sábado, 26 de julho de 2025

Justiça atende pedido do MPF e suspende norma do CFM que restringia atendimento médico a pessoas trans

Liminar da Justiça Federal no Acre atende ao pedido feito pelo Ministério Público Federal

Manifestante segura bandeira trans durante ato em apoio a jovens trans (Foto: REUTERS/David Ryder)

A Justiça Federal no Acre suspendeu, na sexta-feira (25), a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que impunha novas restrições ao atendimento médico de pessoas trans, especialmente crianças e adolescentes.

De acordo com o comunicado do Ministério Público Federal (MPF), a decisão destaca que a resolução foi elaborada exclusivamente pelo CFM, diferentemente de uma anterior, que foi resultado de um amplo debate com diversos representantes da sociedade civil e pesquisadores. A falta de participação das diversas especialidades médicas e não médicas (psicologia, serviço social, antropologia, sociologia, etc.), que o próprio CFM reconheceu em outra oportunidade como necessárias para a regulamentação do tema, configura um “vício procedimental”.

A liminar atende ao pedido feito pelo Ministério Público Federal e considera três aspectos principais na discussão:

• o direito à saúde, o direito à liberdade de fazer o que se compreende como melhor para si e a autodeterminação que, asseguram aos indivíduos o direito de decidirem por si mesmos o tratamento para suas necessidades, sem que o Estado se intrometa;
• as reiteradas manifestações do STF proclamando que o Estado e seus órgãos devem se pautar pela medicina baseada em evidências, e
• o princípio da razoabilidade, que exige que as pessoas somente possam ter sua autonomia, liberdade e bens limitados mediante o devido processo legal substantivo, e esse processo pressupõe a exposição de um fim público e medidas adequadas e necessárias.

Vício formal e material – Além do vício formal, o juízo identificou vícios materiais. A resolução cria um “cadastro” de pacientes trans, o que é considerado incompatível com o direito à privacidade, intimidade e dignidade humana. “O objetivo de que pessoas sejam monitoradas pelo Estado atrita com a ideia de dignidade humana e traz consigo a presunção de quem assim propõe não é bem-intencionado, não possui honestidade intelectual e por isso não deve ser levado a sério”, afirma o juiz federal Jair Araújo Facundes.

Em relação às terapias hormonais, o CFM defendeu a vedação de bloqueadores hormonais para crianças e adolescentes com base na falta de pesquisas durante a vigência da Resolução no 2.265/19 e em estudos europeus como o “Cass Review”, elaborado no Reino Unido.

A decisão liminar registra que o Poder Judiciário não possui expertise para intervir diretamente em debates científicos, de modo que a atuação do Judiciário se faz necessária para examinar a coerência das justificativas apresentadas em atos administrativos que impactam tratamentos de saúde.

Por isso, se uma entidade como o Conselho Federal de Medicina baseia suas decisões em estudos científicos, é imperativo que a deliberação esteja alinhada com as conclusões desse estudo. No entanto, o próprio estudo mencionado não legitima a vedação de bloqueadores hormonais, mas sim recomenda sua adoção sob protocolo de pesquisa científica, como já era previsto na resolução do CFM de 2019. "A Administração está vinculada às razões que enuncia", afirmou o juiz, reforçando que as justificativas apresentadas devem ser consistentes com as evidências alegadas.

Segundo o procurador regional dos Direitos do Cidadão no Acre, Lucas Costa Almeida Dias, responsável pela ação, a resolução é um retrocesso social e jurídico que desconsidera evidências científicas consolidadas e agrava a vulnerabilidade de uma das populações mais marginalizadas do País. As limitações impostas pela resolução contrariam também tratados internacionais e o princípio constitucional da proteção integral à criança e ao adolescente.

Fonte: Brasil 247

Governo Trump cogita ampliar as sanções contra o Brasil

Medidas podem atingir ministros do STF com base na Lei Magnitsky e integrantes do governo Lula com a retirada de vistos

       Lula e Donald Trump (Foto: Ricardo Stuckert/PR | REUTERS/Brendan McDermid)

As sanções impostas pelos Estados Unidos contra autoridades brasileiras devem ganhar novos contornos nos próximos dias, com potencial agravamento das tensões diplomáticas entre os dois países. Segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo, o governo do presidente Donald Trump pretende aplicar novas medidas punitivas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e integrantes do alto escalão do governo Lula, como parte de uma ofensiva que mistura geopolítica e disputas internas no Brasil.

