domingo, 7 de setembro de 2025

Desfile do 7 de Setembro em Brasília tem os temas Brasil do Futuro, COP30 e participação das Forças Armadas

Evento gratuito conta ainda com exibição da Esquadrilha da Fumaça. Expectativa de público é de 50 mil pessoas

Desfile do 7 de Setembro reúne público na Esplanada dos Ministérios em Brasília com participação das Forças Armadas e da Esquadrilha da Fumaça (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A Esplanada dos Ministérios, em Brasília, é palco neste domingo do desfile oficial do 7 de Setembro, organizado pelo governo federal, que neste ano terá três temas principais: Brasil dos Brasileiros, COP30 e Novo PAC e Brasil do Futuro. O evento conta com a participação das Forças Armadas — Marinha, Exército e Aeronáutica — e com a tradicional apresentação da Esquadrilha da Fumaça.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e autoridades acompanham o desfile, com início previsto para 9h. O acesso ao público é gratuito. O governo do Distrito Federal espera receber mais de 50 mil pessoas.

Para facilitar a chegada e saída do público, há reforço no transporte coletivo. Ônibus extras circularão entre 7h e 13h, contemplando regiões como Paranoá, Itapoã, São Sebastião, Samambaia, Brazlândia, Ceilândia, Taguatinga e Sobradinho. O metrô funciona das 5h30 às 21h30, e o sistema Vai de Graça garante viagens sem cobrança de tarifa durante o feriado.

O acesso às arquibancadas será controlado e encerrado ao atingir a capacidade máxima. A circulação de veículos na Esplanada dos Ministérios foi bloqueada desde as 17h de sábado e só será liberada após o término do desfile. Três Pontos de Controle de Trânsito (PCTRANs) serão instalados para organizar o fluxo de pessoas e veículos.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal recomenda que os visitantes cheguem cedo, levem água e alimentos leves, e sigam as orientações sobre itens permitidos e proibidos. Entre os objetos vetados estão armas, fogos de artifício, drones sem autorização e qualquer item que possa comprometer a segurança. É permitido levar alimentos leves, água, sucos em embalagens plásticas, bonés, chapéus e protetor solar. Banheiros químicos e pontos de hidratação estarão disponíveis no local.

Fonte: Brasil 247

Na prisão, Zambelli escreve carta e diz que pediu a Temer para barrar Moraes no STF


      A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli – Foto: Reprodução

Presa na Itália desde 29 de julho, Carla Zambelli (PL-SP) escreveu uma carta em que afirma ter sido perseguida por Alexandre de Moraes. No texto, divulgado pela coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, a parlamentar disse que atuou contra a indicação do ministro ao Supremo Tribunal Federal (STF) e que esse teria sido o motivo de sua atual situação.

Segundo a deputada, à época, ela se reuniu com o então presidente Michel Temer para tentar convencê-lo a não indicar Moraes à Corte.

“Com seu depoimento, provou mais uma vez que Alexandre de Moraes queria a minha cabeça desde quando falei de sua ficha e me encontrei com [o então presidente] Temer e com colegas ativistas para não indicá-lo ao STF”, escreveu.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF – Foto: Reprodução


Na mesma carta, a parlamentar bolsonarista afirmou acreditar em sua absolvição: “Espero e estou confiante de que conseguirei provar que isso não passou de perseguição política e que sou inocente. E se tiver que passar por tudo o que estou passando para ajudar o Brasil a ser um país livre e democrático, podem contar sempre comigo. Deus está me dando forças! Ele é meu pastor e nada me faltará. Amo o Brasil, amo os brasileiros”.

Condenação e bastidores
Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão e à perda do mandato por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Também recebeu pena de 5 anos e 3 meses em regime semiaberto por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. O governo brasileiro contratou um escritório para tentar a extradição.

Nos bastidores, cresce a versão de que a deputada estaria negociando um acordo de delação premiada. A ex-deputada Joice Hasselmann afirmou que Zambelli, sentindo-se abandonada pelo PL e pelo clã Bolsonaro, estaria disposta a revelar informações. O advogado ítalo-brasileiro Pietro Nardella-Dellova reforçou essa hipótese e disse que o processo já estaria em andamento.

Leia a carta na íntegra:

Aos brasileiros todos, ontem o depoimento do Sr. Tagliaferro, vítima de perseguição política e assédio psicopático dentro de seu trabalho. Com seu depoimento, provou mais uma vez que Alexandre de Moraes queria a minha cabeça desde quando falei de sua ficha e me encontrei com [o então presidente] Temer e com colegas ativistas para não indicá-lo ao STF.

Com isso, só provamos cada vez mais a minha inocência! Espero e estou confiante de que conseguirei provar que isso não passou de perseguição política e que sou inocente. E se tiver que passar por tudo o que estou passando para ajudar o Brasil a ser um país livre e democrático, podem contar sempre comigo. Deus está me dando forças! Ele é meu pastor e nada me faltará. Amo o Brasil, amo os brasileiros.

