segunda-feira, 16 de junho de 2025

Jornalista presa por homofobia em shopping foi apresentadora na Globo

Adriana Ramos, que passou por emissoras como EPTV, Record e TV Cultura, foi detida após insultar publicitário com ofensas homofóbicas em São Paulo

Agressora de 61 anos foi detida em flagrante após chamar a vítima de "bicha nojenta" em cafeteria do shopping Iguatemi (Foto: Reprodução)

A jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, foi presa em flagrante neste sábado (14) após proferir ofensas homofóbicas contra o publicitário Gabriel Galluzzi Saraiva, de 39 anos, durante uma discussão em um café do Shopping Iguatemi, em São Paulo. As informações são do Metrópoles.

Adriana tem um longo histórico na televisão brasileira, com passagens por emissoras como EPTV, afiliada da TV Globo em Campinas, TV Cultura, Record, RIT TV e Globo São Paulo. Durante as décadas de 1980 e 1990, atuou como repórter e apresentadora de telejornais regionais da Globo em São José do Rio Preto. Atualmente, segundo suas redes sociais, trabalha na área de assessoria de imprensa.

O episódio que levou à prisão ocorreu quando, de acordo com a vítima, Adriana discutia em tom exaltado com uma funcionária do café. Gabriel, que presenciou a cena, relatou ter tentado intervir pedindo que a jornalista se acalmasse. "Era por volta de 15h30. Uma senhora sentada na mesa do lado começou a pedir pela conta, descontrolada, falando bem alto ‘eu quero minha conta’, ‘eu quero ir embora’. A moça fez um sinal de que já iria. Daí intervi, falei ‘calma, ela já virá, já deu o sinal’. Então, ela se descontrolou, começou a me atacar diretamente”, afirmou Gabriel à TV Globo.

Durante a confusão, Adriana foi filmada ofendendo Gabriel com termos homofóbicos, chamando-o de "bicha nojenta". O vídeo, que circulou nas redes sociais, registra o momento em que a jornalista, visivelmente alterada, profere as ofensas. Em seu depoimento à polícia, Gabriel disse ainda que a agressora o chamou de "pobre" e até mesmo de "assassino".

A testemunha Giulia Podgaic, que também estava no local, confirmou a versão do publicitário: “Ouvi a mulher gritar com a funcionária do café, pedindo a conta, falando que queria ir ao banheiro, gritando. Aí, a vítima pediu para a senhora se acalmar, disse ‘se acalma, ela já vai vir’, e aí ela começou a falar um monte, ofender ele de todos os jeitos, falar ‘pobre’, ‘bicha’, todas as palavras de baixo calão possíveis... ‘bicha nojenta’, ‘pobre’, ‘você não deveria estar aqui’”. Giulia ainda descreveu a situação como "horrível" e "constrangedora".

Já em entrevista à TV Globo, Adriana apresentou uma versão diferente dos fatos, afirmando que, no momento da confusão, estava ao telefone e se sentiu provocada: “Eu estava ao telefone, eu vou ser operada no dia 27 do joelho, vou colocar uma prótese [...]. Estou muito ansiosa, muito nervosa, comecei a chorar ao telefone. E esse grupo que estava ao lado começou a rir. Quando eles começaram a rir, eu desliguei o telefone, levantei o braço e pedi a conta. Falei 'por favor, traz a conta, eu quero ir embora'".

A jornalista também alegou ter sido vítima de etarismo: "Eles estavam rindo de mim, falaram que eu tinha que ser anestesiada [...] Aí, ele se manifestou, disse 'fala baixo', 'cala a boca'. [...]. Houve aquela confusão na hora, eu chamei ele de 'boiola'. Xinguei mesmo. Ele já tinha me xingado de 'velha'. [...] Sim, me arrependo."

A Polícia Militar foi acionada e conduziu a jornalista ao 14º Distrito Policial de Pinheiros, onde o caso foi registrado como injúria. A Secretaria da Segurança Pública confirmou a prisão em flagrante: “Uma mulher de 61 anos foi presa em flagrante na tarde de sábado (14), em um shopping na Avenida Brigadeiro Faria Lima, zona sul da capital. Policiais militares foram acionados para atender a ocorrência e, no local, constataram que a mulher havia proferido ofensas homofóbicas a um homem, de 39 anos.”

Em nota oficial, o Shopping Iguatemi lamentou o episódio: “O shopping lamenta a ocorrência entre os dois clientes em uma das suas operações, esclarece que prestou todo o apoio necessário e segue à disposição das autoridades competentes. O empreendimento reforça que o respeito à diversidade — em todas as suas formas — é um valor inegociável e repudia qualquer ato de discriminação e intolerância.”

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Nenhum comentário:

Postar um comentário