sábado, 19 de julho de 2025

Zanin concede prisão domiciliar a investigado por venda de sentenças que quase morreu e ficou esquelético na Papuda

Ministro do STF atendeu laudo médico que apontou risco de morte para Andreson Gonçalves, preso na Operação Sisamnes, após oito meses em estado crítico

     Andreson de Oliveira Gonçalves (Foto: Reprodução)

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a transferência para prisão domiciliar de Andreson de Oliveira Gonçalves, acusado de integrar um esquema de venda de sentenças judiciais. A informação foi revelada pelo portal Metrópoles nesta quinta-feira (17/8).

A decisão foi tomada após a apresentação de um laudo elaborado por uma junta médica, que confirmou o estado extremamente debilitado de saúde do investigado. Preso preventivamente há oito meses no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, Andreson perdeu peso drasticamente e, segundo o relatório médico, chegou a um quadro físico esquelético, correndo sério risco de morte. A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se favoravelmente à concessão do regime domiciliar, reforçando a gravidade da situação.

Andreson havia sido preso preventivamente em 26 de novembro de 2024 no âmbito da Operação Sisamnes, que investiga uma organização criminosa especializada em corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional. As apurações indicam que ele atuava oferecendo influência sobre ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negociando inclusive decisões judiciais antecipadas.

Com a decisão de Zanin, Andreson foi autorizado a deixar a Papuda e seguiu para sua residência em Primavera do Leste, município localizado no estado de Mato Grosso.

O caso tem gerado repercussão por evidenciar não apenas o funcionamento de esquemas criminosos no Judiciário, mas também as condições carcerárias degradantes que levaram o acusado à beira da morte. As imagens divulgadas pelo Metrópoles mostram o contraste físico impressionante de Andreson antes e depois da prisão, escancarando a deterioração provocada pelo período de encarceramento.

A decisão de Zanin segue a linha de atuação do STF em casos nos quais a permanência em regime fechado implica risco iminente à vida do preso, garantindo que medidas alternativas sejam adotadas quando comprovada situação de saúde crítica.

A defesa de Andreson ainda não se manifestou publicamente sobre os próximos passos judiciais, mas o caso deve permanecer sob a jurisdição do Supremo Tribunal Federal, que acompanha o desenrolar da Operação Sisamnes.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

"É hora de cassar e prender Eduardo Bolsonaro", diz Lindbergh

Deputado federal e líder do PT afirma que declaração de Eduardo Bolsonaro contra as eleições de 2026 é golpista, criminosa e representa ameaça à democracia

Eduardo e Jair Bolsonaro e Lindbergh Farias (Foto: Divulgaçã | ABR | Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, reagiu com veemência às declarações do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que sugeriu o cancelamento das eleições presidenciais de 2026 caso as exigências do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não sejam atendidas. A resposta foi publicada nesta sexta (18) nas redes sociais, por meio de uma postagem no X (antigo Twitter).

“Eduardo Bolsonaro acaba de ultrapassar todos os limites. Ao afirmar que não haverá eleições em 2026 se a crise com Trump não for resolvida, assume de forma aberta sua disposição golpista. É a confissão de quem quer subjugar a democracia brasileira aos caprichos de um governo estrangeiro. O Judas brasileiro!”, denunciou Lindbergh.

◉ Ameaça direta à Constituição e à soberania

Para o líder do PT, a declaração não se trata de mera bravata política, mas de um ataque direto ao Estado democrático de direito e à soberania nacional. “Trata-se de uma declaração criminosa, que afronta a Constituição, ameaça a soberania nacional e revela a disposição da extrema direita de rasgar as regras do jogo democrático caso não consiga vencer pelo voto”, afirmou.

O parlamentar destacou que não se trata de liberdade de expressão, mas de um verdadeiro atentado contra a democracia. “Não é discurso político: é terrorismo institucional”, ressaltou.

◉ Lindbergh cobra reação das instituições

Lindbergh Farias também advertiu para os riscos do silêncio institucional diante de sucessivas ameaças à democracia. Segundo ele, a omissão das autoridades pode ser interpretada como aval a práticas golpistas. “O silêncio das instituições diante de sucessivas ameaças como essa será interpretado como cumplicidade”, afirmou.