Fonte: DCM

VÍDEO – Apesar da torcida única, Guarani x Ponte tem briga e torcedor no hospital

 

Briga entre torcedores do Guarani no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. Reprodução X

O dérbi 211 entre Guarani e Ponte Preta, realizado neste sábado (6) no Brinco de Ouro, foi marcado por uma confusão generalizada nas arquibancadas. A briga começou após a queda de um torcedor no fosso do estádio, identificado pela Polícia Militar como um infiltrado da Ponte, o que gerou tumulto entre torcedores e a corporação. O homem foi encaminhado ao Hospital Municipal Mário Gatti.


Durante a intervenção, torcedores do Guarani entraram em confronto com policiais militares, que usaram balas de borracha e bombas de efeito moral. A PM confirmou que dois agentes ficaram feridos e precisaram de atendimento hospitalar. Segundo o hospital, houve grande demanda de feridos entre torcedores e policiais, mas sem número confirmado.

A partida ficou paralisada por sete minutos e, após a retomada, a Ponte abriu o placar com Jonas Toró, garantindo a vitória por 1 a 0. Apesar do resultado em campo, o dérbi decisivo pela Série C do Campeonato Brasileiro ficou marcado pelos episódios de violência e pela saída de famílias do estádio durante a confusão.

Fonte: DCM

"Brasil é soberano e não voltará a ser colônia", diz Lula em pronunciamento com recados aos EUA

Presidente afirmou que o Brasil resistirá a qualquer um que tente golpear a democracia

     O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu neste sábado (6) a soberania do Brasil, em pronunciamento na véspera do 7 de Setembro.

Lula afirmou que o momento é de união dos brasileiros sob as cores da bandeira nacional e destacou que a data é representativa do momento histórico decisivo da história brasileira.

"Foi a data que deixamos de ser colônia, quando as nossas riquezas íam embora sem ajudar o país. Agora nos tornamos soberanos, não seremos colônia, sem interferência estrangeira. Mantemos relações amigáveis com outros países", disse Lula, afirmando que o Brasil resistirá "a qualquer um que tente golpear a democracia".

O presidente também mandou um recado aos EUA, sem citar diretamente o país norte-americano. Ele defendeu o Pix e a regulação das redes sociais, questões que antagonizam Washington e Brasília.

Lula também mandou um duro recado aos articuladores das sanções contra o Brasil: "é inadmissível o papel de políticos brasileiros que estimulam ataques ao brasil, são traidores da pátria".

Fonte: Brasil 247

STF mantém tendência de condenação de Bolsonaro e núcleo central do golpe de 2022

Após oito horas de sustentações, ministros indicam que deliberações não mudarão destino de réus; delação de Mauro Cid é ponto de divergência

Jair Bolsonaro comparece ao julgamento no Supremo Tribunal do Brasil sobre a tentativa de golpe perante o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes - 10/06/2025 (Foto: REUTERS/DIEGO HERCULANO)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a linha de condenações no processo que apura a tentativa de golpe de 2022, em que Jair Bolsonaro e integrantes de seu núcleo mais próximo figuram como réus. Segundo a Folha de S.Paulo, que acompanhou o julgamento com informações obtidas junto a ministros, interlocutores, advogados e à Procuradoria-Geral da República (PGR), as oito horas de sustentações orais não alteraram de forma significativa a posição da maioria dos magistrados.

Fontes ligadas ao julgamento afirmaram ao jornal que, embora existam margens para divergências técnicas, o cenário para Bolsonaro e para o general Walter Braga Netto não mudou. Dos cinco ministros que compõem a Turma, apenas dois teriam demonstrado alguma sensibilidade a trechos das defesas. Ainda assim, a avaliação predominante é que os principais acusados caminham para a condenação.

O julgamento teve início na terça-feira (2), com a leitura do relatório, a manifestação da PGR e os argumentos das defesas. Agora, o foco se volta ao mérito das acusações, etapa em que os ministros vão analisar a culpabilidade dos oito réus. A expectativa é que o relator consuma pelo menos um dia inteiro com seu voto, seguido pelas manifestações dos demais integrantes da Turma.

Na sexta-feira (5), o ministro Cristiano Zanin, presidente do colegiado, acatou pedido de Alexandre de Moraes e incluiu duas sessões extraordinárias para o dia 11 de setembro, de modo a concluir o julgamento até a sexta-feira (12). Para viabilizar a agenda, foi cancelada a sessão plenária da tarde do mesmo dia.