Entre as ações já em curso, oito ministros do STF — Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Luiz Roberto Barroso, Flávio Dino, Edson Fachin, Cristiano Zanin e Dias Toffoli — já teriam perdido o visto de entrada nos EUA. Agora, eles poderão ser formalmente sancionados pela Lei Global Magnitsky, o que implicaria congelamento de bens e restrições financeiras e comerciais por parte de empresas americanas e instituições que operem sob jurisdição dos Estados Unidos.

“A ideia é pressionar os ministros que votaram pela responsabilização do ex-presidente Jair Bolsonaro e que defendem a regulação das redes sociais”, aponta a reportagem. A intenção do governo Trump seria ampliar o uso da Lei Magnitsky para restringir ainda mais o alcance internacional dessas autoridades, inclusive dificultando transações financeiras em bancos que tenham vínculos com o sistema americano.

A legislação, aprovada em 2012 no governo Barack Obama, permite sanções contra estrangeiros acusados de corrupção ou de graves violações de direitos humanos. Para aplicá-la, o presidente dos EUA precisa apresentar provas ao Congresso, dominado atualmente por aliados de Trump, que está em seu segundo mandato presidencial desde janeiro de 2025. Para reverter as sanções, os alvos devem demonstrar mudança de conduta ou ausência de envolvimento nos atos que originaram a punição.

★ Escalada contra o Planalto e risco diplomático

A reportagem também informa que integrantes do governo Lula podem ser atingidos com a retirada de vistos e proibição de entrada em território americano. O presidente Lula e a primeira-dama, Janja, estariam fora da lista de sanções por ora. No entanto, membros importantes do Palácio do Planalto deverão ser afetados. O cenário mais extremo cogitado seria a expulsão da embaixadora brasileira em Washington, Maria Luiza Ribeiro Viotti, o que significaria uma ruptura diplomática entre os países.

Essa escalada faz parte de uma estratégia mais ampla do governo Trump para forçar alinhamento político e ideológico nas Américas, especialmente contra governos de esquerda como os da Colômbia e do México. Segundo a apuração do Estadão, o Brasil estaria sendo usado como exemplo para futuras ações similares na região.

★ Empresas sob pressão

As sanções também afetam diretamente empresas brasileiras que exportam para os EUA. A orientação, segundo analistas ouvidos pela reportagem, é que companhias busquem acordos diretos com empresas e autoridades americanas, oferecendo contrapartidas — como investimentos nos EUA — para evitar tarifas mais elevadas ou barreiras comerciais.

Exemplos de países asiáticos são citados como referência. O Japão teria firmado compromissos de US$ 550 bilhões em investimentos nos setores de energia, semicondutores e farmacêutica nos EUA, em troca da redução de tarifas. O governo japonês nega tal acordo, mas os termos foram promovidos pela Casa Branca em um comunicado oficial. Indonésia e Filipinas também teriam feito concessões tarifárias, apesar de sua menor capacidade industrial em comparação com o Brasil.

No entanto, o Brasil encontra obstáculos adicionais: a falta de diálogo entre os governos e o forte protecionismo da indústria nacional. Neste contexto, empresas brasileiras dependeriam mais da articulação com varejistas e atacadistas americanos, que podem atuar como aliados comerciais para pavimentar negociações com Washington.

★ Silêncio oficial

Procurado pelo Estadão, o Palácio do Planalto não respondeu às solicitações de comentário. O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, afirmou que não se manifestará sobre o assunto.

Caso a ampliação das sanções se confirme, o Brasil poderá enfrentar não apenas constrangimentos diplomáticos, mas também desafios econômicos e jurídicos com implicações duradouras em sua relação com os Estados Unidos, num momento de acirramento político e disputas ideológicas globais.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Boulos apresenta proposta que obriga big techs a pagarem tributos de 7% sobre a receita bruta

A proposta cria a Contribuição Social Digital

      Guilherme Boulos (Foto: Kayo Magalhaes / Câmara)

O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) apresentou esta semana um projeto intitulado pelo partido de “Lei Elon Musk”, para obrigar as chamadas big techs "a remunerar brasileiros pelo uso de seus dados pessoais", de acordo com comunicado da legenda.

A proposta cria a Contribuição Social Digital, um tributo de 7% sobre a receita bruta de empresas de tecnologia com faturamento acima de R$ 500 milhões anuais, detalha o comunicado.

