câmara | Política | Valor Econômico
O presidente Lula (PT). Foto: Reprodução

O tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump sobre produtos brasileiros ainda gera incertezas no campo econômico, mas já tem provocado efeitos positivos para o presidente Lula (PT) nas pesquisas internas do governo, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.

Segundo levantamentos diários (trackings) não oficiais conduzidos pelo Palácio do Planalto, a aprovação positiva de Lula superou, pela primeira vez desde a crise do Pix, em janeiro, os índices negativos de avaliação.

Esse movimento ascendente já havia começado com a adoção do discurso da “justiça tributária” e da narrativa “ricos contra pobres”, impulsionados após o embate com o Congresso em torno do aumento do IOF. A proposta de cobrar mais impostos dos mais ricos foi bem recebida por parte da população.

Trump está 'bravo' por não ter sido avisado antes sobre o coronavírus - 16/04/2020 - UOL Notícias
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução


Para aliados do presidente, o tarifaço passou a ser visto como mais uma “arma política” na consolidação da liderança de Lula, sobretudo em contraposição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cujos aliados ainda divergem sobre como reagir à retaliação de Trump.

Segundo fontes do Planalto, Lula tem se mostrado “muito animado” com o efeito político do caso e acredita que esse episódio marca um ponto importante de retomada de sua liderança.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

“Os Bolsonaro cometeram o delito mais grave, que é o de traição à pátria", diz Pedro Serrano

Jurista defende punição exemplar para os responsáveis pelos ataques à democracia e propõe legislação para retirada da cidadania de traidores do país

     (Foto: Divulgação )

Em entrevista à TV 247, o jurista Pedro Serrano fez duras críticas à atuação da família Bolsonaro e à interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no processo de responsabilização judicial de Jair Bolsonaro. Segundo ele, o apoio de Trump ao ex-presidente brasileiro tem como objetivo garantir privilégios inconstitucionais e afronta diretamente a soberania nacional.

"Acho uma insanidade o que o Trump fez", declarou Serrano, referindo-se ao posicionamento do mandatário norte-americano, que, reeleito em 2025, tenta blindar Bolsonaro de investigações no Brasil. “O que ele quer é um Bolsonaro aristocrata, que não se submeta à lei dos comuns, que somos nós”, completou o jurista.Segundo Serrano, a postura de Bolsonaro e de seus aliados configura "traição à pátria". Ele criticou veementemente os atos que sucederam as eleições de 2022, incluindo a depredação da Praça dos Três Poderes, os ataques ao prédio da Polícia Federal, os bloqueios de rodovias e o incentivo à instabilidade institucional. “Essa gente teve um comportamento de trair os interesses do país”, afirmou.

Proposta de cassação de cidadania

Diante da gravidade dos fatos, Serrano sugeriu que o Congresso Nacional e o presidente Lula debatam a criação de uma legislação específica para lidar com crimes de traição ao país. “Não era o caso de apenas tornar inelegível. Deveria haver uma legislação para retirar a cidadania de gente que haja assim”, defendeu.Ele foi além: “Não é um problema só de perder direitos políticos. Agora é muito pior que isso. Tem que perder a cidadania, o direito de ser brasileiro. O brasileiro não pode agir com tamanha deslealdade com o seu próprio povo”. Serrano propôs ainda que essa perda de cidadania fosse acompanhada de retirada do território nacional: “Não tem que frequentar o país mais, não tem que estar aqui quem faz isso”.

Reação à crise e distanciamento dos EUA

Para o jurista, a crise institucional gerada por Bolsonaro e seus apoiadores deve provocar uma reorientação na política externa brasileira. “O que o Brasil tem que fazer como Estado é aproveitar essa crise para se distanciar dos Estados Unidos, para criar mais vínculo com a China e outros países”, afirmou, classificando o governo Trump como “acelerado” e uma ameaça à estabilidade internacional.Citando o economista e Prêmio Nobel Paul Krugman, Serrano observou que os Estados Unidos “já não são mais funcionalmente uma democracia” e criticou o fato de Trump colocar os interesses pessoais e ideológicos acima da legalidade: “Olha o que ele está fazendo com o Brasil, porque quer que um cidadão brasileiro não seja processado, um cidadão amigo dele. Isso é motivo para impeachment, inclusive nos Estados Unidos”.

