terça-feira, 29 de julho de 2025

Carne e frutas ficam mais baratas com tarifaço de Trump, mas café dispara; entenda

 

Bandejas de carne moída expostas em prateleira refrigerada. Foto: Reprodução

A ameaça do presidente americano Donald Trump de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros já começa a impactar os preços dos alimentos no Brasil. Com o país sendo um dos principais exportadores de carnes, café, frutas e suco de laranja para os Estados Unidos, o reflexo imediato tem sido a queda nos preços de carnes e frutas no atacado, enquanto o café registra forte alta. Com informações do Globo.

No setor de carnes, os frigoríficos que exportam para os EUA já redirecionam seus produtos ao mercado interno. Segundo Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP, isso amplia a oferta doméstica em um período de consumo mais fraco, o que pressiona os preços. Entre 24 de junho e 21 de julho, a carne caiu 7,8% no atacado, e a arroba do boi gordo recuou 7,5%.

O economista Fábio Romão, da LCA 4Intelligence, destaca que a queda é impulsionada pela incerteza causada pelo tarifaço e pela maior oferta provocada pela seca das pastagens. Ele prevê que o consumidor verá os efeitos entre agosto e setembro.

Sérgio Capucci, do Sindicato das Indústrias de Frios de MS, diz que o impacto no consumo ainda é pequeno, com queda de cerca de 5%, mas afirma que os frigoríficos conseguiram desviar parte da produção para países como Chile, China e nações do Oriente Médio. Em 2024, até junho, a produção de carne subiu 1,36%, enquanto as exportações cresceram 12,69%.

★ Frutas

Na fruticultura, o impacto é visível. A manga tommy, uma das mais exportadas para os EUA, caiu de R$ 1,50 para R$ 1,36 por quilo na última semana, segundo o Hortifrúti/Cepea. Lucas Bezerra, especialista em manga, aponta queda de 30% no quilo entre 3 e 18 de julho, devido à maior oferta e à redução no consumo causada pelo inverno e pelas férias.

Preço da manga tommy, tipo que é enviado para os EUA, teve queda de 4% na semana de 14 a 18 de julho — Foto: Reprodução
Mangas prontas para a colheita. Foto: Reprodução

O feirante Alex Pinheiro, que atua desde os 10 anos, confirma que alguns preços já caíram. “A uva ficou mais barata. No mês passado, eu pagava R$ 110 a caixa, hoje está R$ 40. Tem muita carreta de uva nos depósitos”, relatou.

Guilherme Coelho, da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas, alerta que, se as 48 mil toneladas previstas para exportação ficarem no mercado interno, o preço pode despencar para R$ 0,30, com risco de prejuízo e perda de colheita.

“O produtor pode ter prejuízo se baixar muito o preço e acabar não colhendo. Defendo que os alimentos fiquem fora do tarifaço”, disse Coelho.

★ Café

Já o café seguiu o caminho oposto. A cotação em Nova York subiu 6,8% entre 14 e 17 de julho, antecipando os efeitos do tarifaço. No Brasil, o café vinha em queda, mas voltou a subir: a saca de 60 kg, que custava R$ 2.627 em fevereiro e caiu para R$ 1.602 em 7 de julho, já apresenta nova alta.

José Carlos Hausknecht, da MB Agro, também afirma que os EUA terão dificuldades para substituir o café brasileiro, que representa 30% das exportações globais. Com isso, a tendência é de manutenção da demanda, apesar da tarifa.

      Grãos de café sendo inspecionados após a torra. Foto: Reprodução

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

Haddad vê possibilidade de negociação com os EUA, mas já prepara programa para manter empregos

“O Brasil nunca abandonou mesa de negociação”, disse o ministro sobre o tarifaço dos EUA, previsto para entrar em vigor na sexta-feira

     Fernando Haddad (Foto: Washington Costa/MF)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (29) que há sinais de que o governo dos Estados Unidos está aberto a discutir o chamado "tarifaço", que prevê a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. As informações são do g1.

Se mantida, a medida anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, começa a valer já nesta sexta-feira, 1º de agosto, e afetará todas as importações brasileiras. O Brasil, segundo Haddad, segue buscando uma solução negociada.

“O Brasil nunca abandonou mesa de negociação. Eu acredito que, nesta semana, já há algum sinal de interesse em conversar. E há uma maior sensibilidade de algumas autoridades dos Estados Unidos de que, talvez, tenha se passado um pouquinho e, que, queiram conversar. Alguns empresários estão fazendo chegar ao nosso conhecimento de que estão encontrando maior abertura lá”, afirmou o ministro.

Enquanto tenta iniciar tratativas com o governo norte-americano, Haddad informou que o Executivo prepara um plano de contingência, caso o tarifaço entre em vigor. O objetivo, segundo ele, é reduzir os impactos econômicos da medida sobre a economia brasileira.

