quinta-feira, 8 de maio de 2025

Banco Central sinaliza fim do ciclo de alta dos juros com Selic em 14,75%

Autoridade monetária dá sinais de que não pretende elevar novamente a taxa básica, que alcançou o maior patamar desde 2006

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em cerimônia na sede do banco em Brasília - 02/04/2025 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O Banco Central do Brasil deu sinais claros de que o atual ciclo de alta da taxa Selic pode ter chegado ao fim, mesmo sem cravar a decisão no comunicado divulgado após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira, 7 de maio. A Selic foi elevada em 0,50 ponto percentual, passando de 14,25% para 14,75% ao ano — maior patamar desde agosto de 2006, ainda durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No comunicado, o BC adotou tom cauteloso, mas indicou que, diante do estágio avançado do ciclo de aperto monetário e da moderação incipiente da atividade econômica, poderá pausar as elevações a partir de agora, segundo aponta reportagem do Globo.

“Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”, afirmou o texto divulgado pelo BC.

Um dos principais sinais de mudança no discurso do Copom foi a alteração no balanço de riscos. Desde o início do ciclo de alta, em setembro de 2024, o Banco Central destacava que os riscos de alta para a inflação eram predominantes. Agora, essa assimetria foi removida e o texto passou a mencionar ameaças tanto de alta quanto de queda na inflação, indicando maior equilíbrio na leitura do cenário.

Entre os fatores desinflacionários citados está a possibilidade de queda nos preços das commodities, especialmente por conta da desaceleração da economia global, em parte provocada pelo aumento de tarifas comerciais promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essa desaceleração global passou a ser vista como um vetor que pode contribuir para a redução da inflação.

Outro aspecto citado por economistas como indicativo de que a Selic deve parar de subir foi a nova avaliação sobre a atividade doméstica. O BC reconhece que, embora o mercado de trabalho e os indicadores de atividade ainda mostrem dinamismo, já é possível observar uma “incipiente moderação no crescimento”. Antes, o termo usado era apenas “sinais” de moderação.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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