Crime contra a democracia

Pedro Serrano encerrou sua análise com um alerta sobre a gravidade da situação: “Tem que ficar claro: houve traição à pátria no sentido filosófico e político. Não há delito mais grave que o cidadão possa cometer”. Ele lembrou que a Constituição brasileira prevê até pena de morte no caso de deserção em guerra, e que Bolsonaro age “como imperador do país, como alguém que quer estar acima da lei”.Por fim, reiterou: “Se é para trair a pátria, que perca a cidadania e seja expulso do território nacional. Não tenha mais convivência com o nosso povo”. Assista:

Fonte: Brasil 247

"Tarcísio cometeu o crime de obstrução de Justiça", diz Lindbergh

Deputado aponta que governador atuou para liberar Bolsonaro e viabilizar encontro com Trump nos EUA

Lindbergh Farias (Foto: Marina Ramos / Câmara)

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou como crime de obstrução de Justiça a tentativa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de interceder junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para liberar o passaporte de Jair Bolsonaro. “Para mim, o que o governador de São Paulo cometeu foi um crime de obstrução de Justiça. Ele nem poderia ligar para ministro do Supremo com uma proposta como essa”, declarou Lindbergh em entrevista à TV 247.

A fala do parlamentar ocorre em meio à revelação, feita pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, de que Tarcísio teria mantido contato com ministros do STF com o objetivo de obter autorização para que Bolsonaro viajasse aos Estados Unidos. Segundo Lindbergh, o governador agiu como elo institucional de uma tentativa de chantagem internacional, articulada com o presidente Donald Trump, que exerce seu segundo mandato desde 2025. “Eles acham que os ministros do Supremo são idiotas, para liberar o passaporte de alguém que está prestes a ser condenado por tentativa de golpe, para negociar em nome do Brasil”, criticou.

A denúncia ganhou contornos mais sérios nesta sexta-feira (11), quando o Partido dos Trabalhadores protocolou uma petição no STF pedindo que o ministro Alexandre de Moraes apure a conduta de Tarcísio por suspeitas de obstrução de Justiça, abuso de autoridade e colaboração com organização criminosa transnacional. A legenda afirma que o objetivo da viagem de Bolsonaro seria se encontrar com Trump para negociar a reversão do tarifaço imposto pelos EUA ao Brasil — em troca de apoio político para a anistia de Bolsonaro.

“O gesto é grave: um chefe de Executivo estadual tentando liberar a saída de um réu investigado por tentativa de golpe, para que este se encontre com o líder da pressão internacional contra o Brasil”, argumenta o partido na petição. Segundo o documento, mesmo sem ter formalizado um pedido oficial à Corte, o simples contato de Tarcísio com ministros do STF já configuraria ingerência indevida e tentativa de enfraquecer o processo penal em curso.

Lindbergh também destacou declarações recentes de Eduardo e Flávio Bolsonaro como parte da mesma ofensiva política. Ele lembrou que Eduardo Bolsonaro publicou nota após a mensagem de Trump a Lula, revelando que, inicialmente, o objetivo era impor sanções contra Alexandre de Moraes. Diante da resistência institucional, a retaliação se deu por meio das tarifas. “Ao final da carta, eles dizem: ‘Só tem uma saída: vota a anistia’”, afirmou o deputado.

O parlamentar também criticou uma fala de Flávio Bolsonaro, que fez alusão aos bombardeios norte-americanos em Hiroshima e Nagasaki para ilustrar que o Brasil, segundo ele, deveria “se render”. “Isso é uma chantagem internacional escandalosa”, concluiu Lindbergh.

