Deputado licenciado pode também ser alvo de busca e apreensão. Investigadores veem tentativa de obstrução de Justiça por parte de Jair e Eduardo Bolsonaro
Investigadores da Polícia Federal avaliam a adoção de medidas contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no âmbito do inquérito que apura pressões ilegais para impedir o julgamento da tentativa de golpe de Estado. Segundo a coluna da jornalista Andréia Sadi, do g1, fontes ligadas à investigação informaram que não estão descartadas medidas como mandados de busca e apreensão — e até mesmo prisão — contra o parlamentar. A PF e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) defendem que tanto Eduardo quanto seu pai, Jair Bolsonaro (PL), vêm atuando para obstruir a Justiça, o que justificaria ações mais duras.
Apesar disso, Eduardo Bolsonaro foi poupado da operação realizada na última sexta-feira (18), que teve Jair Bolsonaro como principal alvo. Segundo investigadores, o motivo é o fato de o deputado estar nos Estados Unidos, o que exige cooperação jurídica internacional para qualquer medida cautelar de maior impacto. Na avaliação de investigadores da PF, a permanência de Eduardo em território estadunidense tem sido uma forma de proteção contra medidas da Justiça brasileira.
No mesmo período da operação, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou apoio a Jair Bolsonaro. Em uma carta, Trump afirmou que o processo contra o ex-presidente brasileiro deveria ser encerrado “imediatamente” e anunciou a suspensão dos vistos de oito ministros do STF.
Ainda conforme a reportagem, a PF também investiga a participação de Eduardo Bolsonaro na articulação de uma carta, encaminhada à Casa Branca por congressistas republicanos em maio — dois dias após sua chegada aos EUA —, em que pediam sanções contra o ministro Alexandre de Moraes. Para os investigadores, essa movimentação integra uma tentativa de interferência estrangeira com o objetivo de constranger o STF e outras instituições brasileiras.
O próprio Moraes, relator do inquérito, afirmou que pai e filho atuaram em conjunto para estimular o governo norte-americano a pressionar autoridades brasileiras, o que configuraria uma tentativa de “obstrução de Justiça”.
Na decisão que autorizou a operação da PF, o ministro do STF apontou que os dois cometeram “atentados contra a soberania nacional”, com o objetivo de interferir em processos judiciais, desestabilizar a economia e pressionar o Judiciário — especialmente o Supremo Tribunal Federal.
Durante a operação, a PF apreendeu US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie na residência de Jair Bolsonaro, além de uma cópia de uma ação judicial protocolada nos Estados Unidos contra Moraes e um pen drive escondido em um banheiro. De acordo com os investigadores, o conteúdo do dispositivo “não tem relevância” para o inquérito em curso.
Após a imposição do uso de tornozeleira eletrônica, Jair Bolsonaro classificou a investigação como motivada por razões políticas e a definiu como uma “suprema humilhação”. Ele também negou qualquer conhecimento sobre o pen drive apreendido. Dois dias após a operação, Eduardo Bolsonaro fez ataques públicos à Polícia Federal.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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