Entre os principais pontos de divergência está a validade da colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid. O ministro Luiz Fux já manifestou reservas sobre a credibilidade do acordo, o que deve gerar embates com Alexandre de Moraes. A defesa alerta que a redução dos benefícios concedidos ao ex-ajudante de ordens poderia comprometer a própria lógica das delações. “Uma eventual redução dos benefícios concedidos a Cid equivaleria a praticamente o fim do instituto da colaboração premiada”, afirmou o advogado Jair Alves Pereira.

A acusação, por outro lado, defende a manutenção da colaboração, mas com ajustes, propondo substituir o perdão judicial por uma redução de até um terço da pena. As defesas de Bolsonaro e Braga Netto concentraram-se em questionar a delação. O advogado de Braga Netto, José Luis de Oliveira Lima, sustentou que o acordo foi assinado sem anuência do Ministério Público, apresenta indícios de coação e carece de provas materiais.

Caso o peso da delação seja atenuado, caberá aos ministros se apoiar em outras evidências do processo, como mensagens, depoimentos e documentos, entre eles a chamada “minuta golpista”. A PGR rechaçou qualquer tentativa de enfraquecer a acusação, reforçando que a denúncia não se apoia em “conjecturas ou suposições frágeis”, mas em registros deixados pelos próprios investigados.

Na defesa de Bolsonaro, o advogado Celso Vilardi argumentou: “O presidente não atentou contra o Estado democrático de Direito. Não há uma única prova que vincule o presidente ao Punhal Verde e Amarelo, Operação Luneta e 8 de Janeiro. Nem o delator, que eu sustento que mentiu contra o presidente da República, nem ele chegou a dizer de participação de Punhal, Luneta, Copa e 8 de Janeiro. Não há uma única prova.”

Enquanto Bolsonaro e Braga Netto apostam na fragilização da delação de Mauro Cid, os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira podem ter destino diferente. No caso de Heleno, pesa a fragilidade das acusações. Já para Nogueira, a defesa aposta em testemunhos favoráveis e em uma mudança de estratégia processual, ainda que sua atuação durante a eleição de 2022 seja vista como desfavorável.

Encerrada a análise do mérito, o julgamento entrará na fase de dosimetria, em que serão definidas as penas e eventuais benefícios, como regimes prisionais diferenciados ou suspensão condicional. Essa etapa exigirá consenso entre os ministros para sua conclusão.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Bolsonaristas usam atos de 7 de setembro para pressionar Congresso a aprovar anistia

Mobilizações em várias cidades ganham força com apoio de Tarcísio, Zema e Michelle Bolsonaro, enquanto STF se aproxima da condenação do ex-presidente

Tarcisio de Freitas | Ronaldo Caiado | Romeu Zema | Ato de apoio a Bolsonaro na Paulista (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil | Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil | José Cruz/Agência Brasil | Paulo Pinto/Agência Brasil)

Os atos de 7 de setembro deste ano, convocados por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), ganharam novo fôlego e se tornaram peça central na estratégia bolsonarista para pressionar o Congresso a votar o projeto de lei que concede anistia ampla aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro, inclusive o ex-presidente. A informação é da Folha de S.Paulo, que aponta uma mobilização reforçada por governadores, parlamentares e lideranças religiosas.

A proposta, apresentada pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), prevê perdão a condenações que remontam ao inquérito das fake news de 2019 e poderia liberar Bolsonaro para concorrer em 2026. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que antes resistia em pautar o tema, admitiu pressão crescente após o apoio de partidos do centrão e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Diferente do ano passado, quando discursou na avenida Paulista pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro agora está em prisão domiciliar, acusado de violar medidas cautelares. Sua ausência física nos atos abre espaço para que outros nomes do campo conservador, como Tarcísio de Freitas e Romeu Zema (Novo-MG), ganhem protagonismo nas ruas.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) intensificou os chamados nas redes sociais. “Essa vai ser a última manifestação antes da farsa que Alexandre de Moraes armou para condenar meu pai a 40 anos de prisão, mesmo sem ter feito absolutamente nada”, declarou em vídeo. Ele pediu mobilização popular: “Por isso, te peço, vem com a gente para a rua mais uma vez para mostrar que nós, o povo de bem deste país, votamos para absolver Jair Bolsonaro e exigimos o direito de votar em Bolsonaro para presidente em 2026”.

Flávio também destacou o impacto político dos protestos: “Quanto mais brasileiros nas ruas no 7 de setembro, mais rápido vamos conseguir aprovar a anistia aqui no Congresso.”

A movimentação deste domingo contará com nomes de peso. Além de Tarcísio e Zema, confirmaram presença o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que busca fortalecer sua posição no cenário estadual, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que já havia participado de mobilização em Belém no mês passado.

Pastor evangélico e aliado histórico do bolsonarismo, Silas Malafaia é um dos principais organizadores do ato na Paulista. Ele disse esperar grande público. “O que acho que movimentou muito evangélicos para irem à rua é a covardia contra mim”, afirmou, em referência ao indiciamento pela Polícia Federal. Malafaia reforçou o caráter de pressão política dos atos: “Se um político não sente a pressão do povo, não sei que político é esse. Claro que o povo pressiona.”