O deputado foi categórico ao defender punição exemplar a Eduardo Bolsonaro: “É a hora de fazer valer a autoridade do Estado de Direito — com cassação e prisão”, concluiu.

A declaração de Lindbergh ocorre após Eduardo Bolsonaro afirmar em entrevista à CNN Brasil que não haveria eleição em 2026 caso as demandas do governo Trump não fossem atendidas. Eduardo, que está atualmente nos Estados Unidos, também tem atuado para impor sanções contra o Brasil e para impedir a prisão de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado pela Polícia Federal em múltiplos inquéritos.

Fonte: Brasil 247

Estados Unidos monitoram o Pix desde 2022, mostra relatório oficial

Documento da USTR, agência federal dos Estados Unidos, mencionava sistema de pagamento brasileiro três anos atrás

     Pix (Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil)

Alex Rodrigues*, repórter da Agência Brasil - O Pix está sob o escrutínio das autoridades estadunidenses desde, pelo menos, 2022.

Há três anos, o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, do inglês) já revelava, em um documento oficial, que o país estava preocupado com os impactos da popularização da plataforma brasileira de pagamentos instantâneos, em uso desde novembro de 2020.

“Os Estados Unidos estão monitorando de perto os desenvolvimentos relacionados ao mercado de pagamentos eletrônicos de varejo no Brasil para garantir que o Banco Central [BC] brasileiro facilite condições equitativas para todos os participantes do mercado, dado o papel duplo do BC como regulador e operador do Pix, um serviço de pagamento de varejo em tempo real”, apontou o USTR em seu relatório anual sobre as perspectivas das exportações.

No documento, o USTR tece comentários sobre o que classifica como “barreiras comerciais estrangeiras” com o potencial de afetar as exportações, os investimentos e o comércio eletrônico dos EUA com 63 nações, incluindo o Brasil, mais o Reino Unido.

A edição de 2022 do relatório foi a primeira – e única - a mencionar nominalmente o Pix, embora documentos posteriores tenham voltado a mencionar o sistema financeiro brasileiro.

O USTR é uma agência federal que integra o gabinete executivo da presidência dos EUA. Responsável pelo desenvolvimento e coordenação da política de comércio internacional, o escritório tornou público, nesta quinta-feira (16), que instaurou uma investigação para apurar, entre outras ações comerciais brasileiras, o estímulo governamental ao uso do Pix.

Segundo o principal dirigente do USTR, Jamieson Greer, a investigação foi solicitada pelo próprio presidente Donald Trump para apurar “os ataques do Brasil às empresas de mídia social americanas, bem como outras práticas comerciais desleais que prejudicam empresas, trabalhadores, agricultores e inovações tecnológicas” dos Estados Unidos.

Concorrência

Conforme a Agência Brasil noticiou, analistas avaliam que as críticas do governo dos Estados Unidos podem ser explicadas pela concorrência que o sistema de pagamento eletrônico brasileiro, público e gratuito, faz aos serviços oferecidos por operadoras de cartão de crédito tradicionais e ao Whatsapp Pay, chegando mesmo a tornar-se uma alternativa ao dólar em algumas transações internacionais.

De acordo com o Banco Central, só no ano passado, o Pix movimentou cerca de R$ 26,4 trilhões.

“O Brasil desenvolveu uma forma de meio de pagamento que oferece uma série de vantagens. O Pix é ágil, promoveu um processo de bancarização, de inclusão de pessoas que não tinham conta. E faz parte da lei de competência e de concorrência oferecer um produto cada vez melhor”, afirmou a economista Cristina Helena Mello, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em entrevista à Agência Brasil.

Um dos possíveis motivos para a reação tardia de Donald Trump é a possibilidade das autoridades estadunidenses entenderem que, ao lançar o Pix, em 2020, o Banco Central teria prejudicado os planos de negócios da Meta, empresa que pertence ao empresário Mark Zuckerberg, aliado de Trump, e que anunciou, em junho do mesmo ano, o lançamento da funcionalidade Whatsapp Pay no Brasil.

