terça-feira, 22 de julho de 2025

Após ter contas bloqueadas, Eduardo Bolsonaro volta a atacar Moraes e diz que não pretende recuar

Deputado chama ministro de “ditador” e diz que decisão foi “arbitrária e criminosa”

      Deputado Eduardo Bolsonaro - 24/02/2024 (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a atacar nesta terça-feira (22) o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o bloqueio de suas contas bancárias no Brasil. Segundo revelou o Metrópoles, o bloqueio foi percebido pelo parlamentar ao tentar realizar duas transferências via Pix nesta segunda-feira (21). Eduardo afirma que a decisão é “arbitrária e criminosa”.

Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Eduardo Bolsonaro classificou a medida como abusiva. “Moraes age em interesse próprio. Moraes usa as instituições para tentar se blindar. Moraes se vale de decisões ilegais para se proteger das consequências dos seus crimes. Como todo ditador”, escreveu o deputado.

As medidas contra Eduardo fazem parte de uma investigação em curso no Supremo Tribunal Federal, conduzida pela Polícia Federal, que apura sua atuação nos Estados Unidos.

No despacho, Moraes cita os crimes investigados, que envolvem Eduardo e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal envolvendo organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O ministro afirma que o deputado teria atuado de forma reiterada para incentivar que o governo dos Estados Unidos impusesse sanções a autoridades brasileiras, incluindo membros do STF, da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Polícia Federal (PF), alegando perseguição política.

“Esta é só mais uma demonstração de abuso de poder e confirma tudo o que tenho denunciado em Washington e para autoridades de todo o mundo”, afirmou Eduardo. Ele também declarou que não pretende recuar diante das decisões judiciais: “Eu me preparei para este momento”.

“Só irei descansar quando Alexandre Moraes for punido. Só irei sossegar quando o seu impeachment for aprovado pelo Senado, porque essa é a única solução para o Brasil. Moraes é o maior problema do país”, completou.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

VÍDEO – Eduardo diz que Moraes é responsável por tarifaço e ataca Lula: “É o bêbado da rua”

 

Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo no podcast Inteligência Limitada, no YouTube – Foto: Reprodução

Durante participação no podcast Inteligência Ltda., ao lado do golpista Paulo Figueiredo, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos ao Brasil é mais culpa do ministro Alexandre de Moraes do que do presidente Lula (PT). Ele chamou o presidente de “bêbado do rua”.

“Eu não responsável pela tarifa, o Alexandre de Moraes é o responsável pela tarifa juntamente com o Lula. Mas o Lula sempre foi uma pessoa coadjuvante, ninguém se importa muito com o que o Lula fala, ele é o bebado na rua que você passa para comprar pão e o cara tá te xingando e você ignora “, disse o filho 03 de Bolsonaro no Podcast Inteligência Ltda.

Na live, Eduardo declarou que está pronto para “morrer no exílio aqui nos EUA” e afirmou que o país estaria “à beira de uma Venezuela”. Ao criticar o governo brasileiro, disse ver um povo “desesperado” e sem alternativas. Ele também voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal, mencionando que sua prioridade é soltar “aquelas velinhas que estão presas”.


O filho 03 de Bolsonaro ainda afirmou que “por isso mais uma vez eu agradeço ao Trump que está entreando nesse jogo e tá sendo o fator que está mudando esse tabuleiro todo. Então, não tô fazendo cálculo eleitoral, não estou fazendo cálculo político. Para mim pouco importa a questão de desgaste ou não, para mim importa se a gente vai soltar aquelas velinhas que estão presas, para mim importar se o brasileiro não está fadado ao virar Cuba que todo o fruto do seu trabalho vai ao ditador e eu não posso questionar isso”.

Nos últimos meses, Eduardo Bolsonaro tem circulado pelos corredores da Casa Branca, desde março, em busca de apoio de autoridades norte‑americanas contra o ministro Alexandre de Moraes. Ele é alvo de um inquérito da Polícia Federal por obstrução de Justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, por sua atuação política nos EUA. Em 8 de julho, Moraes atendeu a um pedido da PF e prorrogou o inquérito por mais 60 dias para concluir as investigações relacionadas à sua movimentação externa.

Essa permanência prolongada nos EUA é vista como uma verdadeira fuga do ambiente de controle judicial no Brasil — um exílio político que Eduardo escolheu para continuar mobilizando aliados em defesa própria e de seu pai, enquanto dribla a jurisdição nacional.