Na petição ao STF, o PT reforça que a conduta de Tarcísio “visa, na prática, subtrair o réu da aplicação de medida cautelar já imposta de retenção de passaporte” e solicita que o Ministério Público seja formalmente informado dos indícios de crime. O partido também requer que, mesmo com o foro privilegiado de Tarcísio no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a competência para eventual investigação permaneça no STF, dada a conexão direta com os fatos investigados na Ação Penal 2668.

O governador de São Paulo negou que tenha feito qualquer contato com ministros do Supremo nesse sentido. Ainda assim, o PT argumenta que “tal ato, ainda que informal, configura ingerência indevida no exercício da jurisdição penal desta Corte e deve ser compreendido como tentativa de obstrução da Justiça”.

Fonte: Brasil 247

Governo Lula encomenda pesquisas para medir impacto político da tarifa de Trump

Planalto quer avaliar como opinião pública reage à taxação de 50% sobre produtos brasileiros e estuda responsabilizar Bolsonaro pelo prejuízo

Donald Trump e Jair Bolsonaro foram alvos dos manifestantes (Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil)

Palácio do Planalto encomendou pesquisas de opinião para avaliar o impacto político da tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A informação foi revelada pela coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, e confirma que o governo Lula está atento não apenas aos efeitos econômicos da medida, mas também à sua repercussão na imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de seu principal adversário, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com a apuração, o objetivo das sondagens é compreender a percepção da população sobre o episódio e calibrar a resposta política. O governo avalia que a taxação pode ser usada como ferramenta de comunicação estratégica, especialmente ao vincular a decisão de Trump ao alinhamento ideológico de Bolsonaro com o republicano norte-americano.

Desde o anúncio da sobretaxa, ministros da articulação política passaram a explorar o tema nas redes sociais. Na noite da última quarta-feira (9/7), nomes como Sidônio Palmeira, da Secretaria de Comunicação (Secom), e Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, reforçaram o discurso de que o ex-presidente é corresponsável pelo desgaste nas relações entre Brasil e Estados Unidos. “Enquanto Lula quer taxar os super-ricos, Bolsonaro quer taxar o Brasil”, publicou Gleisi em seu perfil. Sidônio seguiu a mesma linha, afirmando que “a irresponsabilidade bolsonarista está custando caro ao país”.

A estratégia do Planalto é transformar um revés comercial em um ativo político para o campo progressista. A equipe de comunicação do governo acredita que há margem para responsabilizar Bolsonaro pelo clima de tensão entre os dois países, sobretudo por seu histórico de subordinação a Trump e sua tentativa de influenciar o processo eleitoral americano em 2020.

Além da ofensiva digital, o Planalto pretende usar os dados das pesquisas para orientar discursos, entrevistas e até peças publicitárias. A ideia é reforçar a imagem de Lula como um estadista que atua em defesa da soberania nacional e dos interesses econômicos do Brasil, em contraponto à política externa “ideológica e subserviente” de seu antecessor.

Internamente, há a percepção de que setores como o agronegócio e a indústria podem ser especialmente afetados pelas novas tarifas e que, nesses segmentos, a narrativa de que Bolsonaro é parte do problema pode ganhar tração. A depender dos resultados das sondagens, o governo pode ampliar sua ofensiva contra o ex-presidente, explorando o episódio como símbolo do "custo Bolsonaro" nas relações exteriores.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Sobretaxa de 50% a produtos do Brasil é insustentável para os Estados Unidos, alertam especialistas

Insumos estratégicos exportados pelo Brasil são difíceis de substituir e aumentariam os custos da indústria e do consumidor americano

Brasil responde por 37% das importações estadunidenses de celulose, usada na fabricação de papel, embalagens e fraldas (Foto: Freepik )

A decisão de Donald Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil pode se mostrar insustentável para a própria economia dos Estados Unidos. Embora represente apenas 1% das importações totais americanas, o Brasil ocupa posições-chave em cadeias produtivas estratégicas e fornece insumos industriais de difícil substituição. O alerta é de especialistas e diplomatas com experiência em negociações comerciais entre os dois países, ouvidos em reportagem da Folha de S.Paulo.

