O presidente da Colômbia, Gustavo Petro – Foto: Reprodução
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, prometeu encontrar os responsáveis pelo ataque a Miguel Uribe, baleado durante um evento de campanha em Bogotá no sábado (7). O senador e candidato presidencial de 39 anos foi atingido por dois disparos enquanto discursava para apoiadores. Segundo as autoridades, um adolescente de 15 anos foi capturado com uma pistola Glock. O político segue em estado crítico.
Petro afirmou que “nenhum recurso deve ser poupado” para localizar os autores intelectuais do ataque. O presidente sugeriu que o crime pode ter sido planejado por chefes de organizações criminosas, que estariam usando menores de idade para executar ações violentas. “Onde quer que eles vivam, seja na Colômbia ou no exterior”, declarou em pronunciamento transmitido à noite.
A esposa do senador, Maria Claudia Tarazona, pediu orações em suas redes sociais. “Miguel está lutando por sua vida neste momento. Peçamos a Deus que guie as mãos dos médicos que o estão tratando”, escreveu.
Segundo o hospital, ele passa por cirurgias neurocirúrgicas e vasculares, e seu estado é estável, porém delicado.
O ataque foi condenado por outras lideranças políticas do país e do exterior. O partido Centro Democrático classificou o ocorrido como “um ato de violência inaceitável”.
A presidência também divulgou nota oficial, chamando o ato de ameaça à liberdade política e à segurança dos cidadãos.
O senador e candidato presidencial colombiano de extrema-direita, Miguel Uribe. Foto: Reprodução
O senador e candidato presidencial colombiano de extrema-direita, Miguel Uribe, foi baleado durante um evento em Bogotá, neste sábado (7). O político, de 39 anos, foi atingido por um homem enquanto participava de um evento no Parque El Golfito, na capital colombiana, conforme informações da imprensa local.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram Miguel Uribe com a cabeça e as costas cobertas de sangue. Após o ataque, ele foi rapidamente levado para um centro médico na cidade.
Uribe faz parte do Centro Democrático, partido liderado pelo ex-presidente de direita Álvaro Uribe. Ele também é filho de Diana Turbay, jornalista sequestrada por Pablo Escobar em 1990 e assassinada no ano seguinte. Além disso, é neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala, que governou a Colômbia de 1978 a 1982.
Em resposta ao ataque, o ministro da Defesa, Pedro Sanchez, anunciou uma recompensa de US$ 728 mil (COP 3 bilhões) por informações que ajudem a identificar e prender os responsáveis pela tentativa de assassinato.
Sanchez também ordenou que “os militares, a Polícia Nacional e os serviços de inteligência mobilizassem todas as suas capacidades para esclarecer os fatos com urgência”.
O Governo da Colômbia também escreveu no X que “rejeita de forma categórica e contundente o ataque” deste sábado.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, do STF – Foto: Reprodução
Nesta segunda (10), começa a fase dos interrogatórios dos réus da tentativa de golpe bolsonarista, com destaque para o primeiro encontro direto entre o ex-mandatário e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado é o relator da ação penal que investiga o caso. O ex-presidente afirmou que não pretende “lacrar” em seu depoimento e convocou apoiadores para acompanhar a sessão, que será transmitida.
Os interrogatórios acontecerão até sexta-feira (14) na sala da Primeira Turma do STF. O primeiro a depor será o tenente-coronel Mauro Cid. A presença dos demais réus e seus advogados está confirmada para o local, com exceção de Walter Braga Netto, que está preso e participará por videoconferência.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Após Cid, os depoimentos seguirão em ordem alfabética: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Moraes fará as perguntas diretamente aos réus, que terão a opção de permanecer em silêncio, conforme a lei.
O ex-mandatário, durante evento do PL Mulher, em Brasília, chegou a comentar sobre o depoimento que prestará. “Estarei lá com a verdade ao nosso lado. Não fugimos de qualquer chamamento”, disse. Ele afirmou que sua participação será respeitosa: “Não vou lá para lacrar, para querer crescer, para querer desafiar quem quer que seja”.
O encontro entre Bolsonaro e Moraes será o primeiro com contato direto. Em março, eles estiveram na mesma sessão no STF durante o julgamento da denúncia, mas sem interação. Agora, o relator assumirá a condução dos questionamentos.
