O novo reitor da USP, Aluísio Segurado, escolhido por Tarcísio de Freitas para o cargo. Foto: Reprodução
Novo reitor da USP escolhido por Tarcísio de Freitas (Republicanos), o médico infectologista Aluísio Segurado assinou, em 2022, um manifesto em apoio à chapa Lula-Alckmin e com críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL), padrinho político do governador paulista, conforme informações do Estadão.
Em agosto de 2022, professores e alunos da Faculdade de Medicina da USP organizaram um abaixo-assinado intitulado “Manifesto pela democracia em nosso país”. O documento, assinado por Segurado, afirmou que a gestão bolsonarista trabalhava contra os interesses da população em todos os campos e que a “condução desastrosa do presidente” na pandemia resultou em dezenas de milhares de mortes e sequelas evitáveis.
O texto também apresenta a eleição daquele ano como uma decisão entre continuar a “devastação cívica” ou seguir um novo caminho voltado à eliminação da miséria e à redução das desigualdades, e termina declarando apoio ao agora presidente Lula (PT).

“Entre as candidaturas postas, não temos dúvida de que a chapa Lula-Alckmin é a que apresenta viabilidade eleitoral para reconstruir os pilares de nossa democracia e de uma sociedade que se caracterize pela atenção e diminuição das iniquidades sociais e econômicas, da intolerância e da violência”, diz o manifesto.
Segurado afirmou, por meio da assessoria de imprensa da USP, que o documento, no contexto da eleição presidencial de 2022, “reafirma convicções aderentes aos valores cultivados na USP de defesa da ciência, da excelência acadêmica e da democracia”.
Ele também criticou Bolsonaro em uma entrevista publicada no portal do jornal Contacto em novembro de 2019, quando o ex-capitão ainda ocupava a Presidência. Na ocasião, Segurado disse estar preocupado com o pensamento “conservador e moralista” do governo, que, na visão dele, prejudicava o combate ao HIV, vírus da aids.
Resultado da eleição na USP
O docente foi o mais votado na eleição realizada no dia 27 de novembro pela USP. A ex-diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) Ana Lúcia Duarte Lanna ficou em segundo lugar, e o professor da Escola Politécnica Marcílio Alves ficou em terceiro.
Tarcísio poderia escolher qualquer um dos três nomes, mas preferiu seguir a tradição e nomeou o primeiro colocado.
O médico tomará posse como reitor no dia 25 de janeiro, para um mandato de quatro anos. Em entrevista recente à TV USP, ele apontou como principal desafio a rediscussão do modelo de financiamento da universidade após a implementação da reforma tributária.
A principal fonte de financiamento da USP é a cota-parte de 5,02% do ICMS arrecadado pelo governo de São Paulo. O imposto, porém, será extinto gradualmente até 2033, quando será substituído pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
Segundo o novo reitor, outros desafios são aprimorar o convívio e “reforçar o pertencimento inclusivo de todas as pessoas na USP que temos hoje, mais plural e diversa”, além de adaptar a universidade à transformação digital do mundo contemporâneo, incorporando novas tecnologias nas atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Fonte: DCM com informações do Estadão
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