Na época, a Meta anunciou que os brasileiros seriam os primeiros usuários do WhatsApp a poder enviar e receber dinheiro utilizando cartões de crédito pré-cadastrados no aplicativo.

Uma semana depois do anúncio, o BC e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) suspenderam a função, com a justificativa de que seria necessário avaliar riscos da operação, potenciais riscos para a concorrência e garantir funcionamento adequado do Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB).

“O WhatsApp criou uma forma de transferência de dinheiro de pessoas para pessoas, mas estava fazendo isso fora do sistema financeiro legal. Não estava fazendo com integração com o nosso sistema financeiro. Portanto, escapava da regulação do Banco Central, o que fere regras brasileiras de acompanhamento de transações monetárias”, acrescentou Cristina Helena, avaliando que a medida que o BC adotou à época foi correta.

A Agência Brasil consultou o Banco Central e o Ministério das Relações Exteriores sobre as menções do USTR ao Pix e ao setor financeiro brasileiro, mas não teve retorno até o momento.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Deputado do PL pede nova ditadura militar para livrar Bolsonaro da cadeia

Coronel Chrisóstomo pediu que Forças Armadas "estejam ao lado do povo" e citou 1964, afirmando que a imprensa agiu a favor do povo e deve voltar a fazê-lo

     Deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) (Foto: Reprodução/TV Senado)

O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) sugeriu nesta sexta-feira (18) que as Forças Armadas atuem politicamente em resposta à operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em coletiva da oposição no Congresso, o parlamentar exaltou a ditadura militar iniciada em 1964 e pediu que militares fiquem "ao lado do povo brasileiro".

“Hoje, eu quero dizer o seguinte: Forças Armadas, estejam ao lado do povo brasileiro, estejam ao lado da democracia”, afirmou Chrisóstomo, de acordo com o portal UOL, para em seguida relembrar com orgulho o golpe de 1964, período marcado por censura, repressão e tortura. “Embora fosse um menino [na época], me orgulho das Forças Armadas.”

Ele também dirigiu críticas à imprensa, cobrando que jornalistas adotem postura semelhante à de veículos que apoiaram o golpe há seis décadas: “Na década de 60, em 64, a imprensa agiu a favor do povo. Está na hora da imprensa agir em favor do povo brasileiro”.

Questionado por jornalistas sobre o conteúdo autoritário de sua fala, o deputado não respondeu. O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), tentou se distanciar da declaração, dizendo que “o parlamentar tem direito de falar por sua posição” e destacou que a coletiva tinha outro objetivo. “Sobre as Forças Armadas, há generais presos e cortes no orçamento da instituição. Isso é suficiente, é a resposta.”

Fonte: Brasil 247 com informações do portal UOL

Ministros do STF cogitaram prisão de Bolsonaro após sobretaxa dos EUA

Medida vista como tentativa de embaraçar o processo de Bolsonaro seria motivo para prisão preventiva. Tornozeleira foi opção para garantir unidade do STF

       Jair Bolsonaro, de costas, e Alexandre de Moraes (Foto: Antonio Augusto/STF)

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) chegaram a discutir a possibilidade de decretar a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL) após a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, mencionando o julgamento do ex-presidente como um dos motivos, relata a Folha de S. Paulo.

A análise entre os magistrados da corte é de que a medida norte-americana tem caráter intimidatório e visa interferir diretamente no processo judicial contra Bolsonaro, que é acusado de liderar uma trama golpista. O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, apontou que a sobretaxa anunciada por Trump teve como objetivo “gerar uma grave crise econômica no Brasil, para gerar uma pressão política e social no Poder Judiciário”.

☆ Estratégia para preservar a unidade do STF - Apesar de considerarem a prisão preventiva juridicamente viável, ministros decidiram por uma solução mais moderada no momento: a imposição do uso de tornozeleira eletrônica. A avaliação interna é de que a adoção imediata de uma medida extrema poderia acirrar divisões no STF e oferecer argumentos à narrativa bolsonarista de perseguição política.