As datas dos interrogatórios foram definidas pelo ministro ao fim da fase de depoimentos das testemunhas. Nos últimos dias, 52 pessoas foram ouvidas, indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas dos acusados.
Urna eletrônica utilizada nas eleições. Foto: Reprodução
Neste domingo (8), eleitores das cidades paulistas de Panorama, Bocaina e Mongaguá voltam às urnas para escolher novos prefeitos e vices. A Justiça Eleitoral determinou novas eleições após cassar os registros dos prefeitos eleitos em 2024, todos considerados inelegíveis por condenações e atos de improbidade administrativa.
Em Panorama, a disputa ocorre entre as chapas de Dr. Giulio Pires (PL) com Valdez de Brito (União Brasil) e Daniel Genova (PSB) com Inês Chiararia (Republicanos). Em Bocaina, quatro chapas estão na disputa, e em Mongaguá, duas duplas concorrem ao Executivo municipal.
As cassações ocorreram por diferentes motivos. Em Panorama, Edson Maldonado (PP) foi considerado inelegível por condenação por falso testemunho. Em Bocaina, Moacir Donizete Gimenez (Republicanos) teve a candidatura anulada por improbidade administrativa com dolo e lesão ao patrimônio público.
Já em Mongaguá, Paulo Wiazowski Filho (PP) teve as contas rejeitadas pela Câmara Municipal referentes ao mandato de 2012. A Justiça apontou ato doloso de improbidade, o que levou à cassação de seu registro. Com isso, os três municípios realizam nova votação para definir os chefes do Executivo.
Essas novas eleições reafirmam o papel da Justiça Eleitoral na fiscalização da ficha dos candidatos e no cumprimento da Lei da Ficha Limpa. Dessa forma, os eleitores têm a oportunidade de eleger outros representantes que realmente estejam comprometidos com a legalidade e a gestão pública responsável.
A prefeita de Marituba Patrícia Alencar ao acompanhar obras pela cidade. Foto: Reprodução/Instagram
Nesta sexta-feira (06), a prefeita Patrícia Alencar, de Marituba, no Pará, voltou a movimentar as redes sociais ao postar um novo vídeo. Na publicação, um operário segura um biquíni e pergunta: “E o vídeo de biquíni, prefeita?”, arrancando risos e ganhando destaque pelo tom bem-humorado. Patrícia responde em tom de brincadeira que “não vai ter vídeo de biquíni” e corta para outras cenas.
No restante do vídeo, ela aparece mostrando obras públicas e interagindo com operários, operando máquinas pesadas e até comendo pão com margarina ao lado dos trabalhadores. O conteúdo segue a linha descontraída que lhe rendeu fama na internet dias antes, quando viralizou ao dançar de biquíni ao som de “Que Pancada de Mulher”.
A gravação anterior causou grande repercussão nas redes ao mostrar a prefeita dançando com roupa de banho. O vídeofoi um dos fatores que alavancaram sua popularidade online. O conteúdo dividiu opiniões, mas garantiu visibilidade nacional à gestora paraense.
Um programa da GloboNews transmitido na noite de quinta, 5, mostra momentos constrangedores da relação entre jornalista e fonte.
Num determinado momento, a comentarista Daniela Lima, deslumbrada, conta uma fofoca para a apresentadora Natuza Nery.
— Eu posso ler aqui a mensagem que eu troquei com um integrante do Supremo? Eu escrevi… Ai, gente, desculpa… Dez e meia da manhã. “A Zambelli fugiu, ministro”, relata Daniela, aos risos.
— Você que informou, acrescenta Natuza.
— Aí, às onze e vinte e cinco, o ministro responde: “Pois é, mas se tivesse preventiva, iam dizer que é ditadura.” Aí eu falei: “É, mas isso ela está dizendo de todo jeito, a deputada, né?” Ele respondeu: “Se eu fosse relator, estava todo mundo preso. Mas Alexandre está muito emparedado pelos isentos da mídia, do mercado e do Congresso. Apanha demais.’”
Os bolsonaristas estão fazendo a festa com essa confissão, fruto da falta de noção e de decoro. O trecho foi cortado da Globoplay.