Segundo a proposta, o valor a ser arrecadado seria distribuído entre três frentes: 50% para um programa de transferência direta de renda; 25% para investimentos em "infraestrutura digital pública e soberana" e 25% para "fortalecer o combate à desinformação".

Fonte: Brasil 247

STF mandou bloquear R$ 50 milhões de Marcos do Val: de onde vem esse dinheiro?


     O senador Marcos do Val (Podemos-ES). Foto: Reprodução

Como um senador com distúrbios mentais, que saiu da classe média baixa em Vitória (ES), serviu ao Exército e depois montou, supostamente, uma empresa de treinamento tático hoje tem R$ 50 milhões em bens bloqueados por ordem do Supremo Tribunal Federal?

A pergunta ganhou novo peso na sexta-feira (25), quando o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de contas bancárias, chaves Pix, salários e outros ativos do senador Marcos do Val (Podemos-ES), após o parlamentar descumprir medidas cautelares.

Ele viajou para os EUA em plena investigação, utilizando passaporte diplomático, apesar da decisão judicial que havia determinado sua apreensão.

Do Val não é herdeiro. Atuou como militar no 38º Batalhão de Infantaria, em Vila Velha. Fundou o Centro Avançado em Técnicas de Imobilizações (CATI), empresa especializada no treinamento de agentes de segurança. A biografia do bolsonarista é cascateira: segundo ele, a empresa teria capacitado membros da SWAT, do FBI, da Nasa, dos Navy SEALs e até da guarda do Vaticano.

As alegações nunca foram comprovadas por documentos públicos, contratos oficiais ou registros em órgãos de controle. O site do CATI, por exemplo, não informa nomes de clientes, valores de contratos ou filiais no exterior. Também não há registros conhecidos de licitações públicas com valores expressivos que expliquem tamanha fortuna. Do Val é mitômano, mas não rasga dinheiro.

Marcos do Val com a camisa do Centro Avançado em Técnicas de Imobilizações (CATI), próximo a um veículo da SWAT. Foto: Reprodução
Um senador da República recebe salário bruto de pouco mais de R$ 44 mil por mês. Mesmo considerando vencimentos anteriores como instrutor ou palestrante, o salto para dezenas de milhões é difícil de justificar sem receitas empresariais significativas e comprovadas.

As declarações patrimoniais entregues à Justiça Eleitoral em 2018 e 2022 não indicavam valores nessa escala.

Marcos do Val enfrenta suspeitas de tentar atrapalhar investigações sobre a trama golpista de 8 de janeiro. Ele é acusado de tentar intimidar agentes da Polícia Federal — e viajou para os Estados Unidos durante o recesso parlamentar, sem autorização judicial.

Do Val diz ter credenciais como mestre de aikido reconhecidas internacionalmente. Mas também nesse ponto faltam provas públicas. Especialistas da área já questionaram a veracidade de alguns desses títulos.

A Polícia Federal precisa entender melhor esse gênio dos negócios.

Fonte: DCM

PGR nega domiciliar a general que confessou autoria de plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

Mario Fernandes está preso preventivamente desde novembro de 2024

    General da reserva Mário Fernandes (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou nesta sexta-feira (25) contra o pedido de conversão da prisão preventiva em domiciliar, feito pela defesa do general da reserva Mario Fernandes, preso desde novembro de 2024. Conforme relatado pela CNN, a negativa leva em conta a confissão do militar sobre a autoria do plano golpista “Punhal Verde e Amarelo”, durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Fernandes admitiu ter produzido o documento que detalhava um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Para Gonet, essa confissão reforça a acusação e torna “inverossímil” a ideia de que o general não compartilhou o conteúdo com outros envolvidos.

O plano foi descoberto pela Polícia Federal no computador de Fernandes durante uma operação. Em sua defesa, o general afirmou que o texto seria apenas uma “análise de risco” pessoal, sem qualquer intenção de colocá-lo em prática.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Juristas e entidades lançam carta pela soberania nacional durante ato na USP


Lideranças do direito e entidades da sociedade civil realizam hoje no local um ato em defesa da soberania nacional. Foto: Edi Sousa/AtoPress

O salão nobre da Faculdade de Direito da USP foi palco nesta sexta-feira (25) de um ato em defesa da soberania nacional, reunindo entidades da sociedade civil, estudantes e juristas. Sob gritos de “não à tirania, soberania não se negocia” e “sou brasileiro com muito orgulho”, os participantes protestaram contra as recentes medidas do governo estadunidense que afetam o Brasil, incluindo a tarifa de 50% sobre exportações brasileiras anunciada por Donald Trump.

