sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Queda no preço dos alimentos reduz inflação para famílias mais pobres, mostra estudo do Ipea

Deflação de 0,69% em julho amenizou impacto da alta na energia elétrica e beneficiou especialmente as classes de menor renda

       Carrinho de supermercado (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A redução nos preços dos alimentos consumidos em casa foi o principal fator para conter a inflação em julho, especialmente no orçamento das famílias com menor poder aquisitivo. Segundo dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e citados por Míriam Leitão, do jornal O Globo, a deflação de 0,69% registrada pelo IBGE nesse grupo de produtos ajudou a neutralizar o efeito do aumento de 3% na tarifa de energia elétrica.

O levantamento mostra que, enquanto a inflação se manteve estável para as classes de renda baixa e média, houve aceleração mais intensa entre as famílias de renda alta. No segmento de renda muito baixa, a taxa caiu de 0,20% em junho para 0,19% em julho. Já no grupo de renda alta, o índice subiu de 0,28% para 0,44%, pressionado pelos reajustes de 19,9% nas passagens aéreas e de 1,6% nos serviços de recreação.

◆ Pressão permanece no acumulado do ano

Mesmo com a leve queda em julho, as classes de renda muito baixa e baixa acumulam a maior inflação no ano, ambas com alta de 3,4%. Entre os principais fatores de pressão estão o aumento nos alimentos consumidos em casa (2,9%), na energia elétrica (10,2%) e nas passagens de ônibus urbano (6,7%). Em contrapartida, a renda alta acumula a menor taxa de inflação em 2024, com 3,0%, favorecida pela redução de 13,6% nas tarifas aéreas.

No acumulado de 12 meses, a diferença se mantém: a renda alta registra inflação de 5,0%, enquanto a renda baixa atinge 5,4%.

◆ Alimentos seguem como desafio

Mesmo com quedas expressivas em alguns itens — como cereais (-17,1%) e tubérculos (-19,5%) —, outros produtos essenciais tiveram forte alta, pressionando o orçamento das famílias mais pobres. Carnes subiram 23,4%, aves e ovos 10,5%, óleo de soja 19,5% e café impressionantes 70,5% no período analisado.

◆ Gastos com habitação também pesam

O grupo habitação, que inclui despesas como energia e gás de botijão, foi outro responsável pelo aumento do custo de vida. Para as famílias de menor renda, os reajustes de 7,3% na conta de luz e de 5,6% no gás de cozinha tiveram forte impacto, mesmo com a queda geral da inflação no mês.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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