“Somos produtores internacionais muito relevantes em mercados oligopolizados, com poucos fornecedores. É questão de vantagem absoluta mesmo, que pode criar impacto direto no consumo americano”, explica Verônica Cardoso, diretora de Economia do Direito na consultoria LCA. Segundo ela, a substituição dos produtos brasileiros, em muitos casos, exigiria reestruturações logísticas, técnicas e regulatórias nos EUA — o que elevaria os custos internos.

Entre os principais produtos afetados estão a celulose, usada na fabricação de papel, embalagens e fraldas, da qual o Brasil responde por 37% das importações americanas. Também se destacam o ferro-gusa e o aço, responsáveis por cerca de 20% das compras dos EUA, utilizados em carros, navios, latas e construção civil. Além disso, a Embraer coloca o Brasil entre os cinco maiores fornecedores de aeronaves e componentes para o mercado americano.

Mesmo setores em que os EUA possuem produção própria, como petróleo, seriam impactados. “Se fosse simples, já foi substituído o petróleo importado pelo doméstico”, afirma Cardoso, destacando que cerca de 5% do óleo consumido pelos EUA vem do Brasil. “Não é fácil homologar fornecedores ou responder questões sanitárias. Existe ainda logística e frete. Então, se não fizer trocas do dia para a noite — e feitas, será preciso assumir consequências em termos de custo de entrega”, complementa.

O advogado Felipe Rainato, especialista em comércio internacional, vê na medida uma tentativa de reforçar o discurso da reindustrialização americana, com base em políticas protecionistas. Mas alerta que o resultado tende a ser o oposto. “A tendência de qualquer política protecionista num mundo muito globalizado como o nosso é essa — o produto se torna mais caro, e o custo é invariavelmente absorvido pelo mercado interno”, afirma. “Possivelmente, os compradores norte-americanos conseguirão encontrar exportadores com preços mais interessantes, mas, ainda assim, deverão sentir um impacto.”

Diplomata de carreira e ex-negociador do Brasil em temas econômicos, José Alfredo Graça Lima reforça que o tarifaço pode gerar prejuízos também dentro dos Estados Unidos. “É certo que jogaram a bomba aqui no nosso quintal, gerando quase pânico no governo e em setores que temem perder um mercado tão importante, pois essa tarifa de 50% inviabiliza o comércio”, afirma. “Mas não podemos esquecer que os importadores americanos devem estar muito chateados, até porque quem pagará essas tarifas serão eles.”

A pressão de empresas americanas já fez Trump recuar em decisões similares no passado. Em abril, o ex-presidente anunciou tarifas sobre eletrônicos como smartphones e computadores, mas voltou atrás após reação de empresas do setor de tecnologia, que produzem fora dos EUA e dependem de peças e componentes importados. O episódio ilustra como medidas unilaterais podem comprometer a própria indústria americana.

Para a professora Marta Castilhos, do Instituto de Economia da UFRJ, a iniciativa tem caráter político-eleitoral, mas gera efeitos reais. “Na tarifa de 50%, Trump mistura o tema do comércio internacional, a ameaça do Brics, a defesa das empresas de tecnologia e pede o fim do julgamento de Bolsonaro”, aponta. “No fim, ele cria incertezas para a economia global e mina a confiança dos empresários, o que tende até a comprometer decisões de investimentos.”

A avaliação majoritária entre analistas é de que a sobretaxa contra o Brasil, longe de fortalecer a economia americana, ameaça desorganizar cadeias produtivas, aumentar custos e gerar instabilidade para empresas e consumidores. Mesmo que Trump deseje sinalizar firmeza ao eleitorado, a realidade industrial dos EUA indica que a retaliação contra o Brasil poderá ter um alto preço — pago internamente.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Governo arrecada R$ 10,2 bilhões com renegociação de dívidas de grandes empresas

Rodada liderada pela PGFN envolveu principalmente bancos e encerrou 188 processos judiciais; novas transações serão lançadas ainda este mês

      Receita Federal (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em matéria publicada pela agência Reuters, a procuradora-geral da Fazenda Nacional, Anelize Almeida, informou que o governo federal encerrou sua primeira rodada de renegociação de débitos tributários deste ano voltada a grandes empresas com arrecadação imediata de R$ 7,6 bilhões. Além desse valor, há expectativa de ingresso de outros R$ 2,6 bilhões em receitas parceladas, o que eleva o resultado total da iniciativa para R$ 10,2 bilhões.

