O empresário da fé é investigado pelo STF, mas alegou perseguição política e criticou apreensão de seu passaporte e celular
O empresário e pastor Silas Malafaia voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a manifestação bolsonarista realizada neste sábado (7), na Avenida Paulista, em São Paulo.
Malafaia demonstrou que sabia que suas falas poderiam ser alvo de investigação, mas se apresentou como “perseguido político e religioso”.
“Eu achei que estava demorando muito a chegar a minha vez, aí ele [Moraes] me incluiu numa investigação. É crime dar opinião? É crime dar conselho? É crime influenciar? Nós somos seres sociais. Todos nós somos hoje influenciados e influenciadores”, declarou o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Organizador do ato em São Paulo e um dos mais próximos aliados de Jair Bolsonaro, Malafaia foi incluído em agosto no inquérito que apura tentativas de obstrução da Justiça no caso da trama golpista investigada pelo STF. Ao retornar de viagem a Portugal, teve passaporte e celular apreendidos pela Polícia Federal, medida que classificou como um ataque à sua fé.
“Há quatro anos, em mais de 50 vídeos, em todas as manifestações, eu venho denunciando os crimes do ditador da toga Alexandre de Moraes”, afirmou.
Durante o discurso, o pastor também direcionou críticas ao presidente da República: “O verdadeiro traidor da pátria é o Lula”, disse, reforçando o alinhamento com o discurso bolsonarista contra o atual governo.
Sobre as conversas com Bolsonaro no WhatsApp , ele declarou que é “melhor falar coisa indevida do que destruir a democracia brasileira”. Isso para justificar os xingamentos e palavrões que, segundo ele, foram vazados para macular a sua imagem.
Investigações da Polícia Federal
De acordo com a Polícia Federal, Malafaia teria atuado em conjunto com outros investigados “na definição de estratégias de coação e difusão de narrativas inverídicas, bem como no direcionamento de ações coordenadas”. Segundo os investigadores, o objetivo seria “coagir os membros da cúpula do Poder Judiciário, de modo a impedir que eventuais ações jurisdicionais proferidas no âmbito do Supremo Tribunal Federal possam contrapor os interesses ilícitos do grupo criminoso”.
O inquérito também revelou mensagens trocadas entre Malafaia e Jair Bolsonaro. Em uma delas, datada de 11 de julho, o pastor atacou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, após declarações sobre política externa brasileira. “Esse seu filho Eduardo é um babaca”, escreveu, em referência à repercussão da sobretaxa de 50% aplicada ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Segundo Malafaia, a postura de Eduardo “dava a Lula e à esquerda o discurso nacionalista, e ao mesmo tempo te ferrando”. Ele prosseguiu: “Um estúpido de marca maior. ESTOU INDIGNADO! Só não faço um vídeo e arrebento com ele porque por consideração a você. Não sei se vou ter paciência de ficar calado se esse idiota falar mais alguma asneira”.
Fonte: Brasil 247
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