Avaliação interna é de que o ministro ficará “esvaziado” no tribunal
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), enfrenta fortes reações internas após seu voto no julgamento da tentativa de golpe de Estado. Segundo Bela Megale, do jornal O Globo, o posicionamento do magistrado provocou surpresa e indignação entre colegas da Corte, que consideraram a decisão contraditória em relação a centenas de decisões anteriores.
A avaliação de ao menos três ministros é que Fux ficará “esvaziado” dentro do tribunal, perdendo capacidade de articular e construir consensos. A expectativa é que seu isolamento seja ainda maior que o enfrentado por indicados por Jair Bolsonaro (PL): Kássio Nunes Marques e André Mendonça.
☆ Voto que surpreendeu até aliados de Bolsonaro
O voto de Fux, que durou mais de dez horas, foi descrito por colegas como “confuso”, com “idas e vindas” e marcado por "contradições". Membros da Primeira Turma relataram que o ministro ultrapassou até as teses das defesas dos réus, ao não reconhecer que houve tentativa de golpe, embora tenha condenado o tenente-coronel Mauro Cid por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
A decisão surpreendeu até aliados de Jair Bolsonaro. Esperava-se que Fux apenas reduzisse as penas ou afastasse a ligação direta do ex-presidente aos atos de 8 de janeiro, mas o ministro foi além: votou pela absolvição total de Bolsonaro, anulou o processo e alegou falta de competência do STF para julgar o caso.
☆ Impactos no ambiente do tribunal
O posicionamento de Fux ocorre em um momento em que o STF vinha recuperando a harmonia interna após os ataques da extrema direita. Para colegas, seu voto tem potencial de reacender tensões nas sessões, justamente quando o tribunal buscava estabilidade.
Ao alinhar seus argumentos ao discurso de Bolsonaro e de seus aliados, Fux reforçou a narrativa de que o processo estaria marcado por ilegalidades por tramitar no STF. A escolha, no entanto, deixou claro o risco político que o ministro assume: o de se tornar uma voz isolada em meio à maioria da Corte.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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