Fonte: DCM

Prisão iminente de Bolsonaro é consenso entre governistas e oposição

Ministro Alexandre de Moraes deu 24h para defesa se manifestar sobre descumprimento de cautelares impostas pelo STF

      Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Diego Herculano)

Governistas e opositores concordam: a prisão de Jair Bolsonaro (PL) pode acontecer a qualquer momento. Segundo avaliação de lideranças tanto da base do governo Lula (PT) quanto da oposição, o ex-presidente corre risco real de ser detido ainda nesta terça-feira (22) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), informa o Metrópoles.

A tensão ganhou força após o ministro Moraes proibir Bolsonaro de participar de transmissões em redes sociais, sejam próprias ou de terceiros, inclusive entrevistas à imprensa. A decisão foi comunicada nesta segunda-feira (21), com prazo de 24 horas para que a defesa do ex-mandatário se manifestasse, sob pena de prisão imediata por descumprimento de medidas cautelares.

Até então, a expectativa era de que uma eventual prisão só ocorresse no final do ano — novembro era o mês mais citado nos bastidores. No entanto, ao falar publicamente na saída do Congresso Nacional nesta segunda, mesmo após ter cancelado uma coletiva para evitar conflitos com a decisão judicial, Bolsonaro reacendeu o alerta tanto entre aliados quanto adversários.

☆ PL pego de surpresa - A nova escalada da crise foi classificada como inesperada por dirigentes do PL, incluindo um ex-ministro com influência no partido. Sem um plano claro, a sigla colocou parlamentares em “plantão” em Brasília, preparados para agir em caso de prisão de Bolsonaro.

A maioria do partido entende que não há justificativa jurídica para uma ordem de prisão, mas enxerga a atuação de Moraes como motivada por fatores políticos — e, por isso, acredita que a detenção seja provável. Um grupo minoritário, no entanto, discorda: acredita que, se houvesse intenção real de prender o ex-presidente, o magistrado não teria concedido prazo para manifestação da defesa.

Há ainda lideranças da legenda que enxergam uma eventual prisão como uma oportunidade. Para esse grupo, principalmente parlamentares do Centrão em estados onde Bolsonaro se tornou figura impopular, a saída precoce do ex-presidente permitiria à direita se reorganizar e lançar um novo nome para disputar a Presidência em 2026.

☆ PT e governo avaliam impactos - Pelo lado do governo, ainda não há uma estratégia pronta para reagir à possível prisão de Bolsonaro. De acordo com interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ouvidos sob reserva, há duas leituras em curso: uma aposta que a saída forçada de Bolsonaro pode reduzir a polarização política, o que dificultaria o avanço da popularidade do governo; outra acredita que a direita ficará desarticulada, abrindo uma guerra interna entre as diferentes alas bolsonaristas.

Essa disputa já dá sinais de tensão. Integrantes do governo citam o recente atrito entre Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), motivado por divergências sobre o apoio do deputado a sanções americanas contra o Brasil. O conflito só foi encerrado após a intervenção do próprio Bolsonaro, o que reforça a ideia de que sua ausência pode deixar a extrema-direita sem liderança.

☆ As medidas cautelares impostas a Bolsonaro - As medidas restritivas impostas por Moraes incluem:

  • Uso de tornozeleira eletrônica
  • Recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 6h nos dias úteis, e integral aos fins de semana e feriados
  • Proibição de acesso a embaixadas e consulados
  • Proibição de contato com embaixadores ou autoridades estrangeiras
  • Proibição de contato com Eduardo Bolsonaro e investigados ligados aos quatro núcleos da suposta tentativa de golpe
  • Proibição do uso de redes sociais, inclusive por meio de terceiros

Foi justamente essa última medida que Bolsonaro descumpriu, segundo avaliação do STF. Embora tenha evitado falar em coletiva, o ex-presidente exibiu a tornozeleira eletrônica e deu declarações a jornalistas na saída do Congresso, o que resultou em ampla circulação de vídeos em redes sociais.

O STF considera que a medida foi desrespeitada e que Bolsonaro continua usando sua imagem para impulsionar uma campanha contra as instituições democráticas e o Judiciário.

Sanções de Trump e nova frente de investigação - As cautelares impostas por Moraes também têm relação com outro episódio recente: a taxação de 50% a produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciada após relatos de que Bolsonaro e Eduardo teriam incentivado sanções contra o Brasil.

De acordo com a Polícia Federal, Bolsonaro teria articulado para estimular medidas que dificultassem o andamento de ações penais contra ele, inclusive buscando apoio de Trump. A investigação aponta que, desde 7 de julho, Eduardo Bolsonaro vem trabalhando nos EUA para viabilizar retaliações da Casa Branca, sob o argumento de perseguição política ao ex-presidente.