“Estamos muito confiantes que preparamos um trabalho que vai permitir ao Brasil superar esse momento. O evento externo não foi criado por nós, mas o Brasil vai estar preparado para cuidar das suas empresas, dos seus trabalhadores, e ao mesmo tempo se manter permanentemente na mesa de negociação buscando racionalidade, buscando respeito mútuo”, disse.

Questionado se o governo estuda um plano de proteção ao emprego nos moldes do adotado durante a pandemia de Covid-19 — quando parte ou a totalidade dos salários dos trabalhadores foi paga com recursos públicos, com exigência de manutenção dos postos de trabalho —, Haddad confirmou que essa é uma possibilidade em análise.

“Dentre os vários cenários, há lei que estabelece esse tipo de [programa]. Mas não sei qual o cenário que o presidente vai optar, por isso que eu não posso adiantar as medidas que vão ser adotadas por ele. Como são vários cenários, todo tipo de medida cabe em algum deles. Mas quem vai decidir a escala, o montante, a oportunidade, a conveniência e a data é o presidente [Lula]”, afirmou.

A sobretaxa foi anunciada por Trump em 9 de julho, por meio de carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na mensagem, o presidente norte-americano alegou razões políticas e comerciais para justificar a imposição da tarifa. Em nova declaração, no dia 23, Trump afirmou que a medida se aplica a países com os quais os Estados Unidos “não têm tido um bom relacionamento”.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Mauro Cid apresenta alegações finais ao STF e aproxima Bolsonaro da condenação por tentativa de golpe

Moraes deu 15 dias para defesa de Cid após parecer da PGR; Bolsonaro e outros réus da trama golpista também terão 15 dias de prazo para se manifestar

      Mauro Cid - 09/06/2025 (Foto: Ton Molina/STF)

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid deve apresentar nesta terça-feira (29) suas alegações finais no processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado articulada após as eleições de 2022. Cid, que foi ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), é um dos oito réus do chamado “núcleo crucial” da organização criminosa descrita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Como firmou acordo de colaboração premiada, será o primeiro a apresentar a manifestação final. Ele é representado pelo advogado criminalista Cezar Bitencourt. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após a apresentação do parecer da PGR em 14 de julho, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, concedeu prazo de 15 dias para que a defesa de Mauro Cid se manifestasse. Depois de Cid, os demais réus do mesmo núcleo — incluindo Bolsonaro — também terão 15 dias para apresentar suas alegações.

Concluída essa etapa, o processo estará pronto para ser levado a julgamento no plenário do STF. No entanto, ainda não há data definida para essa fase, que será determinada por Moraes.

Segundo a acusação do Ministério Público, Mauro Cid atuou como intermediário entre diferentes núcleos da tentativa de ruptura institucional. A PGR reconheceu que a colaboração do militar contribuiu com as investigações, mas ponderou que boa parte dos elementos já havia sido esclarecida “espontaneamente” pela Polícia Federal, independentemente de seu depoimento.

Mais do que isso, a PGR destacou que Cid violou cláusulas de seu acordo de colaboração ao omitir fatos relevantes e vazar informações sobre diligências sigilosas. Por isso, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, recomendou que o militar não receba perdão judicial, como pediu sua defesa, mas apenas a redução de um terço na pena.

“O comportamento do colaborador igualmente ensejou prejuízos relevantes ao interesse público e à higidez da jurisdição penal”, afirmou Gonet em seu parecer, defendendo que os benefícios da colaboração devem ser avaliados com “criteriosa ponderação”.

Com a aplicação da redução de pena prevista no acordo de colaboração, a PGR pede a condenação de Mauro Cid pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

A denúncia foi desmembrada em diferentes núcleos, sendo o “núcleo crucial” formado por oito pessoas apontadas como responsáveis pelas principais decisões do plano golpista. Além de Cid e Bolsonaro, integram esse grupo o general Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e da Casa Civil), o general Augusto Heleno (ex-chefe do GSI), o delegado Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), o delegado Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), o almirante Almir Garnier (ex-comandante da Marinha) e o general Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa).

Todos ocupavam funções de comando no governo Bolsonaro à época dos fatos investigados e, segundo a PGR, desempenharam papel decisivo na tentativa de subverter a ordem democrática após o resultado eleitoral de 2022.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Consórcio Nordeste se une ao Governo Federal para enfrentar tarifaço dos EUA e proteger empregos na região

Governadores buscam apoio de Lula e Alckmin para minimizar prejuízos causados pelas novas tarifas às exportações de setores estratégicos do Nordeste

Rafael Fonteles, governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste (Foto: Jhuan Neuber/Governo do Piauí)

Diante da imposição de novas barreiras tarifárias pelos Estados Unidos a produtos brasileiros — o chamado “tarifaço” —, o Consórcio Nordeste iniciou uma articulação emergencial com o Governo Federal para conter os impactos sobre a economia regional. A iniciativa foi divulgada nesta segunda-feira (29) com base em informações do Consórcio e envolve a atuação coordenada com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEXBrasil) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), chefiado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

As tarifas anunciadas por Washington afetam diretamente cadeias produtivas estratégicas do Nordeste, como a fruticultura, apicultura, têxtil, calçadista, metalmecânica e a indústria automotiva. A medida ameaça milhares de empregos, além de pequenos e médios empreendimentos e arranjos produtivos locais que são pilares da economia regional.

