domingo, 20 de julho de 2025

Eduardo Bolsonaro diz que não vai renunciar ao mandato de deputado

Licença do parlamentar, que está nos EUA, termina neste domingo (20)

     Deputado Eduardo Bolsonaro - 24/02/2024 (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)

Por André Richter, repórter da Agência Brasil - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou neste domingo (20) que não vai renunciar ao cargo. Em março deste ano, o parlamentar, que é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, pediu licença do mandato e foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política.

De acordo com o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, a licença de 120 dias termina hoje, e o deputado pode ser cassado por faltas ao não retornar ao Brasil.

Durante uma live realizada nas redes sociais, o deputado disse que vai conseguir “levar o mandato” por mais três meses.

“Eu não vou fazer nenhum tipo de renúncia. Se eu quiser, eu consigo levar meu mandato, pelo menos, até os próximos três meses”, afirmou.

No STF, Eduardo é investigado pela sua atuação junto ao governo norte-americano para promover medidas de retaliação contra o Brasil e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e tentar barrar o andamento da ação penal na Corte sobre a trama golpista, que tem seu pai como um dos réus.

Na transmissão, o deputado voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes e ironizou a decisão do governo do presidente Donald Trump que suspendeu o visto de ministros do STF.

Ele também comentou a decisão na qual Moraes afirmou que o parlamentar “intensificou as condutas ilícitas” e determinou que entrevistas e postagens recentes nas redes sejam incluídas na investigação.

"O cara que se diz ofendido [Moraes], ele pega e junta no processo que ele abriu. O cara que vai me julgar, ele vai ver o que eu faço na rede social. Então, você da Polícia Federal, que está me vendo, um forte abraço. A depender de quem for, está sem visto", disse.

O deputado também defendeu a anistia para Jair Bolsonaro e afirmou que está "disposto a ir às últimas consequências".

“É para entender que não haverá recuo. Não é jogar não para ver se depois dá certo, achar um meio-termo. Não estou aqui para isso", completou.

Na sexta-feira (18), no mesmo inquérito em que Eduardo é investigado, Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) e foi obrigado a colocar tornozeleira eletrônica e proibido de sair de casa entre 19h e 6h.

As medidas foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes após a PGR alegar risco de fuga do ex-presidente, que é réu na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022 e deve ser julgado pelo Supremo em setembro.

Fonte: Brasil 247

VÍDEO: Veja o momento em que Flávio Bolsonaro foge do Brasil


     Flavio Bolsonaro em vídeo no aeroporto. Foto: Reprodução

Imagens que circulam nas redes sociais mostram o momento em que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) embarca no voo TP58, com destino a Lisboa, na quinta-feira (17), às 17h10, no Aeroporto Internacional de Brasília. A viagem foi confirmada por sua assessoria e ocorreu um dia antes da operação da Polícia Federal contra seu pai, Jair Bolsonaro, levantando suspeitas e questionamentos sobre o timing da partida.

O vídeo ganhou repercussão após parlamentares e usuários nas redes apontarem a ausência de Flávio como suspeita de tentativa de fuga. A principal crítica partiu do deputado André Janones (Avante-MG), que acusou o senador de fugir “como um rato para não ser preso”. A assessoria de Flávio afirmou apenas que ele está em período de recesso, sem divulgar seu itinerário ou compromissos na Europa.

Nas redes sociais, Flávio ironizou os ataques ao chamá-los de “zorates” e “aldrabões”, mantendo um tom de deboche mesmo após a ofensiva policial. Em nova publicação, manifestou apoio ao pai: “Fica firme, pai, não vão nos calar!”. Enquanto isso, seu irmão Eduardo Bolsonaro segue nos Estados Unidos, onde reforça articulações com aliados de Donald Trump.

A operação da PF impôs medidas restritivas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo tornozeleira eletrônica, proibição de uso de redes sociais e contato com investigados. A movimentação internacional dos filhos, somada ao silêncio da defesa, levanta dúvidas sobre possíveis estratégias do clã para buscar apoio externo ou evitar futuras sanções judiciais no Brasil.