A instituição da tornozeleira nasceu como alternativa à prisão preventiva, adotada quando cautelares não são suficientes, lembrou um magistrado à Folha. O objetivo seria evitar um desgaste institucional maior e ao mesmo tempo impedir a concretização de um possível plano de fuga por parte de Bolsonaro — especialmente após a apreensão de dólares em sua residência.

O tribunal também leva em conta o histórico recente de fuga da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), considerada um alerta para a necessidade de controle mais rígido sobre aliados do ex-presidente.

☆ Eduardo Bolsonaro nos EUA acendeu alerta - A atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) junto ao governo dos Estados Unidos também pesou na decisão de impor medidas cautelares. Segundo Moraes, “o investigado Eduardo Nantes Bolsonaro afirmou, publicamente, em suas redes sociais que sua intermediação com o governo estrangeiro resultou no anúncio do presidente dos Estados Unidos da América em que impôs uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos”.

A decisão do ministro baseou-se em publicações nas redes sociais e declarações públicas de Bolsonaro, de seu filho e do próprio presidente Trump. Esses conteúdos também foram citados nos pedidos da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República que embasaram a operação de sexta-feira (18), quando as medidas foram impostas.

Em seus despachos, Moraes classificou as declarações como “claros e expressos atos executórios e flagrantes confissões da prática dos atos criminosos”.

☆ Risco de fuga e revogação de vistos - O ministro Alexandre de Moraes reforçou que as medidas adotadas buscam evitar a fuga de Bolsonaro e a interferência estrangeira no processo. A revogação de vistos do próprio Moraes e de outros ministros do STF pelo governo dos EUA, também anunciada na sexta-feira, foi interpretada como mais um passo na escalada de tensão promovida por Trump para desestabilizar o funcionamento do Judiciário brasileiro.

A expectativa é de que a Primeira Turma do STF tenha maioria para confirmar eventuais decisões mais duras contra Bolsonaro, mas os ministros ponderam que esse respaldo seria mais estreito em relação à prisão do que à confirmação do uso da tornozeleira eletrônica.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Eduardo Bolsonaro ameaça com fim da eleição de 2026 caso exigências de Trump não sejam atendidas

Deputado licenciado afirmou que eleições podem ser canceladas se “crise institucional” não for resolvida e comemorou sanções contra o Brasil

      Eduardo Bolsonaro (Foto: Reprodução/X/@BolsonaroSP)

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a fazer ameaças à democracia brasileira durante entrevista à CNN Brasil, nesta sexta-feira (18), ao afirmar que a eleição presidencial de 2026 poderá nem sequer ocorrer. “Não estou preocupado com a eleição. Se o Brasil não resolver nos próximos meses ou semanas essa crise institucional, não haverá eleição em 2026, então por que eu me preocuparia com popularidade? Não estou preocupado com popularidade. É 100% vitória ou 100% derrota. Se nós sairmos vitoriosos, a gente recupera essa popularidade em um ou dois dias”, afirmou o deputado, evidenciando a estratégia política do bolsonarismo de tensionar o ambiente democrático.

Atualmente nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro declarou estar atuando diretamente junto ao governo do presidente norte-americano Donald Trump — reeleito e empossado para seu segundo mandato em 2025 — para promover sanções contra o Supremo Tribunal Federal (STF), em especial contra o ministro Alexandre de Moraes, além de atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o próprio Brasil.

Eduardo classificou como “vitória” a recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros que ingressam nos Estados Unidos, atribuindo esse movimento à sua articulação com membros do alto escalão do governo Trump. “As taxas de 50% sobre produtos brasileiros que entrem nos Estados Unidos foi mencionada por ele como uma vitória de sua atuação”, destacou a reportagem do Estado de Minas.