“O Nordeste não assistirá passivamente ao impacto dessas medidas. Estamos somando forças com a APEXBrasil e o MDIC para garantir a proteção dos nossos empregos, das nossas empresas e da nossa capacidade produtiva”, afirmou o presidente do Consórcio Nordeste e governador do Piauí, Rafael Fonteles.

Como resposta imediata, o Consórcio está contribuindo com um levantamento técnico detalhado dos danos por estado e por setor, estimando perdas econômicas e identificando produtos e empresas afetados. A estratégia inclui a busca por novos mercados, a ampliação das rotas de exportação e a inserção dos produtos nordestinos em cadeias globais menos vulneráveis às ações unilaterais dos EUA.

A ofensiva também prevê uma intensa agenda política em Brasília. Nos dias 5 e 6 de agosto, os governadores nordestinos terão compromissos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, com o objetivo de alinhar ações para mitigar os efeitos do tarifaço.

A programação inclui: 

  ☉ 5 de agosto (manhã): participação na reunião do Conselhão, onde o presidente Lula debaterá com diversos setores os efeitos das tarifas americanas;
   ☉  5 de agosto (tarde): Assembleia Geral do Consórcio Nordeste;
  ☉ 6 de agosto (tarde): reunião no Palácio do Planalto com Lula, Alckmin e Gleisi Hoffmann.

“Defender a economia do Nordeste é defender o Brasil. E é com esse espírito que estamos somando forças”, concluiu Fonteles. A ação coordenada reforça o protagonismo do Consórcio Nordeste na formulação de respostas estratégicas diante de desafios internacionais e reafirma o compromisso dos governadores com o desenvolvimento econômico, social e produtivo da região.

Fonte: Brasil 247

EUA oferecem US$ 25 milhões por prisão de Nicolás Maduro

Cartaz divulgado pela DEA acusa presidente da Venezuela de liderar cartel ligado ao narcotráfico e ao terrorismo internacional

     O presidente venezuelano, Nicolás Maduro (Foto: REUTERS/Manaure Quintero)

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (28) uma recompensa de até US$ 25 milhões (aproximadamente R$ 140 milhões) por informações que levem à prisão e/ou condenação de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. A recompensa, segundo o g1, foi divulgada pela Administração de Repressão às Drogas (DEA), agência subordinada ao órgão de Justiça estadunidense.

A campanha inclui a divulgação de um cartaz com a imagem de Maduro, acompanhado das acusações formais e do valor oferecido pela colaboração. De acordo com o material, o chefe de Estado venezuelano é investigado por “conspiração com o narcoterrorismo, importação de cocaína, uso e transporte de armamentos e materiais destrutivos para fomentar crimes ligados ao tráfico de drogas”.

Além de Maduro, a recompensa também é oferecida para quem fornecer dados sobre outros dois membros do alto escalão do governo venezuelano: Diosdado Cabello Rondón, ministro do Interior, Justiça e Paz, e Vladimir Padrino López, ministro da Defesa.

As autoridades dos EUA acusam Maduro de ser líder de uma organização criminosa conhecida como “Cartel de Los Soles”. Segundo comunicado do Departamento do Tesouro norte-americano, divulgado na última sexta-feira (25), durante o governo do presidente Donald Trump, o grupo foi classificado como uma organização terrorista internacional.

“O Cartel de los Soles é um grupo criminoso sediado na Venezuela, liderado por Nicolás Maduro Moros e outros membros de alto escalão do regime de Maduro. O grupo fornece apoio material a organizações terroristas estrangeiras que ameaçam a paz e a segurança dos Estados Unidos, em especial o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa”, afirma o documento oficial.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Portugal cria nova polícia e impõe regras mais rígidas para imigração de brasileiros

O endurecimento das regras ocorre em meio a um aumento expressivo da imigração brasileira em Portugal

       Passaporte brasileiro (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

O governo de Portugal anunciou nesta segunda-feira (29/7) a criação de uma nova força policial voltada à fiscalização migratória e à segurança interna, além de mudanças significativas nas regras de concessão de vistos, com impacto direto sobre brasileiros. As informações são do portal UOL.

A medida tem como pano de fundo o aumento do fluxo de estrangeiros no país, especialmente de cidadãos oriundos do Brasil.

Batizada de Polícia de Segurança Interna (PSI), a nova instituição assume parte das funções que pertenciam ao antigo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que foi extinto no final de 2023. Com maior foco na vigilância de fronteiras e controle migratório, a PSI terá atuação reforçada em aeroportos, zonas de grande circulação de imigrantes e áreas com crescimento de ocupações ilegais.Entre as mudanças anunciadas, está o fim do chamado visto para procura de trabalho, que vinha sendo amplamente utilizado por brasileiros nos últimos anos. O ministro da Presidência de Portugal, António Leitão Amaro, afirmou que o país deixará de conceder esse tipo de visto por entender que o modelo se tornou “insustentável” e gerava “expectativas irreais”.