Segundo a PF, essas ações visam criar entraves comerciais e políticos com os Estados Unidos para pressionar o Supremo e interferir diretamente nos julgamentos em curso.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Ipsos-Ipec: 72% dos brasileiros acreditam que conflitos globais podem afetar muito a economia nacional

O levantamento também analisou a opinião dos brasileiros sobre os países atualmente envolvidos em conflitos ou tensões geopolíticas

Palestinos inspecionam os danos no local de um ataque aéreo israelense durante a noite contra uma tenda que abrigava deslocados, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza (Foto: REUTERS/Hatem Khaled)


 Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (22) pelo instituto Ipsos-Ipec revelou que a grande maioria dos brasileiros está preocupada com os efeitos das tensões internacionais sobre a economia nacional. De acordo com o levantamento, 72% dos entrevistados acreditam que os recentes conflitos entre países têm potencial para impactar muito a economia do Brasil. As informações são do g1.

O estudo ouviu 2 mil pessoas em todo o país, entre os dias 3 e 8 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. Além da preocupação econômica, 66% dos participantes também acreditam que esses conflitos podem prejudicar de forma significativa as relações diplomáticas do Brasil com outras nações.

◈ Percepção sobre os conflitos - A pesquisa questionou os entrevistados sobre o grau de impacto que os conflitos podem ter no país. Além dos 72% que consideram que os efeitos econômicos podem ser grandes, outros 20% acham que podem afetar um pouco, enquanto apenas 4% disseram que não haveria impacto. Outros 4% não souberam ou preferiram não responder.

Quando a questão envolveu as consequências nas relações internacionais do Brasil, o padrão de respostas foi semelhante: 66% acreditam em forte impacto, 23% veem possibilidade de impacto parcial, 7% acham que não haverá alteração e 5% não opinaram.

◈ Avaliação dos países envolvidos - O levantamento também analisou a opinião dos brasileiros sobre os países atualmente envolvidos em conflitos ou tensões geopolíticas. A imagem internacional de nações como Rússia, Irã e Palestina é majoritariamente negativa entre os entrevistados.

A Rússia e o Irã lideram o índice de rejeição, com 70% de avaliações desfavoráveis ou muito desfavoráveis. Apenas 15% (no caso da Rússia) e 14% (no caso do Irã) manifestaram algum tipo de simpatia ou apoio. A Ucrânia, embora invadida, também registrou um índice considerável de rejeição: 53% veem o país de forma negativa, enquanto 32% têm uma percepção positiva.

Já os Estados Unidos, tradicional parceiro comercial do Brasil, receberam 49% de avaliações desfavoráveis, contra 37% favoráveis. Israel e Palestina aparecem com imagens igualmente desgastadas: 52% veem Israel de forma negativa, enquanto 61% têm avaliação desfavorável da Palestina.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Bolsonaro ignora risco de prisão e é esperado em atos na Câmara nesta terça

 

Jair Bolsonaro mostra tornozeleira eletrônica na Câmara dos Deputados. Foto: Reprodução

Mesmo proibido de usar redes sociais e sujeito a medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é aguardado nesta terça-feira (22) em atos organizados por aliados na Câmara dos Deputados, conforme informações do G1.

Comissões presididas por parlamentares do PL agendaram reuniões com pautas de apoio político ao ex-capitão, contrariando a decisão da presidência da Casa de manter o recesso parlamentar de julho.

As reuniões foram convocadas pela Comissão de Segurança Pública e pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, ambas controladas por bolsonaristas. A primeira pretende aprovar uma moção de solidariedade a Bolsonaro, alegando perseguição política e citando supostos riscos à ordem e à segurança públicas.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já havia comunicado que não haveria votações nem reuniões de comissões durante o recesso, em razão de obras nas dependências da Casa. “As atividades legislativas serão retomadas na semana do dia 4 de agosto”, reforçou Motta em nota oficial.

Bolsonaro descumpre ordem de Moraes


O ex-presidente esteve na Câmara dos Deputados e, diante de apoiadores, exibiu a tornozeleira eletrônica que passou a usar por ordem do STF. Bolsonaro classificou a medida como “covardia” e uma “humilhação”.

“Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país. Uma pessoa inocente. Covardia o que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, declarou.

A fala foi transmitida por apoiadores e circulou nas redes sociais, o que configura violação direta da decisão judicial, que também proíbe que entrevistas do ex-mandatário sejam divulgadas online.

Fonte: DCM com informações do G1

PL mobiliza força-tarefa para manter engajamento digital de Bolsonaro após proibição nas redes sociais

Após decisão do STF, aliados intensificam ações para defender Bolsonaro nas redes enquanto ex-presidente é obrigado a se afastar da comunicação pública

      Jair Bolsonaro e Maurício do Vôlei (Foto: Reprodução (Redes Sociais))

Três dias após ser alvo de medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Bolsonaro iniciou um período de recolhimento estratégico para evitar punições ainda mais severas. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, que relatou a mobilização do Partido Liberal (PL) para manter o ex-presidente em evidência nas redes sociais, mesmo após a imposição de restrições à sua comunicação pública.