Apesar da força da mobilização, a tramitação da anistia enfrenta entraves. Dirigentes do centrão discutem a possibilidade de uma versão mais enxuta do projeto, que poderia ser mais facilmente aprovada, mas manteria a inelegibilidade de Bolsonaro — cenário que abriria caminho para a candidatura de Tarcísio ao Palácio do Planalto em 2026.

Para avançar, a proposta ainda precisa superar resistências no Congresso. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), já se manifestou contrário à anistia ampla e sinalizou que apoiará um projeto alternativo. A disputa legislativa, somada à expectativa da condenação do ex-presidente pelo STF nos próximos dias, aumenta a tensão em torno dos atos deste 7 de setembro.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Centrais sindicais defendem soberania e direitos dos trabalhadores no 7 de Setembro

Lideranças destacam importância da democracia, valorização do povo e resistência a ameaças externas e ataques golpistas no país

     Centrais sindicais (Foto: Divulgação)

Em um comunicado conjunto divulgado nesta quinta-feira (7), as principais centrais sindicais do país reforçaram a importância da soberania nacional, da democracia e dos direitos trabalhistas no marco do 7 de Setembro. A informação é da própria CUT, que liderou a articulação com outras entidades.

“Há 203 anos, o 7 de Setembro une o Brasil em torno da ideia de nação. O Dia da Independência simboliza a construção de uma identidade nacional e o direito do nosso povo de decidir os próprios rumos”, afirmaram os presidentes das centrais em nota oficial.

O documento ressalta a necessidade de reconhecer e valorizar todos os trabalhadores e trabalhadoras, independentemente de gênero, origem, etnia ou crença. “A diversidade compõe nossa unidade e é a base da luta por uma independência com soberania e democracia”, destacaram os sindicalistas.

O comunicado também critica ações externas e internas que ameaçam a estabilidade nacional. Segundo as centrais, “a luta se tornou ainda mais necessária nos últimos anos, diante das ameaças golpistas de extremistas de direita e dos ataques do governo de Donald Trump. De forma autoritária, o presidente dos EUA, em conluio com o bolsonarismo – cujos adeptos traem os interesses nacionais – tenta intervir nos rumos do nosso país”.

Em referência a políticas econômicas internacionais, a nota menciona o chamado “tarifaço” como uma medida imperialista que desorganiza cadeias produtivas, ameaça empregos, pressiona a inflação e gera instabilidade no comércio global.

As centrais destacaram o apoio à postura soberana do governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e também aos posicionamentos do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. “Reafirmamos a importância de um desenvolvimento com justiça social e ambientalmente sustentável que proteja e valorize os empregos, combata a precarização, fortaleça a capacidade de consumo das famílias, invista em ciência e tecnologia e promova o fortalecimento das entidades sindicais e das negociações coletivas”, acrescentaram.

A nota conclui defendendo a manutenção e ampliação das relações internacionais do Brasil, seguindo princípios de paz e multilateralismo. “Há mais de duzentos anos, demos o grito de independência contra o imperialismo. Seguiremos firmes nesse caminho, guiados pela soberania, pela democracia e pela valorização permanente dos trabalhadores e trabalhadoras”, escreveram os líderes sindicais.

Entre os signatários do documento estão Sérgio Nobre (CUT), Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT), Adilson Araújo (CTB), Antonio Neto (CSB), Moacyr Tesch Auersvald (NCST), Nilza Pereira (Intersindical) e José Gozze (Pública).

Leia na íntegra a nota:

Independência com soberania, democracia e direitos trabalhistas e sociais

Há 203 anos, o 7 de Setembro une o Brasil em torno da ideia de nação.
O Dia da Independência simboliza a construção de uma identidade nacional e o direito do nosso povo de decidir os próprios rumos.

As Centrais Sindicais lutam pelo reconhecimento e valorização do povo brasileiro: todos os gêneros, origens, etnias e crenças e, sobretudo, trabalhadores e trabalhadoras de todas as categorias. A diversidade compõe nossa unidade e é a base da luta por uma independência com soberania e democracia.

Luta que se tornou ainda mais necessária nos últimos anos, diante das ameaças golpistas de extremistas de direita e dos ataques do governo de Donald Trump. De forma autoritária, o presidente dos EUA, em conluio com o bolsonarismo – cujos adeptos traem os interesses nacionais – tenta intervir nos rumos do nosso país.

O “tarifaço” é uma ação imperialista que desorganiza cadeias produtivas, ameaça postos de trabalho, pressiona a inflação e gera instabilidade no comércio global.

Apoiamos a postura soberana do Governo Federal, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bem como os posicionamentos firmes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.