O evento ocorre em um momento de crescente tensão entre os dois países, após o anúncio de Trump sobre as tarifas – que entram em vigor em 1° de agosto – em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de estado. Mais de 200 entidades assinaram uma carta em defesa da soberania nacional, divulgada durante o ato histórico no Largo São Francisco, local que já havia sediado manifestações pela democracia antes das eleições de 2022.

Celso Fernandes Campilongo, diretor da Faculdade de Direito da USP, alertou sobre os riscos da atual conjuntura: “O que está em jogo é uma ordem mundial que seja democrática, que respeite as instituições e direito internacional. O que está sendo ameaçado não é apenas a soberania do Brasil, é a lei internacional. Hoje é conosco, amanhã com quem?”. Campilongo classificou como “intromissão estrangeira” as recentes ações do governo Trump contra o Brasil.

Os manifestantes, muitos com cartazes contendo frases como “Brasil, quem te ama não te USA”, “juntos na defesa do Brasil” e “o Brasil não aceita chantagem”, expressaram preocupação com a investigação comercial aberta pelos EUA que atinge até mesmo o sistema PIX e o comércio popular da região da 25 de Março.

Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: Reuters


Aloísio Mercadante, presidente do BNDES, fez um apelo pela união nacional em defesa das instituições: “Quem viveu a ditadura, a repressão, a tortura, a censura, o exílio, sabe o quanto é importante ter enfrentado esse golpe, punir os golpistas e preservar a liberdade democrática do Brasil”. Suas palavras ecoaram entre os participantes, muitos dos quais lembraram o ato histórico de 2022 em defesa do sistema eleitoral brasileiro.

O advogado Oscar Vilhena, do Comitê de Defesa da Democracia, analisou que os ataques do governo Trump têm como alvo final a população brasileira: “Busca, sob o pretexto de atacar o Supremo Tribunal Federal, na realidade, afetar os interesses de todos os brasileiros, sobretudo do trabalhador e do empreendedor brasileiro. E é essa a razão que faz com que nós tenhamos que estar vigilantes e em defesa dos nossos interesses”.

Leia a carta em defesa da soberania nacional na íntegra:

“A soberania é o poder que um povo tem sobre si mesmo. Há mais de dois séculos o Brasil se tornou uma nação independente. Neste período, temos lutado para governar nosso próprio destino. Como nação, expressamos a nossa soberania democraticamente e em conformidade com nossa Constituição.

É assim que, diuturnamente, almejamos alcançar a cidadania plena, construir uma sociedade livre, justa e solidária, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e regionais e, ainda, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Nas relações internacionais, o Brasil rege-se pelos princípios da independência nacional, da prevalência dos direitos humanos, da não-intervenção, assim como pelo princípio da igualdade entre as nações. É isso o que determina nossa Constituição.

Exigimos o mesmo respeito que dispensamos às demais nações. Repudiamos toda e qualquer forma de intervenção, intimidação ou admoestação, que busquem subordinar nossa liberdade como nação democrática. A nação brasileira jamais abrirá mão de sua soberania, tão arduamente conquistada. Mais do que isso: o Brasil sabe como defender sua soberania.

Nossa Constituição garante aos acusados o direito à ampla defesa. Os processos são julgados com base em provas e as decisões são necessariamente motivadas e públicas. Intromissões estranhas à ordem jurídica nacional são inadmissíveis.

Neste grave momento, em que a soberania nacional é atacada de maneira vil e indecorosa, a sociedade civil se mobiliza, mais uma vez, na defesa da cidadania, da integridade das instituições e dos interesses sociais e econômicos de todos os brasileiros.

Brasileiras e brasileiros, diálogo e negociação são normais nas relações diplomáticas, violência e arbítrio, não! Nossa soberania é inegociável. Quando a nação é atacada, devemos deixar nossas eventuais diferenças políticas, para defender nosso maior patrimônio. Sujeitar-se a esta coação externa significaria abrir mão da nossa própria soberania, pressuposto do Estado Democrático de Direito, e renunciar ao nosso projeto de nação.

Somos cem por cento Brasil!!”