Mobilização para evitar a prisão de Jair Bolsonaro

Desde que se mudou para os Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro tem buscado mobilizar aliados de extrema direita e integrantes do governo Trump com o objetivo de impedir a prisão de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e garantir sua candidatura para 2026. O parlamentar age abertamente para que o governo dos Estados Unidos intervenha na política interna do Brasil, tentando condicionar o processo democrático brasileiro a interesses externos.

As falas de Eduardo acontecem em meio a investigações da Polícia Federal que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro em diversos casos de ataques às instituições brasileiras, tentativa de golpe e outros crimes. A atuação do deputado licenciado em território estrangeiro tem gerado reações dentro do Brasil, incluindo protestos, como o “Cortejo da Tornozeleira”, realizado em Belo Horizonte para celebrar as restrições impostas a Jair Bolsonaro, e manifestações do ministro Alexandre de Moraes alertando sobre ameaças à soberania nacional.

Fonte: Brasil 247

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Simone Tebet enquadra Tarcísio: “a justiça está sendo feita agora”

'A Justiça não humilha, ela protege o país dos traidores da Pátria', escreveu a ministra em rede social. 'Quem defende um golpe de Estado não quer a paz'

      Tarcísio de Freitas e Simone Tebet (Foto: Reprodução I Marcelo Camargo / Agência Brasil)

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, mandou um recado ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que defendeu Jair Bolsonaro (PL) após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes anunciar medidas cautelares contra o político da extrema-direita por obstrução judicial e risco de fuga para o exterior. O ex-mandatário é réu no inquérito da trama golpista.

“Sabe quem tem coragem e ama mesmo o Brasil? Nosso povo, que cria seus filhos com honestidade, amor à família e à pátria. Não quer a paz quem defende golpe e coloca seus interesses familiares acima da pátria. O tempo não trará a justiça, ela está sendo feita agora. E a Justiça não humilha ninguém - ela pune quem merece ser punido e protege o país de traidores da Pátria”, escreveu Simone em postagem na rede social X.

Uma das medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes contra Bolsonaro é o uso de tornozeleira eletrônica. O ex-mandatário faz articulações com o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, para conseguir apoio no sentido de aplicar sanções ao Brasil por conta da ação judicial do plano golpista.

No último dia 9, os Estados Unidos anunciaram um tarifaço de 50% às exportações brasileiras e, em carta endereçada ao presidente Lula (PT), Trump citou o processo envolvendo Bolsonaro como justificativa para lançar a guerra comercial contra o Brasil.

Após a decisão de Moraes sobre as medidas cautelares, Tarcísio defendeu ex-mandatário, de quem o governador foi ministro da Infraestrutura no período 2019-2022. “Se as humilhações trazem tristeza, o tempo trará a justiça”, escreveu o chefe do Executivo paulista na rede social X.

 


Mais detalhes

O ministro Alexandre de Moraes determinou medidas restritivas contra Jair Bolsonaro no âmbito do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado. As decisões se baseiam em indícios de que o ex-mandatário teria praticado obstrução à Justiça e coação durante o processo penal em curso. A Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) alertaram para o risco de Bolsonaro deixar o país e também o acusam de pressionar por sanções internacionais contra autoridades do Brasil.

Em sua fundamentação, Moraes destacou que Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), teriam confessado indiretamente os crimes de coação processual e obstrução da Justiça ao buscarem interferência externa no caso. Eduardo, que está licenciado do mandato desde março e reside nos EUA, afirma ser vítima de perseguição política. Sua licença parlamentar expira no próximo domingo (20).

O ministro também mencionou a possibilidade de crimes contra a democracia e a soberania nacional, uma vez que Bolsonaro e seu filho condicionaram o encerramento do processo ao fim das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras.

No STF, o ex-presidente é acusado formalmente de cinco crimes, com penas que, somadas, podem ultrapassar três décadas de prisão: organização criminosa armada, ameaça ao Estado Democrático de Direito, danos a bens públicos protegidos, tentativa de golpe e crimes contra o patrimônio com violência.

Além de mencionar o caso Bolsonaro para justificar as novas tarifas, os EUA abriram uma investigação sobre as políticas comerciais do Brasil por meio do Escritório do Representante Comercial (USTR). O governo Lula já sinalizou que adotará medidas em respposta ao governo Trump.