Na segunda-feira (21), deputados federais do PL realizaram uma reunião na sede da liderança do partido na Câmara dos Deputados para debater formas de sustentar o discurso bolsonarista. A principal preocupação foi manter a militância mobilizada e o engajamento digital elevado em defesa de Bolsonaro, que está proibido de utilizar as redes sociais e participar de transmissões ao vivo — mesmo em perfis de terceiros — sob risco de prisão, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes.

☆ Tornozeleira e silêncio imposto

Bolsonaro exibiu publicamente a tornozeleira eletrônica que passou a usar após a decisão judicial. Na última sexta-feira (18), ele concedeu entrevistas e falou com jornalistas em pelo menos cinco ocasiões, mas, após novas orientações de seus advogados, decidiu cancelar duas entrevistas previstas para a segunda-feira, temendo descumprir a ordem judicial e ser preso.

"Bolsonaro gostaria de falar a toda a imprensa nacional. Entretanto, por mais uma ordem de censura do ministro Alexandre de Moraes, preventivamente os seus advogados recomendaram não falar mais com a imprensa. Essa é a democracia relativa que estamos vivendo", afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da bancada, durante coletiva no Salão Verde da Câmara.

☆ Mobilização nas redes e alinhamento do discurso

Para driblar o silêncio do ex-presidente, os deputados federais do PL decidiram intensificar publicações em suas próprias redes, com pressão sobre parlamentares menos ativos digitalmente. O plano inclui abastecer colegas menos familiarizados com redes sociais com conteúdos prontos, buscando alinhamento na defesa de Bolsonaro em meio ao acirramento das investigações contra ele.

Inicialmente, o encontro tinha como objetivo discutir mobilizações nacionais, prioridades legislativas para o semestre e estratégias de comunicação. Contudo, a proibição de entrevistas imposta a Bolsonaro dominou as discussões.

☆ Tensão com Eduardo Bolsonaro e o tarifaço de Trump

Entre as restrições impostas a Bolsonaro está também a proibição de manter contato com seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos. A restrição foi descrita pelo ex-presidente como a mais dolorosa entre as sanções recebidas. Eduardo tem desempenhado papel-chave na articulação internacional da família Bolsonaro, especialmente após o recente anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o tarifaço de 50% contra produtos brasileiros, decisão justificada pelo republicano em razão dos julgamentos do STF contra Bolsonaro.

Eduardo vinha se opondo publicamente a alternativas diplomáticas para resolver a questão das tarifas, incluindo críticas diretas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que buscava solução negociada com empresários e autoridades norte-americanas. “Subserviência servil às elites”, chegou a dizer Eduardo sobre a iniciativa de Tarcísio.

☆ Crise no bolsonarismo e tentativa de pacificação

A tensão interna no bolsonarismo levou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Ciro Nogueira (PP-PI) a articularem um cessar-fogo, envolvendo também Jair Bolsonaro e seu filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador pelo Rio de Janeiro. A ofensiva buscou encerrar o embate entre Eduardo e Tarcísio.

Em entrevista ao site Poder360, Bolsonaro sinalizou um tom conciliador: “Hoje foi botada uma pedra em cima. Conversei com Eduardo e conversei com o Tarcísio. E está tudo pacificado. Tarcísio continua sendo meu irmão mais novo e vamos em frente. Não podemos dividir. O Tarcísio é um tremendo de um gestor. Nada de crítica para ele. Se tiver, é por telefone pessoal”, disse.No entanto, a tentativa de pacificação durou pouco. A declaração de Bolsonaro sobre a falta de maturidade política de Eduardo incomodou o deputado, que telefonou ao pai para cobrar esclarecimentos. Após o episódio, o ex-presidente mudou novamente de postura, defendendo Eduardo em entrevista à CNN Brasil e elevando o tom contra Tarcísio.

“Eduardo tem 40 anos de idade, uma pessoa que tem responsabilidade. Esta aí abrindo mão, é o deputado mais votado da história do Brasil, ele tem consciência que se ele voltar pra cá ele vai ser preso. Tem que ser reconhecido o trabalho dele. Não adianta um governador de estado, com todo o respeito que tenho a ele, tentar resolver dentro do seu estado, que não vai resolver o assunto. Resolve é lá (nos EUA). O Eduardo está à disposição de qualquer governador para tratar desse assunto”, declarou Bolsonaro, em trecho que ele próprio divulgou nas redes sociais.