Fonte: DCM

Hélio Negão usa mordaça e acampa em frente ao STF por Bolsonaro


Hélio Lopes em frente ao STF. Foto: reprodução

O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), um dos parlamentares mais próximos de Jair Bolsonaro (PL), montou um acampamento em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (25) em protesto contra as medidas impostas ao ex-presidente. Com uma fita branca na boca simbolizando “mordaça” e vestindo uma camisa com a bandeira de Israel, o parlamentar instalou uma barraca de camping e uma cadeira na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

“Estou em uma manifestação pacífica, em silêncio e jejum de palavras. Não estou aqui para confrontar, provocar ou encorajar ninguém. Estou aqui por convicção, como cidadão e deputado federal. Minha boca está calada, mas minha consciência está em paz”, escreveu o bolsonarista em publicação no X.

O protesto solitário ocorre em um momento de crescentes dificuldades para o grupo bolsonarista no Congresso Nacional. Sempre ao lado do ex-presidente, Hélio ficou conhecido nas redes sociais como “Negão do Bolsonaro”.

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), informou ao Metrópoles que Hélio Lopes chegou ao local na tarde desta sexta, mas não soube precisar por quanto tempo deve durar o ato. “Ele só me avisou quando estava instalando”, disse Sóstenes.

A iniciativa do parlamentar fluminense visa contestar especificamente a decisão do ministro Alexandre de Moraes que proíbe Bolsonaro de conceder entrevistas e publicar conteúdos em redes sociais. O ex-presidente é réu no inquérito que investiga suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Derrotas dos bolsonaristas

Na última semana, a bancada bolsonarista enfrentou uma série de derrotas no legislativo. O chamado “pacote anti-STF”, que incluía três eixos principais – anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, restrição ao foro privilegiado e mudanças na Lei do Impeachment para ministros – foi rejeitado pela cúpula do Congresso e até por parte do próprio PL.

“Não sei quem está levando isso a sério além de Bolsonaro e das figuras que são retrato dele. Não são pautas para o momento. O conjunto da obra e o contexto geral dão vergonha alheia”, criticou Isnaldo Bulhões (MDB-AL), líder da bancada na Câmara e aliado do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O líder do Republicanos, Gilberto Abramo (MG), reforçou a postura cautelosa da maioria: “Temos que agir com cautela”. A resistência a iniciativas mais radicais se manifestou mesmo durante o recesso parlamentar, quando um pedido para cancelar as férias legislativas foi negado por Motta e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), da ala menos radical do partido, foi enfático ao criticar a proposta: “Isso (fazer sessão durante o recesso) é um absurdo. Como derrubo uma agenda com o prefeito de São Paulo? Não é assim, a gente tem uma programação. Dá para fazer por videoconferência, mas ir a Brasília é para deputado da internet. Deputado que trabalha não pode ir a Brasília a qualquer momento”.

Fonte: DCM

'O Brasil está pronto para conversar e mostrar o quanto você foi enganado', diz Lula a Trump

Presidente propõe diálogo direto com os EUA e pede abertura para Alckmin negociar: “ele só quer conversar”

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de anúncio dos projetos habilitados pelo Novo PAC Seleções 2025 - Urbanização de Favelas, no âmbito do Programa Periferia Viva - Jardim Rochdale, Osasco - SP - 25/07/2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Durante evento realizado nesta sexta-feira (25) em Osasco (SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo direto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propondo o diálogo como alternativa às recentes tensões entre os dois países. Lula criticou a carta publicada por Trump em que ameaça sobretaxar produtos brasileiros e defende Jair Bolsonaro (PL). Em tom conciliador, o presidente brasileiro afirmou que o Brasil está aberto para esclarecer os equívocos que, segundo ele, foram cometidos com base em informações falsas.

“Trump, o dia em que você quiser conversar, o Brasil estará pronto e preparado para discutir e tentar mostrar o quanto você foi enganado com as informações que te deram. E você vai saber a verdade sobre o Brasil”, afirmou Lula.

⊛ Alckmin, o “conversador número um” - Ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), Lula o apresentou como símbolo da disposição brasileira para o diálogo e a diplomacia. Destacando seu histórico político e estilo sereno, o presidente o descreveu como um “exímio negociador” e contrapôs sua postura à de quem prefere enviar cartas com ameaças, como fez Trump.

“Ô Trump, esse moço aqui, Geraldo Alckmin, é o meu vice-presidente. É o cara mais calmo que eu conheço na vida. Negociador. [...] Esse cara é um exímio negociador, não levanta a voz e não manda carta. Ele só quer conversar".