Ao receber a tornozeleira eletrônica na Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Bolsonaro classificou a medida como uma forma de "humilhação extrema" e negou qualquer intenção de fugir do país para escapar de uma eventual condenação.

Seus advogados emitiram uma nota repudiando as medidas cautelares, alegando que o ex-presidente sempre cumpriu rigorosamente todas as ordens judiciais até o momento.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro escondia dólares até na gaveta de cuecas, diz PF

 

Jair Bolsonaro em entrevista à Reuters. Foto: reprodução
A Polícia Federal encontrou US$ 14 mil (aproximadamente R$ 69 mil) e R$ 8 mil em espécie durante a busca realizada na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (18). Segundo relatos dos agentes obtidos por Juliana Dal Piva, do ICL, parte do dinheiro estava guardada no escritório da casa, enquanto outra porção foi encontrada em uma gaveta de cuecas no quarto do ex-mandatário.

Questionado sobre os valores, Bolsonaro afirmou a jornalistas: “Sempre guardei dólar em casa, pô”, apresentando comprovantes de saques bancários como justificativa.

Dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelam que o ex-presidente recebeu R$ 17,2 milhões via Pix entre janeiro e julho de 2023, provenientes de doações de apoiadores para pagamento de multas eleitorais.

A operação, que começou por volta das 7h da manhã, foi marcada por momentos de tensão. De acordo com agentes federais, Bolsonaro ainda dormia quando a equipe chegou e demonstrou nervosismo ao ser acordado, assim como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

“Eles se mostraram exaltados, afirmando que a operação não era justa”, relatou um dos policiais, embora tenham cooperado com os procedimentos.

Bolsonaro sendo levado para por tornozeleira eletrônica. Foto: reprodução
Além do dinheiro, os investigadores apreenderam um pendrive encontrado no banheiro do casal. Bolsonaro declarou desconhecer tanto o dispositivo quanto seu conteúdo, que agora será submetido à análise pericial. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como parte das investigações sobre suposta tentativa de golpe em 2022.

Em decisão de 47 páginas, Moraes impôs ao ex-presidente medidas cautelares rigorosas, incluindo o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e aos finais de semana, proibição de contato com autoridades estrangeiras e outros investigados, além da suspensão do acesso às redes sociais.

O ministro fundamentou sua decisão citando publicações de Bolsonaro e de seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), como evidências de suposta “extorsão contra a Justiça brasileira”.

As postagens indicariam tentativas de vincular a suspensão das tarifas comerciais impostas por Donald Trump aos EUA a uma eventual anistia no Brasil, além de lobby por sanções contra autoridades brasileiras em território estadunidense.

Fonte: DCM

VÍDEO – Influenciadora dinamarquesa elogia Lula por enfrentamento a Trump: “Orgulho”

 

A influenciadora dinamarquesa Frederikke Palmgren, conhecida como Fefe – Foto: Reprodução
A influenciadora dinamarquesa Frederikke Palmgren, conhecida como Fefe, usou seu perfil no TikTok para elogiar o presidente Lula após os embates diplomáticos com Donald Trump. Em vídeo compartilhado na rede, ela comentou: “Eu sou dinamarquesa e eu tenho uma pergunta pra vocês brasileiros. Como é ver o seu presidente ter uma vitória tão grande contra o Trump? Eu nem sou brasileira e tenho orgulho de ver todos os discursos dele contra o Trump, e o mundo inteiro está aplaudindo ele agora”.

A fala ocorre no contexto da crise gerada após o anúncio da tarifa adicional de 50% imposta por Trump sobre produtos brasileiros, o que elevou a tensão entre os dois países. Para Fefe, Lula tem se posicionado de forma firme diante da ofensiva americana, o que teria despertado admiração internacional.

Frederikke já viveu no Rio de Janeiro, aprendeu a falar português e costuma produzir conteúdos comparando a realidade do Brasil com a da Dinamarca.

