terça-feira, 10 de junho de 2025

Zambelli diz que se apresentará às autoridades italianas quando pedido de extradição for formalizado

Deputada diz que pedirá para cumprir pena na Itália se extradição for aceita

                           Carla Zambelli (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou ao g1 que se apresentará às autoridades italianas assim que o Ministério da Justiça (MJ) formalizar o pedido de extradição solicitado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O MJ, no entanto, ainda não enviou o pedido oficial à Itália, alegando que aguarda comunicação formal do STF. Quando isso ocorrer, os trâmites devem ser concluídos em até 48 horas.

Zambelli também adiantou que, caso o pedido seja aceito, irá requerer o cumprimento da pena na Itália. De acordo com advogados consultados por ela e autoridades brasileiras, esse processo pode levar entre seis meses e um ano e meio.

◆ Itália deve acatar extradição, mas processo tem etapas - O primeiro passo para a extradição é a elaboração do pedido pelo MJ, que será encaminhado ao Itamaraty para comunicação oficial ao governo italiano. Em seguida, a Justiça da Itália analisará o caso em pelo menos duas instâncias. Se perder, Zambelli afirmou que recorrerá à Corte de Cassação, última instância do país.

Fontes próximas ao governo revelaram que o Brasil já manteve conversas informais com autoridades italianas, que sinalizaram tendência de acatar o pedido. Setores bolsonaristas chegaram a apostar que a primeira-ministra Giorgia Meloni, líder da extrema-direita europeia, poderia rejeitar a solicitação. No entanto, o fato de o processo contra Zambelli já ter transitado em julgado no Brasil e a ausência de argumentos consistentes para alegar perseguição política pesaram contra a deputada.

◆ Zambelli pode ser presa antes mesmo da análise do pedido - Mesmo antes da formalização da extradição, autoridades brasileiras avaliam que a Itália já tem base legal para prender a deputada. Isso porque seu nome foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol na última quinta-feira (5), logo após ela anunciar sua saída do Brasil. A expectativa é que Zambelli aguarde o desfecho do processo já sob custódia.

O tratado de extradição entre Brasil e Itália estabelece um prazo de até 40 dias após a prisão para a formalização do pedido. No caso da parlamentar, porém, a decisão do ministro Alexandre de Moraes determinou que a solicitação seja enviada imediatamente, acelerando o processo.

Enquanto isso, Zambelli aguarda os próximos passos, reiterando que cumprirá as determinações legais.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Junho Violeta promove ações de combate à violência contra a pessoa idosa em Apucarana


Várias atividades acontecerão no sábado (14/06), em Apucarana, dentro da programação do Junho Violeta. A campanha tem por objetivo alertar e conscientizar a sociedade sobre todas as formas de violência contra a pessoa idosa.

Em Apucarana, as atividades da campanha – que são gratuitas - serão concentradas no sábado no período das 9 às 13 horas, na Praça Rui Barbosa. Haverá ações de saúde, bem-estar e de valorização, orientações jurídicas, feira de artesanato, apresentação musical e distribuição de material informativo.

Na área da saúde, as atividades previstas são aferição de pressão, teste de glicemia, cuidados com a pele e vacinação contra a gripe. “Já na área de direitos e proteção, teremos orientações jurídicas, direitos do consumidor, direitos da mulher, informações sobre carteira do idoso e políticas públicas”, detalha Fabíola Carrero, secretária municipal de Assistência Social.

Em parceria com o Sesc, os idosos terão acesso à oficina de ritmoterapia e também serão distribuídos materiais informativos sobre a violência contra a pessoa idosa. “O objetivo da campanha é fortalecer a conscientização, a proteção e o respeito aos direitos das pessoas idosas, promovendo uma sociedade mais justa e acolhedora”, afirma a secretária, acrescentando que para o mês de junho também foi programada a Conferência Municipal do Idoso, que acontecerá no dia 24 no Cine Teatro Fênix.

Em Apucarana, a campanha do Junho Violeta é uma realização da Secretaria de Assistência Social e do Conselho Municipal de Direitos da Pessoa Idosa, com o apoio da Fecomércio PR, Sesc, OAB Apucarana e Faculdade de Apucarana (FAP).


O MOVIMENTO - O Junho Violeta, mês de conscientização sobre a violência contra a pessoa idosa, foi criado em 2006 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa (INPES). No Brasil, o movimento é coordenado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por meio da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (SNDPI). Neste mês, também é celebrado, em 15 de junho, o Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa, data que foi instituída pela ONU em 2011.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Sakamoto: Eleitores de Bolsonaro têm mais dívidas que os de Lula, aponta Quaest

O presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

Por Leonardo Sakamoto, no UOL

Pesquisa Genial/Quaest aponta que 65% dos brasileiros com 16 anos ou mais estão endividados, sendo que 32% afirmam que elas são muitas e 33% dizem que são poucas. O estudo, que tem margem de erro de dois pontos e 95% de confiança, mostrou ainda que 37% dos que dizem ter votado em Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022 estão bem endividados, enquanto essa é a situação de 29% dos que foram com Lula.

