Equipe médica diz que intervenção é considerada invasiva, mas segura, e alerta para risco de paralisia do diafragma e necessidade de suporte ventilatório
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve passar por uma avaliação médica na próxima segunda-feira (29) que poderá definir a necessidade de um novo procedimento para tratar as crises de soluços persistentes que o afetam: um bloqueio anestésico do nervo frênico, estrutura que sai da região cervical e se estende até o diafragma. As informações foram publicadas pela CNN Brasil, com apuração de Duda Cambraia e supervisão de Douglas Porto.
Bolsonaro foi submetido na manhã desta quinta-feira (25) a uma cirurgia para corrigir uma hérnia inguinal bilateral. Segundo a equipe médica, o procedimento ocorreu dentro do previsto e sem intercorrências. A cirurgia começou por volta das 9h30 e durou cerca de quatro horas.
● O que é o nervo frênico e por que ele pode ser bloqueado
O nervo frênico é responsável por transmitir comandos que permitem a contração do diafragma, músculo essencial para a respiração. É justamente por atuar nessa região que, segundo a equipe médica, o bloqueio do nervo pode ser considerado uma alternativa para interromper crises persistentes de soluços, ao promover uma anestesia temporária na condução nervosa.
A proposta do bloqueio anestésico, de acordo com os médicos, é reduzir a hiperatividade do diafragma, que pode estar relacionada aos episódios prolongados de soluços. Ainda assim, trata-se de um procedimento que exige cuidado e monitoramento.
● “Pode ter complicações”, diz cirurgião sobre risco no diafragma
O cirurgião geral Claudio Birolini, um dos responsáveis pelo tratamento, afirmou à CNN Brasil que o procedimento pode trazer riscos, inclusive com impacto direto na respiração do paciente.
“O procedimento pode ter complicações sobre as quais não temos controle, por exemplo, a paralisia do músculo do diafragma, com dificuldade de respiração”, diz o médico à CNN Brasil.
Birolini explicou que a intervenção busca a anestesia temporária do nervo. Caso surja dificuldade respiratória, a equipe prevê que pode ser necessário um suporte ventilatório artificial, até que o efeito do anestésico passe.
● Procedimento é invasivo, mas considerado seguro
De acordo com a equipe, o bloqueio anestésico do nervo frênico é considerado invasivo, mas é visto como um procedimento seguro dentro dos protocolos médicos, desde que realizado com acompanhamento e estrutura para intervenção imediata em caso de complicações.
Nos próximos dias, a prioridade será otimizar a medicação, ajustar a dieta e observar a evolução clínica das crises de soluços, antes de decidir se o bloqueio será efetivamente realizado após a avaliação de segunda-feira.
● Internação pode durar de cinco a sete dias — ou mais
A equipe médica informou ainda que Bolsonaro deve permanecer internado entre cinco e sete dias para cuidados pós-operatórios. Esse período pode ser ampliado caso a intervenção para soluços seja confirmada e realizada na segunda-feira.
A alta hospitalar dependerá da evolução clínica e da capacidade do ex-presidente de retomar atividades básicas, como tomar banho e realizar o autocuidado.
● Possível ida à PF ainda é incerta, dizem médicos
Questionados sobre a possibilidade de Bolsonaro seguir para a Superintendência da PF (Polícia Federal) após a internação, os médicos afirmaram que ainda é cedo para qualquer previsão. Segundo a equipe, qualquer deslocamento ou decisão dependerá do quadro de recuperação nos próximos dias.
A situação seguirá sendo acompanhada pela equipe médica, que deve atualizar o estado clínico após a avaliação marcada para segunda-feira (29), quando será definida a necessidade do bloqueio do nervo frênico e o eventual prolongamento da internação.
Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil
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