O episódio expôs a divisão dentro do bolsonarismo em um momento delicado para Bolsonaro, que se vê forçado ao silêncio e sob rígida vigilância judicial. Diante do vácuo na comunicação direta do ex-presidente, aliados do PL buscam compensar a ausência com uma atuação coordenada nas redes. Ao mesmo tempo, o partido tenta administrar disputas internas cada vez mais evidentes em meio à pressão internacional promovida por Donald Trump contra o Brasil.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Kids pretos: Exército reestrutura batalhão e retira poder de grupo ligado a militares golpistas

Portaria do general Tomás Paiva transfere unidade de operações psicológicas dos “kids pretos” para Brasília e reduz influência do grupo

       Kids Pretos (Foto: Exército Brasileiro)

O Exército brasileiro decidiu modificar sua estrutura interna e enfraquecer o poder do grupo conhecido como “kids pretos”, ligado ao Comando de Operações Especiais e com vários integrantes denunciados por envolvimento na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, informa Octavio Guedes, do g1.

O comandante do Exército, general Tomás Paiva, assinou uma portaria determinando a transferência do Batalhão de Operações Psicológicas — até então sob a estrutura do Comando de Operações Especiais, sediado em Goiânia — para o Comando Militar do Planalto, em Brasília. A medida esvazia o núcleo operacional dos "kids pretos", considerado uma ala autônoma e radicalizada dentro da corporação.

Entre os denunciados está o tenente-coronel Guilherme Marques Almeida, ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas. A Polícia Federal obteve um áudio em que ele afirma que dá para “fazer um trabalho bom nisso aí”, referindo-se à invasão ao Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023, o que reforçou os indícios de uso indevido da estrutura militar.

◉ Reposicionamento estratégico e crise interna - De acordo com a definição oficial do Exército, o batalhão atua com o objetivo de “influir nas emoções, nas atitudes e nas opiniões de um grupo social, com a finalidade de obter comportamentos predeterminados”. Essa função foi aplicada em operações no Haiti e durante a intervenção federal no Rio de Janeiro, onde o uso da unidade foi considerado legítimo.

No entanto, a suspeita de que o batalhão teria sido utilizado para estimular manifestantes acampados diante dos quartéis a marchar até a Praça dos Três Poderes — ação tipificada como criminosa — evidenciou a falta de controle da cúpula do Exército sobre o grupo. A mudança promovida por Paiva é vista como tentativa de retomar a autoridade e limitar ações paralelas dentro da instituição.

"Não fazia sentido ter uma estrutura que é para atender ao Exército inteiro dentro de algo menor, que é o Batalhão de Operações Especiais. O Batalhão de Operações Psicológicas está num nível que não pode estar subordinado a um comando específico que pode se beneficiar destas operações caso precise", explicou um general do Alto Comando, em condição de anonimato.

◉ Elite paralela e tensão entre militares - Os chamados “kids pretos” eram formados pelo Comando de Operações Especiais e vinham sendo alvo de críticas internas por seu comportamento hierárquico, considerado descolado da estrutura regular das Forças Armadas. Integrantes do grupo se enxergavam como uma elite, à parte do restante da tropa.

“Exatamente como um policial do Bope se sente em relação ao policial da esquina. Como se ele fosse de uma outra corporação, superiores aos demais colegas de farda. Elite mesmo”, afirmou um oficial.

Apesar dos incômodos com a autonomia do grupo, nenhum comandante anterior havia promovido alterações na estrutura — algo que ocorre agora pela primeira vez sob a liderança de Tomás Paiva. A expectativa dentro da corporação é que outras mudanças venham a ser implementadas para ampliar o controle institucional e conter a atuação de grupos dissidentes.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Flávio Bolsonaro é criticado por bolsonaristas após viajar de férias em meio à crise com os EUA e momento difícil para o pai

Senador disse estar em viagem com a família, mas aliados do pai o acusam de abandono em momento crítico para Bolsonaro


A viagem de férias do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), confirmada por ele nas redes sociais neste domingo (20), provocou reações negativas entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu pai. O parlamentar foi duramente criticado por bolsonaristas por ter deixado o país justamente no momento em que se agravou a crise envolvendo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo a coluna Sonar, de O Globo, a irritação cresceu ainda mais após a operação da Polícia Federal contra Bolsonaro na última sexta-feira (19), determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que incluiu medidas como o uso de tornozeleira eletrônica.

“Estou em viagem programada com minha família desde o ano passado, durante o recesso parlamentar de julho e férias escolares de minhas filhas. Falo com meu pai e lideranças aliadas todos os dias. Mas a propagação de mentiras se alastra rápido quando é contra Bolsonaro”, justificou o parlamentar no X (antigo Twitter).

