Ministra da Secretaria de Relações Institucionais do Brasil, Gleisi Hoffmann, criticou duramente Jair Bolsonaro após o ex-presidente publicar nas redes sociais uma montagem com os líderes Donald Trump, dos EUA, e Benjamin Netanyahu, de Israel, neste domingo (22).
A postagem foi feita logo após os Estados Unidos entrarem oficialmente na guerra contra o Irã, ao bombardear instalações nucleares do país persa.
Segundo Gleisi, o gesto de Bolsonaro representa submissão aos interesses estrangeiros e afronta à soberania nacional.
Em publicação no X (antigo Twitter), a presidente do PT afirmou: “Seu apoio à dupla de extrema-direita Trump-Netanyahu só confirma que é um sujeito servil a interesses externos.” Ela também acusou o ex-presidente de tentar provocar uma intervenção estrangeira no Brasil em meio ao avanço de seus julgamentos no STF.
Na madrugada de sábado (21), Trump anunciou ataques “bem-sucedidos” a três centros nucleares iranianos, incluindo a base subterrânea de Fordow. A ação militar marcou a entrada formal dos EUA na guerra iniciada por Israel contra o Irã. Em apoio, Eduardo Bolsonaro citou a frase latina “si vis pacem, para bellum” (“se quer paz, prepare-se para a guerra”), defendendo o uso da força.
A postura da família Bolsonaro contrasta com a do governo brasileiro.
O Itamaraty divulgou nota oficial condenando “com veemência” os ataques de Israel e dos Estados Unidos, apontando violação à soberania iraniana e à Carta da ONU. O Ministério das Relações Exteriores alertou para o risco de desastre ambiental e contaminação radioativa com os bombardeios às instalações nucleares.
A crítica de Gleisi ocorre em um momento de pressão crescente sobre Bolsonaro, que responde a ações no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe e outros crimes. A deputada aponta que, diante desse cerco jurídico, o ex-presidente busca apoio externo para se fortalecer politicamente.
O gesto de Bolsonaro reforça seu histórico alinhamento com líderes da extrema-direita global. Em 2019, chegou a declarar “I love you” a Trump durante encontro na ONU. A retórica atual, no entanto, alimenta tensão diplomática em um momento de conflito internacional, provocando forte reação entre autoridades e parlamentares brasileiros.
Fonte: DCM
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