quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Escala 6x1 pode acabar já, avalia ministro do Trabalho

Luiz Marinho afirma que o país tem condições de avançar no fim da escala 6x1 e defende transição gradual até 36 horas semanais

                               Escala 6x1 pode acabar já, avalia ministro do Trabalho (Foto: ABR)

O debate sobre a redução da jornada de trabalho ganhou novo impulso no governo federal. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, avalia que o Brasil tem condições imediatas de diminuir a carga semanal das atuais 44 horas para 40 horas, como passo inicial antes de uma transição gradual para 36 horas. A discussão está inserida na prioridade do governo Lula de enfrentar o fim da escala 6x1 a partir de 2026, tema que vem sendo tratado como estratégico para melhorar as condições de trabalho no país.

Segundo o Painel da Folha de S.Paulo, o ministro considera que o governo tem um entendimento consolidado sobre a necessidade de revisar o modelo atual. “A escala 6x1 é a mais cruel existente na face da Terra, em especial para as mulheres. E creio que o Brasil e a economia brasileira estão totalmente maduros para fazer a revisão da jornada máxima do país e, junto com isso, eliminar a escala 6x1”, afirmou Marinho.

No Congresso, a discussão já avança em diferentes frentes. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o tema “com certeza” será debatido ao longo do próximo ano. Há, atualmente, um projeto em tramitação na Comissão de Trabalho da Câmara que propõe a adoção da escala 5x2 com jornada de 40 horas semanais. Paralelamente, uma proposta de emenda à Constituição está pronta para análise no plenário do Senado, prevendo jornada máxima de 36 horas e dois dias de descanso remunerado.

Marinho argumenta que a redução da jornada, sem diminuição salarial, pode trazer impactos positivos diretos tanto para os trabalhadores quanto para as empresas. “Nós estamos convencidos da importância de reduzir a jornada de trabalho sem redução do salário para melhorar a qualidade da relação do trabalho”, disse. Na avaliação do ministro, melhores condições de vida tendem a refletir em maior produtividade e em um ambiente laboral mais equilibrado.

Apesar de defender mudanças, o ministro pondera que uma redução imediata de 44 para 36 horas não seria viável no atual contexto econômico. “Eu, pessoalmente, como ministro do Trabalho não vejo a possibilidade de reduzir de uma vez para 36 horas. Seria um impacto muito grande para o mercado de trabalho, para os custos das empresas, para ser absorvido de uma vez. Teria que fazer de uma forma gradativa”, afirmou.

Por outro lado, ele vê espaço para um corte inicial mais moderado. “Na minha visão, se nós reduzirmos o trabalho imediatamente para 40 horas semanais e entrar num processo de estudo para gradativamente chegar às 36 horas, o governo não tem nenhuma restrição em trabalhar esse processo”, declarou. Para Marinho, o avanço dependerá de diálogo e negociação entre trabalhadores e empregadores, de forma a equilibrar direitos trabalhistas e demandas do setor produtivo. “Você tem que garantir o direito dos trabalhadores e garantir a necessidade do setor econômico”, concluiu.

Fonte: Brasil 247

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