A explicação não foi suficiente para conter as críticas. O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, atualmente foragido da Justiça brasileira e residente nos Estados Unidos, reagiu com ironia: “Ufa, ainda bem que são as férias e o recesso. Se funcionário público trabalhasse na iniciativa privada, estaria demitido na primeira crise. Sorte a de vocês que ninguém consegue demiti-los”.

O economista Paulo Figueiredo, também foragido e neto do ex-ditador João Figueiredo, saiu em defesa do senador. “Isso não é justo. Flávio tem sido de enorme ajuda e, mesmo no recesso, tem trabalhado conosco”, respondeu ele a Allan dos Santos, ainda na mesma plataforma.

Outros perfis da direita, porém, não foram tão complacentes. “Férias são sempre programadas, mas o que ocorreu com seu pai deveria ser prioridade pra você. Férias se tem todo ano, pai é um só”, comentou um usuário. Outro perfil escreveu que “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades! Você tem muita responsabilidade, não é o momento de férias. Aliás, você tem 2 férias por ano, é melhor deixar pra tirar férias em outro momento”.

Ainda conforme a reportagem, parlamentares da oposição também usaram as redes para criticar Flávio. O deputado federal André Janones (Avante-MG) chegou a afirmar que o senador “entrou em desespero” e foi para Lisboa na tentativa de escapar da justiça” após a decisão de Moraes contra Bolsonaro.

Segundo Flávio, ele deve retornar à Brasília em 1º de agosto, antes do encerramento do recesso parlamentar. Apesar do apelo de líderes da oposição para antecipar o fim do recesso diante da gravidade das medidas contra o ex-mandatário, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), descartou a convocação extraordinária, mantendo a retomada dos trabalhos legislativos para o dia 4 de agosto.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Cidade campeã de emendas per capita decreta calamidade financeira

A situação crítica levou o município a decretar estado de calamidade financeira

     (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A prefeitura de São Luiz do Anauá (RR) decretou calamidade financeira e afirma ter herdado um cenário de obras inacabadas, desvios de verbas públicas e contratos sem respaldo legal. A denúncia foi feita pelo atual prefeito Elias da Silva (PP), conhecido como Chicão, em entrevista ao UOL, e levanta suspeitas sobre o uso de mais de R$ 90 milhões enviados à cidade por meio de emendas parlamentares, especialmente na modalidade Pix.

Chicão acusa diretamente seu antecessor, James Batista (Solidariedade), de ter deixado um rombo nas contas públicas e de ser responsável por desvios milionários em obras que nunca saíram do papel. “Há muitas obras inacabadas. Foram feitos pagamentos sem a obra ter sido feita e não há dinheiro para concluir”, afirmou. A atual gestão aponta pagamentos por serviços não executados em ao menos quatro empreendimentos:

  •  Parque da Vaquejada: R$ 6,6 milhões
  •  Praça dos Buritis: R$ 3 milhões
  •  Portal da cidade: R$ 1,8 milhão
  •  Casas populares: R$ 1,2 milhão

Além disso, o prefeito denuncia que cerca de R$ 680 mil descontados dos salários de servidores, referentes a empréstimos consignados, nunca foram repassados aos bancos.

A situação crítica levou o município a decretar estado de calamidade financeira, o que permite a renegociação de contratos e a suspensão de pagamentos. A medida é usada em casos de grave desequilíbrio nas finanças públicas — uma espécie de “falência” administrativa.

Boa parte dos recursos que chegaram à cidade foi repassada por meio das chamadas emendas Pix — uma modalidade de transferência direta do governo federal a estados e municípios, com menos exigências de controle e transparência. “Esse recurso entra direto no caixa do município. Até recentemente, não tinha plano de trabalho e nem necessidade de prestação de contas. Com menos controle, o risco do dinheiro sumir por corrupção ou ineficiência aumenta”, explicou Juliana Sakai, diretora executiva da Transparência Brasil, ao UOL.

A administração atual também chamou a atenção para o uso do dinheiro público em projetos considerados supérfluos ou extravagantes, como um portal de entrada da cidade com 25 metros de altura e arquitetura neoclássica. A obra, ainda inacabada, teria sido inspirada, segundo moradores, na casa do cantor Gusttavo Lima.

Reportagem publicada pelo UOL revelou que a distribuição de emendas parlamentares no Brasil frequentemente ignora critérios técnicos de desenvolvimento e necessidade. Muitas vezes, os recursos não chegam às cidades mais carentes, beneficiando municípios com baixa população, mas com fortes articulações políticas.