O endurecimento das regras ocorre em meio a um aumento expressivo da imigração brasileira em Portugal. Somente em 2023, mais de 400 mil brasileiros estavam oficialmente registrados vivendo no país — número que representa a maior comunidade estrangeira em território português. Muitos dos recém-chegados utilizavam o visto de procura de trabalho como porta de entrada, permanecendo mesmo sem garantias de emprego formal, o que gerou pressões sobre os serviços públicos locais.Segundo o governo, os novos mecanismos de controle visam “recuperar a capacidade de planejar e ordenar os fluxos migratórios”, reforçando o argumento de que o objetivo não é impedir a entrada de estrangeiros, mas garantir que ela ocorra de forma regular e com critérios mais rígidos.

O endurecimento da política migratória tem gerado preocupação entre especialistas e organizações da sociedade civil. Para críticos, as mudanças podem criar obstáculos desnecessários para quem busca melhores condições de vida em Portugal. “A criminalização implícita da migração, principalmente a de brasileiros, acende um alerta sobre possíveis práticas discriminatórias”, afirmou ao UOL uma fonte ligada à área de direitos humanos, sob condição de anonimato.

A medida ainda inclui maior coordenação entre órgãos policiais e uso ampliado de tecnologias de vigilância, como sistemas de reconhecimento facial em pontos de entrada do país. A previsão é de que a nova Polícia de Segurança Interna esteja plenamente operacional até o fim de 2025.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Lula veta redução de pena para lavagem de dinheiro e ocultação de bens

Presidente atendeu recomendação do Ministério da Justiça e barrou mudança que diminuía punição mínima para crime de ocultação de patrimônio

     Lula - 06/07/2026 (Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou nesta terça-feira (29) um trecho de projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional que previa a redução da pena mínima para o crime de ocultação de bens, valores e patrimônio — uma das formas de lavagem de dinheiro. As informações são do g1.

A informação foi publicada pelo Diário Oficial da União e noticiada pela Agência Brasil. O veto presidencial teve como base recomendação do Ministério da Justiça, que considerou a alteração um risco ao combate a práticas ilícitas.

O projeto de lei vetado tratava originalmente do aumento das penas para furto de cabos de energia elétrica e telefonia. No entanto, durante a tramitação no Congresso, foi incluída uma mudança nas penas para o crime de ocultação de patrimônio. O texto aprovado pelos parlamentares previa que a pena mínima fosse reduzida de 3 para 2 anos de reclusão, e a pena máxima aumentada de 10 para 12 anos.

Na justificativa oficial, o governo afirmou que “tal medida significaria enfraquecimento do arcabouço legal brasileiro no combate a essas atividades ilícitas.”

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Eduardo Bolsonaro admite sabotagem a comitiva que tenta reverter tarifaço dos EUA: "trabalho para que não encontrem diálogo"

Eduardo Bolsonaro é o principal articulador das tarifas prometidas por Trump contra as exportações brasileiras

     Eduardo Bolsonaro (Foto: Reprodução/X/@BolsonaroSP)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou ao SBT News que trabalha ativamente para sabotar os esforços de uma comitiva de senadores brasileiros que está nos Estados Unidos com o objetivo de negociar a suspensão de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A medida está prevista para entrar em vigor na sexta-feira (1).

O grupo de parlamentares, composto por senadores da base do governo e da oposição, tem encontros agendados com deputados tanto do Partido Democrata quanto do Partido Republicano nesta terça-feira (29). Eduardo Bolsonaro, que atualmente vive nos EUA e é apontado pela Polícia Federal como articulador das sanções, demonstrou desdém em relação à missão diplomática. “Com certeza não [estabelecer diálogo], e eu trabalho para que eles não encontrem diálogo, porque sei que, vindo desse tipo de pessoa, só haverá acordos daquele tipo meio-termo, que não é nem certo, nem errado”, afirmou, segundo o Metrópoles.

◈ Ameaça tarifária de Trump e apoio de Eduardo - Eduardo Bolsonaro comemorou publicamente o anúncio de Trump, que pretende impor tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os EUA. O presidente americano, em seu segundo mandato desde 2025, justificou a medida alegando "violações de direitos" e "perseguição" a Jair Bolsonaro (PL).

Para o deputado, a iniciativa é uma resposta política direta às ações do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. “Se ele acha que vai intimidar o Trump, dobrando a aposta, que é o que ele sempre faz, lamentavelmente haverá mais sofrimento por parte dessas autoridades brasileiras”, disse Eduardo.

◈ Comitiva tenta evitar prejuízos bilionários - A missão parlamentar é liderada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Segundo ele, ao menos seis congressistas norte-americanos, entre democratas e republicanos, já confirmaram presença nas reuniões. Embora ainda não haja previsão de encontro direto com representantes do governo Trump, Trad acredita que o esforço pode abrir caminhos de interlocução até a Casa Branca.

