Prefeito, ex-vereador e assessor ligados ao deputado estão entre os alvos da nova fase da investigação que apura o suposto desvio de emendas parlamentares
A quinta fase da Operação Overclean foi deflagrada nesta quinta-feira (17) pela Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal do Brasil (RFB). Segundo a coluna da jornalista Mirelle Pinheiro, do Metrópoles, a ação investiga fraudes em licitações, desvio de recursos públicos oriundos de emendas parlamentares, corrupção e lavagem de dinheiro.
O epicentro dos desvios seria o município de Campo Formoso, na Bahia, que possui forte vínculo político com o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil). Embora o parlamentar não tenha sido alvo direto das investigações nesta etapa, três familiares seus foram atingidos pela ofensiva.
Um dos principais investigados é o prefeito de Campo Formoso, Elmo Aluízio Vieira do Nascimento, irmão do deputado. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados a ele. A prefeitura, sob sua gestão, é suspeita de realizar pagamentos milionários a empresas que teriam vencido licitações fraudulentas com o objetivo de desviar emendas parlamentares.
Outro nome citado é o de Amaury Albuquerque Nascimento, primo de Elmar e até recentemente assessor parlamentar em seu gabinete. Amaury foi exonerado após ter seu nome envolvido nas apurações. Os investigadores apontam que ele teria intermediado contratos superfaturados, favorecendo empresas mediante contrapartidas ilícitas.
Ainda conforme a reportagem, também voltou ao centro das investigações Francisco Nascimento, outro primo do deputado e ex-vereador da cidade. Francisco já havia ganhado notoriedade ao jogar dinheiro pela janela durante uma ação da PF em 2023, em uma tentativa frustrada de se livrar de provas. Ele é novamente investigado por supostamente intermediar contratos irregulares junto à prefeitura.
No total, a PF cumpriu 18 mandados de busca e apreensão em Salvador, Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Mata de São João (BA), Petrolina (PE) e Brasília (DF). O Judiciário também determinou o bloqueio de R$ 85,7 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas, além do afastamento cautelar de um servidor público.
As apurações já identificaram mais de R$ 1,4 bilhão em contratos sob suspeita, firmados pelo grupo investigado. Os crimes atribuídos aos envolvidos incluem organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e embaraço à investigação.
Dado o possível envolvimento de agente com foro privilegiado, como é o caso do deputado Elmar Nascimento, o processo foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Todos os citados na operação negam participação em irregularidades.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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