Em agosto de 2021, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou documentos obtidos de forma clandestina pela chamada “Abin paralela” durante uma live em que atacou o sistema eleitoral brasileiro.
O relatório da Polícia Federal (PF) revelou que o então chefe do governo teve acesso a informações produzidas de maneira ilegal, com apoio de recursos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para questionar a integridade das eleições de 2018 e sustentar acusações de fraude eleitoral.
A live de Bolsonaro, transmitida em 4 de agosto de 2021, apresentou dados extraídos de documentos sigilosos, como o arquivo “Presidente TSE informa.docx”, elaborado por Alexandre Ramagem, então diretor da Abin, em julho de 2021.
O conteúdo visava contestar o resultado das eleições de 2018 e gerar desconfiança sobre o sistema eleitoral, utilizando informações confidenciais da PF relacionadas a um suposto ataque hacker ao TSE naquele ano. No entanto, a invasão não comprometeu as urnas eletrônicas, como foi amplamente esclarecido pela própria PF.

O relatório também expôs que os documentos sigilosos, obtidos pela Abin, foram usados com a justificativa de que seriam destinados a uma comissão do Congresso Nacional. A investigação revelou que campanhas de desinformação contra o sistema eleitoral foram conduzidas com o uso de recursos humanos, financeiros e técnicos da Abin.
Entre os envolvidos no esquema, o filho de Bolsonaro, Carlos Bolsonaro (PL-RJ), foi indiciado por ser um dos principais articuladores da estrutura paralela dentro da agência.
A Polícia Federal indiciou 36 pessoas durante a investigação, que foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito apura o uso ilegal da Abin para ações de espionagem e ações políticas alheias às suas atribuições institucionais. Segundo a PF, a “Abin paralela” foi manipulada para fins pessoais e políticos, distorcendo a finalidade da agência e desviando seu sistema de inteligência para propósitos ilegais e partidários.
Fonte: DCM
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