Na segunda-feira (28), os senadores brasileiros se reuniram com empresários e representantes da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Participaram do encontro figuras-chave dos setores de energia, tecnologia, indústria farmacêutica, transporte, siderurgia e química.

Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que também está em território norte-americano, ainda não recebeu convite formal da Casa Branca para iniciar qualquer diálogo oficial sobre o tema.

◈ Governo brasileiro aposta no diálogo - No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou durante evento no Rio de Janeiro que deseja restabelecer o diálogo com o governo norte-americano. A fala ocorre em meio ao avanço do prazo para o início das sanções.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tem mantido a linha diplomática e reforça a disposição do Brasil em negociar com os Estados Unidos. Ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), Haddad apresentou ao presidente Lula um plano emergencial de apoio aos setores econômicos mais vulneráveis à tarifa de 50%.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Relatório da FAO: Brasil se destaca, mas mundo ainda enfrenta desafios persistentes no combate à fome

América do Sul, liderada pelo Brasil, reduz a fome e melhora segurança alimentar, em contraste com a piora na África e em partes da Ásia e Caribe

Combater a fome no mundo ainda é um grande desafio (Foto: CADTM)

Apesar da leve recuperação econômica pós-pandemia e de certa estabilização dos preços globais dos alimentos, o mundo continua distante da meta de erradicação da fome até 2030. É o que mostra o relatório The State of Food Security and Nutrition in the World 2025, produzido pela FAO, IFAD, UNICEF, PMA e OMS. O documento estima que 673 milhões de pessoas enfrentaram fome em 2024, enquanto 2,3 bilhões vivenciaram algum grau de insegurança alimentar moderada ou grave.

A análise mostra que as disparidades regionais se acentuam: enquanto a fome avança em diversas regiões da África e da Ásia Ocidental, a América do Sul apresenta resultados positivos. Neste contexto, o Brasil se destaca como exemplo de superação e retomada de políticas públicas eficazes de segurança alimentar.

★ América do Sul: região avança com contribuição decisiva do Brasil

O relatório indica que a prevalência de subalimentação na América do Sul caiu de 5,5% em 2020 para 3,8% em 2024. A quantidade de pessoas em situação de fome recuou para 16,7 milhões. Embora os dados sejam agregados por região, é possível inferir que o Brasil, que saiu do Mapa da Fome, teve papel central nesse avanço, dado seu tamanho populacional, relevância econômica e histórico de políticas sociais consistentes.

Além disso, a insegurança alimentar moderada ou grave caiu de 26,7% para 25,2% entre 2023 e 2024 na América Latina e Caribe. Essa melhora está ligada à reativação de programas sociais, políticas de combate à pobreza e ao estímulo à agricultura familiar — estratégias que vêm sendo fortalecidas pelo governo brasileiro desde 2023.

★ Custo e acesso a uma dieta saudável

O relatório aponta que o custo médio global de uma dieta saudável subiu para US$ 4,46 por pessoa/dia, pressionado por fatores como inflação, conflitos e crises climáticas. No entanto, a quantidade de pessoas incapazes de pagar por essa alimentação caiu de 2,76 bilhões em 2019 para 2,6 bilhões em 2024.

Enquanto isso, a África enfrenta agravamento: mais de 1 bilhão de africanos não conseguem custear uma alimentação saudável, um aumento preocupante em relação a 2019. Na contramão, o Brasil e parte da América do Sul conseguiram reduzir esse índice, demonstrando o impacto de políticas públicas centradas no combate à desigualdade e na valorização dos alimentos frescos e nutritivos.

★ O papel das políticas públicas: o exemplo brasileiro

O relatório mostra que países que conseguiram enfrentar a crise de preços dos alimentos o fizeram com políticas fiscais e sociais coordenadas, como: 

  ● Redução de impostos sobre alimentos essenciais;
  ● Ampliação de transferências de renda e subsídios direcionados;
  ● Apoio à agricultura familiar;
  ● Monitoramento de mercados e estoques estratégicos;
  ● Investimentos em logística e infraestrutura alimentar.

No caso brasileiro, destacam-se a reativação do Consea, o fortalecimento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Bolsa Família com recorte nutricional, e o foco em cadeias curtas de produção, que conectam produtores locais a consumidores em situação de vulnerabilidade.

★ Desigualdades estruturais ainda limitam o progresso global

Embora o relatório registre avanços importantes em algumas regiões, ele também denuncia a persistência das desigualdades estruturais. As mulheres continuam sendo mais afetadas pela insegurança alimentar do que os homens em todos os continentes. E as populações rurais enfrentam maiores dificuldades de acesso a alimentos saudáveis, especialmente em países com baixa cobertura de proteção social.

Além disso, o impacto da inflação nos alimentos mais nutritivos foi desproporcional: frutas, vegetais e proteínas de origem animal continuam muito mais caros do que alimentos ultraprocessados, o que prejudica a diversidade nutricional das dietas, sobretudo entre os mais pobres.