Apesar das acusações, Chicão já foi vice-prefeito e secretário de Saúde durante as duas últimas gestões — justamente nos períodos em que os supostos desvios ocorreram. Ele nega conivência com os problemas. “Recebi o município sem um centavo”, declarou, ao justificar o rompimento com o antigo aliado político.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Eduardo Bolsonaro confirma que suas contas foram bloqueadas por Alexandre de Moraes

Deputado também defendeu sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, num ato de traição nacional

     (Foto: Agência Brasil)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) confirmou, durante entrevista a um podcast nesta segunda-feira (21), que teve suas contas bancárias bloqueadas por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A informação foi publicada pelo jornal Valor Econômico. Apesar da denúncia feita pelo parlamentar, o STF não confirmou oficialmente a existência da medida até o fechamento da reportagem. Eduardo, porém, optou por tentar transformar a situação em capital político no exterior, protagonizando declarações que alimentam a campanha internacional contra o próprio país.

Na mesma entrevista, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro foi além e admitiu que atuou diretamente para sugerir aos Estados Unidos a adoção de tarifas comerciais contra o Brasil, numa clara afronta aos interesses nacionais. “Não era o meu desejo [as sanções], sempre trabalhei por sanções individuais a Alexandre de Moraes”, declarou. A frase, no entanto, escancara o nível de submissão do parlamentar ao governo estrangeiro, ignorando que qualquer tipo de sanção comercial impacta toda a economia brasileira.

Eduardo Bolsonaro ainda confessou que o objetivo inicial era mirar especificamente Alexandre de Moraes e ampliar depois para outras autoridades do Brasil. “Desde o começo nossa ideia era sancionar o Alexandre de Moraes e depois seguir para outras autoridades”, afirmou, revelando uma escalada autoritária contra o sistema judicial brasileiro. Em seguida, fez um elogio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que cumpre seu segundo mandato iniciado em 2025. “Trump gosta de ter todas as alternativas na mesa dele, e depois ele decide”, declarou, celebrando a postura de pressão contra o Brasil.

Para Eduardo Bolsonaro, “há uma crise institucional antes da questão comercial”, e o bloqueio econômico seria uma ferramenta legítima de pressão sobre as instituições democráticas brasileiras. “Era para ser o último recurso de um longo processo [as tarifas ao Brasil]”, afirmou, numa fala que escancara a atuação de um parlamentar brasileiro em favor de sanções internacionais contra o próprio país. De maneira alarmante, Eduardo chegou a declarar apoio às medidas de Trump: “Eu concordo e eu chamo de tarifa Moraes”, disse. “Antes de qualquer tipo de questão comercial vem a questão institucional”, completou, minimizando os prejuízos econômicos à população brasileira.

Enquanto isso, Eduardo enfrenta problemas legais no Brasil. Sua licença da Câmara dos Deputados, que estava em vigor enquanto ele permanecia nos Estados Unidos, encerrou-se no domingo (20). Segundo o Valor Econômico, o deputado e aliados traçam estratégias para tentar manter seu mandato, incluindo a possibilidade de ocupar cargos em secretarias estaduais ou municipais, além de defender alterações no regimento da Câmara para permitir trabalho remoto. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), confirmou que está sendo discutida uma “saída política”. “O que eu posso garantir é que o deputado Eduardo Bolsonaro vai concluir o mandato e, considerando a perseguição que acontece no Brasil, isso vai acontecer onde ele mora atualmente”, afirmou.

Do lado da oposição, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), criticou a postura do bolsonarista e reforçou pedido para bloqueio de seu salário parlamentar. Segundo Lindbergh, Eduardo utilizou o mandato para atuar no exterior em campanhas contra o Brasil, valendo-se da imunidade parlamentar para proteger ações contrárias aos interesses nacionais.

Em mais um sinal de sua tentativa de manter privilégios, Eduardo afirmou em transmissão ao vivo que poderia “levar o mandato” por pelo menos mais três meses: “Eu não vou fazer nenhum tipo de renúncia. Se eu quiser, eu consigo levar meu mandato, pelo menos, até os próximos três meses”, declarou em seu canal no YouTube. Mesmo com a agenda de oposição programada para segunda-feira (21) na Câmara, Eduardo não participou da reunião virtual em razão de uma medida cautelar do STF que o impede de manter contato com seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente cumpre medidas restritivas, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.