É uma demonstração de promiscuidade entre poderosos que só a Globo, com sua legião de jornalistas que vivem simulando eficiência — o tempo todo se jactando ao vivo de conversas de bastidores —, é capaz de produzir.
Publicidade da ‘Fatal Model’ na capa da Folha – Foto: Reprodução
Alexandra Moraes, ombudsman da Folha, minimizou as críticas à decisão do jornal de estampar na capa uma publicidade do site de prostituição “Fatal Model”, publicada em 2 de junho.
Apesar da repercussão negativa, ela classificou, em sua coluna neste domingo, 8, a ação como “histórica” e destacou que a capa impõe uma “discussão necessária”, amenizando o impacto da escolha editorial.
Pela primeira vez, a Folha publicou em sua capa anúncio de uma plataforma de “acompanhantes”. O termo é um eufemismo para prostituição, e a suavidade do texto do anúncio chegou a fazer leitores tomarem “acompanhante” por cuidador de idosos.
Mas o cabeçalho do jornal era a moldura de uma propaganda institucional da Fatal Model, empresa que reúne anúncios e vídeos de profissionais do sexo em sua plataforma. Ganha dinheiro vendendo aos profissionais o destaque desses anúncios e “conteúdo premium” aos clientes.
A Fatal Model vem firmando patrocínios milionários no futebol, modelo dominado pelas “bets”. As investidas renderam à empresa contratos e exposição nas séries A, B e C do Campeonato Brasileiro. A cartada mais recente foi a oferta de R$ 250 milhões pelos “naming rights” do estádio do Athletico-PR, segundo o jornal Lance.
Enquanto a plataforma esbanja dinheiro, a crise do modelo de negócios do jornalismo virou regra. Vender espaço às marcas tornou-se mais difícil. Recusar uma boa oferta (ou mesmo uma mais ou menos boa) parece uma possibilidade distante. Além disso, o jornal está vacinado contra eventuais espantos morais: ainda que em escala menor, os classificados com os quais os veículos ganharam dinheiro em décadas passadas tinham suas seções de “acompanhantes” e “massagistas”.
A peça da Fatal Model na Folha destacava dados sobre a atividade sexual remunerada sem mencioná-la explicitamente e fazia alertas contra o preconceito. “1.400.000 mães, filhas, irmãs e esposas. Esse é o número de profissionais que trabalham como acompanhantes no Brasil. Está na hora da gente falar sobre isso.”
O pretexto era chamado de “Dia da Acompanhante”, 2 de junho, Dia Internacional da Prostituta ou Dia Internacional da Trabalhadora Sexual. O site indicado no anúncio não tinha link de conteúdo sexual, só nome e endereço da plataforma.
Não resta dúvida da respeito da necessidade de discussão sóbria sobre preconceito e dignidade (embora a origem do número apresentado no anúncio, 1,4 milhão, não ficasse clara). Em suas redes, a Fatal Model comemorou a “capa histórica”. Mas a questão é outra.
Logo da Fatal Model – Foto: Reprodução
O principal argumento de quem se opõe à publicidade da marca no futebol é a eventual exposição de crianças ao conteúdo. “Quem digita Fatal Model no buscador consegue chegar, com apenas dois cliques, em fotos e vídeos explícitos”, informa texto da BBC News Brasil reproduzido na Folha. Para a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do Ministério da Justiça, “é publicidade inadequada”. (…)
O conteúdo jornalístico da Folha, porém, tem sido no geral condescendente com a plataforma. “O rufianismo (…), que é o aliciamento, exploração sexual e participação nos lucros, é ilegal. No caso do Fatal Model, a companhia não está enquadrada na prática”, definiu de modo peremptório o jornal em reportagem de 2023. Em outras ocasiões, já noticiou que o site cortara o patrocínio do podcast Flow após o apresentador Monark defender a existência de partido nazista e anunciou a chegada da plataforma à Europa.(…)
Para Luciana Temer, advogada e presidente do Instituto Liberta (que combate violência sexual contra crianças e adolescentes e também é anunciante da Folha), houve “desconforto” ao ver “o jornal ‘encapado’ com uma propaganda de site de prostituição”.
“Aqui não vai nenhum julgamento moral de quem, por opção ou falta de, está exercendo esse trabalho. Mas nos incomoda muito que pessoas estejam ganhando dinheiro em cima disso”, afirma ela.