★ Conclusão: progresso insuficiente para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

Segundo o relatório, a tendência de queda na fome global é tímida: projeta-se que 512 milhões de pessoas ainda estarão em situação de subalimentação em 2030, sendo 60% delas na África. A meta do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 – Fome Zero – está, portanto, em risco real.

Apesar disso, o documento destaca que a resposta global à crise atual foi mais coordenada e eficaz do que em crises passadas, como a de 2008. Medidas de proteção social, transparência de mercados e sistemas de informação foram mais bem utilizados. E países com instituições fortes, como o Brasil, conseguiram proteger populações vulneráveis com mais agilidade.

O exemplo brasileiro evidencia que políticas públicas bem estruturadas, baseadas em direitos e inclusão, são capazes de reduzir a fome mesmo em cenários globais adversos. O relatório da FAO reforça que, apesar dos retrocessos recentes, é possível avançar de forma significativa quando há vontade política, planejamento e compromisso social.

O Brasil, ao se destacar positivamente em um cenário ainda crítico, reafirma sua responsabilidade global no combate à fome e na construção de um sistema alimentar mais justo, saudável e sustentável.

Fonte: Brasil 247

PT intensifica críticas a Trump e ao golpismo bolsonarista em nova resolução política

Documento a ser aprovado em encontro nacional defende enfrentamento à extrema direita, justiça tributária e reeleição de Lula em 2026

Edinho Silva, eleito presidente nacional do PT nesta segunda-feira (07) (Foto: Reprodução/Facebook)

O Partido dos Trabalhadores prepara uma atualização de sua resolução política com críticas mais contundentes ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao que classifica como "golpismo da extrema direita", representado no Brasil pela família Bolsonaro. A informação foi publicada pela Folha de S.Paulo na noite de segunda-feira (28). O texto atualizado deverá ser aprovado no próximo fim de semana, durante o encontro nacional do partido, em Brasília.

A base do documento foi elaborada pela corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária na legenda e responsável pela condução política do PT nos últimos 20 anos. A versão anterior, divulgada em maio, será modificada para incorporar os desdobramentos recentes da política internacional e econômica, como o chamado "tarifaço de Trump", a polêmica sobre o aumento do IOF no Brasil e a intensificação da campanha petista pela taxação dos mais ricos.

“A escalada trumpista estimulou a família Bolsonaro e seus aliados em seu intento golpista”, afirmou Alberto Cantalice, dirigente da CNB e responsável pela redação das emendas ao texto. Ele acrescentou que, apesar das atualizações, “a espinha dorsal do texto” foi mantida. O documento servirá como diretriz estratégica para a campanha eleitoral de 2026, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve disputar a reeleição.

☆ Ataque à extrema direita e defesa da justiça tributária

Um dos principais eixos do novo texto é o endurecimento do discurso contra o que o partido identifica como uma articulação da extrema direita global, que inclui a atuação de Donald Trump e seus reflexos no cenário político brasileiro. O PT enxerga na retórica e nas ações do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados uma tentativa continuada de desestabilização democrática, impulsionada pelo ambiente internacional.

Outro destaque do documento é a campanha da “taxação BBB” — sigla para bilionários, bancos e casas de apostas (“bets”). A iniciativa, que ganhou visibilidade nas redes sociais com o uso de inteligência artificial, representa uma bandeira central da estratégia de comunicação do PT e reforça o compromisso do partido com a “justiça tributária”. A proposta visa incidir sobre os segmentos mais ricos da sociedade, numa tentativa de reposicionar o sistema tributário brasileiro como mais progressivo.

☆ Apoio à política econômica e foco na reeleição

O texto mantém apoio à política econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e defende uma frente ampla contra a direita, incluindo alianças pontuais com setores de centro. Embora correntes minoritárias devam apresentar propostas alternativas com críticas à condução econômica e defesa de uma aliança mais à esquerda, a tendência é que essas emendas sejam rejeitadas pela maioria.

Além da crítica ao bolsonarismo, o documento reitera a linha do PT de sustentação total ao governo Lula nas pautas internacionais, especialmente na política externa voltada à integração sul-americana, à multipolaridade e à defesa da soberania nacional.

Com a atualização do texto, o PT consolida a orientação de que a disputa de 2026 será abertamente polarizada, com foco no enfrentamento ideológico à direita radical, na defesa do projeto liderado por Lula e na afirmação de uma agenda de redistribuição de renda, enfrentamento à desigualdade e proteção da democracia.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro pode pegar até 43 anos de prisão por tentativa de golpe

Ex-presidente é acusado pela PGR de liderar organização criminosa armada e tentar abolir o Estado democrático

      Jair Bolsonaro durante interrogatório no STF (Foto: Gustavo Moreno/STF)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá ser condenado a uma pena de até 43 anos de prisão, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) acolha integralmente as acusações apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A peça acusatória, encaminhada ao STF neste mês, aponta Bolsonaro e outros sete ex-integrantes do governo como integrantes do núcleo principal de uma tentativa de golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

Bolsonaro responde por cinco crimes: organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A pena mínima, somando os crimes, pode chegar a 12 anos e meio de prisão. A máxima, segundo juristas ouvidos por reportagem da Folha de S. Paulo, pode ultrapassar 43 anos, a depender de como os ministros do STF avaliarem agravantes e circunstâncias específicas.