Reafirmamos a importância de um desenvolvimento com justiça social e ambientalmente sustentável que proteja e valorize os empregos, combata a precarização, fortaleça a capacidade de consumo das famílias, invista em ciência e tecnologia e promova o fortalecimento das entidades sindicais e das negociações coletivas.

E defendemos que o Brasil preserve e amplie suas relações internacionais, trilhando o caminho da paz e do multilateralismo.

Há mais de duzentos anos, demos o grito de independência contra o imperialismo. Seguiremos firmes nesse caminho, guiados pela soberania, pela democracia e pela valorização permanente dos trabalhadores e trabalhadoras.

São Paulo, 7 de setembro de 2025

Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)

Miguel Torres, presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)

Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)

Nilza Pereira, secretária-geral da Intersindical

José Gozze, presidente da Pública


Fonte: Brasil 247

Juristas projetam penas acima de 20 anos para Bolsonaro em julgamento no STF

Maioria dos especialistas prevê condenação por todos os cinco crimes; papel de liderança deve pesar na fixação da pena

Jair Bolsonaro e presídio federal de segurança máxima (Foto: Reuters | Agência Brasil )

Juristas e advogados criminalistas avaliam que o ex-presidente Jair Bolsonaro poderá receber penas superiores a 20 anos de prisão no julgamento da ação penal da trama golpista em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo, nove em cada dez especialistas consultados acreditam que a condenação será por todos os cinco crimes pelos quais a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia.

Ao todo, dez juristas foram ouvidos pelo jornal. Nove deles estimaram que a pena a ser aplicada ultrapassará duas décadas, levando em consideração a soma das punições previstas no Código Penal e a jurisprudência consolidada pelo STF em casos semelhantes. Apenas o ex-ministro do Supremo Marco Aurélio Mello destoou das projeções, ao afirmar que não enxerga crime na conduta do ex-presidente.

Bolsonaro responde pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas previstas em lei podem chegar a mais de 30 anos de prisão.

Grande parte dos especialistas destaca o protagonismo de Bolsonaro na articulação dos atos que culminaram nos ataques de 8 de janeiro de 2023. O professor Conrado Gontijo, do IDP e da PUC-SP, defendeu que a pena seja de ao menos 25 anos:
— Bolsonaro não foi o executor de atos concretos de todos os crimes, mas há elementos de que ele foi o autor intelectual e o principal beneficiário deles. Se a Débora Rodrigues (que participou do 8 de janeiro e pichou a estátua do STF) foi condenada a 14 anos, não tem como o artífice e articulador intelectual ter menos do que 25 ou 30 anos.

O jurista Lenio Streck, professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, calculou entre 24 e 26 anos a pena provável, reforçando que “existem provas para a condenação em todos os crimes”. Já o advogado Luís Henrique Machado, que atuou na Lava Jato, projetou entre 26 e 30 anos, ponderando que a idade de Bolsonaro (70 anos) e o fato de ser réu primário poderiam atenuar a pena.

● Divergências entre especialistas

Helena Regina Lobo da Costa, professora da USP, também estima punição próxima de 30 anos, ressaltando que o STF deve reconhecer o papel de liderança do ex-presidente. O criminalista Belisário dos Santos Júnior, por sua vez, previu entre 18 e 25 anos, mas alertou para a necessidade de o Supremo rever a aplicação conjunta das penas por golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que, em sua avaliação, tratam da mesma conduta:
— Essa condenação será analisada com lupa pelo mundo inteiro, precisa ser absolutamente sólida.

Na mesma linha, Alexandre Wunderlich, professor do IDP, e Fernando Castelo Branco, da PUC-SP, defenderam que não haja condenação simultânea pelos dois crimes, embora Castelo Branco estime pena entre 25 e 30 anos.

● Penas máximas e pedido de absolvição

Entre os mais rigorosos, o jurista Anderson Medeiros Bonfim sugeriu a pena máxima de 43 anos, sustentando que Bolsonaro deve responder integralmente por todos os crimes. Já a professora Marina Coelho Araujo, do Insper, apontou para uma pena entre 20 e 25 anos, mas advertiu que pode haver divergências no STF quanto à aplicação dos crimes de dano e deterioração de patrimônio tombado.

Único a defender a absolvição, o ex-ministro Marco Aurélio Mello afirmou que “em direito penal, a cogitação não é punível”. Para ele, sem atos preparatórios concretos, não há crime a ser imputado ao ex-presidente.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

sábado, 6 de setembro de 2025

"Brasil é soberano e não voltará a ser colônia", diz Lula em pronunciamento com recados aos EUA

 Presidente afirmou que o Brasil resistirá a qualquer um que tente golpear a democracia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu neste sábado (6) a soberania do Brasil, em pronunciamento na véspera do 7 de Setembro.