Fonte: DCM

Após ação da PF, Centrão amplia isolamento e abandona Bolsonaro

 

Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas. Foto: Zanone Fraissat/Folhapress

A operação da Polícia Federal realizada na última sexta-feira (18), que incluiu mandados de busca e apreensão e a imposição do uso de tornozeleira eletrônica, colocou o ex-presidente Jair Bolsonaro em uma nova frente de desgaste político. A medida, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ampliou seu isolamento e aprofundou a pressão sobre o centrão, que cobra uma definição sobre os rumos para as eleições presidenciais de 2026.

O episódio ocorre em meio a um ambiente já conturbado. Dias antes, a taxação sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump havia gerado forte repercussão no país. O tema provocou embates dentro do próprio campo conservador, especialmente entre o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Com o agravamento da situação jurídica do ex-presidente, líderes partidários passaram a defender abertamente que ele desista de se colocar como candidato, ainda que inelegível, e se torne um articulador em prol de uma candidatura única à direita. Tarcísio de Freitas surge como um dos nomes mais cotados para receber esse apoio.

Dirigentes de siglas como União Brasil, Progressistas e uma ala do MDB próxima à direita veem Bolsonaro cada vez mais fragilizado. A avaliação é de que, enfraquecido pelas investigações, ele já não consegue centralizar o debate político, abrindo espaço para que partidos do Centrão tenham mais peso nas negociações sobre o futuro da oposição.

Bolsonaro é conduzido pela PF para colocar a tornozeleira eletrônica. Foto: Wilton Jr/ Estadão
Nesse cenário, Tarcísio tenta se equilibrar. Após inicialmente culpar o governo Lula pelo aumento das tarifas, ajustou o discurso diante da rejeição da medida e se aproximou do setor empresarial, reunindo-se com representantes dos Estados Unidos. A movimentação gerou atritos com Eduardo Bolsonaro, mas, em um gesto de aproximação com o bolsonarismo, o governador paulista defendeu o ex-presidente em publicação recente.

Bolsonaro, por sua vez, reuniu aliados em Brasília, entre eles Ciro Nogueira (Progressistas) e Antônio Rueda (União Brasil), para tentar se desvincular do desgaste provocado pelo tarifaço. O ex-presidente pediu que líderes partidários reforcem que ele não tem relação com a decisão de Trump. Ele também manifestou preocupação com declarações de Eduardo, que, segundo parlamentares, atrapalham as articulações para 2026.

Enquanto isso, a proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro segue sem perspectiva de avanço no Congresso. Ainda assim, partidos do Centrão evitam lançar um candidato sem o aval de Bolsonaro, apostando em uma construção que leve a um apoio dele a Tarcísio. A indefinição, porém, pode comprometer os planos eleitorais da direita caso se prolongue.

Fonte: DCM

Siderado, Eduardo Bolsonaro ameaça Moraes, pega a filha e diz que morrerá “no exílio”

 

Eduardo Bolsonaro afirmou que não renunciará ao mandato e disse que prefere morrer nos EUA a submeter sua família a uma cadeia. Foto: Reprodução


Em uma live transmitida neste domingo (20), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a adotar um discurso confrontador ao dizer que não recuará de sua atuação junto ao governo dos Estados Unidos e que seguirá “enfrentando o sistema”. Durante a transmissão, ele negou qualquer intenção de renunciar ao mandato parlamentar e reforçou que continuará no que chama de “exílio”, em solo americano.

A live foi marcada por momentos inusitados e familiares.

Em um dos trechos, Eduardo chamou a filha de 4 anos e perguntou: “O papai é o quê?”. A menina respondeu inicialmente “animal”, arrancando risos do pai. Depois, ao ser novamente questionada, disse: “herói”, e em seguida cantou: “O papai é o herói. É o melhor papai. É o melhor de todos que eu já vi”.

A aparição, com o filho do ex-mandatário brasileiro visivelmente transtornado, ocorre no mesmo dia em que sua licença parlamentar chega ao fim, após quatro meses fora da Câmara.

Mesmo com o fim do período oficial de afastamento, Eduardo já declarou que não pretende retornar ao Brasil. Ele é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suas ações em território americano, no contexto da articulação internacional em defesa do pai, Jair Bolsonaro, e de ataques à Justiça brasileira.

O ex-presidente Jair Bolsonaro em entrevista à CNN Brasil. Foto: reprodução

Na mesma investigação, o ministro Alexandre de Moraes impôs medidas cautelares ao ex-presidente, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com investigados e de acesso a representações diplomáticas. Moraes também levou em conta, na decisão, o risco de fuga de Bolsonaro e alegações de tentativa de obstrução de Justiça e atentado à soberania nacional.

Eduardo, por sua vez, tem intensificado encontros com parlamentares republicanos nos EUA e se apresenta como vítima de uma suposta perseguição política. Durante a live, o deputado afirmou: “Vocês acham mesmo que eu vou forçar minha família a entrar numa cadeia? Prefiro morrer aqui no exílio”.

Enquanto parte dos delinquentes seguidores de Jair se mobilizam e passam vergonha no Brasil, Eduardo segue conspirando contra o Brasil nos EUA e fugindo da Justiça sob a falsa alegação de exílio.

O tom vexaminoso da live, com bandeiras dos EUA ao fundo e a presença da filha, como nos filmes de gangsters, foi recebido com ironias nas redes sociais, que classificaram o episódio como um “teatro político em família”.

Fonte: DCM

Sakamoto: Tornozeleira ajudou o Brasil ao despir bolsonarismo do falso patriotismo


Bandeira dos EUA em manifestação em favor de Bolsonaro. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Por Leonardo Sakamoto, no UOL

Após Jair Bolsonaro ganhar uma tornozeleira por conspirar com uma nação estrangeira contra os interesses do Brasil, tudo para se ver livre da cadeia após tentar um golpe de Estado, seus aliados avisam que a aposta será dobrada e Trump vai causar dor e sofrimento junto à população. Ou seja, a tornozeleira despiu o bolsonarismo de seu falso patriotismo.

Aliados do clã Bolsonaro avisam que o tarifaço passará de 50% a 100%, vistos para cidadãos comuns serão negados, brasileiros que trabalham nos EUA serão deportados e o uso de satélites norte-americanos passará a ser bloqueado – o que dificultará as telecomunicações e o funcionamento de GPS até em celulares. Há um pessoal que goza com o canhão alheio defendendo até invasão militar.

Sanções individuais impostas a membros do Poder Judiciário são bizarras e atacam nossa soberania, pois são adotadas para forçar um país independente a agir como colônia norte-americana. Mas não afetam o cotidiano da esmagadora maioria da população brasileira e, por isso, contam com baixa resposta popular. O mesmo não pode ser dito de ataques que tornam um inferno a vida de trabalhadores, empresários e cidadãos em geral, criando fome e caos.

      Donald Trump. Reprodução

Caso Trump imponha o que o bolsonarismo deseja, a vida realmente vai ficar mais difícil por aqui. Contudo, a aposta da extrema direita é que, pressionado por uma potência estrangeira, o povo brasileiro vai arregar e exigir que Bolsonaro permaneça impune pelos crimes contra os quais é acusado.

Essa aposta, a meu ver, parte de um pressuposto equivocado. Considera que o nível de patriotismo da maioria dos atores políticos, sociais, econômicos e do povão é tão baixo quanto daqueles que pedem para os EUA ameaçarem o Brasil.

Ou seja, o bolsonarismo que endossa sanções contra a sociedade acredita que o povo é tão entreguista quanto eles. Não entendem o equívoco dessa aposta, pois essa é a sua matriz de interpretação do mundo.

Quando uma pessoa ou um grupo estão atuando como personagens por muito tempo, mentindo para os outros e, principalmente, para si mesmos, mais cedo ou mais tarde, são traídos pelo inconsciente. Até porque manter as aparências publicamente exige muita energia, e a verdade é algo que esmaga por dentro, forçando confissões.

Independente do que aconteça, ver a extrema direita apontar que o Brasil será dela ou não vai ter Brasil, pelo menos serviu para destampar o “bolsonarismo sincerão”. O que é um baita alívio para quem achava esquisito esse povo dizer “Brasil acima de tudo” e bater continência para outra bandeira.

Fonte: DCM

A previsão para Bolsonaro ser preso, segundo a PGR

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro chorando. Foto: Reprodução
O julgamento final do ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito do golpe deve ser encerrado até meados de setembro deste ano, segundo integrantes da Procuradoria-Geral da República (PGR). A análise está em curso na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), composta por cinco ministros.

A estimativa considera que nenhum dos magistrados peça vista do processo. Caso contrário, a avaliação do caso só será retomada entre meados e o fim de outubro, prolongando o desfecho do julgamento.

Se houver condenação, a prisão de Bolsonaro poderá ocorrer entre o fim de outubro e o início de novembro de 2025. Essa projeção leva em conta o trâmite regular do processo, sem interrupções além de um eventual pedido de vista.

Desde sexta-feira (18), o ministro Alexandre de Moraes determinou que Bolsonaro cumpra uma série de medidas restritivas. Uma delas é o uso de tornozeleira eletrônica, já imposto ao ex-presidente.

O ministro relator do STF Alexandre de Moraes. Foto: KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo

A decisão faz parte das ações relacionadas ao inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado. Moraes é o relator do caso no STF e vem acompanhando de perto o cumprimento das ordens judiciais.

Caso descumpra qualquer uma das restrições, Bolsonaro poderá ter a prisão preventiva decretada antes mesmo de a Primeira Turma concluir o julgamento.

A Primeira Turma do STF, é a responsável por casos criminais de maior repercussão, e vem adotando um ritmo contínuo de análise. Porém, qualquer interrupção solicitada por um dos ministros pode alterar o cronograma previsto pela PGR.

O inquérito do golpe é um dos processos mais relevantes envolvendo o ex-presidente e deve definir seu futuro político e jurídico nos próximos meses.

Fonte: DCM

VÍDEO: CazéTV ironiza Bolsonaro com piadas sobre tornozeleira

 

Casimiro MIguel e Luiz Felipe Freitas na CazéTV. Foto: Reprodução
Um trecho bem-humorado da live da CazéTV neste sábado (20) viralizou nas redes sociais após os apresentadores ironizarem a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, alvo de operação da Polícia Federal. Durante a transmissão, integrantes da equipe fizeram piadas sobre tornozeleira eletrônica e a descoberta de um pendrive no banheiro, em uma alusão clara às medidas cautelares impostas ao ex-mandatário.

“Encontramos um pendrive no banheiro do Cazé, que vai revelar quem é a verdadeira dona da CazéTV”, disse Marcelo Adnet, arrancando risos da equipe. Outro emendou: “Começa com plim, termina com plim”, insinuando que a Globo estaria por trás do canal. A sequência de piadas incluiu ainda menções a tornozeleira eletrônica e a uma suposta repórter “impedida de se manifestar” por estar monitorada judicialmente.

A sátira faz referência direta à recente operação da PF contra Bolsonaro, que resultou na imposição de medidas como tornozeleira, recolhimento domiciliar e proibição de uso das redes.

Fonte: DCM

Bolsonaristas fazem ato em Brasília contra tornozeleira do ex-presidente

 

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em manifestação em Brasília. Foto: Reprodução
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizam, neste domingo (20), uma manifestação em Brasília contra as restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal. O protesto foi agendado após o ex-mandatário ser colocado em recolhimento domiciliar com monitoramento por tornozeleira eletrônica, medida determinada pela Justiça diante do risco de fuga e de articulações políticas internacionais.

O ato, denominado “Caminhada pela Liberdade”, teve concentração marcada para as 9h no Eixão Sul, em frente ao Banco Central. Parlamentares como Bia Kicis (PL-DF) e Damares Alves (Republicanos-DF) incentivaram a participação nas redes sociais, pedindo que os manifestantes vestissem verde e amarelo. Os organizadores defendem que a mobilização é uma resposta urgente ao que consideram perseguição política.

Em vídeo divulgado nas plataformas digitais, Bia Kicis afirmou que a situação requer mobilização imediata. Ela destacou a importância da presença popular como forma de resistência, reiterando a necessidade de “fé, esperança e garra”. A manifestação busca reverter a percepção de desgaste político enfrentado por Bolsonaro após as recentes decisões judiciais.



Fora de Brasília, lideranças bolsonaristas também articulam atos em outros estados. No Espírito Santo, o senador Magno Malta (PL-ES) promove uma carreata em Vila Velha, prevista para o meio-dia, criticando o que chamou de “injustiça brutal” contra o ex-presidente. Em Minas Gerais, apoiadores divulgaram convocação para um protesto na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.

O Partido Liberal, legenda de Bolsonaro, divulgou nota incentivando manifestações pacíficas em todo o país. O líder do partido na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcanti (RJ), reforçou o chamado por meio de suas redes sociais. A sigla aposta na pressão popular como estratégia para contestar as medidas cautelares que atingem o ex-presidente.

O golpista Paulo Figueiredo, próximo de Eduardo Bolsonaro, também incentivou as manifestações com publicações nas redes. Ele afirmou que “está chegando a hora de ir para as ruas como nunca antes”. O movimento acontece após o último flopado em São Paulo, que reuniu cerca de 12,4 mil pessoas, considerado um dos menores desde 2022.

Fonte: DCM

PT reage às sanções de Trump e exige "reciprocidade" do governo: "Brasil não se curvará"

Bancada do partido na Câmara denuncia escalada autoritária dos EUA e vê contexto de ataque ao Sul Global

     Lindbergh Farias (Foto: Kayo Magalhaes / Câmara)

A bancada do PT na Câmara dos Deputados divulgou uma nota oficial neste domingo (20) condenando veementemente as recentes medidas adotadas pelo governo dos Estados Unidos, presidido por Donald Trump, contra autoridades brasileiras e a economia do país. O documento repudia o anúncio de tarifas de 50% sobre exportações do Brasil e o cancelamento de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República.

Segundo os parlamentares do PT, essas ações configuram uma “gravíssima escalada de retaliações oficiais com motivações político-pessoais” e buscam interferir no funcionamento autônomo do sistema de Justiça brasileiro. O objetivo, destacam, é beneficiar aliados de Jair Bolsonaro (PL), que atualmente responde na Justiça por tentativa de golpe de Estado. A nota sustenta que “não há qualquer fundamento jurídico ou fático que justifique tais sanções”, classificadas como uma afronta direta à soberania e às instituições do Brasil.

“Nosso dever histórico é resistir a toda tentativa de submissão do país a interesses externos”, afirma o texto. “O Brasil é um país soberano e deve reagir à altura".

◆ Críticas ao ataque contra o STF e o Pix - A bancada também critica duramente o que chama de “intimidação” ao Supremo Tribunal Federal, defendendo a legitimidade da Corte como guardiã da Constituição e responsável por assegurar a responsabilização dos envolvidos em ataques ao Estado Democrático de Direito. Os deputados e deputadas reafirmam confiança no STF e destacam que “defender a autonomia da instituição é defender a democracia, o voto popular e a soberania nacional”.

Outro ponto que causou “perplexidade”, segundo a nota, foi a decisão do governo Trump de iniciar uma investigação contra o sistema Pix, criado por servidores do Banco Central do Brasil. O sistema é apontado como uma inovação reconhecida mundialmente, sobretudo por promover inclusão financeira. Os petistas afirmam que a medida faz parte de uma estratégia mais ampla dos EUA para deslegitimar instituições de países do Sul Global e proteger figuras da extrema direita.

◆ Reação exigida do governo Lula - Diante da gravidade do cenário, o PT defende que o governo Lula (PT) avalie a aplicação do princípio da reciprocidade como resposta às ações norte-americanas. A bancada também convoca o Congresso Nacional, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), partidos democráticos e a sociedade civil a se posicionarem com “clareza e vigor”.

A nota termina com um chamado à união dos democratas brasileiros em defesa da autodeterminação nacional:

“Conclamamos todas e todos os democratas brasileiros a se unirem em torno da defesa do Brasil, de suas instituições e de sua plena autodeterminação. O Brasil não se curvará!”

◆ Parlamentares signatários - Assinam a nota 34 deputados e deputadas da legenda, incluindo nomes como Lindbergh Farias (PT-RJ) - líder da bancada -, Benedita da Silva (PT-RJ), José Guimarães (PT-CE), Dandara (PT-MG), Adriana Accorsi (PT-GO) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Fonte: Brasil 247


 

 






Há 50 anos, geada negra marcava fim de um ciclo e diversificação da economia do Paraná

A partir da geada de 18 de julho de 1975, que atingiu os cafezais do Estado, houve o fortalecimento do cultivo da soja e de outros grãos, o crescimento da horticultura como ativo comercial e a modernização das cadeias de proteínas animais no Paraná, particularmente na avicultura e suinocultura.