★ Grupo central do golpe incluía ex-ministros e oficiais militares

Além de Bolsonaro, estão entre os réus o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Walter Braga Netto (Casa Civil), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Todos são acusados de articular e executar um plano para subverter o resultado eleitoral e impedir a posse do presidente Lula.

O caso de Ramagem tem tramitação parcialmente suspensa devido à decisão da Câmara dos Deputados, mas os demais seguem com o processo em curso. A PGR apontou agravantes como o uso de armas, a participação de servidores públicos e, no caso de Bolsonaro, o exercício de liderança, o que pode elevar substancialmente as penas.

★ Especialistas preveem punição severa, mas sem alcançar o teto legal

De acordo com o professor Thiago Bottino, da FGV Direito Rio, a liderança de Bolsonaro na organização criminosa pode justificar uma pena mais alta. “As penas devem ser elevadas em situações como a de quem promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais”, afirmou. Ele pondera, no entanto, que a pena máxima dependeria da presença simultânea de todos os agravantes, o que considera improvável com base nas provas conhecidas.

A criminalista Marina Coelho, vice-presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), avalia que a acusação da PGR é consistente e aponta para uma punição severa, embora também espere moderação por parte do STF. “Acredito que vão fazer uma ponderação nessas penas, avaliar a proporcionalidade a partir das causas de aumento e elevar a um patamar menor que o máximo”, disse.

Já Maria Carolina Amorim, presidente da Comissão de Direito Penal do Conselho Federal da OAB, adota tom mais cauteloso. “Cada pena vai ser dada de acordo com a participação de cada acusado naquele crime, de forma que calcularmos agora um patamar de quanto seria cada um é um exercício de futurologia”, afirmou à Folha.

★ Julgamento será balizador para os crimes do 8 de janeiro

Um levantamento recente do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, mostrou que penas já aplicadas a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro variam entre três e 17 anos e meio de prisão, conforme a gravidade da conduta. A expectativa de juristas é que os réus apontados como líderes da trama, especialmente Bolsonaro, recebam sentenças mais severas para refletir a centralidade de seus papéis nos crimes.

O julgamento do ex-presidente e de seus aliados deverá servir como marco para a responsabilização de autoridades que atentam contra a democracia. A sentença final, ainda sem data definida, poderá consolidar o entendimento do STF sobre tentativas de ruptura institucional e definir os limites da tolerância jurídica com atos de insurreição política no país.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Lula sinaliza disposição para conversar com Trump, mas Casa Branca barra negociações

Planalto avalia que o governo dos EUA só iniciará um diálogo após o tarifaço entrar em vigor, como forma de ampliar seu poder de barganha

      Donald Trump e Lula (Foto: Reuters | ABR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está disposto a dialogar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a respeito das tarifas de 50% anunciadas contra todos os produtos brasileiros exportados ao mercado estadunidense. Segundo a coluna do jornalista Gerson Camarotti, do g1, Lula não se opõe a uma conversa direta com o mandatário norte-americano, mas somente aceitará o diálogo se o próprio Trump atender à ligação.

A iniciativa foi sugerida por senadores brasileiros diante da escalada comercial imposta por Washington. No entanto, fontes do Palácio do Planalto ouvidas pela reportagem, relataram que há um clima de pessimismo entre os assessores presidenciais. A avaliação predominante é de que a Casa Branca só pretende negociar depois da entrada em vigor das tarifas, marcada para 1º de agosto, a fim de ampliar seu poder de barganha no confronto.

Segundo relatos de integrantes do governo, os canais de interlocução com a Casa Branca estão praticamente bloqueados. Apesar dos esforços para dialogar com o Departamento de Comércio, o Tesouro dos EUA e outras áreas técnicas, o Planalto não conseguiu estabelecer contato com o núcleo político da administração Trump, que começou seu segundo mandato em 2025.

“Seguimos abertos ao diálogo, mas há limites. A soberania não é negociável”, disse um interlocutor próximo a Lula, reiterando que o Brasil não aceitará qualquer tipo de interferência estrangeira em decisões do Supremo Tribunal Federal ou em ferramentas de uso doméstico, como o sistema de pagamentos Pix.

Ainda de acordo com fontes ouvidas pela reportagem, há incômodo crescente no governo dos EUA com o Pix, que estaria afetando os lucros de empresas operadoras norte-americanas no setor financeiro.

