
Carcereiro de Lula (PT) durante os 580 dias em que o presidente ficou preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, o policial Jorge Chastalo Filho lançará, em abril do ano que vem, um livro sobre a rotina do petista no período de detenção, conforme informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
Ainda sem título, a obra será publicada pela WMF Martins Fontes e terá formato de diário. O livro reunirá registros feitos por Chastalo Filho desde a chegada de Lula à prisão, em abril de 2018, até a soltura, em novembro de 2019.
Segundo o policial, o volume abordará o cotidiano da detenção, as visitas recebidas pelo então ex-presidente e o início do relacionamento com Janja. Também fazem parte do relato episódios marcantes vividos por Lula durante a prisão, como a morte do neto Arthur, de 7 anos, vítima de meningite bacteriana.
Conhecido como “Rodrigo Hilbert da PF”, Chastalo Filho foi o agente que mais teve contato com Lula durante o período em Curitiba. Ele já afirmou que recebeu a bênção do próprio petista para escrever o livro.
● Conversas, angústias e planos
Em entrevista concedida em 2023 ao jornalista Guilherme Amado, o policial relatou a experiência de lidar com Lula desde a preparação para sua chegada à Superintendência da PF, quando precisou adaptar um dormitório de policiais para atender às condições de “sala de Estado-Maior”.
Ao longo do convívio, Lula compartilhou lembranças do passado, angústias relacionadas à prisão e projetos futuros. Segundo Chastalo, o então ex-presidente demonstrava satisfação com seus primeiros governos, mas admitia que poderia ter defendido com mais força alguns projetos e vislumbrava um retorno ao Planalto.
“Ele falou isso mais de uma vez. Eu pensava que tudo é possível, inclusive nada, porque a situação dele não era fácil. Era terrível. Era bastante complicado acreditar que ele pudesse chegar onde chegou”, relatou o agente da PF.
● O momento mais difícil da prisão
Durante o período de detenção, Chastalo Filho testemunhou dramas pessoais vividos por Lula, como a perda de pessoas próximas, entre elas o amigo Sigmaringa Seixas e o neto Arthur. O policial descreveu a morte do menino como o momento mais difícil enfrentado por Lula na prisão.
“O momento mais terrível para ele, e acredito que um dos momentos mais terríveis da vida dele, foi a perda do neto Arthur. Isso causou um sofrimento absurdo, ele chorou, ficou muito mal durante uma semana, depois começou a se sentir mais… o tempo vai ajudando. Esse foi o pior momento”, contou Jorge.
Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo
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