Lula ainda ironizou a dificuldade de Alckmin em encontrar interlocutores do governo norte-americano dispostos ao diálogo:
“Todo dia ele liga para alguém e ninguém quer conversar com ele".

⊛ Apelo por respeito mútuo - No encerramento da fala direcionada a Trump, Lula cobrou respeito à soberania brasileira e à postura cordial que, segundo ele, o Brasil sempre manteve nas relações bilaterais com os Estados Unidos. O presidente reafirmou que o povo brasileiro é pacífico e generoso, e espera ser tratado da mesma forma:

“Quero que o Trump nos trate com a delicadeza e o respeito que eu trato os Estados Unidos e o povo americano".

Contexto da fala - A declaração ocorre em meio à repercussão da carta publicada por Donald Trump, sugerindo que o governo brasileiro estaria perseguindo Jair Bolsonaro e ameaçando impor tarifas de 50% sobre produtos do Brasil.

Fonte: Brasil 247

Hospital Torao Tokuda chega a trezentas cirurgias realizadas em 18 dias de atividades

   

Foto: Divulgação


Com quatro salas cirúrgicas ativadas, o Hospital Torao Tokuda, funcionando de segunda a sábado, desde o dia 7 de julho, alcançou nesta sexta-feira (25), um total de trezentas cirurgias eletivas (não emergenciais) realizadas. Em breve, conforme avalia o diretor administrativo Diego Domingues, o hospital poderá cumprir o cronograma de setecentas cirurgias/mês, em diversas especialidades.

O diretor da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, Lucas Leugi, visitou o “Torao Tokuda” hoje (25) e se manifestou entusiasmado com os resultados que estão sendo apresentados. “Os investimentos feitos pelo Instituto Santa Clara e a parceria firmada com o Governo do Estado, via Secretaria da Saúde, estão garantindo ótimos resultados, reduzindo a fila de espera por cirurgias eletivas para pacientes de Apucarana, Arapongas e de todo o Vale do Ivaí”, assinala Leugi, que enaltece o trabalho do Governador Carlos Massa Ratinho Junior e do Secretário de Estado da Saúde, Dr. Beto Preto, nesta conquista.

O secretário da saúde, Beto Preto, foi informado sobre o atual estágio de trabalho do Hospital Torao Tokuda e, da mesma forma, comemorou os resultados que estão sendo obtidos. “O investimento do Instituto Santa Clara até agora foi de cerca de R$20 milhões em reformas, adequações, equipamentos e mobiliário, e os resultados já estão sendo alcançados, atendendo os pacientes de toda a região”, destaca Beto Preto, agradecendo também as boas parcerias firmadas com os municípios.

A partir de agosto, com a ampliação da capacidade do Programa Opera Paraná na região, o atendimento será mais ágil, reduzindo as filas de espera por cirurgias. “Um expressivo número de pessoas estão passando diariamente por consultas, exames pré-operatórios e agendamento de cirurgias e tudo está funcionado satisfatoriamente", avalia o diretor da 16ª RS, Lucas Leugi.

O Opera Paraná contempla cirurgias eletivas nas especialidades de ortopedia, vascular, otorrinolaringologia, urologia, gastro, oftalmologia e ginecologia, entre outras áreas.

Fonte: Assessoria de Imprensa

Eduardo é escanteado e empresários dos EUA ajudam senadores do Brasil contra tarifaço


Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Uma coalizão de empresários dos Estados Unidos e parlamentares brasileiros está se formando em Washington contra as tarifas de 50% impostas por Donald Trump aos produtos brasileiros. O grupo, formado por estadunidenses prejudicados pela medida, está ajudando ativamente uma missão de oito senadores brasileiros, pressionando congressistas de ambos os partidos para receberem os parlamentares, um movimento que ocorre apesar dos ataques do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao grupo nas redes sociais.

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que lidera a comissão parlamentar, revelou o engajamento do setor privado dos EUA: “Vamos dizer que você é um produtor de suco de laranja dos Estados Unidos. Por mais que seja americano, você está muito preocupado com as tarifas. Você vai demandar os congressistas do seu estado para tentar resolver isso”.

A agenda da missão brasileira, que começa oficialmente na segunda-feira, inclui encontros estratégicos na embaixada brasileira com empresários estadunidenses que operam no Brasil, reuniões com representantes de companhias brasileiras nos EUA como Embraer e produtores de café e frutas, visita à influente Câmara de Comércio dos EUA (US Chamber) e conversas com congressistas no Capitólio na terça-feira.