Lula afirmou que o momento é de união dos brasileiros sob as cores da bandeira nacional e destacou que a data é representativa do momento histórico decisivo da história brasileira.

"Foi a data que deixamos de ser colônia, quando as nossas riquezas íam embora sem ajudar o país. Agora nos tornamos soberanos, não seremos colônia, sem interferência estrangeira. Mantemos relações amigáveis com outros países", disse Lula, afirmando que o Brasil resistirá "a qualquer um que tente golpear a democracia".

O presidente também mandou um recado aos EUA, sem citar diretamente o país norte-americano. Ele defendeu o Pix e a regulação das redes sociais, questões que antagonizam Washington e Brasília.

Lula também mandou um duro recado aos articuladores das sanções contra o Brasil: "é inadmissível o papel de políticos brasileiros que estimulam ataques ao brasil, são traidores da pátria".

Fonte: Brasil 247

"Chope de graça": bares preparam festa diante da expectativa de condenação de Bolsonaro

Estabelecimentos organizam chope em dobro, bolões e festivais enquanto julgamento histórico de Jair Bolsonaro ocorre no STF

      (Foto: Bolsonaro preso)

O comércio brasileiro tem encontrado maneiras inusitadas de reagir aos acontecimentos políticos recentes. Segundo reportagem publicada pela IstoÉ, bares em diversas cidades promovem eventos, transmissões e promoções relacionadas ao julgamento de Jair Bolsonaro, iniciado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Pela primeira vez na história do país, um chefe de Estado responde oficialmente por tentativa de atentado contra a democracia. Bolsonaro e outros sete aliados são acusados de integrar o núcleo principal de uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Caso os crimes sejam comprovados, os réus podem pegar até 43 anos de prisão.

Entre bolões de aposta, festivais de música e promoções de chope, alguns bares adaptaram sua programação para acompanhar as decisões do STF.

O Resistência Pub, na Mooca (SP), inaugurado em 2024, o proprietário Rogério Mazeo, que um dos assuntos que são tratados no bar, rotineiramente, é a política, por isso, o julgamento de Bolsonaro é visto como uma ocasião para celebrar. Em caso de condenação do ex-presidente, o chope será vendido pela metade do preço – R$7,50 por 500 ml e R$5,00 por 300 ml.

Mazeo pondera que o clima de festa não significa ilusão. Segundo ele, Bolsonaro não está sendo julgado por todos os crimes cometidos e “jamais será vítima do sistema carcerário” como outros brasileiros.

E completa: “A gente, como é comunista, não está tão iludido com a justiça burguesa. O Bolsonaro não está sendo preso pelos crimes que ele cometeu contra o povo brasileiro, ele está sendo punido por crimes contra a instituição burguesa. Quando ele cometeu um genocídio, tudo bem: a justiça se calou, fechou os olhos e nada acontece. Porque a vítima era o povo brasileiro”, disse Mazeo.

No Café com Arte, em Belém (PA), a promessa de distribuir gratuitamente 13 barris de cerveja em caso de prisão de Bolsonaro foi reiterada, criando uma “contagem regressiva” para a decisão do STF.

No Sul, o Bek’s Bar, em Curitiba (PR), criou um bolão para que clientes apostem quantos anos de prisão Bolsonaro receberá. Quem chegar mais próximo do resultado ganhará 10 gins tônicas.

Em Salvador (BA), o Velho Espanha promove o VIº Festival Barris de Música, de 2 a 6 de setembro, com música baiana e transmissão ao vivo do julgamento, sob o tema “8 anos de Velho Espanha. E Bolsonaro, quantos anos de prisão?”.

No Rio de Janeiro, o Bar do Omar anunciou um samba no dia da eventual sentença, enquanto o restaurante Casa Porto convidou clientes a “comer o que há de melhor para o Brasil” e brincou com a numeração das mesas: no lugar de 22 (número eleitoral de Bolsonaro), aparecem 21 + 1.

Fonte: Brasil 247

Grito dos Excluídos convoca atos neste domingo (7) contra anistia a golpistas e em defesa da soberania

Movimentos sociais e centrais sindicais organizam manifestações em mais de 40 cidades

     Manifestações contra a anistia (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

O tradicional "Grito dos Excluídos", que ocorre há 20 anos e é organizado pela Frenta Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, realizam neste domingo (7) atos em defesa da soberania nacional. As manifestações também têm o objetivo de servir como contraponto às ações bolsonaristas marcadas para o mesmo dia, que pedem anistia para golpistas do 8 de janeiro.

Os atos são organizados pela Frente Povo Sem Medo, que reúne movimentos como o MST e o MTST, e o Fórum das Centrais Sindicais, que engloba os principais sindicatos do país. Em São Paulo, a manifestação principal será na Praça da República, na região central, com previsão de 200 a 250 ônibus, a partir das 9h. O horário foi definido para evitar conflitos com o ato bolsonarista na Avenida Paulista, que começa às 15h.

