terça-feira, 13 de maio de 2025

Empresas chinesas miram leilão do Túnel Santos-Guarujá e preveem R$ 6 bilhões em investimentos

Ministro Silvio Costa Filho afirma que empresas chinesas pretendem investir em portos e aeroportos brasileiros

        (Foto: Silvio Costa Filho via Redes Sociais)

Durante missão oficial à China ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), anunciou nesta terça-feira (13) que empresas chinesas demonstraram forte interesse em participar do leilão para a construção do Túnel Santos-Guarujá.

De acordo com o ministro, grandes construtoras chinesas planejam ingressar na licitação marcada para agosto e formar consórcios no Brasil já nas próximas semanas. “Grandes empresas na área da construção civil aqui da China querem participar do leilão. Serão investimentos na ordem de mais de R$ 6 bilhões. Essas empresas participarão do leilão no mês de agosto. Nos próximos 30 dias, um conjunto de empresas está indo ao Brasil para poder participar efetivamente da construção de consórcios”, afirmou Costa Filho.

O projeto do túnel submerso, que conectará as cidades de Santos e Guarujá, é considerado inédito na América Latina. O edital foi lançado pelo presidente Lula no fim de fevereiro e integra um amplo esforço de modernização da infraestrutura logística nacional.

⊛ Acordos e aportes no setor portuário - Além do interesse no túnel, o ministro anunciou que um pacote de ações foi assinado com o setor produtivo portuário chinês, prevendo aportes significativos nos portos públicos brasileiros. “Assinamos um conjunto de ações com o setor produtivo portuário, onde a gente espera investimentos de quase R$ 5 bilhões nos portos públicos brasileiros”, declarou.

Na área da aviação, também foi formalizada uma parceria estratégica com a Universidade da Aviação Civil da China. Segundo Costa Filho, o objetivo é trocar experiências e buscar convergência na área de tecnologia para melhorar a governança dos aeroportos brasileiros.

⊛ Ampliação de voos e mercado para aviões da Embraer - A visita à China também visa estreitar laços comerciais e operacionais na aviação civil. Costa Filho destacou que, com o retorno dos voos diretos em 2024, novas rotas estão em negociação. “Agora a gente tem a Air China viajando para o Brasil e a gente espera ampliar esses voos. Hoje, em torno de 80 mil passageiros viajam anualmente entre Brasil e China. Nos próximos três anos, precisamos ampliar esse volume de passageiros".

Outro ponto da agenda é a ampliação das vendas da Embraer. “A gente está trabalhando para fazer com que a China possa também comprar aviões da Embraer. Já há o diálogo, hoje, do governo chinês com a Embraer para que a gente possa buscar essa parceria, fortalecendo a indústria da aviação brasileira”, explicou.

⊛ Logística para exportações brasileiras - Com 28% das exportações brasileiras tendo a China como destino, o ministro reforçou a importância de investimentos em infraestrutura logística para reduzir custos e facilitar o escoamento de produtos do agronegócio, da indústria de proteína animal e do setor mineral. “A gente quer evoluir no plano logístico e encurtar distâncias, ampliar os nossos navios para fazer com que a gente possa cada vez mais fortalecer setores que são fundamentais para o desenvolvimento das exportações do Brasil".

⊛ Perspectivas de crescimento e integração logística - A expectativa do governo é de crescimento significativo tanto nos setores portuário quanto aéreo. “O Brasil tem bons projetos, tem segurança jurídica, tem segurança institucional, fortalecimento das instituições e dialoga com a pauta da sustentabilidade”, afirmou. Segundo ele, a previsão é de aumento de 5% no setor portuário e 6% na aviação civil em 2025.

Costa Filho também destacou o papel das ferrovias no plano logístico nacional, mencionando obras como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) e a Transnordestina. “Essas ferrovias dialogam com o plano logístico brasileiro, que envolve rodovias, hidrovias e ferrovias. Elas vão ajudar na redução do custo logístico do país e automaticamente no escoamento da produção brasileira”, disse.

O ministro ainda reforçou a importância da China como parceira estratégica. “A gente observa a China como uma grande janela de oportunidades para o mercado brasileiro".

Fonte: Brasil 247

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