A medida faz parte da estratégia da equipe econômica para alcançar a meta de déficit fiscal zero em 2025. Segundo Almeida, ao menos três novos editais de transação tributária devem ser lançados ainda neste mês, voltados a teses jurídicas com grande impacto financeiro em disputa entre contribuintes e a União no Judiciário.

☆ Bancos lideram acordos

Os dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) mostram que a maior parte das negociações foi feita com grandes instituições financeiras. Apenas com a dívida ativa da União foram recuperados R$ 3 bilhões. Já os valores sob cobrança administrativa, apurados pela Receita Federal, resultaram em pagamentos à vista de R$ 4,6 bilhões e em compromissos parcelados que somam R$ 2,6 bilhões.

O principal tema que atraiu adesões nessa rodada foi a controvérsia jurídica envolvendo a tributação de valores pagos a empregados a título de participação nos lucros e resultados (PLR), previdência privada e planos de ações. Essas disputas envolviam principalmente pagamentos a altos executivos de bancos.

Outro ponto relevante das negociações tratou da chamada “tese do ágio interno”, que diz respeito a operações tributárias entre empresas de um mesmo grupo econômico.

☆ Novas regras e flexibilizações

A legislação que regula as transações tributárias foi alterada em 2024 para permitir acordos com empresas de grande porte que, mesmo em boa situação financeira, enfrentam disputas de longa duração na Justiça. O objetivo do governo, segundo Almeida, é reduzir os custos desses litígios para ambas as partes. “A gente passa para um novo foco da transação, que é o critério jurídico e do litígio envolvido, quanto custa manter o litígio… O custo econômico desse litígio é muito relevante para o governo e para a empresa”, afirmou a procuradora.

No total, a rodada encerrada em 30 de junho envolveu aproximadamente R$ 24,4 bilhões em débitos tributários – sendo R$ 14,4 bilhões ainda em fase administrativa e R$ 10 bilhões já inscritos em dívida ativa. Com os descontos concedidos (que incidiram não apenas sobre juros e encargos, mas também sobre parte do principal), a arrecadação chegou aos R$ 10,2 bilhões.

Com os acordos, as empresas se comprometeram a desistir das discussões administrativas e judiciais. Foram encerrados 188 processos que tramitavam no Judiciário, liberando o sistema de disputas que poderiam se arrastar por anos.

☆ Próximas transações

Os próximos editais devem abordar temas como a “tese da praça” (local onde o tributo deve ser recolhido), a “tese da desmutualização” (mudança na natureza jurídica da bolsa de valores brasileira) e disputas relacionadas aos preços de transferência em operações internacionais.

Segundo Anelize Almeida, o prazo para adesão às novas rodadas será reduzido de seis para três meses. Ela afirmou que essa mudança não se relaciona a pressões arrecadatórias, mas sim ao comportamento das empresas, que tradicionalmente aderem nos momentos finais do prazo: “Não é necessário estabelecer um prazo muito longo para negociação”, explicou.

O governo pretende arrecadar R$ 30 bilhões em 2025 somente com renegociações de débitos inscritos em dívida ativa – ou seja, aqueles que já superaram todas as possibilidades de recurso administrativo. Essa meta inclui os programas em curso e os que serão lançados.

A procuradora-geral reforçou que o desempenho das transações vem superando as expectativas e que não há previsão de revisão da meta na próxima reavaliação bimestral das receitas e despesas federais, marcada para o dia 22.

Fonte: Brasil 24'7