domingo, 24 de agosto de 2025

Governo e STF temem mais sanções dos EUA com o julgamento de Bolsonaro; entenda


Donald Trump e Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Integrantes do governo Lula (PT) e do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que o julgamento de Jair Bolsonaro (PL), previsto para setembro, pode levar a novas sanções dos Estados Unidos contra o Brasil. A percepção é de que Donald Trump tem interesse em explorar o processo para ampliar tensões políticas, reforçando a narrativa de que o ex-presidente é perseguido pelo Judiciário em benefício do governo atual.

Ministros do STF admitem o risco de Trump adotar medidas adicionais, como estender sanções a outros integrantes da Corte. Mesmo assim, afirmam que esse tipo de pressão não mudará o rumo do julgamento. Nos bastidores, porém, há preocupação com os efeitos da Lei Magnitsky e com o impacto que medidas financeiras mais duras possam ter sobre bancos e investidores ligados ao mercado americano.

A decisão recente do ministro Flávio Dino também trouxe novos elementos ao cenário. Ele afirmou que ordens judiciais ou executivas estrangeiras só têm validade no Brasil se forem confirmadas pelo STF. A declaração foi interpretada como um recado às instituições financeiras que aplicaram sanções contra Alexandre de Moraes por determinação do governo Trump.

O posicionamento de Dino coincidiu com a queda nas ações de bancos e a alta do dólar, aumentando a apreensão no Planalto.

Flávio Dino durante sessão do STF – Foto: Reprodução
Integrantes do governo destacam que reservas financeiras em dólar podem ser afetadas por restrições do Tesouro americano, além do risco de fuga de investidores. Lula acompanha de perto a situação, mas interlocutores admitem que não há como o Executivo intervir em decisões do STF.

A ministra Gleisi Hoffmann reforçou a linha de defesa ao dizer que “Dino agiu em legítima defesa do Brasil” e culpou Bolsonaro pelas retaliações de Trump.

Para ela, “a especulação com o valor das ações dos bancos é mais uma parcela do Custo Bolsonaro, que recai sobre o país desde que ele se aliou a Trump para fugir do julgamento por seus crimes”. Gleisi também afirmou que Trump agiu contra o sistema financeiro brasileiro incentivado pelo ex-presidente e seu filho Eduardo Bolsonaro.

Moraes segue como alvo direto da lei americana, após ter um cartão de bandeira internacional bloqueado no Brasil. O temor agora é que novas medidas se estendam a outros ministros e familiares, ampliando os efeitos políticos e econômicos das sanções.

Fonte: DCM

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