terça-feira, 24 de junho de 2025

Ata do Copom: BC diz que economia aquecida motivou alta da Selic e sugere pausa

Banco Central avalia que ainda está por vir grande parte do efeito do aperto monetário feito até agora, sendo necessário interromper o ciclo de alta

       Sede do Banco Central em Brasília (Foto: Reuters/Adriano Machado)

Reuters - O Banco Central afirmou que elevou a taxa Selic em mais 0,25 ponto percentual por conta da resiliência da atividade, ponderando que ainda está por vir grande parte do efeito do aperto monetário feito até agora, o que motivou a indicação de que o ciclo de alta será interrompido, mostrou nesta terça-feira a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

No documento, que citou os debates recentes sobre política fiscal, o BC enfatizou que a construção da confiança necessária para definir o patamar apropriado dos juros ao longo do tempo passa por assegurar que os canais de política monetária estejam desobstruídos e sem elementos mitigadores.

"O Comitê optou pela elevação de 0,25 ponto percentual, avaliando que a economia ainda apresenta resiliência, o que dificulta a convergência da inflação à meta e requer maior aperto monetário", disse.

"Por outro lado, ressaltou-se que o ciclo até então empreendido foi particularmente rápido e bastante firme, reforçando o entendimento de que, dadas as defasagens inerentes aos efeitos da política monetária, grande parte dos impactos da taxa mais contracionista ainda está por vir. Em função disso, o Comitê comunicou que antecipa uma interrupção no ciclo de elevação de juros."

Na semana passada, o BC decidiu elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, a 15,00% ao ano, e destacou que antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros, considerando que a taxa deve permanecer inalterada por "período bastante prolongado".

Na ata, a autarquia afirmou que após a interrupção do ciclo de alta, prevista para a próxima reunião, o Copom irá primeiramente observar se o patamar dos juros é apropriado para levar a inflação à meta de 3%.

"Ressaltou-se que, determinada a taxa apropriada de juros, ela deve permanecer em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado devido às expectativas desancoradas", afirmou.

Após essa avaliação, o BC enfatizou a mensagem da semana passada de que seguirá vigilante e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado.

● FISCAL

Na ata, o BC ainda avaliou que o debate feito entre governo e Congresso Nacional sobre reformas fiscais estruturais e redução de incentivos tributários podem impactar os juros no país, argumentando que segue acompanhando com atenção o tema.

“O debate mais recente, com ênfase na dimensão estrutural do orçamento fiscal e na redução ao longo do tempo de gastos tributários, tem potencial de afetar a percepção sobre a sustentabilidade da dívida e de ter impactos sobre o prêmio da curva de juros”, disse a autarquia na ata.

O governo apresentou uma série de medidas de elevação tributária, além de algumas ações de contenção de despesas, e prometeu enviar ao Legislativo um projeto para cortar gastos tributários. A equipe econômica ainda afirmou que deve debater com parlamentares possíveis medidas de corte de gastos.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

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