As suspeitas dizem respeito ao período em que Salles comandava o Ministério do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (4) transformar em réu o deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) em uma ação que apura suposto envolvimento em esquema de contrabando florestal. A decisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, após manifestação favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). A informação é da CNN Brasil.
As suspeitas dizem respeito ao período em que Salles comandava o Ministério do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a Polícia Federal, havia uma atuação coordenada de servidores do ministério, indicados por ele, para favorecer interesses de madeireiras em operações realizadas principalmente em Altamira, no Pará.
Procurado pela reportagem, Salles minimizou a decisão.
“Não há nada de novo”, afirmou o deputado, acrescentando que o processo “já estava em andamento na primeira instância” judicial.
O caso teve origem em uma notícia-crime apresentada em 2020 pelos então deputados federais Joenia Wapichana (Rede-RR) e Alessandro Molon (PSB-RJ). A denúncia foi baseada em vídeos de uma reunião ministerial de abril daquele ano, nos quais se discutia a flexibilização de regras ambientais.
Um trecho do documento da Polícia Federal ressalta que:
“A Polícia Federal representou, ainda, pelo deferimento de inúmeras diligências criminais em face de diversos agentes públicos e pessoas jurídicas, em tese envolvidos em grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais.”
A denúncia apresentada pelo Ministério Público em 2023 incluiu 22 pessoas. Inicialmente arquivado, o processo foi desarquivado em 2021 por decisão de Moraes, após novos elementos surgirem nas investigações.
Em junho de 2021, Ricardo Salles pediu demissão do cargo de ministro, em meio à pressão gerada pela Operação da PF que atingiu tanto a pasta quanto o Ibama. Dez servidores em cargos de confiança chegaram a ser afastados. Entre os indícios apontados, estava um despacho que liberava a exportação de produtos florestais sem necessidade de autorização, supostamente atendendo a pedidos de empresas com cargas apreendidas nos Estados Unidos e na Europa.
Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil
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