Senador Nelsinho Trad exibe capa de jornal sobre exportações de Mato Grosso do Sul para os EUA. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

“O objetivo é baixar a temperatura”, afirmou Nelsinho Trad, destacando o pragmatismo do mundo dos negócios: “Empresário não quer saber de política, não. Política é um instrumento para eles terem sucesso no negócio deles”.

Dados compilados pela missão do Senado revelam o impacto devastador das tarifas em ambos os lados. O setor aeroespacial brasileiro enfrenta queda estimada de 22,3% nas exportações e redução de 9,2% na produção, enquanto máquinas agrícolas sofrem retração de 23,6% nas vendas externas.

Nos EUA, os consumidores podem enfrentar aumentos de cinco vezes na média tarifária, com prejuízos especialmente para estados como Califórnia, Flórida e Texas – grandes importadores de produtos brasileiros.

Fonte: DCM

A desculpa esfarrapada de ex-assessor de Bolsonaro para monitorar Moraes

 

Marcelo Costa Câmara, antigo assessor direto de Bolsonaro. Foto: Reprodução

O coronel da reserva Marcelo Câmara, ex-assessor especial de Jair Bolsonaro, negou envolvimento em qualquer plano golpista e afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o monitoramento feito sobre os deslocamentos do ministro Alexandre de Moraes, no final de 2022, não tinha fins ilegais.

Durante seu interrogatório, Câmara alegou que as informações repassadas ao tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens da Presidência, visavam apenas ajustes na agenda de Bolsonaro e uma suposta tentativa de aproximação com o ministro do STF.

Câmara está preso preventivamente e é apontado como coordenador de um suposto “núcleo de inteligência paralela” que teria monitorado os passos de Moraes. Ele disse ter “se sentido usado” por Mauro Cid, levantando a hipótese de que os dados sobre os deslocamentos do ministro tenham sido usados para outros propósitos, sem seu conhecimento.

O militar rejeitou qualquer ligação com a chamada minuta do golpe ou com o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que teria como objetivo sequestrar e assassinar autoridades como Moraes, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

“Nosso objetivo ao receber essas solicitações do Cid era de ajustes de agenda e porque queríamos uma aproximação com o ministro”, declarou. Segundo ele, só respondia a pedidos do ex-ajudante de Bolsonaro, sem saber de eventuais intenções ocultas.

Mauro Cid., Foto: Divulgação
Durante a audiência, Câmara afirmou que confiava em Mauro Cid e só mais tarde passou a suspeitar que poderia estar sendo manipulado. “Eu fui usado em algumas informações. De uma hora para outra, começo a perceber que poderia estar sendo usado. Fico chateado com isso porque não era a minha intenção”, disse. O coronel ressaltou que não cometeu ilegalidades e que as mensagens não deveriam ser interpretadas como parte de uma operação de vigilância.

As investigações da Polícia Federal revelaram trocas de mensagens entre Câmara e Cid, incluindo uma em que o coronel relata qual seria a rota de Moraes para a cerimônia de diplomação de Lula, no dia 12 de dezembro de 2022. O conteúdo dessas mensagens havia sido apagado, mas foi recuperado pelos peritos. Em outra conversa, no dia 15 de dezembro, Câmara informa os movimentos de Moraes, referindo-se à posse de Lula como “posse do ladrão”.

Mesmo diante dessas evidências, o coronel insistiu que não se tratava de monitoramento com fins escusos. “Se alguém quiser falar que o que eu fiz foi monitoramento, acho que é um erro. Mas ainda assim não foi feito para cometer nenhuma ilegalidade”, afirmou. Questionado pela subprocuradora Gabriela Starling sobre a origem das informações, Câmara não soube explicar com clareza.

Segundo ele, não havia um “informante” fixo. As informações seriam, em muitos casos, deduzidas a partir do padrão de eventos públicos e da atuação dos cerimoniais. “Muitas vezes eu não conseguia a informação. É muito comum cerimonial, agenda e segurança estarem juntos. A gente começa a conhecer, mas não significa que aquele cara era um informante”, argumentou.

Câmara também foi questionado sobre uma troca de mensagens em que diz que uma minuta “não seguiu porque poderia não ter amparo jurídico”. Em sua versão no STF, ele alegou que se referia a uma reportagem sobre o tema, e não ao próprio documento. Reiterou que nunca leu ou teve acesso a qualquer plano golpista em preparação.

