Ministério Público e Câmara de Curitiba apuram condutas do parlamentar após declarações sobre a Ku Klux Klan e suspeitas de nomeações irregulares
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) confirmou a abertura de duas frentes preliminares de apuração contra o vereador Eder Borges (PL), por suspeitas de racismo e nepotismo. As denúncias foram apresentadas pela vereadora Giorgia Prates (PT), única parlamentar negra da Câmara Municipal de Curitiba.
A primeira notícia de fato protocolada no MP diz respeito a declarações feitas por Borges em plenário, no dia 22 de abril, durante debate sobre a criação do “Dia dos CACs” — homenagem a colecionadores, atiradores e caçadores. Na ocasião, o vereador citou a organização supremacista Ku Klux Klan, afirmando que teria sido criada “para desarmar negros americanos libertos, que estavam se empoderando”.
Após ser interpelado por Giorgia Prates, Borges teria reagido com ataques pessoais. O episódio motivou denúncia por possível violência política de gênero e racial, conforme previsto na legislação brasileira, incluindo a Lei nº 14.192/21, que trata do combate à violência política contra mulheres.
De acordo com a segunda denúncia, o parlamentar teria nomeado a própria enteada como chefe de gabinete e apresentado sua esposa como parte da equipe jurídica do mandato, embora ela estivesse, simultaneamente, exercendo função na Prefeitura de Curitiba. As condutas indicariam possível prática de nepotismo e improbidade administrativa.
O Ministério Público informou que as denúncias estão em fase de análise preliminar e, caso sejam consideradas procedentes, os casos serão encaminhados à Promotoria de Direitos Humanos e à Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público.
Além da atuação do MP, a Câmara Municipal de Curitiba instaurou sindicância para apurar a conduta do vereador no episódio relacionado à Ku Klux Klan. A investigação interna foi publicada no Diário Oficial e ficará sob responsabilidade do vereador corregedor Sidnei Toaldo (PRD), que terá 30 dias para ouvir os envolvidos, reunir provas e emitir parecer. A depender das conclusões, o caso poderá ser submetido ao Conselho de Ética ou ao plenário da Casa.
Esta não é a primeira vez que Eder Borges se torna alvo de representações formais no Legislativo curitibano. A vereadora Giorgia Prates já apresentou três denúncias contra o parlamentar. Em duas delas — por transfobia e por suposto racismo nas falas sobre a Ku Klux Klan — a Câmara confirmou a instauração de processos administrativos. A terceira, por nepotismo, está sob análise do MP-PR.
Fonte: Brasil 247
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