Entre os que se reconhecem lulistas ou petistas, 32% dizem ter muitas dívidas, ao passo que essa é a situação de 38% dos que se declaram bolsonaristas. Já aqueles que se colocam mais à esquerda, mas não se enquadram como lulistas ou petistas, 21% afirmam ter muitas dívidas. Entre os que se colocam mais à direita, mas rejeitam o bolsonarismo, 39% afirmam estar bem endividados.

Dos beneficiários do Bolsa Família, 72% têm algum nível de endividamento (muito ou pouco), frente aos 63% que não são beneficiários.

Quando analisado por faixa etária, os adultos entre 35 e 59 anos são os mais pressionados, com 71% declarando endividamento, contra 63% de quem tem entre 16 e 34 anos e 53% entre pessoas com 60 anos ou mais.

Enquanto 69% das famílias que ganham até dois salários mínimos, ou seja, na camada mais pobre, estão com dívidas, esse percentual cai para 57% entre quem recebe mais de cinco salários por mês. Pessoas com ensino fundamental têm níveis similares aos de quem possui ensino superior quando se trata de muitas dívidas, 32%.

Dos católicos, 37% apontam não ter dívidas, frente a 31% dos evangélicos que se encontram na mesma condição.

A situação, claro, se traduz na aprovação do governo: 38% dos que não têm dívidas aprovam o governo Lula diante dos 31% desse grupo que o desaprovam. Enquanto isso, 37% dos que têm muitas dívidas desaprovam o governo, mas apenas 26% nessa condição o aprovam.

Regionalmente, o Nordeste apresenta o maior número de pessoas com muitas dívidas (34%), enquanto o Sul tem o menor (25%).

Estratégias para lidar com as dívidas

Entre os endividados, as principais estratégias para enfrentar o problema são: fazer bicos (28%), realizar horas extras (26%), cortar despesas (21%) e tomar novos empréstimos bancários (3%). Entre as opções que tiveram 1% estão buscar um empréstimo consignado (o governo lançou novo programa para oferecer crédito mais barato para a troca de dívida), tomar um novo empréstimo com parentes e vender bens.

Chama atenção que 1% dos entrevistados também admitiu tentar apostas como solução.

Entre os jovens de 16 a 34 anos, fazer bicos (31%) e horas extras (34%) são as alternativas mais comuns, já os idosos preferem cortar despesas (29%) e fazer bicos (26%).

Há uma relação entre classe social e as saídas para resolver dívidas. Fazer bicos também é a preferência para quem tem até o ensino fundamental (33%) e hora extra (31%) junto aos que têm ensino superior. Trabalhos pontuais são a opção de 36% dos beneficiários do Bolsa Família, enquanto os que não são beneficiários preferem hora extra (28%).

Numericamente, bicos também são a estratégia mais escolhida entre eleitores de Lula (29%), enquanto hora extra é a dos que escolheram Bolsonaro (30%), mas, na prática, é um empate técnico.

Tipos de dívidas dos brasileiros

O cartão de crédito atrasado lidera como a dívida mais frequente (37% dos casos), seguido por empréstimos (15%), prestação de imóvel ou aluguel atrasado (11%), prestação de loja e carnê atrasado (9%), contas da casa (6%), prestação de veículos atrasada (4%), mensalidades escolares atrasadas e cheque especial atrasado (2%) e plano de saúde atrasado (1%).

Entre os endividados, 42% das mulheres apontam o cartão de crédito como o maior problema frente a 34% dos homens. Já entre os jovens, o cartão de crédito representa 44% das dívidas, enquanto entre idosos os empréstimos ganham maior relevância (24%). Eleitores de Lula têm 39% de atraso no cartão, enquanto 34% dos eleitores de Bolsonaro estão na mesma situação.

Juros anuais do cartão de crédito chegam a até 875% | Agência Brasil
O cartão de crédito atrasado lidera como a dívida mais frequente entre os brasileiros. Foto: Reprodução

Fonte: DCM

Pastor estupra sobrinha de 7 anos até desmaiar e é preso: “Te mato se falar”


                    Agente da Polícia Civil de Mato Grosso ao lado de viatura – Foto: Reprodução

Na última sexta-feira (6), a Polícia Civil de Mato Grosso prendeu um pastor de 33 anos, condenado a 35 anos de prisão por estupro de vulnerável. Conforme informações do Metrópoles, o crime ocorreu em 2011, quando ele abusou sexualmente da sobrinha, então com 7 anos, em Jaciara (MT). A vítima só denunciou o caso em 2021, após anos de silêncio por medo das ameaças do tio, que dizia: “Te mato se falar”.

Segundo as investigações, os abusos aconteceram repetidas vezes na casa do religioso, que acolheu a menina e sua mãe. Em um dos episódios mais violentos, a criança desmaiou e não se lembrava do ocorrido. O mandado de prisão foi expedido pela Terceira Vara Criminal de Jaciara, mas o acusado estava foragido até ser capturado em Ponta Porã (MS).

O caso só veio à tona quando a vítima, já adulta, decidiu romper o silêncio e procurou a polícia. Após a coleta de provas, o pastor foi condenado a 35 anos de prisão em regime fechado.

