terça-feira, 30 de dezembro de 2025

Empresário de MS convoca extermínio de petistas, xinga STF e desafia deputado: “Vai dar morte”


O empresário Luiz Paulo Lemos Castelluccio: ele convocou seus amigos a exterminarem todos os petistas (crédito: reprodução)

O empresário Luiz Paulo Lemos Castelluccio, dono da “Tonon Telecom”, firma que presta serviços de tecnologia da informação para fazendas do agronegócio em Mato Grosso do Sul (MS), convocou, por meio de suas redes sociais, todos os cidadãos de seu estado que são simpatizantes da Direita a exterminarem os políticos do Partido dos Trabalhadores (PT). Ele também desafiou o ex-deputado federal e pré-candidato ao governo de MS, Fábio Trad (PT), para um duelo nas ruas. E avisou: “Vai dar morte”.

Essas são apenas as últimas de uma série de ofensas e ameaças que o empresário praticava por meio de suas redes, que foram retiradas do ar no último sábado (27), após ele ter sido denunciado à polícia.

O convite ao extermínio foi postado na semana passada em um comentário na página do jornalista de Campo Grande Otávio Neto. Na mesma postagem, ele informa que já avisou ao pré-candidato Fábio Trad que está “de peito aberto” para um duelo de morte.

Ainda no mesmo comentário, ele afirma que a sigla STF, abreviação de “Supremo Tribunal Federal”, significa, na verdade, “Só Tem Filhos da P*ta”. Veja, abaixo, reprodução da mensagem, que já foi tirada do ar pelo próprio empresário, que perdeu a coragem após ser denunciado à polícia.

Postagem de empresário de Campo Grande (MS) dizendo que petistas devem ser exterminados como Israel faz com o Hamas (crédito: reprodução)

☉ Empresário tem histórico de ameaças, ofensas e violência

Luiz Paulo Lemos Castelluccio tem histórico de agressões e ameaças. Ele já foi condenado em, pelo menos, dois processos trabalhistas por ofender, humilhar e ameaçar seus funcionários.

Em um deles, teve que indenizar um trabalhador por chamá-lo de “bosta, burro, louco, mal educado, incompetente, que não serve para nada”. Conforme consta na sentença, proferida pelo juiz Marco Antonio Miranda Mendes:

“A urbanidade e o linguajar de nível elevado é requisito indispensável no trato com os empregados, de forma que o Direito não aceita o tratamento humilhante e difamatório, principalmente na frente de outras pessoas, Conduta como essa ofende a honra objetiva e subjetiva do sujeito ofendido e fere a dignidade da pessoa humana.

Restou comprovado a ofensa moral do reclamante, perpetrada pelo sócio da reclamada, no exercício de suas funções de mando e gestão, implicando em abuso do poder de direção e do poder disciplinar.”

Ele também já se envolveu em uma briga de rua com um policial militar, após ter batido no carro do agente público e ter tentado arrancar sua arma do coldre. O policial, então, reagiu afastando-o com um soco no rosto. O empresário, depois, abriu um processo contra o policial, mas perdeu.

De volta às suas redes sociais – já devidamente apagadas -, Castelluccio tinha por hábito ofender o STF e os membros da corte. Em uma das postagens, disse que “o meretrício do STF elegeu o Bandido (Lula)”.

☉ Presidente do PT-MS denuncia empresário à Polícia Federal

O presidente do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso do Sul, deputado federal Vander Loubet, protocolou na sede da Polícia Federal (PF) em Campo Grande uma notícia-crime contra o empresário Luiz Paulo Lemos Castelluccio no último dia 24. Castelluccio, além de defender o “extermínio de petistas”, afirmou (sem qualquer prova) que o advogado Fábio Trad, pré-candidato ao governo sul-mato-grossense, é “tio de traficante”.

“Nunca tive sobrinho envolvido em tráfico. Este indivíduo responderá pelos seus atos na Justiça”, declarou Trad após a denúncia ter sido protocolada. O presidente do PT-MS informou que também vai adotar outras providências judiciais, nas esferas criminal e cível, contra Castelluccio.

O empresário ainda é alvo de um processo movido por sua própria mãe por conta de uma dívida de 2018 a qual ele se nega a pagar.

Cleusa Lemos Castelluccio, que tem mais de 80 anos, moveu uma ação contra o próprio filho na comarca de Fernandópolis, em São Paulo, em 2023. Ela é viúva. Pediu isenção das custas judiciais por ser pobre, indicando que as despesas com a cobrança judicial comprometeriam a sua sobrevivência. Até a publicação desta reportagem, o débito continuava em aberto.

Fonte: DCM

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