domingo, 22 de junho de 2025

ONU condena agressão dos Estados Unidos ao Irã; veja como outros líderes reagiram

Bombardeios ordenados pelo presidente Donald Trump acendem alerta global sobre risco de conflito de grandes proporções

           Secretário-geral da ONU, António Guterres - 08/09/2023 (Foto: REUTERS/Anushree Fadnavis)

A ofensiva militar dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã desencadeou uma onda de reações internacionais que vai da celebração israelense à condenação severa da Organização das Nações Unidas (ONU) e de diversos países. A reportagem é da Reuters, publicada neste domingo (22), após os ataques realizados no horário local iraniano contra os complexos de Fordow, Natanz e Isfahan.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou profunda preocupação com o uso da força por parte dos EUA. Em comunicado oficial, ele afirmou:

“Estou profundamente alarmado com o uso da força pelos Estados Unidos contra o Irã hoje. Esta é uma escalada perigosa em uma região já à beira do colapso – e uma ameaça direta à paz e segurança internacionais. Há um risco crescente de que este conflito fuja rapidamente do controle – com consequências catastróficas para civis, a região e o mundo. A única esperança é a paz.”

Entre os que saudaram os bombardeios, destacou-se o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Em vídeo divulgado à imprensa, ele disse:

“Parabéns, presidente Trump. Sua ousada decisão de atacar as instalações nucleares do Irã com o poder formidável e justo dos Estados Unidos mudará a história... A história registrará que o presidente Trump agiu para negar ao regime mais perigoso do mundo as armas mais perigosas do mundo.”

Já o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, denunciou a ação como uma violação grave do direito internacional, da Carta da ONU e do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). Em postagem na rede X (antigo Twitter), ele declarou:

“Os Estados Unidos, membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, cometeram uma grave violação ao atacar instalações nucleares pacíficas do Irã. Os acontecimentos desta manhã são ultrajantes e terão consequências duradouras. O Irã reserva todas as opções para defender sua soberania, interesses e povo.”

Outros países também se posicionaram. A Nova Zelândia classificou a ação como “extremamente preocupante” e apelou para que “todas as partes retornem às negociações”. O ministro Winston Peters enfatizou que “a diplomacia oferecerá uma resolução mais duradoura do que mais ação militar”.

O governo da Austrália também defendeu o diálogo:

“A situação de segurança na região é altamente volátil. Continuamos a pedir desescalada, diálogo e diplomacia.”

No México, a chancelaria publicou mensagem na qual pede “diálogo diplomático urgente” e reafirma o compromisso pacifista do país.

“A restauração da convivência pacífica entre os Estados da região é a prioridade máxima.”

A Venezuela, por meio do chanceler Yvan Gil, atribuiu os ataques à influência israelense e pediu cessar-fogo imediato:

“A República Bolivariana da Venezuela condena de forma firme e categórica os bombardeios realizados pelos Estados Unidos, a pedido de Israel, contra instalações nucleares do Irã.”

Também em tom crítico, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, escreveu na rede X:

“Condenamos veementemente o bombardeio dos EUA contra instalações nucleares do Irã, o que constitui uma escalada perigosa do conflito no Oriente Médio e uma violação grave da Carta da ONU.”

A ação norte-americana, ao invés de encerrar tensões, parece ter intensificado a instabilidade em uma das regiões mais delicadas do planeta. Enquanto aliados pontuais, como Israel, exaltam a ofensiva, o apelo da ONU e de várias nações por prudência e diplomacia ressalta o temor de que o mundo esteja diante de uma nova e imprevisível escalada de violência.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

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