Fonte: DCM

VÍDEO – Cid diz a Moraes que militares o xingaram em conversa: “É um desgraçado”

O tenente-coronel Mauro Cid durante depoimento sobre trama golpista no STF. Foto: Reprodução

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o ministro Alexandre de Moraes era alvo frequente de críticas, xingamentos, memes e figurinhas em conversas entre integrantes dos “kids pretos”, grupo de militares com formação nas Forças Especiais.

O depoimento foi prestado nesta segunda-feira (9), na abertura dos interrogatórios dos oito réus da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado. Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), foi o primeiro a ser ouvido, na condição de “réu delator”.

Durante a sessão, Moraes perguntou diretamente a Cid, a pedido do advogado Celso Vilardi, responsável pela defesa de Bolsonaro: “Foi conversado algo sobre meu nome?”. Cid respondeu: “Sim, senhor. O senhor foi muito criticado”.

Moraes retrucou com ironia: “Só?”, provocando risos no plenário da Primeira Turma do STF, inclusive do próprio Cid. “O senhor tem que falar a verdade. Eu já estou acostumado já”, completou o ministro.

Em seguida, Moraes fez uma observação em tom de brincadeira: “Só uma coisa, que a Polícia Federal não está aqui, mas há uma contradição no depoimento. Falou que era conversa de bar, com guaraná e salgadinho. Então não era conversa de bar (risos). Mas o que mais falaram sobre mim, foi a pergunta do doutor advogado. Por favor.”

Cid continuou: “Ministro (rindo), as pessoas criticavam muito o senhor. As mesmas críticas e xingamentos que o senhor recebe, de certa forma, passaram por ali. Não vou dizer que não houve, porque houve, né? Até porque era uma conversa mais…”

“Não tinha uma ideia de ‘temos que acabar com ele’, de planejar alguma coisa. Tinha, sim, xingamentos, ‘esse cara é um desgraçado’, coisas que o senhor já ouviu bastante, inclusive fotos, figurinhas, memes, essas coisas. Por isso que eu disse para o senhor que teve esse grau de informalidade.”

Assista abaixo:

Fonte: DCM

VÍDEO – Governador da Califórnia desafia governo Trump: “Prenda-me”


       O governador da Califórnia, Gavin Newsom – Reprodução

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, manteve uma postura firme diante das ameaças de prisão feitas por aliados do presidente Donald Trump. A tensão aumentou após confrontos entre forças de segurança e manifestantes em Los Angeles, em resposta a batidas de imigração realizadas por agentes federais.

O ex-diretor interino do ICE e atual “czar da fronteira” de Trump, Tom Homan, afirmou que as operações migratórias continuarão na cidade apesar das críticas de autoridades locais. Ele alertou que qualquer pessoa que obstruísse os agentes federais poderia ser presa — incluindo o próprio Newsom e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass —, embora tenha reconhecido que nenhum dos dois cometeu crime até agora.

“Se você cruzar essa linha, é crime abrigar e ocultar conscientemente um estrangeiro ilegal. É crime impedir que as autoridades policiais façam seu trabalho”, disse Homan.

Gavin Newsom rebateu com ironia em entrevista à MSNBC, desafiando Homan a cumprir a ameaça: “Ele é um cara durão. Por que não faz isso? Ele sabe onde me encontrar. Esse tipo de conversa fiada é exaustivo. Então, Tom, me prenda. Vamos lá”.


A prefeita Karen Bass também minimizou a ameaça de prisão, afirmando que não há razão para entrar em conflito com o governo federal: “Falei com ele ontem à noite. Ele entende que eu sou o prefeito da cidade; a última coisa que eu faria seria entrar em uma briga com o governo federal. Então, isso simplesmente não fazia sentido. Não havia razão para esse comentário”.

Donald Trump reforçou as declarações de Tom Homan, dizendo que “autoridades que atrapalham a lei e a ordem enfrentarão juízes”, mas fontes da Casa Branca disseram à NBC News que não há planos reais para prender Newsom ou Bass.

“Não está sendo planejado nem considerado ativamente, mas qualquer um que infrinja a lei federal corre o risco de ser preso. Isso é apenas um fato básico”, disse um alto funcionário. Outro integrante do governo federal afirmou que, embora a possibilidade exista legalmente, prender autoridades eleitas não seria uma boa estratégia política para os republicanos.

Homan, por sua vez, recuou nesta segunda-feira em entrevista à Fox News: “O repórter me perguntou: ‘Bem, o governador Newsom ou o prefeito Bass poderiam ser presos?’. Eu disse: ‘Bem, ninguém está acima da lei. Se eles cruzarem os limites e cometerem um crime, com certeza podem.’ Então, não houve discussão sobre a prisão de Newsom”.

Segundo Gavin Newsom, ele e Donald Trump conversaram por telefone após o início dos protestos, mas o presidente não mencionou preocupações com a condução da crise ou com a mobilização da Guarda Nacional. “Conversamos por quase 20 minutos, e ele mal… esse assunto nunca foi levantado”, relatou o governador.

Newsom e Bass criticaram duramente a decisão de Trump de enviar 2.000 soldados da Guarda Nacional para conter os protestos em Los Angeles, alegando que isso poderia agravar ainda mais a tensão social causada pelas operações imigratórias.

