Jovem de 22 anos foi detido em Pernambuco e é apontado pela Polícia Civil como “membro proeminente” de grupo que atacou órgãos
Cayo Lucas foi preso em Pernambuco por investigadores da Polícia Civil de São Paulo (Foto: Reprodução)
A Polícia Civil de São Paulo prendeu em Olinda, Pernambuco, Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 22 anos, suspeito de ser o líder de uma organização criminosa que hackeava sistemas de alta segurança de órgãos governamentais. A informação, originalmente divulgada pelo portal Metrópoles, aponta que a prisão ocorreu após a ameaça de morte feita pelo jovem ao youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca.
Conhecido pelos apelidos F4llen ou Lucifage, Cayo Lucas agia de seu quarto em Olinda, invadindo e manipulando malotes digitais do Poder Judiciário, do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) e da Receita Federal. As investigações indicam que a organização, batizada de "Country", também fraudou sistemas das polícias civis de Pernambuco, Ceará e São Paulo.
Investigadores do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo viajaram a Olinda para cumprir um mandado de prisão temporária de cinco dias, expedido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). A Corte destacou que o conhecimento técnico do criminoso “revela um grau de periculosidade e de desprezo pelas instituições estatais que transcende a criminalidade comum”.
☉ Crimes e ameaças
Cayo e um adolescente de 17 anos, que também tinha um papel de destaque na organização, são monitorados desde o segundo semestre do ano passado. O grupo teria vitimado pelo menos 400 pessoas com crimes de extorsão e invasões de sistemas, como o do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
A motivação para as ameaças contra o youtuber Felca teria sido uma série de vídeos em que ele denunciava casos de pedofilia e a adultização de crianças na internet. A atuação do influenciador culminou na prisão do influenciador Hytalo Santos por tráfico humano e exploração sexual infantil.
A organização criminosa reagiu, enviando ameaças por e-mail a Felca e, posteriormente, à psicóloga Ana Dornellas Chamati e sua família. As ameaças teriam sido feitas por Cayo via WhatsApp e, pelo adolescente, por e-mail.
☉ Em uma das mensagens, os criminosos afirmaram:
“Você vai morrer, sua vagabunda do caralho. Você mexeu em um ninho de abelhas, vamos matar você e sua família se o Felipe Bressanim Pereira [Felca] não apagar o vídeo.”
Na mesma ameaça, após citar o número de CPF da mãe da psicóloga, os criminosos afirmaram que iriam “desferir múltiplos golpes de faca na traqueia” da mãe de Ana, além de “estuprá-la com um pedaço de ferro quente”. “Vou torcer seu pescoço e beber o seu sangue. Nos aguarde.”
☉ Mandado de prisão fraudado
O monitoramento da Polícia Civil revelou ainda que Cayo usou o codinome F4llen para compartilhar um malote digital fraudado da Justiça, solicitando um mandado de prisão preventiva contra o youtuber Felca. O pedido foi inserido no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e essa foi apenas uma das inúmeras práticas criminosas atribuídas ao hacker.
A dupla também usava o acesso ilegal para atingir "clientes" que não pagavam por serviços ilegais. Toda essa publicidade dos crimes era feita por meio das redes sociais do próprio Cayo Lucas. A defesa do acusado não foi localizada. O espaço segue aberto para manifestações.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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