No último dia 9 de julho, Donald Trump tornou pública uma carta enviada ao presidente Lula, comunicando a decisão de aplicar tarifas de 50% sobre todas as importações brasileiras. Ele justificou a medida com base em motivos políticos e econômicos. Posteriormente, em 23 de julho, afirmou que a tarifação seria estendida a países com os quais os Estados Unidos mantêm relações “não muito boas” — numa referência indireta ao Brasil. Neste domingo (27), o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, confirmou que as tarifas entrarão em vigor no dia 1º de agosto, “sem prorrogações”.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, desembarcou neste domingo (27) em território norte-americano. Sua agenda oficial é na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York, com foco na situação do Oriente Médio. No entanto, ele poderá seguir para Washington se houver manifestação do governo Trump indicando disposição para negociar.

O chanceler considera sua presença nos EUA um sinal de abertura para o diálogo, mas deixou claro que só se deslocará à capital americana se houver algum indicativo real de que os EUA estão dispostos a discutir o recuo do tarifaço. A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) alerta que as tarifas anunciadas por Trump podem impactar diretamente cerca de 10 mil empresas brasileiras exportadoras para os Estados Unidos. Essas companhias empregam, somadas, aproximadamente 3,2 milhões de trabalhadores no Brasil.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, tem feito apelos para que empresas norte-americanas com atuação no Brasil também se mobilizem contra a medida. “Nós queremos todo mundo unido para resolver essa questão. E as empresas têm um papel importante, tanto as brasileiras, que, aliás, têm indústria nos Estados Unidos, quanto as americanas”, declarou. Ele destacou, ainda, que marcas como General Motors, Johnson & Johnson e Caterpillar têm décadas de presença no Brasil e podem ser prejudicadas pelas novas tarifas.

Enquanto tenta abrir canais de negociação com Washington, o Ministério da Fazenda já trabalha em medidas para proteger a economia nacional. Segundo o ministro Fernando Haddad, um plano de contingência está em elaboração para apoiar os setores mais atingidos pela decisão dos EUA. “Não vamos deixar ao desalento os trabalhadores brasileiros. Vamos tomar as medidas necessárias”, garantiu o ministro.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

STF encerra fase de interrogatórios de 31 réus e avança no julgamento da trama golpista

Ações penais serão analisadas pela Primeira Turma do STF; o julgamento será marcado após o fim dos prazos processuais

    Primeira Turma do STF - 06/05/2025 (Foto: Gustavo Moreno/STF)

O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta segunda-feira (28) a etapa de interrogatórios de 31 réus acusados de integrar uma tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito democraticamente em 2022. As informações são do Metrópoles.

Os réus estão divididos em quatro núcleos, cada qual em diferentes fases processuais. O núcleo 1, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o mais relevante, tem como figura central Jair Bolsonaro (PL). Além dele, outros sete nomes compõem esse grupo, incluindo militares e ex-integrantes do governo anterior.

O núcleo 3 foi o último a ser ouvido nesta segunda-feira. Agora, os réus desse grupo terão cinco dias para apresentar requerimentos complementares ou solicitar diligências adicionais. Após essa etapa, será aberto prazo de 15 dias para as alegações finais — tanto da defesa quanto da PGR, responsável pela acusação.

Nos casos do núcleo 1, o relator Alexandre de Moraes já determinou o cronograma: a PGR deve apresentar suas alegações até 15 dias após o fim dos interrogatórios. Em seguida, o colaborador premiado Mauro Cid, também parte do núcleo 1, terá o mesmo prazo, que se encerra nesta terça-feira (29/7). As defesas dos demais réus virão na sequência.

As ações penais serão analisadas pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux. O julgamento será marcado após o fim dos prazos processuais.

O núcleo 1 já teve seus interrogatórios finalizados no dia 10 de junho. Entre os ouvidos estão nomes de peso da antiga cúpula militar e política do governo Bolsonaro: o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Walter Braga Netto (Casa Civil) e o próprio ex-presidente.

Veja a distribuição dos réus por núcleo:

Núcleo 1: 8 réus

Núcleo 2: 6 réus

Núcleo 3: 10 réus

Núcleo 4: 7 réus

No núcleo 2, os réus são acusados de elaborar a “minuta do golpe”, monitorar o ministro Alexandre de Moraes e articular com a Polícia Rodoviária Federal para dificultar o acesso às urnas por eleitores do Nordeste durante as eleições de 2022. Segundo a PGR, o objetivo era “sustentar a permanência ilegítima” de Bolsonaro no cargo.

Já os integrantes do núcleo 3 respondem por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e destruição de patrimônio público tombado. O grupo inclui militares conhecidos como “kids preto” e um policial federal.

O núcleo 4 reúne sete acusados de disseminar notícias falsas e atacar instituições e autoridades. Entre eles estão o ex-major do Exército Ailton Moraes Barros, o presidente do Instituto Voto Legal, Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, e outros militares da ativa e da reserva.

Independentemente do núcleo, todos os réus respondem por crimes gravíssimos: tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e destruição de bens públicos tombados.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles