sábado, 19 de julho de 2025

Deputado do PL pede nova ditadura militar para livrar Bolsonaro da cadeia

Coronel Chrisóstomo pediu que Forças Armadas "estejam ao lado do povo" e citou 1964, afirmando que a imprensa agiu a favor do povo e deve voltar a fazê-lo

     Deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) (Foto: Reprodução/TV Senado)

O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) sugeriu nesta sexta-feira (18) que as Forças Armadas atuem politicamente em resposta à operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em coletiva da oposição no Congresso, o parlamentar exaltou a ditadura militar iniciada em 1964 e pediu que militares fiquem "ao lado do povo brasileiro".

“Hoje, eu quero dizer o seguinte: Forças Armadas, estejam ao lado do povo brasileiro, estejam ao lado da democracia”, afirmou Chrisóstomo, de acordo com o portal UOL, para em seguida relembrar com orgulho o golpe de 1964, período marcado por censura, repressão e tortura. “Embora fosse um menino [na época], me orgulho das Forças Armadas.”

Ele também dirigiu críticas à imprensa, cobrando que jornalistas adotem postura semelhante à de veículos que apoiaram o golpe há seis décadas: “Na década de 60, em 64, a imprensa agiu a favor do povo. Está na hora da imprensa agir em favor do povo brasileiro”.

Questionado por jornalistas sobre o conteúdo autoritário de sua fala, o deputado não respondeu. O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), tentou se distanciar da declaração, dizendo que “o parlamentar tem direito de falar por sua posição” e destacou que a coletiva tinha outro objetivo. “Sobre as Forças Armadas, há generais presos e cortes no orçamento da instituição. Isso é suficiente, é a resposta.”

Fonte: Brasil 247 com informações do portal UOL

Ministros do STF cogitaram prisão de Bolsonaro após sobretaxa dos EUA

Medida vista como tentativa de embaraçar o processo de Bolsonaro seria motivo para prisão preventiva. Tornozeleira foi opção para garantir unidade do STF

       Jair Bolsonaro, de costas, e Alexandre de Moraes (Foto: Antonio Augusto/STF)

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) chegaram a discutir a possibilidade de decretar a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL) após a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, mencionando o julgamento do ex-presidente como um dos motivos, relata a Folha de S. Paulo.

A análise entre os magistrados da corte é de que a medida norte-americana tem caráter intimidatório e visa interferir diretamente no processo judicial contra Bolsonaro, que é acusado de liderar uma trama golpista. O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, apontou que a sobretaxa anunciada por Trump teve como objetivo “gerar uma grave crise econômica no Brasil, para gerar uma pressão política e social no Poder Judiciário”.

☆ Estratégia para preservar a unidade do STF - Apesar de considerarem a prisão preventiva juridicamente viável, ministros decidiram por uma solução mais moderada no momento: a imposição do uso de tornozeleira eletrônica. A avaliação interna é de que a adoção imediata de uma medida extrema poderia acirrar divisões no STF e oferecer argumentos à narrativa bolsonarista de perseguição política.

A instituição da tornozeleira nasceu como alternativa à prisão preventiva, adotada quando cautelares não são suficientes, lembrou um magistrado à Folha. O objetivo seria evitar um desgaste institucional maior e ao mesmo tempo impedir a concretização de um possível plano de fuga por parte de Bolsonaro — especialmente após a apreensão de dólares em sua residência.

O tribunal também leva em conta o histórico recente de fuga da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), considerada um alerta para a necessidade de controle mais rígido sobre aliados do ex-presidente.

☆ Eduardo Bolsonaro nos EUA acendeu alerta - A atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) junto ao governo dos Estados Unidos também pesou na decisão de impor medidas cautelares. Segundo Moraes, “o investigado Eduardo Nantes Bolsonaro afirmou, publicamente, em suas redes sociais que sua intermediação com o governo estrangeiro resultou no anúncio do presidente dos Estados Unidos da América em que impôs uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos”.

A decisão do ministro baseou-se em publicações nas redes sociais e declarações públicas de Bolsonaro, de seu filho e do próprio presidente Trump. Esses conteúdos também foram citados nos pedidos da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República que embasaram a operação de sexta-feira (18), quando as medidas foram impostas.

Em seus despachos, Moraes classificou as declarações como “claros e expressos atos executórios e flagrantes confissões da prática dos atos criminosos”.

☆ Risco de fuga e revogação de vistos - O ministro Alexandre de Moraes reforçou que as medidas adotadas buscam evitar a fuga de Bolsonaro e a interferência estrangeira no processo. A revogação de vistos do próprio Moraes e de outros ministros do STF pelo governo dos EUA, também anunciada na sexta-feira, foi interpretada como mais um passo na escalada de tensão promovida por Trump para desestabilizar o funcionamento do Judiciário brasileiro.

A expectativa é de que a Primeira Turma do STF tenha maioria para confirmar eventuais decisões mais duras contra Bolsonaro, mas os ministros ponderam que esse respaldo seria mais estreito em relação à prisão do que à confirmação do uso da tornozeleira eletrônica.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Eduardo Bolsonaro ameaça com fim da eleição de 2026 caso exigências de Trump não sejam atendidas

Deputado licenciado afirmou que eleições podem ser canceladas se “crise institucional” não for resolvida e comemorou sanções contra o Brasil

      Eduardo Bolsonaro (Foto: Reprodução/X/@BolsonaroSP)

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a fazer ameaças à democracia brasileira durante entrevista à CNN Brasil, nesta sexta-feira (18), ao afirmar que a eleição presidencial de 2026 poderá nem sequer ocorrer. “Não estou preocupado com a eleição. Se o Brasil não resolver nos próximos meses ou semanas essa crise institucional, não haverá eleição em 2026, então por que eu me preocuparia com popularidade? Não estou preocupado com popularidade. É 100% vitória ou 100% derrota. Se nós sairmos vitoriosos, a gente recupera essa popularidade em um ou dois dias”, afirmou o deputado, evidenciando a estratégia política do bolsonarismo de tensionar o ambiente democrático.

Atualmente nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro declarou estar atuando diretamente junto ao governo do presidente norte-americano Donald Trump — reeleito e empossado para seu segundo mandato em 2025 — para promover sanções contra o Supremo Tribunal Federal (STF), em especial contra o ministro Alexandre de Moraes, além de atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o próprio Brasil.

Eduardo classificou como “vitória” a recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros que ingressam nos Estados Unidos, atribuindo esse movimento à sua articulação com membros do alto escalão do governo Trump. “As taxas de 50% sobre produtos brasileiros que entrem nos Estados Unidos foi mencionada por ele como uma vitória de sua atuação”, destacou a reportagem do Estado de Minas.

Mobilização para evitar a prisão de Jair Bolsonaro

Desde que se mudou para os Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro tem buscado mobilizar aliados de extrema direita e integrantes do governo Trump com o objetivo de impedir a prisão de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e garantir sua candidatura para 2026. O parlamentar age abertamente para que o governo dos Estados Unidos intervenha na política interna do Brasil, tentando condicionar o processo democrático brasileiro a interesses externos.

As falas de Eduardo acontecem em meio a investigações da Polícia Federal que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro em diversos casos de ataques às instituições brasileiras, tentativa de golpe e outros crimes. A atuação do deputado licenciado em território estrangeiro tem gerado reações dentro do Brasil, incluindo protestos, como o “Cortejo da Tornozeleira”, realizado em Belo Horizonte para celebrar as restrições impostas a Jair Bolsonaro, e manifestações do ministro Alexandre de Moraes alertando sobre ameaças à soberania nacional.

Fonte: Brasil 247

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Simone Tebet enquadra Tarcísio: “a justiça está sendo feita agora”

'A Justiça não humilha, ela protege o país dos traidores da Pátria', escreveu a ministra em rede social. 'Quem defende um golpe de Estado não quer a paz'

      Tarcísio de Freitas e Simone Tebet (Foto: Reprodução I Marcelo Camargo / Agência Brasil)

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, mandou um recado ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que defendeu Jair Bolsonaro (PL) após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes anunciar medidas cautelares contra o político da extrema-direita por obstrução judicial e risco de fuga para o exterior. O ex-mandatário é réu no inquérito da trama golpista.

“Sabe quem tem coragem e ama mesmo o Brasil? Nosso povo, que cria seus filhos com honestidade, amor à família e à pátria. Não quer a paz quem defende golpe e coloca seus interesses familiares acima da pátria. O tempo não trará a justiça, ela está sendo feita agora. E a Justiça não humilha ninguém - ela pune quem merece ser punido e protege o país de traidores da Pátria”, escreveu Simone em postagem na rede social X.

Uma das medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes contra Bolsonaro é o uso de tornozeleira eletrônica. O ex-mandatário faz articulações com o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, para conseguir apoio no sentido de aplicar sanções ao Brasil por conta da ação judicial do plano golpista.

No último dia 9, os Estados Unidos anunciaram um tarifaço de 50% às exportações brasileiras e, em carta endereçada ao presidente Lula (PT), Trump citou o processo envolvendo Bolsonaro como justificativa para lançar a guerra comercial contra o Brasil.

Após a decisão de Moraes sobre as medidas cautelares, Tarcísio defendeu ex-mandatário, de quem o governador foi ministro da Infraestrutura no período 2019-2022. “Se as humilhações trazem tristeza, o tempo trará a justiça”, escreveu o chefe do Executivo paulista na rede social X.

 


Mais detalhes

O ministro Alexandre de Moraes determinou medidas restritivas contra Jair Bolsonaro no âmbito do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado. As decisões se baseiam em indícios de que o ex-mandatário teria praticado obstrução à Justiça e coação durante o processo penal em curso. A Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) alertaram para o risco de Bolsonaro deixar o país e também o acusam de pressionar por sanções internacionais contra autoridades do Brasil.

Em sua fundamentação, Moraes destacou que Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), teriam confessado indiretamente os crimes de coação processual e obstrução da Justiça ao buscarem interferência externa no caso. Eduardo, que está licenciado do mandato desde março e reside nos EUA, afirma ser vítima de perseguição política. Sua licença parlamentar expira no próximo domingo (20).

O ministro também mencionou a possibilidade de crimes contra a democracia e a soberania nacional, uma vez que Bolsonaro e seu filho condicionaram o encerramento do processo ao fim das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras.

No STF, o ex-presidente é acusado formalmente de cinco crimes, com penas que, somadas, podem ultrapassar três décadas de prisão: organização criminosa armada, ameaça ao Estado Democrático de Direito, danos a bens públicos protegidos, tentativa de golpe e crimes contra o patrimônio com violência.

Além de mencionar o caso Bolsonaro para justificar as novas tarifas, os EUA abriram uma investigação sobre as políticas comerciais do Brasil por meio do Escritório do Representante Comercial (USTR). O governo Lula já sinalizou que adotará medidas em respposta ao governo Trump.

Ao receber a tornozeleira eletrônica na Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Bolsonaro classificou a medida como uma forma de "humilhação extrema" e negou qualquer intenção de fugir do país para escapar de uma eventual condenação.

Seus advogados emitiram uma nota repudiando as medidas cautelares, alegando que o ex-presidente sempre cumpriu rigorosamente todas as ordens judiciais até o momento.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro escondia dólares até na gaveta de cuecas, diz PF

 

Jair Bolsonaro em entrevista à Reuters. Foto: reprodução
A Polícia Federal encontrou US$ 14 mil (aproximadamente R$ 69 mil) e R$ 8 mil em espécie durante a busca realizada na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (18). Segundo relatos dos agentes obtidos por Juliana Dal Piva, do ICL, parte do dinheiro estava guardada no escritório da casa, enquanto outra porção foi encontrada em uma gaveta de cuecas no quarto do ex-mandatário.

Questionado sobre os valores, Bolsonaro afirmou a jornalistas: “Sempre guardei dólar em casa, pô”, apresentando comprovantes de saques bancários como justificativa.

Dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelam que o ex-presidente recebeu R$ 17,2 milhões via Pix entre janeiro e julho de 2023, provenientes de doações de apoiadores para pagamento de multas eleitorais.

A operação, que começou por volta das 7h da manhã, foi marcada por momentos de tensão. De acordo com agentes federais, Bolsonaro ainda dormia quando a equipe chegou e demonstrou nervosismo ao ser acordado, assim como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

“Eles se mostraram exaltados, afirmando que a operação não era justa”, relatou um dos policiais, embora tenham cooperado com os procedimentos.

Bolsonaro sendo levado para por tornozeleira eletrônica. Foto: reprodução
Além do dinheiro, os investigadores apreenderam um pendrive encontrado no banheiro do casal. Bolsonaro declarou desconhecer tanto o dispositivo quanto seu conteúdo, que agora será submetido à análise pericial. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como parte das investigações sobre suposta tentativa de golpe em 2022.

Em decisão de 47 páginas, Moraes impôs ao ex-presidente medidas cautelares rigorosas, incluindo o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e aos finais de semana, proibição de contato com autoridades estrangeiras e outros investigados, além da suspensão do acesso às redes sociais.

O ministro fundamentou sua decisão citando publicações de Bolsonaro e de seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), como evidências de suposta “extorsão contra a Justiça brasileira”.

As postagens indicariam tentativas de vincular a suspensão das tarifas comerciais impostas por Donald Trump aos EUA a uma eventual anistia no Brasil, além de lobby por sanções contra autoridades brasileiras em território estadunidense.

Fonte: DCM

VÍDEO – Influenciadora dinamarquesa elogia Lula por enfrentamento a Trump: “Orgulho”

 

A influenciadora dinamarquesa Frederikke Palmgren, conhecida como Fefe – Foto: Reprodução
A influenciadora dinamarquesa Frederikke Palmgren, conhecida como Fefe, usou seu perfil no TikTok para elogiar o presidente Lula após os embates diplomáticos com Donald Trump. Em vídeo compartilhado na rede, ela comentou: “Eu sou dinamarquesa e eu tenho uma pergunta pra vocês brasileiros. Como é ver o seu presidente ter uma vitória tão grande contra o Trump? Eu nem sou brasileira e tenho orgulho de ver todos os discursos dele contra o Trump, e o mundo inteiro está aplaudindo ele agora”.

A fala ocorre no contexto da crise gerada após o anúncio da tarifa adicional de 50% imposta por Trump sobre produtos brasileiros, o que elevou a tensão entre os dois países. Para Fefe, Lula tem se posicionado de forma firme diante da ofensiva americana, o que teria despertado admiração internacional.

Frederikke já viveu no Rio de Janeiro, aprendeu a falar português e costuma produzir conteúdos comparando a realidade do Brasil com a da Dinamarca.

Fonte: DCM

Marco Rubio revoga vistos de Alexandre de Moraes e familiares

 

Marco Rubio e Alexandre de Moraes – Foto: Reprodução
O secretário de Estado do governo Trump, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira (18) a revogação imediata dos vistos americanos do ministro Alexandre de Moraes, de seus familiares e de “aliados no tribunal”. A decisão foi divulgada por meio de post no X.

“O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos”, escreveu Rubio.

Segundo ele, Moraes teria conduzido uma “caça às bruxas política” contra Jair Bolsonaro. “Essa perseguição criou um complexo de censura tão abrangente que atinge não apenas os brasileiros, mas também os americanos”, afirmou o secretário.

“Portanto, ordenei a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados no tribunal, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato”.

A medida foi tomada no mesmo dia em que Moraes determinou o uso de tornozeleira eletrônica por Jair Bolsonaro. A decisão do STF também impôs recolhimento domiciliar noturno e proibição de contato com diplomatas, embaixadores e outros investigados. O pedido partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou risco de fuga e tentativa de influenciar autoridades estrangeiras.

Bolsonaro classificou as restrições como “suprema humilhação” e seus aliados passaram a pressionar o governo Trump por retaliações

A revogação dos vistos é a primeira resposta pública dos Estados Unidos desde o agravamento da crise diplomática. A tensão teve início após o chefe de Estado americano anunciar uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA.

Fonte: DCM

“Brasil será mergulhado no caos” e vira “Venezuela” se não ceder a Trump, diz Eduardo Bolsonaro

 

Deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), em entrevista à CNN • CNN

O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) adotou novamente um tom de submissão aos interesses dos Estados Unidos ao afirmar que “o Brasil será mergulhado no caos” caso não ceda às exigências do presidente norte-americano, Donald Trump. A declaração foi dada nesta sexta-feira (18), durante participação no programa CNN Arena, em meio à repercussão do tarifaço anunciado por Trump, que impôs 50% de tarifas sobre produtos brasileiros.

“Eu nunca vi o Trump recuar, não existe recuo, se este for o cenário o Brasil será mergulhado no caos e terá um tratamento semelhante ou igual a Venezuela”, afirmou o deputado, fazendo uma analogia com o país vizinho para dramatizar o cenário. O parlamentar também deixou claro que, na sua visão, o governo brasileiro deveria reconhecer as queixas do presidente americano para evitar as punições tarifárias que passam a vigorar a partir de 1º de agosto.

A fala de Eduardo Bolsonaro revela não apenas um alinhamento direto com Trump, mas um discurso de chantagem direcionado ao país e ao Supremo Tribunal Federal. “Ninguém bate de frente com o Trump, não será Moraes que conseguirá fazer esse feito”, disse.

Na mesma linha, Eduardo ironizou o ministro do STF: “Eu aprendi com Alexandre de Moraes, que não se deve recuar mediante chantagem, só que agora Alexandre de Moraes está encontrando uma pessoa maior do que ele para bater de frente. Estados Unidos, né, Trump já entrou em disputas com o Canadá e ganhou.”


As declarações ocorrem no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes determinou buscas em endereços ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado e pai de Eduardo. A decisão do Supremo também impôs medidas como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e nos finais de semana, proibição de uso de redes sociais e de contato com diplomatas e outros investigados — incluindo Eduardo Bolsonaro. Para o deputado, a decisão de Moraes foi “lamentável”.

Na decisão que atinge Bolsonaro, Moraes associou diretamente o aumento das tarifas anunciado por Trump à tentativa de interferência no Judiciário brasileiro. O ministro afirmou que o tarifaço busca criar uma grave crise econômica no Brasil para pressionar politicamente o Supremo. “A implementação do aumento de tarifas tem como finalidade a criação de uma grave crise econômica no Brasil, para gerar uma pressão política e social no Poder Judiciário e impactar as relações diplomáticas entre o Brasil os Estados Unidos da América, bem como na interferência no andamento da AP 2.668/DF – que se encontra em fase de alegações finais”, escreveu Moraes.

A ação penal mencionada por Moraes é a AP 2.668/DF, que tem como alvo Jair Bolsonaro e outros sete aliados, todos acusados de envolvimento em uma tentativa frustrada de golpe de Estado após as eleições de 2022. O processo avança no Supremo enquanto as investigações sobre articulações internacionais, como o suposto apoio de Trump, ganham força.

Eduardo Bolsonaro, por sua vez, age como um porta-voz informal de Trump, ampliando a narrativa de intimidação contra o Brasil, caso o Judiciário não recue. A defesa do deputado reforça o isolamento internacional que o país pode enfrentar se continuar a ser instrumentalizado pelos interesses bolsonaristas alinhados à extrema direita global.

O caso expõe não apenas o ataque à soberania nacional, mas também a tentativa explícita de submeter decisões do Supremo Tribunal Federal à vontade de um governo estrangeiro. A Corte, por sua vez, já sinalizou que não aceitará pressões, sejam elas de origem nacional ou internacional.

Fonte: DCM

Moraes cita “inimigos da soberania nacional” em decisão contra Bolsonaro

 

Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: reprodução

Em decisão que impôs medidas restritivas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez duras críticas ao que chamou de “inimigos da Soberania nacional, Democracia e Estado de Direito”, afirmando que a Corte jamais faltou com coragem para enfrentar tais ameaças, “sejam inimigos nacionais, sejam inimigos estrangeiros”.

O documento, que determinou o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar ao ex-presidente, traça uma conexão direta entre a atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros feito por Donald Trump.

Para Moraes, há indícios de que Bolsonaro e seu filho agiram com “patente obstrução à Justiça” ao tentar “coagir essa SUPREMA CORTE no julgamento da AP 2.668/DF”.

O ministro foi enfático ao afirmar que o Poder Judiciário “não permitirá qualquer tentativa de submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado”.

A decisão cita declarações públicas de Bolsonaro como evidência de suposta “atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira”, especialmente após o ex-presidente ter vinculado publicamente a suspensão das tarifas americanas a uma possível anistia política.

“A Soberania Nacional não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida, pois é um dos FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”, escreveu Moraes, que também citou Machado de Assis em sua decisão: “A soberania nacional é a coisa mais bela do mundo, com a condição de ser soberania e de ser nacional”.

Além do histórico escritor brasileiro, Moraes também fez menção a um dos mais consagrados presidentes dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, em uma provocação a Trump. O magistrado citou que o 16° presidente estadunidense foi “responsável pela manutenção da União e pela proclamação da Emancipação” de sua nação.

O ministro ainda parafraseou Lincoln com a frase “os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis”, para justificar a defesa da soberania brasileira.

As afirmações do ministro se baseiam em falas do réu após o anúncio, em 9 de julho, de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras pelos EUA. No domingo (13), Bolsonaro declarou que a anistia traria “paz para a economia”, e na quinta (17) questionou publicamente: “Vamos supor que Trump queira anistia. É muito? É muito, se ele pedir isso aí?”.

Para Moraes, essas manifestações configuram crimes de coação processual, obstrução de justiça e atentado à soberania nacional. Veja o momento da fala de Bolsonaro:


Votação na Primeira Turma

A posição de Moraes recebeu apoio de outros ministros do STF. Flávio Dino e Cristiano Zanin votaram pela manutenção das medidas cautelares, formando maioria na Primeira Turma. Em seu voto, Dino destacou o “perigo concreto de fuga” e a “articulação dolosa” para coagir a Corte.

As restrições impostas a Bolsonaro incluem:

– Uso obrigatório de tornozeleira eletrônica
– Recolhimento domiciliar noturno (19h às 6h) e em finais de semana
– Proibição de contato com autoridades estrangeiras e outros investigados
– Suspensão do acesso às redes sociais

A decisão ocorre em meio a crescentes tensões entre o Judiciário e setores do Legislativo alinhados a Bolsonaro. Enquanto a oposição critica o que chama de “ativismo judicial”, ministros do STF defendem que as medidas são necessárias para preservar a democracia e a soberania nacional.

Fonte: DCM

VÍDEO: Tornozeleira obriga repórter a encerrar entrevista com Bolsonaro; entenda

 

Jair Bolsonaro olha o relógio durante entrevista para não descumprir as regras impostas pelo STF. Reprodução
Durante entrevista exclusiva à BandNews TV e à BandNews FM nesta sexta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro precisou interromper a conversa ao vivo para cumprir as restrições determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O repórter Túlio Amâncio explicou ao público que a assessoria de Bolsonaro solicitou o fim antecipado da entrevista, já que o ex-presidente precisava retornar para casa antes das 17h, em respeito às medidas cautelares que incluem o uso de tornozeleira eletrônica.

Bolsonaro, que reafirmou sua intenção de disputar a Presidência em 2026, mesmo inelegível, criticou duramente o ministro Alexandre de Moraes, responsável pela ordem judicial que impôs as restrições. O ex-presidente classificou as decisões do magistrado como parte de uma “ditadura” e afirmou estar sendo perseguido politicamente. Ele também declarou sentir vergonha de utilizar a tornozeleira e disse que a intenção seria apenas a de humilhá-lo publicamente.

Além das críticas a Moraes, Bolsonaro relatou detalhes da ação da Polícia Federal que resultou na apreensão de dólares, reais e um pen-drive encontrado em sua residência. Ele disse ter sido surpreendido pela presença dos agentes e negou qualquer irregularidade, afirmando que o dinheiro apreendido foi sacado legalmente de sua conta bancária e guardado para eventuais emergências.

O ex-presidente também comentou sobre as suspeitas envolvendo o pen-drive, alegando que não possui laptop em casa e insinuando surpresa quanto ao objeto encontrado por uma agente da PF. Bolsonaro reforçou que não tem qualquer elemento que possa comprometê-lo e criticou o argumento de risco de fuga, lembrando que seu passaporte está retido há dois anos.

Durante a entrevista, Bolsonaro ainda se esquivou de confirmar apoio a outro nome da direita para a disputa presidencial de 2026 e reafirmou que pretende ser candidato. Disse que as pesquisas o colocam à frente de Lula e que há um esforço para afastá-lo definitivamente da política. Segundo ele, o processo que enfrenta seria parcial e parte de um movimento para inviabilizar seu retorno ao Planalto.

Com a necessidade de cumprir o horário estipulado pela Justiça, Bolsonaro encerrou a entrevista. O episódio repercutiu nas redes sociais, gerando piadas sobre a cena inusitada de um ex-presidente deixando uma entrevista para cumprir medida cautelar imposta pelo STF.

Fonte: DCM

PF finaliza perícia do pen drive apreendido no banheiro de Bolsonaro

Laudo será encaminhado ao responsável pela investigação na próxima segunda-feira

      Jair Bolsonaro à mesa (Foto: Carlos Moura / Ag. Senado)

A Polícia Federal finalizou a análise do pen drive apreendido no banheiro da residência de Jair Bolsonaro (PL), durante operação realizada nesta sexta-feira (18). O equipamento foi periciado na sede do Instituto Nacional de Criminalística da PF, e o laudo já está pronto, segundo apurou a CNN Brasil.

Apesar de o conteúdo estar sob sigilo, fontes afirmaram à CNN que os dados já foram extraídos do aparelho e que o relatório da perícia será encaminhado ao responsável pela investigação na próxima segunda-feira (21).

Além do dispositivo, os agentes apreenderam também o celular pessoal de Bolsonaro, R$ 8 mil e US$ 14 mil em espécie. Questionado sobre o objeto, o ex-presidente alegou desconhecimento: "Nunca mexi com pen drive na minha vida toda", disse à imprensa.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

De tornozeleira, Bolsonaro diz não ter dúvida de que será preso e ataca Moraes: "ditador"

No entanto, Bolsonaro também insistiu que será novamente candidato à Presidência no ano que vem

      Jair Bolsonaro (Foto: Carlos Moura / Ag. Senado)

(Reuters) - O ex-presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, em entrevista exclusiva à Reuters, que não tem dúvidas de que será condenado e preso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo em que é réu por tentativa de golpe de Estado, após ser alvo de uma operação da Polícia Federal determinada pela corte nesta manhã.

Bolsonaro disse, em entrevista na sede de seu partido, o Partido Liberal (PL), em Brasília, que só está em julgamento no STF porque o ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos contra ele na corte, quer condená-lo, considerando que o correto seria ser julgado na primeira instância do Judiciário.

"Ele quer me tirar da participação no jogo político do ano que vem", afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente é réu em processo no STF acusado de participar de uma suposta trama para um golpe de Estado após sua derrota na eleição presidencial de 2022. Ele disse acreditar que será condenado até o mês que vem.

Na manhã desta sexta-feira, o ex-presidente foi alvo de uma operação da PF determinada por Moraes com busca e apreensão em sua casa e uma série de medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar e proibição de contato com uma série de pessoas.

Em sua decisão, Moraes disse que o ex-presidente e seu filho Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado que está vivendo nos Estados Unidos, agiram ilegalmente “com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro, por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas com patente obstrução à Justiça e clara finalidade de coagir essa Corte.”

O ex-presidente classificou Moraes de "ditador aqui no Brasil" e disse que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca o confronto com os Estados Unidos, em meio às tarifas comerciais de 50% anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, ao Brasil.

Bolsonaro, que foi declarado inelegível em duas ações pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), insistiu que será novamente candidato à Presidência no ano que vem e fez a avaliação de que, caso não dispute, Lula será reeleito.

Sobre as medidas judiciais contra ele, Bolsonaro classificou o uso de tornozeleira eletrônica como "uma suprema humilhação" e criticou a proibição de contato com Eduardo. "É uma covardia não poder falar com Eduardo. Falava com ele nos EUA pelo menos dia sim, dia não."

Bolsonaro afirmou que nunca cogitou deixar o Brasil, apesar das medidas cautelares que buscam impedi-lo de sair do país e que o processo contra ele é político.

(Reportagem adicional de Fernando Cardoso e Eduardo Simões, em São Paulo)

Bolsonaro diz estar com vergonha de usar tornozeleira: "humilhante"

Ex-presidente acusado de tentativa de golpe de Estado já admite prisão e diz ser vítima de covardia: "nada fiz de errado”

        Jair Bolsonaro durante interrogatório no STF (Foto: Gustavo Moreno/STF)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a se queixar nesta sexta-feira (18) das medidas judiciais determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito das investigações que apuram sua participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado. Em entrevista à Band News, Bolsonaro classificou como “humilhante” e “degradante” o uso da tornozeleira eletrônica, determinada pelo STF como uma das condições para sua liberdade.

“Eu tenho vergonha de usar tornozeleira. Qual risco ofereço à sociedade? Qual o risco ofereço de fuga?”, disse o ex-mandatário, que também afirmou não temer uma eventual prisão. “Estou com 70 anos, não estou com preocupação, com medo de nada. Agora, é uma injustiça, uma covardia me prender, nada fiz de errado”, declarou.

As medidas impostas por Moraes incluem ainda a proibição de contato com outros investigados, entre eles o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, e a vedação de uso das redes sociais.

Fonte: Brasil 247