A Fatal Model declara “fornecer segurança, qualidade e liberdade” a acompanhantes e clientes.
A Folha argumenta que o objetivo do anúncio não é vender serviço de acompanhantes, e sim abrir a discussão sobre respeito, e que a publicação passou por avaliação jurídica. O jornal afirma que não restringe anunciantes, desde que não pertençam a segmento de mercado vedado em lei ou pelas normas éticas do Conar (Conselho Nacional Autorregulamentação Publicitária). (…)
Se a capa é histórica para a Fatal Model, não deixa de sê-lo também para a Folha, tanto no ineditismo quanto na discussão que impõe.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Foto: Gabriela Biló/Folhapress
A trajetória da deputada Carla Zambelli (PL-SP), foragida da Justiça após ser condenada a 10 anos de prisão, remete a uma fuga que tem ecos históricos nas “ratlines” utilizadas por nazistas após a Segunda Guerra Mundial.
A escapada da deputada, que passou pela Argentina, Estados Unidos e seguiu para a Itália, revela uma estratégia de mobilidade e articulação internacional que repete as de oficiais do regime de Hitler que, décadas atrás, também buscaram governos de extrema-direita.
Ao passar por Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú, Zambelli tomou um voo até Buenos Aires e de lá para os Estados Unidos, antes de seguir para a Itália, onde afirmou ter confiança na justiça local, considerando-se “intocável” por ser cidadã daquele país.
A declaração dela sobre “pagar para ver” é um reflexo da confiança que esses fugitivos, tanto nazistas originais quanto seus sucessores, depositam em sistemas jurídicos de países dispostos a conceder proteção, em um cenário de instabilidade internacional.
As “ratlines” utilizadas pelos nazistas para escapar para a América do Sul tiveram sustentação poderosa. A Igreja Católica e a Cruz Vermelha Internacional, no pós-guerra, desempenharam papéis importantes ao fornecerem documentos falsos e apoio logístico.
Aredita-se que até 90% dos nazistas que fugiram da Europa continental o fizeram pela Itália, principal aliada da Alemanha durante a guerra. Cerca de dez mil optaram pela “rota ibérica”, com a mãozinha de colaboradores que viviam na Espanha e utilizavam portos como os da Galícia, com a aprovação do ditador espanhol Francisco Franco.
O governo de Juan Domingo Perón, simpatizante do Terceiro Reich, facilitou a chegada desses criminosos. Mas o jornalista argentino Uki Goñi, um dos principais investigadores do tema, revela que a relação entre a Argentina e a Alemanha de Hitler antecede Perón.
A “rota dos ratos” nazista
Goñi aponta que, já em 1943, existia um acordo secreto entre a Schutzstaffel (SS), as forças de segurança alemãs, e o serviço secreto da Marinha argentina.
Esse acordo permitia que agentes das SS recebessem documentos de identidade argentinos, facilitando sua circulação livre pela América do Sul, onde operavam uma extensa rede de espionagem. Em troca, a Argentina obteve informações confidenciais sobre seus vizinhos.
A Argentina de Milei foi escolhida por Zambelli, Léo Índio e mais 61 brasileiros condenados por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Os EUA dão abrigo hoje a fascistas como Eduardo Bolsonaro, Paulo Figueiredo e Allan dos Santos.
Anúncios de bets ocupam 70% das transmissões do Campeonato Brasileiro. Foto: Getty images
Nas transmissões do Campeonato Brasileiro de 2025, os anúncios de bets aparecem em 70% do tempo, superando até a exibição da bola em campo, que fica em média em 55%. A análise foi feita pela Folha em 22 jogos transmitidos por canais como Amazon Prime, Globo, Sportv e Record, utilizando inteligência artificial para identificar anúncios em imagens congeladas.
O estudo revelou que marcas de apostas esportivas estão presentes em camisas de jogadores, placas ao redor do campo e inserções na TV, sendo a principal fonte de receita comercial dos clubes brasileiros. O patrocínio master desses contratos chegou a R$ 579 milhões em 2024, com previsão de quase R$ 1 bilhão para 2025.
