sexta-feira, 20 de junho de 2025

Brasil inicia identificação de cidadãos em Israel para possível missão de repatriação


Sem confirmação oficial de repatriação, embaixada pede preenchimento de formulário. FAB afirma que pode agir se o presidente Lula autorizar

Incêndio causado por ataques iranianos nesta terça-feira, 17/06/2025, em Tel Aviv, capital de Israel (Foto: Reprodução/X)

Diante da crescente tensão entre Israel e Irã, que têm se bombardeado diariamente nos últimos dias, a embaixada do Brasil em Tel Aviv deu início ao processo de identificação de cidadãos brasileiros interessados em deixar o território israelense, informa o g1 com base em nota publicada pela própria embaixada em suas redes sociais nesta sexta-feira (20).

De acordo com o comunicado, “de modo a permitir a identificação e a localização atualizadas de brasileiros que se encontram em Israel e que tenham intenção de deixar o país, a embaixada solicita que seja preenchido o formulário [publicado na rede social da embaixada]”. Até o momento, no entanto, não há confirmação de que uma operação de repatriação será realizada.

Segundo dados de 2023 do Ministério das Relações Exteriores, aproximadamente 14 mil brasileiros viviam em Israel. Esse número foi parcialmente reduzido após operações de retorno promovidas pelo governo brasileiro desde o início das ofensivas militares israelenses contra o Hamas, na Faixa de Gaza, e o Hezbollah, no Líbano.

Apesar da ausência de um plano formal, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou ao Congresso Nacional que está preparada para executar a repatriação, caso receba ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em documento enviado ao Legislativo, a FAB afirma que “está em condições” de operar uma missão de evacuação. A responsabilidade pela articulação logística, nesse caso, ficaria a cargo dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores.

O agravamento da crise já provocou o retorno ao Brasil de delegações políticas que se encontravam em solo israelense. Com o fechamento do espaço aéreo do país, a saída foi viabilizada por uma complexa articulação diplomática envolvendo os governos de Israel, Jordânia e Arábia Saudita. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, chegou a telefonar para seu homólogo jordaniano, Ayman Safadi, garantindo a travessia de brasileiros por terra até Amã, capital da Jordânia.

Em casos em que a rota de saída incluía a Arábia Saudita, coube à embaixada brasileira em Riade providenciar os vistos de entrada para permitir o deslocamento dos cidadãos até o aeroporto saudita, de onde embarcaram rumo ao Brasil.

A embaixada de Israel em Brasília, por sua vez, declarou que está oferecendo suporte a essas autoridades brasileiras para garantir uma saída segura. A representação diplomática também mantém diálogo com a embaixada do Brasil em Tel Aviv para a coordenação das ações.

O Ministério das Relações Exteriores reforçou a orientação de que brasileiros evitem viagens para Israel e Irã. Segundo o alerta consular, a recomendação se baseia em uma “escalada das tensões” na região. Para os brasileiros que já se encontram nesses países, a orientação é clara: sair de casa apenas quando houver segurança, seguir rigorosamente as instruções das autoridades diplomáticas brasileiras e manter a documentação em dia.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

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