O governador enviou uma carta ao secretário de Defesa, Pete Hegseth, solicitando que o republicano revertesse a federalização das tropas: “Em situações dinâmicas e fluidas como a de Los Angeles, as autoridades estaduais e locais são as mais adequadas para avaliar a necessidade de recursos e proteger vidas e propriedades”.

As ameaças de prisão a governadores e prefeitos têm sido uma marca registrada do segundo mandato de Donald Trump, especialmente após a prisão simbólica do prefeito de Newark, Ras Baraka, durante um protesto em frente a um centro de detenção do ICE. Embora as acusações contra Baraka tenham sido retiradas, sua aliada, a deputada LaMonica McIver, foi formalmente acusada por obstrução e agressão a agentes federais no mesmo episódio.

Fonte: DCM

Fim da escala 6x1 pode se tornar a principal vitrine do governo Lula, aponta pesquisa Quaest


Segundo o levantamento, 64% dos brasileiros já ouviram falar da PEC apoiada por Lula, superando outras iniciativas do governo

            Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Segundo levantamento divulgado pela pesquisa Genial/Quaest na última quarta-feira (4), a proposta que busca pôr fim à jornada de trabalho na escala 6x1 é hoje a mais conhecida entre as iniciativas associadas ao governo Lula. De acordo com o instituto, 64% da população brasileira já ouviu falar do projeto — índice superior ao de programas como a isenção da conta de luz para beneficiários do CadÚnico (52%) e o novo Vale Gás (59%), informa o jornal O Globo.

A proposta, no entanto, encontra-se travada na Câmara dos Deputados. O texto original, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada Erika Hilton (Psol-SP) em fevereiro, ainda aguarda os primeiros passos formais de tramitação. O tema passou a ter visibilidade nacional após ser mencionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na véspera do Dia do Trabalho, em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão.

O anúncio, porém, coincidiu com a repercussão negativa do escândalo envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o que desviou parte da atenção. Ainda assim, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), anunciou que levaria o assunto à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presidida por Paulo Azi (União-BA), o que representa a primeira etapa da tramitação no Congresso.

◉ Subcomissão analisa viabilidade e custos - Nas últimas semanas, uma subcomissão especial foi criada para analisar a PEC. O relator designado, deputado Luiz Gastão (PSD-CE), adiantou que será apresentado um plano de trabalho nos próximos dez dias. A proposta inclui a realização de audiência pública em São Paulo com a participação de empresários e trabalhadores. Gastão reconhece, no entanto, que será difícil viabilizar a proposta em sua forma atual: “nada é impossível, mas eu diria que é muito difícil passar como está. Podem ser feitos alguns ajustes e ainda devem ser discutidas compensações. Em alguns setores a supressão pura e simples da escala pode gerar um aumento de custo de 33% na folha de pagamento, o que vai ser transferido para o produto e impactar, no final das contas, a sociedade, que vai pagar mais caro".

◉ Setores patronais reagem com críticas - A proposta também tem sido duramente criticada pela Frente Parlamentar de Comércio e Serviços, liderada pelo deputado Domingos Sávio (PL-MG), que argumenta que a alteração na jornada de trabalho afetaria diretamente a produtividade e a sobrevivência de pequenas empresas.

“O texto é tão absurdo que ele estabelece que é proibido trabalhar mais do que quatro dias por semana em um país que está nos últimos lugares de produtividade mundialmente”, declarou Sávio.

◉ Pressão das centrais sindicais e plebiscito em debate - Do lado oposto, a deputada Talíria Petrone (RJ), líder do Psol na Câmara, afirmou que a proposta é considerada “prioridade da bancada”, embora reconheça que não há, até o momento, a instalação de nenhuma instância formal de debate. Segundo ela, as centrais sindicais têm assumido a articulação para mobilizar apoio popular.

Entre as iniciativas em curso está a organização de um plebiscito nacional, planejado para o segundo semestre. A proposta de consulta popular foi apresentada ao ministro Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência, por movimentos como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

“Fizemos a reunião para apresentar a proposta para pressionar o governo a ter uma atuação firme”, afirmou Igor Felippe, que integra a coordenação do plebiscito.

Apesar do apoio simbólico do presidente Lula e da visibilidade pública da proposta, o avanço da PEC depende de um complexo jogo de forças entre o Executivo, o Congresso e o setor produtivo. A articulação política ainda é tímida, e a resistência empresarial se apresenta como um dos principais obstáculos ao desfecho da proposta.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Bolsonaristas exploram Fux para isolar Moraes, mas ignoram revelações de Mauro Cid

Aliados de Bolsonaro divulgam fala de Fux para sustentar narrativa contra acusação de tentativa de golpe

       Luiz Fux (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

Em mais uma tentativa de blindar Jair Bolsonaro diante das graves acusações que enfrenta por envolvimento na tentativa de golpe de Estado, seus filhos e aliados passaram a explorar declarações do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), como forma de confrontar o relator do caso, Alexandre de Moraes, relata o jornal O Globo.

