domingo, 4 de maio de 2025

Globo dá chilique contra possível camisa vermelha da seleção

Editorial alarmista critica uniforme não oficial e revela mais preocupação com disputa política do que com a história e a identidade nacional

      (Foto: Reprodução )

Enquanto a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) segue sem técnico definido para comandar a seleção na Copa de 2026, um debate inusitado tomou as manchetes e inflamou as redes sociais: a possibilidade de a equipe brasileira adotar uma camisa vermelha como uniforme reserva. A reação mais barulhenta veio do jornal O Globo, que publicou um editorial alarmista sobre o assunto, ignorando que a cor vermelha tem vínculo direto com a história do país — o próprio nome “Brasil” deriva do pau-brasil, madeira de tom avermelhado que foi o primeiro alvo da espoliação econômica pela Europa.

A discussão surgiu após reportagem do site Footy Headlines, especializado em vazamentos de uniformes, informar que a Nike, fornecedora de material esportivo da CBF, estaria planejando a introdução da camisa vermelha para a próxima Copa. A resposta imediata foi o chilique editorial da Globo, que tratou a mudança como uma afronta às “tradições nacionais”. O jornal da família Marinho adotou um tom moralista ao criticar o novo uniforme, ignorando o simbolismo cultural e histórico da cor vermelha no imaginário nacional. Com isso, mostrou-se mais preocupado com os reflexos políticos de um suposto “vermelho petista” do que com o futebol propriamente dito.

O estatuto da entidade determina que os uniformes da seleção devem seguir as cores da bandeira brasileira: verde, amarelo, azul ou branco. Em 2023, no entanto, a própria CBF rompeu essa paleta ao lançar uma camisa preta em amistoso contra Guiné, como gesto contra o racismo — uma exceção considerada legítima. O vermelho, por sua vez, embora ainda não utilizado oficialmente, tem respaldo na história nacional, o que enfraquece o argumento de que seria um desvio “escandaloso”.

Para muitos, a camisa amarela foi sequestrada pelo bolsonarismo, transformando-se em símbolo político durante os últimos anos. Mas essa apropriação é ilegítima: “A camisa não pertence a nenhum grupo político, e sim aos brasileiros”, como lembrou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez questão de vesti-la durante os jogos da Copa de 2022. O verdadeiro desafio, agora, é resgatar seu valor simbólico sem ceder ao uso ideológico.

Fonte: Brasil 247

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