
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) encaminhou neste domingo (21) um pedido formal ao Banco Central do Brasil para que investigue operações suspeitas de câmbio realizadas no dia 18 de julho, data em que os Estados Unidos anunciaram tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. O parlamentar solicita que a autoridade monetária identifique os responsáveis por movimentações atípicas de compra e venda de dólares nas horas que antecederam o anúncio feito por Donald Trump.
Segundo Lindbergh, há fortes indícios de que agentes do mercado operaram com acesso antecipado a informações ainda sigilosas, o que poderia configurar crimes financeiros e uso indevido de informação relevante. A petição menciona a necessidade de apuração rigorosa sobre volumes, horários, comitentes finais e intermediadores financeiros das operações realizadas naquele dia, com encaminhamento dos dados à CVM, COAF, Ministério Público Federal e ao Supremo Tribunal Federal.
A iniciativa do deputado petista se baseia em apuração da TV Globo, que revelou grande volume de compra de dólares antes do anúncio oficial, seguido por vendas massivas após a divulgação da tarifa, o que teria gerado lucros de até 50% em poucas horas. O movimento atípico foi reforçado por publicações do analista financeiro Spencer Hakimian, que apontou manipulação deliberada da moeda brasileira com base em vazamento de informação.
O caso está ligado ao inquérito 4995/DF no STF, que investiga possível atuação coordenada de agentes políticos, incluindo o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para gerar pressão econômica internacional sobre instituições brasileiras. A AGU já havia solicitado a investigação sobre eventual uso de medidas econômicas como forma de coação ao STF, especialmente no contexto de ações contra Jair Bolsonaro e seus aliados.
Lindbergh afirmou que a medida busca “proteger a integridade do sistema financeiro nacional” e evitar que operadores privilegiados lucrem com ações coordenadas de sabotagem institucional. Para ele, a movimentação anormal no câmbio pode ser resultado de uma estratégia antidemocrática com objetivos políticos, e exige resposta rápida das autoridades.
O pedido soma-se à ofensiva institucional contra o chamado “tarifaço de Trump”, celebrado por Eduardo Bolsonaro nas redes sociais como uma vitória pessoal e política. Caso a investigação aponte a existência de informação privilegiada usada para ganhos financeiros, os envolvidos poderão responder por crime contra o sistema financeiro nacional, inclusive com possibilidade de sanções penais e civis.
Fonte: DCM
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