Com inflação em queda e economia em crescimento, alta da Selic para 15% gera críticas no governo e reacende tensão com o BC
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar novamente a taxa básica de juros (Selic), desta vez para 15% ao ano, foi recebida com forte reprovação por integrantes do governo federal e lideranças do Congresso. A medida foi anunciada na noite de quarta-feira (18) e repercutiu imediatamente nas redes sociais e nos bastidores de Brasília. Trata-se do sétimo aumento consecutivo da Selic, que alcança agora o nível mais alto desde julho de 2006.
A ministra das Relações Institucionais do governo Lula (PT), Gleisi Hoffmann (PT), classificou a decisão como “incompreensível”. Em publicação na rede X, nesta quinta-feira (19), ela declarou: “no momento em que o país combina desaceleração da inflação e déficit primário zero, crescimento da economia e investimentos internacionais que refletem confiança, é incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros. O Brasil espera que este seja de fato o fim do ciclo dos juros estratosféricos”.
Política monetária em xeque - O ciclo de altas iniciado em setembro de 2024 foi mantido de forma unânime pelo Copom, que justificou a postura mais agressiva diante de uma inflação considerada persistente — sobretudo no setor de alimentos. A taxa Selic saiu de 10,50% para os atuais 15% em menos de um ano, sob o argumento de conter as pressões inflacionárias e garantir a convergência da meta de inflação até 2026.
Segundo nota oficial, o Comitê reconheceu que os índices futuros ainda estão acima da meta. “Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, afirmou o BC.
Ainda assim, o próprio comunicado do Copom sinalizou uma possível pausa nos aumentos, indicando que o atual patamar poderá ser mantido, embora sem qualquer indicativo de alívio no curto prazo.
Fonte: Brasil 247
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