O crescimento expressivo das bets se explica por seu apelo emocional junto aos torcedores, que são mais suscetíveis às mensagens devido à identificação com o esporte. Entretanto, essa exposição intensa gera preocupação médica e legislativa, pois está associada a um aumento no vício em jogos, principalmente entre jovens.
O Brasil regulamentou as apostas em janeiro de 2025, mas o Senado aprovou um projeto para restringir propagandas em estádios e horários, visando proteger grupos vulneráveis. Pesquisas recentes indicam que apostas feitas durante os jogos são impulsivas, o que pode agravar transtornos psiquiátricos já em crescimento no país.
Marcos Levi de Barros e Elizeu Nascimento. Fotomontagem: Iasmim Sousa e JLSiqueira/ALMT
Um escândalo de quase R$ 60 milhões envolve a Associação Mato-grossense de Cultura (AMC), presidida pelo músico Marcos Levi de Barros. Nos últimos quatro anos, a entidade do Mato Grosso recebeu vultosas quantias por meio de emendas parlamentares, sendo R$ 12 milhões repassados apenas pelo deputado estadual Elizeu Nascimento (PL), mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro cuja ladainha é condenar os investimentos em Cultura por meio da Lei Rouanet.
A AMC não possui site, placa, sede visível nem presta contas públicas de forma transparente. O orçamento da associação saltou de R$ 195 mil em 2021 para mais de R$ 32 milhões em 2023, uma alta de 16.000%, chamando atenção dos bastidores políticos e gerando suspeitas de favorecimento.
No cerne das denúncias, Levi de Barros aparece acompanhado de Eliel Tenório que é assessor da AMC e, ao mesmo tempo, servidor comissionado na Assembleia Legislativa, lotado no bloco político do deputado Elizeu Nascimento — o principal repassador de verbas para a entidade. A sobreposição de funções alimenta denúncias de tráfico de influência.
A AMC organizou eventos culturais de critério duvidoso, como o Festival do Lambari e a Festa da Banana, sem controle social ou transparência. Diante da omissão de órgãos como o Ministério Público e o TCE, cresce a percepção de que a associação serve como fachada para distribuição de verbas públicas entre aliados políticos.
Reunião neste domingo (8) com líderes partidários busca evitar derrota do governo após críticas e ameaça de derrubada do decreto de elevação do imposto
Fernando Haddad (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Diante da forte reação negativa à elevação das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve apresentar neste domingo (8) alternativas para substituir a medida. A reunião está marcada para as 18h, na Residência Oficial da Presidência da Câmara, e contará com a presença de líderes partidários da Câmara e do Senado. A informação é da CNN.
A decisão de buscar um novo caminho foi tomada após articulação entre o governo federal e o Congresso, que estabeleceu um prazo de dez dias para o Executivo apresentar propostas alternativas. O alerta partiu do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que manifestaram ao ministro o risco de o decreto ser derrubado, caso a insatisfação no Legislativo não fosse contida.
“Os líderes ainda vão avaliar e decidir se descartam ou não um projeto sobre o tema, a depender das sugestões da equipe econômica”, afirmou Motta a jornalistas na última quinta-feira (6), em meio à pressão crescente de parlamentares. O encontro com Haddad foi agendado no fim de semana para viabilizar o retorno dos congressistas a Brasília e garantir ampla participação.
As alíquotas mais altas do IOF foram alvo de críticas de diferentes setores, inclusive da base aliada do governo. Na tentativa de reduzir o desgaste político, o Executivo chegou a revogar parte das medidas no mesmo dia em que foram anunciadas. Ainda assim, o Ministério da Fazenda estima arrecadar R$ 18 bilhões com o IOF em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026.
A primeira reunião sobre o tema foi realizada na terça-feira (3), com a presença de Haddad, da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de Alcolumbre e de Motta. Na ocasião, nenhuma decisão foi formalizada, pois as sugestões ainda dependiam de validação dos líderes parlamentares.
Além de medidas de curto prazo para compensar a eventual perda de arrecadação, o governo também discute alternativas estruturantes. Hugo Motta já declarou que há espaço político para pautar o fim de isenções tributárias e avançar com a reforma administrativa.
Entre as possibilidades estudadas pela equipe econômica, estão alterações no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e no BPC (Benefício de Prestação Continuada). Este último já foi alvo de ajustes no pacote de medidas fiscais aprovado no final de 2024, o que torna o tema delicado dentro da base aliada.
