Em seu primeiro encontro com a imprensa, pontífice norte-americano defende comunicação de paz e alerta para os riscos do uso irresponsável da tecnologia
Em sua primeira audiência com a imprensa desde que foi eleito líder da Igreja Católica, o papa Leão XIV fez um apelo contundente pela libertação de jornalistas detidos em diversas partes do mundo. Segundo o Metrópoles, a reunião realizada nesta segunda-feira (12), no Salão Paulo VI, no Vaticano, contou com mais de seis mil profissionais da comunicação de diferentes países.
Durante o encontro, que já se tornou tradição entre os pontífices recém-eleitos, Leão XIV expressou gratidão pelo trabalho da imprensa na cobertura dos últimos dias, quando foi escolhido sucessor de Francisco, e reforçou a importância da liberdade de expressão como pilar essencial da democracia. “A Igreja reconhece nessas testemunhas a coragem daqueles que defendem o direito dos povos e apenas povos informados por fazer escolhas livres”, declarou o pontífice, ao pedir a libertação dos jornalistas presos “por buscar e relatar a verdade”.
◍ Defesa da liberdade de imprensa - A fala do papa enfatizou a necessidade urgente de proteger o jornalismo independente diante de perseguições e ataques em várias partes do globo. “O sofrimento desses jornalistas desafia a consciência das nações e da comunidade internacional, convocando todos nós a proteger a liberdade de imprensa”, destacou.
Leão XIV afirmou que os jornalistas “estão na linha de frente ao narrar os conflitos e as esperanças de paz”, e que é dever da comunicação “rejeitar o paradigma da guerra”. Ele conclamou os profissionais da mídia a promoverem um novo modelo de narrativa. “Vamos desarmar a comunicação de todo preconceito, fanatismo e ódio, vamos purificá-la. Queremos uma comunicação capaz de ouvir, de colher a voz dos mais fracos que não têm voz.”
◍ Compromisso com a paz e os direitos humanos - Ao reforçar sua visão sobre o papel do jornalismo na construção de uma sociedade mais justa, Leão XIV defendeu o uso responsável das palavras e a valorização da dignidade humana. “Vamos desarmar as palavras e contribuiremos para desarmar a Terra. Isso nos permite compartilhar uma visão diferente do mundo”, afirmou. E acrescentou: “Peço que escolham com consciência e coragem o caminho de uma comunicação de paz”.
◍ A tecnologia e a responsabilidade ética - Outro ponto abordado pelo pontífice foi o impacto das novas tecnologias e da inteligência artificial na comunicação contemporânea. Embora tenha demonstrado preocupação com os desafios impostos pelas inovações digitais, ele deixou claro que a Igreja não pode se distanciar dos tempos atuais. “Vivemos tempos difíceis, que desafiam a todos nós. Por isso, peço que não nos rendamos à mediocridade. A Igreja deve aceitar o desafio do tempo, como nos lembra Santo Agostinho: vivamos bem e os tempos serão bons, nós somos os tempos.”
Leão XIV alertou para o uso consciente das ferramentas tecnológicas e para a criação de ambientes digitais que incentivem o diálogo. “Nosso serviço, as palavras, o estilo, tudo isso é importante para a criação de uma cultura e de ambientes humanos e digitais, que se tornem espaços de diálogo e confronto.”
◍ A trajetória de Leão XIV - Robert Francis Prevost, norte-americano nascido em Chicago em 1955, é o primeiro papa dos Estados Unidos a liderar a Igreja Católica. Escolhido com o nome de Leão XIV, ele é o 267º papa da história. Ingressou na Ordem de Santo Agostinho em 1977, formou-se em teologia pela União Teológica Católica de Chicago e, posteriormente, estudou direito canônico na Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino, em Roma. Foi ordenado sacerdote em 19 de junho de 1982.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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