A estratégia dos bolsonaristas veio à tona após a primeira audiência de instrução da ação penal, realizada na Primeira Turma do STF. Fux, único integrante do colegiado além do relator Moraes a comparecer à sessão, fez um questionamento ao ex-ajudante de ordens Mauro Cid sobre a assinatura de Bolsonaro em uma minuta golpista. O tenente-coronel respondeu que o ex-presidente não havia assinado o documento, embora houvesse receio do então comandante do Exército de que isso ocorresse sem consulta prévia, pois ele era contra a medida.

Imediatamente, o trecho da fala de Fux foi extraído e viralizado por perfis bolsonaristas, incluindo os filhos de Bolsonaro — o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) — como forma de sugerir uma divergência interna na Corte. Parlamentares alinhados ao ex-presidente também se engajaram na disseminação do conteúdo, alimentando a tese de que Fux estaria disposto a se contrapor a Moraes.

Apesar da tentativa de criar antagonismo entre os dois ministros, a sessão demonstrou o contrário: ambos agiram com respeito mútuo. Alexandre de Moraes, inclusive, agradeceu publicamente a presença de Fux durante a audiência. Além disso, o ponto central do julgamento não é a assinatura ou não da minuta golpista, mas sim a organização e tentativa de execução de um golpe de Estado — independentemente de sua consumação.

Ao mesmo tempo, a base bolsonarista preferiu silenciar diante de outra declaração de Mauro Cid, feita também na segunda-feira (9), muito mais comprometedora para o ex-presidente. Segundo o ex-ajudante de ordens, Bolsonaro chegou a editar uma minuta golpista enquanto ainda estava no cargo, retirando dela trechos que previam a prisão de autoridades do Judiciário e do Legislativo — mantendo apenas o nome de Alexandre de Moraes entre os alvos.

A tentativa de capturar politicamente Fux não é nova. O ministro já havia se tornado uma espécie de esperança para bolsonaristas após seu voto por uma pena branda à mulher que pichou a estátua da Justiça no dia 8 de janeiro e por questionar aspectos da delação de Mauro Cid. Desde então, passou a ser visto como potencial voz dissonante da Primeira Turma do STF.

Na prática, porém, Fux não confirmou essa expectativa na primeira audiência com os réus. Embora tenha feito perguntas durante os depoimentos, não demonstrou qualquer ruptura com a linha conduzida por Moraes, frustrando os setores que tentam dividir o Supremo em meio ao julgamento de um dos episódios mais graves da história democrática recente do país.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

A ironia de Moraes com advogado de Heleno que "quebrou" a internet (vídeo)

Fato ocorreu durante a retomada das oitivas no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os envolvidos na tentativa de golpe de Estado em 2022

       Alexandre de Moraes (Foto: Gustavo Moreno / STF)


Durante a retomada das oitivas no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os envolvidos na tentativa de golpe de Estado em 2022, o ministro Alexandre de Moraes protagonizou um momento de descontração ao ironizar um inusitado pedido do advogado do general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Na sessão desta segunda-feira (9), o defensor Matheus Mayer solicitou que a audiência da manhã seguinte, prevista para as 9h, fosse adiada em pelo menos uma hora. O motivo? Precisava jantar, pois havia passado o dia apenas com o café da manhã. O argumento provocou risos no plenário e uma resposta bem-humorada de Moraes, que não deixou de reforçar a seriedade do processo.

“Eu, minimamente, quero jantar, excelência, porque eu só tomei café da manhã”, disse Mayer, aos risos. A resposta de Moraes veio com sarcasmo:

“Imagine eu”. Na tentativa de justificar o apelo, Mayer afirmou que ainda precisava levar o general Heleno para casa e depois retornar à própria residência:

“Eu ia pedir a gentileza, assim, rogar essa turma. Por favor, você tem que colocar um pouco mais tarde amanhã, de modo a se tornar viável”. Moraes, no entanto, não só indeferiu o pedido como seguiu a ironia:

“Doutor, vamos ver se nós terminamos amanhã, daí o senhor tem quarta-feira para tomar um belo brunch. Quinta-feira, um jantar, que é Dia dos Namorados. Sexta, dia de Santo Antônio, o senhor comemora também. Se a gente começa a atrasar, a gente não acaba”. O defensor insistiu, pedindo início às 10h.

Moraes manteve a decisão:

“Nove horas está bom. Na quarta, às oito”. Em meio à conversa descontraída, Mayer ainda brincou sobre o ritmo acelerado dos compromissos:

“A excelência é só para não ficar tão em cima, porque nove horas...”. Ao que Moraes respondeu, mantendo o tom leve:

“O general Heleno vai pedir para o senhor não acelerar no carro, assim o senhor leva. Só não vai ser montado, doutor. Nove horas está bom, uma boa noite, um bom descanso a todos”. Apesar do tom jocoso, a sessão faz parte de um momento crucial da investigação.

O STF deu início nesta segunda ao interrogatório dos réus considerados integrantes do núcleo central da suposta tentativa de golpe — grupo que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro.

As audiências desta semana fazem parte da fase mais delicada do processo, que envolve militares, ex-assessores e altos membros do governo anterior. O objetivo é esclarecer o grau de articulação entre os investigados e sua responsabilidade nos eventos que tentaram abalar a ordem democrática após as eleições de 2022.