No Senado, Alcolumbre avalia realizar uma nova rodada de negociações na manhã de segunda-feira (9), com foco exclusivo nos líderes da Casa. O governo corre contra o tempo para evitar mais um revés político e garantir o equilíbrio das contas públicas com apoio do Congresso.
Sem revisão desde 2021, incentivos tributários chegam a 4,4% do PIB, mais que o dobro da meta de 2% definida em emenda constitucional
Fernando Haddad e Hugo Motta (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)
As renúncias fiscais no Brasil devem ultrapassar a marca de R$ 544 bilhões em 2024, o equivalente a 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com estimativas do governo federal. O dado expõe um descompasso entre os gastos tributários e a meta estabelecida pela Emenda Constitucional 109, aprovada pelo Congresso em 2021, que estipula um limite de 2% do PIB para esse tipo de incentivo até 2029. A informação foi publicada originalmente pela GloboNews.
Apesar da urgência em conter o rombo nas contas públicas, o projeto de lei complementar que definiria regras para avaliação e redução progressiva dessas renúncias está parado na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados desde setembro de 2021. À época, o governo Jair Bolsonaro chegou a apresentar um plano para a redução dos benefícios, mas a proposta nunca foi votada.
"O Congresso Nacional tem papel muito importante nisso", afirma Jefferson Bittencourt, chefe de macroeconomia do Asa. "Em 2021, foi incluído um dispositivo pra fazer uma redução linear dos benefícios tributários, que levassem eles até 2% do PIB. Hoje a gente está girando com benefícios tributários entre 5% e 7% do PIB. O governo apresentou um plano de redução desses benefícios e não saiu da gaveta", critica.
Bittencourt ressalta que a melhor forma de enfrentar o problema seria a análise individualizada dos incentivos: “O jeito certo de se fazer redução dos gastos tributários, das renúncias, é avaliar uma a uma e ver aquilo que tem eficiência, eficácia, efetividade e que o custo-benefício se justifica.”
O presidente da Comissão de Finanças e Tributação, deputado Rogério Correia (PT-MG), reconheceu a omissão do Parlamento: “Nos últimos anos, outros projetos tiveram prioridade, como a reforma tributária, e faltou vontade política.” Segundo ele, a atual discussão sobre cortes no orçamento abre uma janela de oportunidade para revisar os incentivos fiscais. “Inicialmente pensava-se em um corte linear de 10%. Nós podemos fazer um corte linear de 5% e, ao mesmo tempo, trabalhar aqueles outros que vamos filtrar para ver qual é justo ou não. E, além disso, ou até incluído na mesma lei, podemos dizer que aquele que tem um período pra terminar, termina e não é prorrogado.”
Durante agenda em Campina Grande (PB), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também se posicionou a favor de mudanças. “O Brasil tem mais de 600 bilhões de reais por ano em renúncia fiscal. E não há um acompanhamento, primeiro, da efetividade dessas renúncias. Se elas estão conseguindo retribuir ao Estado, retribuir à população brasileira esse incentivo que foi dado”, disse. E completou: “É um valor que está completamente acima daquilo que é praticado mundialmente e completamente acima daquilo que é suportável para o nosso país.”
Motta prometeu encaminhar o tema ao Colégio de Líderes: “Vamos procurar levar a discussão para o Colégio de Líderes, que, junto com a presidência, define a pauta da Câmara dos Deputados, para verificar a possibilidade de pautá-lo. A Câmara exercerá o poder de decisão, se aprova ou não a matéria.”
Enquanto isso, seguem intocadas políticas como o Simples Nacional, a Zona Franca de Manaus e o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos. Todos são exemplos de renúncias criadas para fomentar setores estratégicos, mas que nunca passaram por avaliações rigorosas exigidas pela Constituição. O vácuo legislativo impede o controle e a racionalização desses benefícios, que seguem drenando bilhões do orçamento sem comprovar retorno efetivo à sociedade.