A entrevista evidencia o papel lamentável desempenhado por Eduardo Bolsonaro: não apenas se coloca contra instituições nacionais, mas também atua como peça auxiliar de um governo estrangeiro para sufocar economicamente o próprio país.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Valor Econômico

Decisão de Moraes indica que Bolsonaro será preso nesta terça ou no máximo na quarta-feira

No documento, Alexandre de Moraes deixa claro que ex-presidente descumpriu as medidas cautelares

       Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes no STF (Foto: Antonio Augusto/STF)

A decisão anunciada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de conceder nesta segunda-feira (21) um prazo de 24 horas para a defesa de Jair Bolsonaro (PL) se manifestar sobre descumprimento de medidas cautelares determinadas pelo STF indicaram que o político da extrema-direita pode ser preso nesta terça (22) ou na quarta-feira (23).

Réu no inquérito da trama golpista, Bolsonaro precisa cumprir algumas medidas cautelares após investigadores apontarem risco de fuga para o exterior e obstrução judicial. O ex-mandatário concedeu entrevista e exibiu sua tornozeleira eletrônica, duas condutas proibidas pelo STF, para não prejudicar as investigações.

Outras medidas cautelares contra Bolsonaro foram a proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros. O recolhimento domiciliar noturno deve ocorrer entre às 19h e às 6h, de segunda a sexta-feira, e integral nos fins de semana e feriados. Também está proibido de se aproximar ou ter acesso a embaixadas e consulados de países estrangeiros, nem pode manter contato com embaixadores ou autoridades estrangeiras.

No STF, Bolsonaro responde a uma ação penal por cinco crimes. As penas, somadas, ultrapassam os 40 anos de prisão.

 

Com o avanço do processo da trama golpista, o político da extrema-direita e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fazem articulações junto ao governo do presidente norte-americano, Donald Trump, com o objetivo de aplicar sanções ao STF e ao Brasil. Em carta endereçada ao presidente Lula este mês, o chefe da Casa Branca mencionou a ação contra Jair Bolsonaro como justificativa para anunciar uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras.

Em uma nova retaliação, o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) abriu uma investigação comercial contra o Brasil.

Ministros do STF, políticos e ativistas do campo progressista denunciam que a iniciativa do governo americano viola a soberania nacional brasileira. O presidente Lula afirmou que o Brasil responderá aos EUA com a Lei de Reciprocidade Econômica. Essa legislação prevê a suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações referentes a direitos de propriedade intelectual, contra medidas unilaterais que prejudiquem a competitividade internacional brasileira.

No STF, Bolsonaro é acusado de cinco crimes - golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, deterioração de patrimônio tombado, e dano qualificado pela violência ou grave ameaça. Somadas, as penas ultrapassam os 40 anos de prisão.

Fonte: Brasil 247

Fux diverge de Moraes e vota contra tornozeleira eletrônica a Bolsonaro

 

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), divergiu do relator Alexandre de Moraes e votou contra as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de utilizar redes sociais.

Fux considerou as restrições desproporcionais e avaliou que a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) “não apresentaram provas novas e concretas” sobre uma tentativa de fuga planejada por Bolsonaro.

Último a votar no julgamento iniciado após as buscas autorizadas por Moraes, Fux foi o único ministro a se posicionar contra as medidas. Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia acompanharam o relator, formando maioria de 4 a 1 a favor das cautelares. O julgamento ocorreu em plenário virtual e foi concluído às 23h59 desta segunda-feira (21).

Em seu voto, Fux declarou: “Em decorrência dessa constatação, verifico que a amplitude das medidas impostas restringe desproporcionalmente direitos fundamentais, como a liberdade de ir e vir e a liberdade de expressão e comunicação, sem que tenha havido a demonstração contemporânea, concreta e individualizada dos requisitos que legalmente autorizariam a imposição dessas cautelares.”

O ministro também ressaltou que “mesmo para a imposição de cautelares penais diversas da prisão, é indispensável a demonstração concreta da necessidade da medida para a aplicação da lei penal e sua consequente adequação aos fins pretendidos”.

Bolsonaro mostra tornozeleira eletrônica na Câmara dos Deputados. Foto: Reprodução

A operação

Na última sexta-feira (18), Moraes havia determinado mandados de busca e apreensão na residência de Bolsonaro e na sede do PL, em Brasília. A Polícia Federal apreendeu um celular, um pen drive e cerca de US$ 14 mil em espécie. O ex-presidente é investigado por coação no curso do processo, obstrução à Justiça e ataque à soberania nacional.

A investigação foi deflagrada após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Na carta em que justificou o tarifaço, o republicano atribuiu a medida, além de uma relação que diz ser injusta com o país, à postura do STF com Bolsonaro.

As medidas impostas por Moraes determinam, além da tornozeleira eletrônica, a proibição de Bolsonaro manter contato com embaixadores, autoridades estrangeiras e com outros investigados ou réus, além do recolhimento domiciliar entre 19h e 6h, de segunda a sexta-feira, e aos finais de semana.

Fonte: DCM