Fonte: Brasil 247

Entenda os principais pontos do depoimento de Cid, que complicam ainda mais Bolsonaro

Mauro Cid diz ao STF que Bolsonaro recebeu minuta do golpe e "enxugou", mantendo prisão de Moraes

       Mauro Cid (Foto: Gustavo Moreno / STF)

Durante quatro horas de interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid confirmou, com detalhes, os principais elementos da delação premiada firmada com a Polícia Federal, que incriminam diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro. A audiência, realizada na segunda-feira (9/6), faz parte da série de interrogatórios dos réus acusados de articular uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral em 2022.

Cid reafirmou, logo no início, a veracidade de todas as informações prestadas à PF durante a colaboração. “Confirmo integralmente o conteúdo da minha delação”, disse, ao ser questionado pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes. O ponto mais contundente do depoimento foi a confirmação de que Bolsonaro não apenas teve conhecimento da chamada “minuta do golpe”, como também a editou pessoalmente. O documento previa, entre outras medidas, a prisão do próprio Moraes, além da anulação das eleições que elegeram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“De certa forma, ele enxugou o documento, retirando autoridades das prisões, ficando somente o senhor como preso. O resto…”, relatou Cid, provocando uma reação irônica do ministro: “O resto foi conseguindo um habeas corpus”.

Outro trecho revelador envolveu um documento batizado de “Copa 22”, que segundo Cid detalhava gastos com deslocamentos a Brasília e teria sido discutido na casa do general Braga Netto. A peça, conforme denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), citava até o assassinato de Lula, Moraes e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Cid, no entanto, negou ter repassado esse material. “Não me lembro se imprimi para mostrar para o coronel, tesoureiro do PL, ou se mostrei no próprio computador ou no celular”, disse.

Visivelmente nervoso durante o depoimento, com voz embargada, gaguejos e longas pausas, Cid respondeu a todas as perguntas feitas, como é obrigatório em acordos de colaboração. Ele também foi questionado sobre uma foto da minuta do decreto golpista encoberta parcialmente por um papel. Disse que não sabia quem tirou a imagem: “Não me lembro quem mandou. É um documento mal escrito. Mas não fui eu quem tirou a foto.”

Ao ser indagado sobre os participantes da suposta trama, Cid negou a existência de um grupo estruturado, mas afirmou que havia pessoas no entorno do governo que levavam ideias golpistas a Bolsonaro. “Os grupos não eram organizados. Era cada um com sua ideia. Não existia uma organização e nem reuniões. Tinham dos mais conservadores aos mais radicais.”

Sobre os militares, apontou o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, como “um dos mais radicais”, enquanto descreveu Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira como figuras mais moderadas.

A defesa de Cid fez apenas uma pergunta ao final: se Bolsonaro havia expressado o desejo de se manter no poder após a derrota. Cid respondeu que a maior preocupação do ex-presidente “sempre foi encontrar uma fraude nas urnas”. Repetiu a afirmação de que Bolsonaro insistia nessa tese sem nunca conseguir comprovar nada.

Do lado do ex-presidente, o advogado Celso Vilardi criticou o ex-ajudante: “Tem uma memória seletiva. Quando confrontado, diz que esqueceu.” O próprio Bolsonaro, ao sair do tribunal, falou brevemente com a imprensa: “Não vou ser condenado. Estou bem, estou tranquilo. Mas é lógico que ninguém queria estar aqui.”

A audiência de Mauro Cid marca o início da fase mais aguardada do processo. O ministro Alexandre de Moraes reservou todos os dias desta semana para os interrogatórios dos réus. As sessões ocorrem com transmissão pelo canal do Metrópoles no YouTube. Nesta terça-feira (10/6), o depoimento será do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.

A denúncia apresentada pela PGR foi aceita por unanimidade na Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Os réus respondem por crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Fonte: Brasil 247

No STF, advogado divulga áudio em que Cid lista empresários que pressionavam por relatório golpista; entre eles, Hang e Nigri

Advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, usou a gravação para confrontar Mauro Cid e tentar livrar Bolsonaro, réu pela tentativa de golpe

                              Jair Bolsonaro e Celso Vilardi - 09/06/2025 (Foto: Ton Molina/STF)

O advogado de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, divulgou nesta segunda-feira (9) um áudio do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, em que o militar lista alguns empresários, entre eles Luciano Hang e Meyer Nigri, responsabilizando os homens por pressionar o ex-capitão a elaborar um relatório de teor golpista, após as eleições de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O objetivo dos empresários era que Bolsonaro interferisse em um resultado divulgado pelo Ministério da Defesa, que dava conta de que as urnas eletrônicas não haviam sido fraudadas.