Fonte: DCM

Marco Rubio revoga vistos de Alexandre de Moraes e familiares

 

Marco Rubio e Alexandre de Moraes – Foto: Reprodução
O secretário de Estado do governo Trump, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira (18) a revogação imediata dos vistos americanos do ministro Alexandre de Moraes, de seus familiares e de “aliados no tribunal”. A decisão foi divulgada por meio de post no X.

“O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos”, escreveu Rubio.

Segundo ele, Moraes teria conduzido uma “caça às bruxas política” contra Jair Bolsonaro. “Essa perseguição criou um complexo de censura tão abrangente que atinge não apenas os brasileiros, mas também os americanos”, afirmou o secretário.

“Portanto, ordenei a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados no tribunal, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato”.

A medida foi tomada no mesmo dia em que Moraes determinou o uso de tornozeleira eletrônica por Jair Bolsonaro. A decisão do STF também impôs recolhimento domiciliar noturno e proibição de contato com diplomatas, embaixadores e outros investigados. O pedido partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou risco de fuga e tentativa de influenciar autoridades estrangeiras.

Bolsonaro classificou as restrições como “suprema humilhação” e seus aliados passaram a pressionar o governo Trump por retaliações

A revogação dos vistos é a primeira resposta pública dos Estados Unidos desde o agravamento da crise diplomática. A tensão teve início após o chefe de Estado americano anunciar uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA.

Fonte: DCM

“Brasil será mergulhado no caos” e vira “Venezuela” se não ceder a Trump, diz Eduardo Bolsonaro

 

Deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), em entrevista à CNN • CNN

O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) adotou novamente um tom de submissão aos interesses dos Estados Unidos ao afirmar que “o Brasil será mergulhado no caos” caso não ceda às exigências do presidente norte-americano, Donald Trump. A declaração foi dada nesta sexta-feira (18), durante participação no programa CNN Arena, em meio à repercussão do tarifaço anunciado por Trump, que impôs 50% de tarifas sobre produtos brasileiros.

“Eu nunca vi o Trump recuar, não existe recuo, se este for o cenário o Brasil será mergulhado no caos e terá um tratamento semelhante ou igual a Venezuela”, afirmou o deputado, fazendo uma analogia com o país vizinho para dramatizar o cenário. O parlamentar também deixou claro que, na sua visão, o governo brasileiro deveria reconhecer as queixas do presidente americano para evitar as punições tarifárias que passam a vigorar a partir de 1º de agosto.

A fala de Eduardo Bolsonaro revela não apenas um alinhamento direto com Trump, mas um discurso de chantagem direcionado ao país e ao Supremo Tribunal Federal. “Ninguém bate de frente com o Trump, não será Moraes que conseguirá fazer esse feito”, disse.

Na mesma linha, Eduardo ironizou o ministro do STF: “Eu aprendi com Alexandre de Moraes, que não se deve recuar mediante chantagem, só que agora Alexandre de Moraes está encontrando uma pessoa maior do que ele para bater de frente. Estados Unidos, né, Trump já entrou em disputas com o Canadá e ganhou.”


As declarações ocorrem no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes determinou buscas em endereços ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado e pai de Eduardo. A decisão do Supremo também impôs medidas como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e nos finais de semana, proibição de uso de redes sociais e de contato com diplomatas e outros investigados — incluindo Eduardo Bolsonaro. Para o deputado, a decisão de Moraes foi “lamentável”.

Na decisão que atinge Bolsonaro, Moraes associou diretamente o aumento das tarifas anunciado por Trump à tentativa de interferência no Judiciário brasileiro. O ministro afirmou que o tarifaço busca criar uma grave crise econômica no Brasil para pressionar politicamente o Supremo. “A implementação do aumento de tarifas tem como finalidade a criação de uma grave crise econômica no Brasil, para gerar uma pressão política e social no Poder Judiciário e impactar as relações diplomáticas entre o Brasil os Estados Unidos da América, bem como na interferência no andamento da AP 2.668/DF – que se encontra em fase de alegações finais”, escreveu Moraes.