Entre os confirmados, estão Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego, e o presidente nacional do PT, Edinho Silva, além de deputados federais da base de Lula, como Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Erika Hilton (PSOL-SP). Também há expectativa da participação de Márcio Macêdo, secretário-geral da Presidência da República.

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) destaca que os sindicalistas vão às ruas para defender a "pauta da classe trabalhadora", que inclui soberania, isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, taxação dos super-ricos, fim da escala 6x1, redução da jornada sem perda salarial e combate à pelotização irrestrita. Durante os atos, serão coletadas assinaturas para um "plebiscito popular" sobre essas pautas econômicas.

"Esse 7 de Setembro tem um simbolismo muito grande, especialmente diante dos ataques que a soberania do país vem sofrendo", disse Sergio Nobre, presidente da CUT, referindo-se às tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil. "Não tem motivação econômica. É uma manobra com objetivos políticos claros: favorecer a candidatura de Bolsonaro em 2026 e abrir caminho para a eleição de um presidente de extrema-direita alinhado aos interesses dos Estados Unidos", completou.

Ao todo, são esperadas mais de 40 manifestações em 23 estados e no Distrito Federal, incluindo:

Nordeste:
Maceió (AL), Praça da Faculdade, 8h
Feira de Santana (BA), Av. Presidente Dutra, 14h
Salvador (BA), Campo Grande, 9h
Fortaleza (CE), Praia do Futuro, 8h
Recife (PE), Parque 13 de Maio até Praça do Carmo, 9h

Norte:
Belém (PA), Escadinha do Cais do Porto até Praça da Prefeitura, 9h
Macapá (AP), Avenida Cabral/Hospital do Amor, 7h
Boa Vista (RR), Palco Aderval da Rocha, 15h30

Centro-Oeste:
Brasília (DF), Praça Zumbi dos Palmares, 10h
Goiânia (GO), Praça do Trabalhador, 8h30
Cuiabá (MT), Praça Cultural do bairro Jardim Vitória, 7h30

Sudeste:
São Paulo (SP), Praça da República, 9h
Rio de Janeiro (RJ), Rua Uruguaiana com Presidente Vargas, 9h
Belo Horizonte (MG), Praça Raul Soares, 9h

Sul:
Porto Alegre (RS), Ponte de Pedra, Largo dos Açorianos, 14h
Florianópolis (SC), Parque da Luz, 8h30

Fonte: Brasil 247

"Amanhã precisamos de vocês nas ruas", convoca Lindbergh Farias sobre 7 de setembro

Deputado convoca população a defender soberania e democracia sem anistia para golpistas

       Lindbergh Farias (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

Em postagem nas redes sociais, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) fez um chamado direto à população para participar das manifestações previstas para o 7 de setembro.

“Amanhã nós precisamos de vocês nas ruas”, disse o parlamentar, reforçando que “tem manifestação em todo o Brasil, manifestação para defender o Brasil em defesa da nossa soberania nacional”.

O deputado repudiou a atuação da extrema direita que se alinha a interesses estrangeiros. “Essa turma que está atraindo a pátria que defende a bandeira norte-americana não tem autoridade para ir nas ruas no dia 7 de setembro. Dia da Independência norte-americana é 4 de julho. Amanhã é o nosso dia”, frisou.

Lindbergh concluiu o vídeo enfatizando a importância de defender a soberania e a democracia brasileira, sem concessões: “Vamos com tudo para as ruas, defender a nossa soberania e defender a nossa democracia sem anistia”.

Fonte: Brasil 247

Advocacia do Senado pede prisão de Ciro Gomes por ofensas a prefeita Janaína Farias

Pedido da Advocacia do Senado cita reincidência de ataques contra Janaína Farias e será analisado pela Justiça Eleitoral do Ceará

   Ciro Gomes (Foto: Reprodução)

A Advocacia do Senado encaminhou à Justiça Eleitoral do Ceará um pedido de prisão preventiva contra o ex-governador Ciro Gomes (PDT), alegando risco pela “reiteração” de “gravíssimas ofensas” dirigidas à prefeita de Crateús (CE), Janaína Farias (PT).

De acordo com reportagem do UOL, o pedido será analisado pela 115ª Zona Eleitoral de Fortaleza e foi feito na quinta-feira (4), com base em uma ação judicial da Procuradoria Regional Eleitoral iniciada em 2024, quando Janaína ainda exercia o mandato de senadora como suplente do ministro Camilo Santana (PT).

O processo envolve “violência contra a mulher candidata ou no exercício do mandato eletivo”, com a Advocacia do Senado atuando como assistente de acusação. Segundo os advogados Hugo Kalil e Fernando César Cunha, “o acusado voltou a atacar de forma infame a vítima em episódio ocorrido há poucas semanas”, e o objetivo do pedido é coibir “novas condutas lesivas e garantir a efetividade da jurisdição”.