Ainda de acordo com o áudio de Cid, obtido pela Polícia Federal (PF), Bolsonaro foi contra uma "ação mais contundente" a favor da execução do golpe de Estado. Confira o trecho:

"Oi, general, bom dia! É, ontem, o presidente, eu senti que ele já praticamente... Acho que desistiu de qualquer coisa, de qualquer ação mais contundente. Ontem, por várias vezes, ele comentou que o governo Lula, que um possível governo Lula, como ele sempre fala, não daria certo. Ele [Lula] vai meter o pé pelas mãos, é, ele vai botar os servidores todos contra ele. Tanto que ontem ele [Bolsonaro] comentou e pediu para deixar tudo andar, não quer que ninguém fique pressionando nada. Ele conversou bastante tempo com o Valdemar também. Ontem no começo da tarde, ontem, o general Pazuello esteve com ele dando sugestões, ideiais de como ele podia de alguma forma tocar o artigo 142, uma coisa assim. Ele desconversou, não quis nem saber, não, não deu bola para o que o general Pazuello estava levando para ele.

Também deixou o general Paulo Sergio tranquilo com relação a prazo de entrega e o que vai ser escrito no relatório. Inclusive, deu até a entender que o que estiver lá está bom, o que escrever está ótimo. Aquele outro relatório do IVL [Instituto Voto Legal] que deve estar saindo também, não quis pressionar Valdemar, deixou rodar.

E na conversa que ele [Bolsonaro] teve depois com os empresários, estava o Hang, aquele cara da Centauro, estava o Meyer Nigri [dono da Tecnisa], ele [Bolsonaro] também falou: 'olha, o governo Lula vai, vai, vai cair de podre'. E o pessoal ficou um pouco de moral baixa porque os empresários estavam querendo pressionar o presidente a fazer um relatório contundente, duro, para virar jogo, aqueles negócios. E ele mesmo já descaracterizou e já falou para os empresários: 'vocês que vão se prejudicar muito com Lula'".

Questionado por Vilardi, Cid disse não se lembrar da gravação. Contudo, Cid disse que a gravação foi "possivelmente" encaminhada ao general Freire Gomes, ex-comandante do Exército.

Ele disse ainda que não se lembra da reunião entre Bolsonaro e os empresários. O encontro teria ocorrido em 7 de novembro de 2022, segundo Cid.

Vivaldi disse ainda que Bolsonaro irá esclarecer na terça-feira (10) o "enxugamento da minuta", fato citado pelo ex-ajudante de ordens, que, segundo a defesa de Bolsonaro, caiu em contradição diversas vezes ao longo do depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte: Brasil 247

Governo Lula retira mais de 6 mil crianças e adolescentes do trabalho infantil desde 2023

Maioria dos casos envolvia as piores formas de exploração

       Trabalho infantil no Brasil (Foto: Valter Campanato - Abr)

No marco do Dia Nacional e Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, que transcorre na próxima quinta-feira (12), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou um balanço que reforça a urgência de enfrentar essa violação de direitos humanos. Segundo informações da Agência Gov, mais de 6 mil crianças e adolescentes foram afastados de situações de trabalho infantil entre 2023 e abril de 2025 em todo o país.

De acordo com os dados consolidados pela Inspeção do Trabalho, foram 6.372 casos de trabalho infantil identificados e interrompidos no período. O foco das fiscalizações esteve especialmente voltado para as piores formas de exploração, aquelas que oferecem riscos graves à saúde, à segurança e ao desenvolvimento físico e emocional de crianças e adolescentes.

Em 2023, foram registrados 2.564 afastamentos. No ano seguinte, esse número subiu para 2.741. Apenas nos primeiros quatro meses de 2025, 1.067 crianças e adolescentes já haviam sido retirados de atividades laborais irregulares. Um dado particularmente alarmante é que 86% dos casos identificados se enquadravam nas piores formas de trabalho infantil.

O coordenador nacional de Fiscalização do Trabalho Infantil da Secretaria de Inspeção do Trabalho do MTE, Roberto Padilha Guimarães, enfatizou o impacto negativo da exploração precoce:

“O trabalho infantil compromete o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes, afasta-os da escola e contribui para a reprodução de ciclos de pobreza e desigualdade social”, afirmou. Ele reforçou a importância do 12 de junho como um momento de reflexão e mobilização:

“O Dia Nacional e Mundial de Combate ao Trabalho Infantil é um momento crucial para sensibilizar a sociedade sobre essa grave violação de direitos humanos e reforçar que a erradicação do trabalho infantil depende da ação conjunta do poder público, trabalhadores, empregadores, sindicatos e da sociedade civil.”

Os dados revelam ainda um perfil demográfico preocupante das vítimas: 74% eram meninos e 26% meninas. Entre as crianças de até 13 anos — idade em que qualquer forma de trabalho é proibida — foram identificados 791 casos. Já entre adolescentes de 14 e 15 anos, o número chegou a 1.451. O maior contingente, porém, estava na faixa dos 16 aos 17 anos, com 4.130 adolescentes, a maioria envolvida em atividades consideradas nocivas ao desenvolvimento integral.

As atividades econômicas onde o trabalho infantil foi mais frequentemente detectado incluem o comércio varejista, o setor de alimentação, oficinas mecânicas, agricultura e pecuária. Todas são áreas em que o trabalho envolve riscos físicos, exposição a agentes nocivos ou jornadas exaustivas.