A ação penal mencionada por Moraes é a AP 2.668/DF, que tem como alvo Jair Bolsonaro e outros sete aliados, todos acusados de envolvimento em uma tentativa frustrada de golpe de Estado após as eleições de 2022. O processo avança no Supremo enquanto as investigações sobre articulações internacionais, como o suposto apoio de Trump, ganham força.

Eduardo Bolsonaro, por sua vez, age como um porta-voz informal de Trump, ampliando a narrativa de intimidação contra o Brasil, caso o Judiciário não recue. A defesa do deputado reforça o isolamento internacional que o país pode enfrentar se continuar a ser instrumentalizado pelos interesses bolsonaristas alinhados à extrema direita global.

O caso expõe não apenas o ataque à soberania nacional, mas também a tentativa explícita de submeter decisões do Supremo Tribunal Federal à vontade de um governo estrangeiro. A Corte, por sua vez, já sinalizou que não aceitará pressões, sejam elas de origem nacional ou internacional.

Fonte: DCM

Moraes cita “inimigos da soberania nacional” em decisão contra Bolsonaro

 

Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: reprodução

Em decisão que impôs medidas restritivas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez duras críticas ao que chamou de “inimigos da Soberania nacional, Democracia e Estado de Direito”, afirmando que a Corte jamais faltou com coragem para enfrentar tais ameaças, “sejam inimigos nacionais, sejam inimigos estrangeiros”.

O documento, que determinou o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar ao ex-presidente, traça uma conexão direta entre a atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros feito por Donald Trump.

Para Moraes, há indícios de que Bolsonaro e seu filho agiram com “patente obstrução à Justiça” ao tentar “coagir essa SUPREMA CORTE no julgamento da AP 2.668/DF”.

O ministro foi enfático ao afirmar que o Poder Judiciário “não permitirá qualquer tentativa de submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado”.

A decisão cita declarações públicas de Bolsonaro como evidência de suposta “atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira”, especialmente após o ex-presidente ter vinculado publicamente a suspensão das tarifas americanas a uma possível anistia política.

“A Soberania Nacional não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida, pois é um dos FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”, escreveu Moraes, que também citou Machado de Assis em sua decisão: “A soberania nacional é a coisa mais bela do mundo, com a condição de ser soberania e de ser nacional”.

Além do histórico escritor brasileiro, Moraes também fez menção a um dos mais consagrados presidentes dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, em uma provocação a Trump. O magistrado citou que o 16° presidente estadunidense foi “responsável pela manutenção da União e pela proclamação da Emancipação” de sua nação.

O ministro ainda parafraseou Lincoln com a frase “os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis”, para justificar a defesa da soberania brasileira.

As afirmações do ministro se baseiam em falas do réu após o anúncio, em 9 de julho, de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras pelos EUA. No domingo (13), Bolsonaro declarou que a anistia traria “paz para a economia”, e na quinta (17) questionou publicamente: “Vamos supor que Trump queira anistia. É muito? É muito, se ele pedir isso aí?”.

Para Moraes, essas manifestações configuram crimes de coação processual, obstrução de justiça e atentado à soberania nacional. Veja o momento da fala de Bolsonaro:


Votação na Primeira Turma

A posição de Moraes recebeu apoio de outros ministros do STF. Flávio Dino e Cristiano Zanin votaram pela manutenção das medidas cautelares, formando maioria na Primeira Turma. Em seu voto, Dino destacou o “perigo concreto de fuga” e a “articulação dolosa” para coagir a Corte.

As restrições impostas a Bolsonaro incluem:

– Uso obrigatório de tornozeleira eletrônica
– Recolhimento domiciliar noturno (19h às 6h) e em finais de semana
– Proibição de contato com autoridades estrangeiras e outros investigados
– Suspensão do acesso às redes sociais

A decisão ocorre em meio a crescentes tensões entre o Judiciário e setores do Legislativo alinhados a Bolsonaro. Enquanto a oposição critica o que chama de “ativismo judicial”, ministros do STF defendem que as medidas são necessárias para preservar a democracia e a soberania nacional.

Fonte: DCM