Fonte: DCM

Moraes é alvo de denúncia anônima na OEA por “violações de direitos humanos”

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Divulgação

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA), recebeu uma petição que acusa o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de promover supostas “violações sistemáticas de direitos humanos no Brasil”.

O documento, apresentado por um cidadão que solicitou anonimato por temer represálias, aponta uma série de medidas judiciais tomadas após os atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023 como exemplos de abusos de autoridade.

Segundo o texto encaminhado à CIDH, o ministro Moraes teria determinado prisões preventivas em massa sem fundamentação individual e com tempo de detenção excessivo. A petição também questiona decisões proferidas sem garantir o contraditório ou a ampla defesa.

O episódio mais citado é a detenção de mais de 1.400 pessoas no dia 9 de janeiro, levadas para um ginásio da Polícia Federal, em condições descritas como insalubres, com base em critérios como geolocalização ou mera proximidade dos locais dos ataques.

Além de Moraes, o documento também menciona outras instituições e autoridades brasileiras. A Procuradoria-Geral da República (PGR) é apontada como omissa em relação aos supostos abusos cometidos pelo Judiciário, enquanto o presidente Lula é acusado de manter uma postura conivente e de apoiar uma narrativa que classifica todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro como terroristas.

O presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Divulgação

O Congresso Nacional, por sua vez, seria negligente na proteção do equilíbrio entre os Poderes. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também é citado na denúncia, acusado de exercer censura prévia e perseguição a jornalistas, religiosos e influenciadores digitais sob o argumento de combater a desinformação.

A petição alega que houve bloqueios de perfis e remoções de conteúdo em redes sociais por decisão judicial, frequentemente sem transparência e sem direito de defesa.

Entre os nomes citados como alvos dessas ações estão os comunicadores Allan dos Santos, Paula Schmitt e Rodrigo Constantino, além de parlamentares da oposição como Nikolas Ferreira, Gustavo Gayer, Bia Kicis, Damares Alves e Marco Feliciano.

O documento afirma que esses políticos enfrentam censura institucional e perseguição judicial, inclusive com conteúdo bloqueado nas redes sociais em decisões sigilosas. A petição também sustenta que há um quadro de “lawfare” no Brasil, ou seja, o uso do sistema judicial com fins de perseguição política.

Segundo o denunciante, isso fere princípios fundamentais como o devido processo legal, a liberdade de expressão e a separação entre os Poderes. O texto argumenta que o sistema jurídico brasileiro estaria atualmente “disfuncional e parcial” diante dos supostos abusos de autoridade.

Diante do cenário descrito, o autor do pedido solicitou que a CIDH adote medidas cautelares urgentes e, se necessário, leve o caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos. Ele alega que já há registros de ameaças, retaliações e perseguições contra opositores políticos no país, motivo pelo qual pediu confidencialidade quanto à sua identidade.

Fonte: DCM

Por que EUA dependem do suco de laranja brasileiro — e como o tarifaço afeta isso


     Suco de laranja

A imposição de tarifas de até 50% sobre o suco de laranja brasileiro por parte do governo dos Estados Unidos colocou em alerta uma das cadeias produtivas mais tradicionais do agronegócio nacional. Responsável por cerca de 80% do suco de laranja consumido pelos americanos, o Brasil se tornou peça-chave na manutenção do abastecimento do produto nos EUA, sobretudo diante da crise nos pomares da Flórida.

Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a citricultura americana enfrenta um forte declínio, impulsionado pela propagação do greening — uma doença bacteriana que afeta gravemente as plantações. A queda na produção interna elevou a dependência de fornecedores externos, com Brasil e México liderando as exportações para o país norte-americano.

A nova política tarifária do ex-presidente Donald Trump, que mira vários produtos brasileiros, acentuou a preocupação de importadores nos Estados Unidos, que agora questionam a medida na Justiça. Especialistas do setor citrícola afirmam que as tarifas podem gerar desequilíbrio no mercado, afetar contratos e, a longo prazo, até provocar aumento nos preços ao consumidor americano.

Apesar da insegurança gerada pela nova tarifa, os embarques da safra 2025/26 continuam, ainda que com cautela. Indústrias dos EUA seguem recebendo as primeiras laranjas brasileiras por meio de contratos já firmados e operações de mercado spot. No entanto, novas negociações estão suspensas, à espera de definições sobre os impactos reais da medida protecionista.

Fonte: DCM