quarta-feira, 30 de abril de 2025

PF acusa "careca do INSS" de receber R$ 53,5 milhões de forma ilegal

Antônio Carlos Camilo Antunes é apontado como lobista central em esquema de corrupção

       (Foto: Marcello Casal Jr./Ag. Brasil)

A Polícia Federal acusa o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, de ter recebido de forma ilegal R$ 53,58 milhões por meio de contratos com associações de aposentados e empresas intermediárias. Segundo a investigação, Antunes seria o principal articulador de um esquema de corrupção que envolvia o pagamento de propinas a servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em troca da liberação de descontos nos benefícios de aposentados e pensionistas. As informações foram reveladas em reportagem da Folha de S.Paulo.

De acordo com os investigadores, os repasses ocorreram por meio de empresas ligadas a Antunes, especialmente a Prospect Consultoria, que sozinha recebeu R$ 11 milhões da Ambec (Associação de Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos). A PF afirma que o empresário repassou pelo menos R$ 9,32 milhões a servidores públicos e empresas associadas à alta cúpula do INSS, em operações que, segundo os autos, configuram corrupção e favorecimento indevido.

Entre os beneficiados estariam Virgílio Filho, ex-procurador-geral do INSS, e os ex-diretores André Fidélis e Alexandre Guimarães. A defesa de Guimarães afirmou que o valor recebido se refere a serviços de consultoria, com notas fiscais emitidas. A defesa de Fidélis disse que ainda não teve acesso aos autos, mas garantiu empenho no esclarecimento dos fatos. Já os advogados de Antunes, Alberto Moreira e Flávio Schegerin, negaram qualquer irregularidade: “As suspeitas não correspondem à realidade dos fatos. Ao longo do processo, a inocência de Antonio será devidamente comprovada”, afirmaram em nota.

A investigação detalha como Antunes utilizava procurações e contratos com associações para atuar como lobista junto ao INSS. Um documento de 2022, por exemplo, autoriza Antunes a negociar um aditivo contratual em nome da Ambec. A própria entidade declarou que não realiza captação direta de associados e que, se houve fraude, também foi vítima.

Fonte: Brasil 247 com reportagem da Folha de S. Paulo

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