As declarações que motivaram a ação ocorreram durante o aniversário do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (União), em 15 de agosto, quando Ciro Gomes insinuou que a prefeita teria “recrutado moças pobres, de boa aparência, para fazer o serviço sexual sujo do seu Camilo Santana”.  Não é a primeira vez que o ex-governador faz ataques contra Janaína: em abril de 2024, ele chegou a chamá-la de “cortesã” e “assessora para assuntos de alcova”, além de afirmar que ela organizava “as farras de Camilo Santana”. Na ocasião, a Justiça proibiu Ciro de repetir as ofensas.

Ciro também foi processado civilmente e condenado em primeira instância a pagar indenização pelas ofensas, decisão que ele recorre. Caso a prisão preventiva não seja decretada, a Advocacia do Senado pede a aplicação de outras medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica ou a obrigação de manter distância da vítima.

O juiz da 115ª Zona Eleitoral, Victor Nunes Barroso, determinou o encaminhamento do caso à Polícia Federal para investigar possível crime de perseguição (stalking) por parte de Ciro Gomes. A Advocacia do Senado aponta que a reincidência configura um “risco concreto à integridade” de Janaína Farias e que as ofensas caracterizam “o menosprezo à condição de mulher da vítima com o intuito de dificultar seu mandato eletivo”.

A defesa de Ciro contesta a ação. Para o advogado Walber Agra, “a via indicada não foi a correta e não é competência do Senado”.

Segundo ele, não há nenhum dos requisitos para uma decretação de preventiva ou qualquer medida cautelar. "Não há reiteração de conduta, mas, sim, um direito político de liberdade de expressão de falar como são escolhidos cargos públicos para o Ceará. Você pode dizer que ele foi exacerbado, mas querem a prisão por ele exercer a liberdade de expressão e crítica política?”, indaga.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Anistia enfrenta resistência no Congresso por cálculos eleitorais e rejeição popular



Parlamentares do chamado Centrão enfrentam a rejeição da proposta em suas bases eleitorais, o que dificulta a ação da base bolsonarista

      (Foto: Aquiles Lins)

Uma possível anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, incluindo Jair Bolsonaro, ocupou o debate dentro do Congresso Nacional, dominando o cenário político em Brasília. É a principal pauta da oposição neste semestre, em meio ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), mas enfrenta fortes entraves tanto no Congresso quanto na relação com o governo Lula e os ministros da Corte.

A base bolsonarista defende a isenção de punições não apenas a manifestantes comuns, mas também a lideranças políticas investigadas, incluindo Bolsonaro, derrubando inclusive sua inelegibilidade. O ex-presidente já está inelegível após condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ataques ao sistema eleitoral. Ainda assim, setores da oposição alimentam expectativas de reversão.

Já a base do governo do presidente Lula rejeita a aprovação de qualquer tipo de perdão. Soma-se a isso a rejeição popular à proposta de anistia. Pesquisas de opinião mostram que a maioria da sociedade é contrária ao perdão dos envolvidos nos atos antidemocráticos.

De acordo com levantamento da Genial/Quaest, 56% dos brasileiros são contrários à anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

Especialistas e políticos ouvidos pelo g1 apontam que os obstáculos à aprovação da anistia envolvem cálculos eleitorais, resistência popular e o papel estratégico dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

“Motta tenta se equilibrar entre os interesses do governo e os apelos da oposição. Ele evita pautar o projeto da anistia nesse momento para não melindrar o trabalho dos ministros do STF, até porque o julgamento ainda está em curso”, explicou o cientista político Murilo Medeiros, ressaltando que Motta também se preocupa com os impactos em sua carreira política. “Em território paraibano, ele tende a buscar a reeleição com o suporte da base de apoio a Lula no estado. A nível nacional, além da relação amistosa com a esquerda, ele precisa manter pontes de conexão com a oposição, com os partidos de centro e com seu partido, o Republicanos, de base conservadora.”

No Senado, a resistência é ainda maior. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, já sinalizou que não aceita o texto da Câmara. Seu objetivo é aprovar uma versão “mais conectada ao STF”, que reduza penas, mas não beneficie Jair Bolsonaro.

“Ele trabalha uma anistia mais conectada ao STF, com um diálogo muito melhor com o Supremo e uma anistia com um texto alternativo que, começando pelo Senado, não estenderia benefícios ao ex-presidente Bolsonaro, seria uma anistia light”, avaliou o cientista político Rodrigo Prando.

Sobre o movimento de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, que entrou no circuito para defender o indulto a Bolsonaro, analistas apontam que ele busca consolidar-se como alternativa à liderança do ex-presidente, ainda que tenha sido criticado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por não se engajar de forma mais enfática.

Fonte> Brasil 247