Após o afastamento das crianças e adolescentes, o trabalho da Auditoria Fiscal do Trabalho continua. Os auditores emitem Termos de Pedido de Providência, acionando conselhos tutelares, secretarias municipais de assistência social e educação, o Ministério Público do Trabalho e os Ministérios Públicos Estaduais. O objetivo é integrar esses jovens a políticas públicas de proteção social, saúde e educação.

Quando possível, adolescentes a partir de 14 anos são encaminhados a programas de aprendizagem profissional, que garantem formação e qualificação em ambientes seguros, respeitando a legislação trabalhista e assegurando direitos previdenciários. Esses programas são considerados essenciais para a transição segura da escola para o mundo do trabalho.

O combate ao trabalho infantil está entre as prioridades do governo federal, que tem reforçado a atuação da Auditoria Fiscal do Trabalho com a intensificação de operações, capacitações e ações articuladas com outras instituições. A meta, segundo o MTE, é garantir que nenhuma criança seja privada de seu direito de brincar, estudar e viver plenamente sua infância.

Com ações sistemáticas e coordenação interinstitucional, o governo reafirma o compromisso de romper o ciclo de pobreza e desigualdade social que empurra crianças para o trabalho precoce. A erradicação do trabalho infantil, como destacou Roberto Padilha, exige vigilância constante e o envolvimento de toda a sociedade:

“Só com esse esforço coletivo será possível garantir a todas as crianças e adolescentes um futuro livre da exploração e com acesso real a oportunidades e dignidade.”

Fonte: Brasil 247 com Agência Gov

Almirante Garnier, ex-comandante da Marinha, é o primeiro interrogado de hoje no STF e terá que responder sobre adesão ao golpe

Ex-comandante da Marinha é acusado de apoiar plano golpista de Bolsonaro e atentar contra a democracia

                            Almirante Garnier, ex-commandante da Marinha (Foto: Marcos Correa/EBC)

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira (10) os interrogatórios dos réus no processo que apura a tentativa de golpe de Estado planejada nos últimos meses do governo de Jair Bolsonaro. O primeiro a prestar depoimento nesta nova rodada será o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ter endossado a trama golpista que visava romper a ordem constitucional e impedir a posse do presidente legitimamente eleito em 2022.

Segundo denúncia da PGR, Garnier foi um dos principais nomes do núcleo militar que conspirou com Bolsonaro para a adoção de medidas autoritárias, incluindo um decreto de exceção. Em reuniões realizadas em dezembro de 2022, o almirante se colocou à disposição do então presidente para executar o plano golpista. De acordo com os autos, ele reafirmou sua adesão à conspiração em uma segunda reunião, nos dias que antecederam a virada do ano.

A participação do alto comando militar nas articulações golpistas, agora investigada pelo STF, evidencia a interferência indevida das Forças Armadas na vida política nacional. O depoimento de Garnier é considerado estratégico para esclarecer o papel desempenhado por setores da Marinha na tentativa de ruptura institucional.

As acusações contra o almirante indicam não apenas uma grave violação da Constituição, mas também uma afronta ao Estado Democrático de Direito. Seu posicionamento, conforme descrito na denúncia, não foi isolado: ele compunha, junto a outros generais e ministros, o chamado “núcleo duro” da organização criminosa que visava impedir a transferência pacífica de poder no país.

Garnier, agora na condição de réu, seja questionado diretamente pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Na véspera, a Corte ouviu o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que confirmou o envolvimento do ex-presidente no plano golpista. Em seu depoimento, Cid declarou que Bolsonaro teve acesso à “minuta do golpe”, sugeriu alterações no texto e defendeu a inclusão de dispositivos como a prisão do ministro Alexandre de Moraes. “Presenciei grande parte dos fatos, mas não participei deles”, disse Cid, reiterando a veracidade das informações prestadas em sua colaboração premiada.

Em relação à postura de Bolsonaro, Cid foi direto: o ex-presidente solicitou um texto “duro” contra as urnas eletrônicas e pressionou o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, por um relatório que deslegitimasse o sistema eleitoral.

Também na segunda-feira foi ouvido o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele negou qualquer envolvimento com o plano e disse que os documentos produzidos por ele eram “rascunhos pessoais”, sem repasse ao então presidente. “Decerto que não fiz monitoramento de autoridades”, afirmou, ao ser questionado sobre possível espionagem política conduzida pela Abin.

Os interrogatórios desta semana marcam a fase final da instrução processual. A partir do encerramento dessa etapa, o processo entrará em diligências, caso sejam requeridas, e em seguida será aberto o prazo de 15 dias para que as defesas e a acusação apresentem suas alegações finais. Depois disso, a Primeira Turma do STF poderá julgar o caso e decidir pela condenação ou absolvição dos réus.

Além de Garnier, devem ser ouvidos ainda:

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa
  • Walter Braga Netto, ex-ministro e ex-candidato a vice
O processo histórico revela o grau de comprometimento de figuras centrais do Estado brasileiro com uma tentativa de ruptura autoritária. A eventual responsabilização penal de membros das Forças Armadas, como o almirante Garnier, será um divisor de águas na relação entre instituições militares e o regime democrático, e poderá abrir espaço para um necessário debate nacional sobre os limites constitucionais da atuação dos militares na política.

Fonte: Brasil 247