Há 50 anos, geada negra marcava fim de um ciclo e diversificação da economia do Paraná
Foto: MIS

Há 50 anos, em 18 de julho de 1975, uma das maiores geadas já registrada no Estado devastou os cafezais e mudou o perfil agropecuário do Paraná. A partir dali houve o fortalecimento do cultivo da soja e de outros grãos, o crescimento da horticultura como ativo comercial e a modernização das cadeias de proteínas animais, particularmente na avicultura e suinocultura.

“A diversificação das culturas foi um fato importante que presenciei”, disse Eugênio Stefanelo, que naquele período era o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). Mais tarde, em 1981, ele viria a assumir como secretário. A diversificação continuou contando com cafeicultores que até hoje mantém a produção, principalmente de cafés especiais.

Stefanelo lembra que na tarde de 17 de julho de 1975 o governador Jaime Canet Junior telefonou para o secretário da Agricultura Paulo Carneiro pedindo que todos os servidores do Deral ficassem de prontidão, pois já se previa um frio mais intenso. Por volta das 21 horas, o governador questionou o próprio Stefanelo. “Lamento dizer, mas acredito que pela marcha da temperatura os cafezais terão um grande baque”, respondeu.

O prognóstico se confirmou na manhã do dia 18, com estimativa de que pelo menos 60% dos cafezais que cobriam 1,8 milhão de hectares foram destruídos. Era o fim de um ciclo econômico do Estado. O Paraná tinha conquistado no início da década de 1960 a liderança de produção de café, ultrapassando São Paulo, com cerca de 21,3 milhões de sacas, representando 64% do volume nacional.

Em 1975 foram retirados 10,2 milhões de sacas, o que correspondia a quase 50% da produção nacional. Imediatamente depois da geada de 1975 o Estado ainda manteve participação importante na produção, chegando a representar mais de 20% da safra nacional no final da década de 1980, porém nunca mais liderou. Já na década de 1990 a participação média foi de menos de 10%, baixando para menos de 5% nos anos 2000 e menos de 3% nos anos 2010.

ATUALIDADE – A estimativa do Deral para a atual safra é de 718 mil sacas (43,1 mil toneladas), produzidas em 25,4 mil hectares, o que representa 1% da safra nacional. Em relação ao Valor Bruto de Produção (VBP) paranaense, a cultura teve renda de R$ 1,13 bilhão em 2024, equivalente a 0,6% de toda renda gerada no território estadual.

O Norte Pioneiro é hoje a maior região produtora do Estado, tendo uma Indicação Geográfica (IG) de origem para o café ali produzido. Apenas o município de Carlópolis concentra um quarto da produção estadual, de acordo com o VBP de 2024. Outra IG foi conquistada pelo Café de Mandaguari, no Noroeste.

De acordo com o agrônomo Carlos Hugo Godinho, analista da cultura no Deral, a safra deste ano foi marcada por florações uniformes, que facilitam o andamento da colheita. O tempo seco registrado nas últimas semanas também ajuda nos trabalhos e 57% da safra já está colhida.

“As produtividades nas regiões de mais expressão estão em um patamar melhor que em 2024, assim como a qualidade do produto obtido”, afirmou Godinho. “Apesar da queda recente, os preços permanecem remuneradores nesta safra, indicando uma possível manutenção da área para próxima safra”.

EXPORTAÇÃO – Quanto às exportações paranaenses, elas totalizaram 21,8 mil toneladas de café verde em 2024, com acréscimo em relação a 2023. Porém o forte das vendas para o exterior é o café solúvel, que totalizou 33 mil toneladas em 2024 e continua em ritmo similar neste primeiro semestre.

No ano passado a exportação de café totalizou a entrada de US$ 433 milhões no Paraná. Neste primeiro semestre de 2025 os valores chegaram a US$ 241 milhões, valor superior ao do primeiro semestre de 2024 mesmo com menor volume embarcado. “Os preços melhores foram responsáveis por este ganho, mas as incertezas momentâneas com as tarifas impostas pelo governo americano preocupam bastante a manutenção deste ritmo para o segundo semestre”, ponderou Godinho.