Apreensão ocorreu em Piraí após operação da DRE/RJ com apoio de agentes de Volta Redonda e uso de cães farejadores da PF
(Foto: Polícia Federal/Divulgação )
Uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) resultou, na noite da última sexta-feira (7), na apreensão de mais de 600 quilos de drogas e de uma arma de fogo em um caminhão interceptado na Rodovia Presidente Dutra, no município de Piraí (RJ). Segundo informações divulgadas pela própria PF, a ação contou com o trabalho integrado das delegacias de Repressão a Drogas (DRE/RJ) e de Volta Redonda, e foi deflagrada com base em dados de inteligência repassados pela unidade da corporação no Paraná.
Durante a abordagem ao veículo, os agentes encontraram 600 quilos de maconha e 32 quilos de cocaína escondidos em meio a uma carga de produtos de limpeza. Cães farejadores do canil da DRE/RJ localizaram as caixas que ocultavam os entorpecentes. O motorista do caminhão, um paranaense de 39 anos, foi preso em flagrante. Com ele, também foi apreendido um revólver calibre .38 com numeração raspada.
De acordo com as investigações, o caminhão saiu de Santa Catarina com destino ao Espírito Santo, mas parte da droga seria distribuída em pontos do estado do Rio de Janeiro controlados por organizações criminosas. O material apreendido, o veículo e o suspeito foram levados à Superintendência da PF no Rio de Janeiro, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante. Em seguida, o preso foi transferido para o sistema penitenciário estadual e permanecerá à disposição da Justiça.
O caminhoneiro deverá responder pelos crimes de tráfico interestadual de drogas e porte ilegal de arma de fogo com numeração suprimida. Somadas, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
A apreensão integra uma série de ações coordenadas da DRE/RJ ao longo da Rodovia Presidente Dutra. Somente em 2025, mais de cinco toneladas de entorpecentes já foram retiradas de circulação na região, em operações que resultaram em diversas prisões e reforçaram a atuação da Polícia Federal no combate ao tráfico de drogas entre estados.
A deputada fujona Carla Zambelli – Foto: Reprodução
A Interpol incluiu a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista de difusão vermelha a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com a medida, a parlamentar poderá ser presa ao entrar ou circular por qualquer um dos 196 países-membros da organização internacional.
A decisão consta de despacho assinado por Moraes, na última quarta-feira (4), no qual o ministro também determinou a prisão preventiva de Zambelli, o bloqueio de seus bens e o encerramento de seus perfis em redes sociais.
Além da deputada, outros agentes políticos brasileiros já foram incluídos na lista da Interpol ao longo dos anos.
Um dos casos mais conhecidos é o de Paulo Maluf, que permaneceu na lista por sete anos após ser acusado de desviar mais de US$ 11 milhões em fundos públicos. Em 2017, foi condenado por lavagem de dinheiro, e em março de 2024, a Suprema Corte da Suíça determinou a devolução de US$ 16,3 milhões ao Brasil, valores ligados ao ex-prefeito.
Paulo Maluf na lista de procurados da Interpol – Foto: Reprodução
Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, entrou na lista em 2013, acusado de envolvimento no mensalão. Mesmo com dupla cidadania, foi extraditado da Itália em 2015 e solto dois anos depois, quando teve a pena extinta pelo indulto presidencial assinado por Michel Temer.
A Interpol também rastreou investigados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Condenados pelos atos contra os Três Poderes fugiram da Argentina para países como Peru e Colômbia – no entanto, apesar de identificados, não houve difusão para esses casos, pois a Interpol considera esse tipo de crime como de natureza política.
Quatro brasileiras envolvidas nos ataques foram presas ao tentar cruzar ilegalmente a fronteira dos Estados Unidos. Três foram capturadas logo após a posse de Trump, em janeiro de 2025. Estima-se que mais de 30 foragidos deixaram a Argentina em grupos organizados, após o país começar a prender brasileiros com extradições solicitadas pelo STF.
Em 2022, o Supremo Tribunal Federal pediu à Interpol que incluísse Allan dos Santos na lista de procurados. A polícia internacional recusou o pedido por falta de informações. O influenciador, que fugiu para os EUA em 2020 e vive no país com o visto expirado, é investigado por crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa e incitação ao crime.
Outro caso de recusa envolveu Oswaldo Eustáquio, acusado de vandalismo em Brasília. A Justiça da Espanha negou sua extradição em abril de 2025, alegando perseguição política.