Evandro Menezes de Carvalho, professor de direito internacional, diz que pretende acionar a União na Justiça
O professor de Direito Internacional Evandro Menezes de Carvalho, especialista nas relações entre Brasil e China, foi monitorado ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro e, meses depois, virou alvo de uma campanha de ataques a sua reputação conduzida por bolsonaristas nas redes.
Segundo relatório da Polícia Federal, o nome de Carvalho foi consultado diversas vezes no sistema espião FirstMile por agentes da Abin entre 2019 e maio de 2020, dentro das operações internas.
Pouco depois, em agosto de 2020, o bolsonarista Oswaldo Eustáquio, atualmente foragido, publicou um vídeo nas redes acusando o professor de ser um suposto “espião chinês”, postagem que foi amplamente disseminada pela milícia digital com a narrativa que incluía acusações de que a CIA e o FBI estariam investigando o professor por representar interesses do governo chinês.
Segundo a investigação, dados obtidos clandestinamente eram compartilhados com o núcleo político do governo Bolsonaro e usados por assessores do Planalto para alimentar campanhas de desinformação.
Em entrevista ao jornalista Fávio Serapião, do Metrópoles, o professor afirmou que sempre suspeitou da ligação entre os ataques e o entorno de Bolsonaro.
“Isso mostra o grau de periculosidade de uma operação clandestina da Abin motivada por critérios políticos e ideológicos. A gravidade dessa violação é que ela se insere no contexto de violência do Estado brasileiro naquele momento”, disse o professor, informando que pretende acionar a União na Justiça.
“O que me deixa mais indignado é que aqueles que estão agindo contra o interesse nacional estão saindo impunes, enquanto eu, que nunca fui filiado a partido ou tive cargo público relevante, fui atacado e ameaçado de morte”, repudiou.
Sobre a China, o professor disse que o discurso bolsonarista distorce a relação com a China. “Embora no imaginário popular a China esteja ligada à esquerda, é a direita quem mais se beneficia dessa relação, especialmente no campo comercial”, lembrou.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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