Segundo ele, a dependência do mercado de commodities é bastante arriscado, especialmente para propriedades pequenas, o que leva os produtores remanescentes a buscarem alternativas. No caso do café, a produção de um produto de maior qualidade é um dos caminhos trilhados.

Segundo informações da Câmara Setorial do Café do Paraná, a obtenção de cafés especiais no Estado representa no mínimo 10% do volume, podendo se aproximar de 30% a depender das condições da safra. A Câmara Setorial, criada por lei estadual, também é um dos promotores do Concurso Café Qualidade Paraná, que chega a sua 22ª edição neste ano visando promover a melhora constante do produto colhido no estado.

Além da iniciativa do concurso, o Estado promove assistência técnica por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), especialmente no projeto “Mulheres do Café”. Este projeto não se restringe à produção, alcançando a agregação de valor na venda direta da produção ao público.

Esta verticalização tem sido outra forma de muitos produtores buscarem um rendimento melhor. Também há iniciativas de turismo rural sendo promovidas. “Cada vez mais os Cafés do Paraná buscam uma diferenciação, visto que a produção em grande escala dificilmente voltará a ser a regra para os produtores paranaenses”, concluiu o analista do Deral.

Fonte: AEN

Economistas veem tarifaço de Trump com impacto mais político e com efeitos reduzidos no Brasil

 

Sede do Banco Central do Brasil em Brasília — Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Economistas reunidos com o Banco Central (BC) avaliaram que os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil sob o governo Donald Trump devem ser mais relevantes no campo político do que propriamente na macroeconomia. Com informações do Valor Econômico.

Segundo relatos dos participantes, a preocupação maior segue sendo a inflação e os sinais de enfraquecimento da atividade econômica no país, que começam a se acumular diante da desaceleração do crédito e do desempenho aquém do esperado de instrumentos como o consignado privado.

Durante os encontros, realizados na última sexta-feira (18), analistas apontaram que o cenário inflacionário apresenta perspectivas melhores para 2025 e 2026. Projeções de inflação abaixo de 5% para este ano e na faixa de 4% a 4,5% para o próximo ano foram discutidas, considerando não apenas a cotação do dólar, mas também a dinâmica de preços no setor de serviços. A revisão para baixo nas estimativas mostra um ambiente econômico mais favorável do que o previsto no início do ano.

No âmbito da política monetária, parte dos economistas consultados admite a possibilidade de o BC iniciar o corte da Selic já em dezembro, mas o consenso aponta que o ciclo de redução de juros deve mesmo começar apenas em 2026, diante da persistente incerteza fiscal e política. As projeções para a taxa básica de juros ao fim do ciclo variam entre 12% e 13%, mas há quem condicione uma queda maior à condução da política econômica após as eleições presidenciais brasileiras.

Trump exibindo decreto sobre tarifaço global. Foto: Saul Loeb/AFP

Mesmo com o impacto político das tarifas de Trump, os economistas reforçaram que não há elementos para alterações significativas na trajetória da política monetária no curto prazo. Além disso, há expectativa de que o BC mantenha um discurso firme diante dos riscos ainda presentes no cenário internacional e no ambiente interno, principalmente considerando as tensões diplomáticas entre Brasil e EUA.

Os debates com o BC também abordaram a necessidade de o país se preparar para eventual instabilidade externa provocada pelas sanções americanas, ainda que o efeito sobre a atividade econômica seja considerado limitado até o momento. O governo Lula tem se articulado politicamente para enfrentar a ofensiva de Trump, mas os analistas alertam para a importância de preservar a estabilidade das contas públicas como escudo contra choques externos.

Nas próximas semanas, o BC deverá consolidar essas impressões em suas projeções oficiais, que servirão de base para as decisões sobre a Selic. O cenário internacional conturbado, somado à desaceleração da economia doméstica, coloca a autoridade monetária em posição de cautela, mesmo com os indicadores de inflação mais comportados do que o esperado no início de 2025.

Fonte: DCM com informações do jornal Valor Econômico