terça-feira, 24 de junho de 2025

Trama golpista: defesas veem acareações como decisivas para fragilizar delação do Mauro Cid

Advogados querem explorar confrontos entre Mauro Cid, Braga Netto, Anderson Torres e Freire Gomes para enfraquecer delação e depoimentos

       Mauro Cid no STF - 09/06/2025 (Foto: Gustavo Moreno/STF)

As acareações marcadas para esta terça-feira (24), no Supremo Tribunal Federal (STF), são vistas como momentos decisivos pelas defesas dos réus na ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado no país. A etapa do processo é considerada estratégica para expor contradições em depoimentos e fragilizar acusações baseadas na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações são da CNN Brasil.

Um dos principais confrontos ocorre entre Cid e o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa. Ambos são réus e devem prestar esclarecimentos sobre episódios considerados centrais na investigação. Entre os temas em disputa estão o plano denominado "Punhal Verde e Amarelo" e a entrega de uma caixa de vinho com dinheiro em espécie, que Cid afirma ter repassado a Braga Netto para financiar acampamentos de manifestantes em frente ao Quartel-General do Exército.

Outro embate será entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes, que participa como testemunha. A defesa de Torres alega que Freire Gomes é o único a sustentar que houve uma reunião entre o então presidente Bolsonaro, Torres e comandantes militares. Segundo os advogados, a testemunha não apresentou detalhes sobre data, local, participantes ou conteúdo da suposta reunião.

Os defensores de Torres também protocolaram no processo um laudo técnico que analisa a minuta de decreto de estado de defesa encontrada na casa do ex-ministro. O objetivo é afastar a vinculação do documento com uma suposta “minuta do golpe” que teria sido discutida por militares.

A acareação entre Cid e Braga Netto é considerada mais ampla e com maior potencial de repercussão entre os demais réus. Por isso, o ministro Alexandre de Moraes autorizou que outras defesas acompanhem o depoimento. Já o confronto entre Torres e Freire Gomes é visto com menos impacto para os outros envolvidos.

Conforme as regras estabelecidas, apenas os advogados participantes da acareação, a Procuradoria-Geral da República e o ministro Alexandre de Moraes poderão fazer perguntas. Não há previsão de interação direta entre os réus. Diferente dos interrogatórios, esta etapa não será transmitida e ocorrerá de forma restrita.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

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