O agente Alexandre dos Santos Lopes prestou depoimento com testemunha de Silvinei Vasques
Policial Rodoviário Federal (Foto: PRF / Divulgação)
Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (21), o agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Alexandre dos Santos Lopes, arrolado como testemunha de defesa do ex-diretor-geral da corporação Silvinei Vasques, afirmou que havia indícios de irregularidades nas operações da PRF durante o segundo turno das eleições de 2022. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo. Segundo ele, embora houvesse "materialidade" em relação ao possível policiamento ilegal, não era possível afirmar quem deu a ordem.
“Identificamos uma trilha de materialidade, mas não de autoria. Não havia elementos para apontar autoria com segurança, nem para afastar autoria de qualquer servidor”, afirmou Santos Lopes ao STF.
O agente participou da apuração interna aberta pela PRF para investigar eventuais abusos nas fiscalizações de trânsito realizadas às vésperas da votação. Segundo seu depoimento, foram encontradas inconsistências nos números operacionais apresentados por cinco estados: Pará, Maranhão, Santa Catarina, Sergipe e outro estado do Nordeste. Ele acrescentou que deixou de acompanhar o caso após a Controladoria-Geral da União (CGU) assumir a investigação.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Silvinei Vasques de liderar uma ação coordenada com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) para dificultar o acesso de eleitores, especialmente no Nordeste, às urnas no segundo turno. A denúncia cita uma reunião em 19 de outubro de 2022, com presença de Vasques, integrantes do MJSP e das cúpulas da PRF e da Polícia Federal, para supostamente tratar de operações com viés político.
De acordo com o Ministério Público, três agentes relataram que Vasques teria dito durante o encontro que era "hora de escolherem um lado" na disputa eleitoral.
Contudo, ao menos cinco testemunhas da defesa, que teriam participado da referida reunião, negaram que Vasques tenha solicitado qualquer direcionamento nas ações da PRF. Entre elas estão Anderson da Silva Costa (RN), Antonio Vital de Moraes Junior (PE), Antonio Ramirez Lorenzo (MJSP) e Diego Joaquim de Moura Patriota (PA). Este último também contestou a autenticidade de vídeos que sugeririam abordagens seletivas contra eleitores de Lula. “O veículo foi abordado e liberado em menos de 15 minutos. Todos os passageiros seguiram”, disse Patriota.
Ao todo, 12 testemunhas da defesa foram ouvidas nesta segunda-feira, a maioria formada por policiais rodoviários federais que exerceram cargos de comando na gestão de Vasques. Dez delas negaram que tenha havido qualquer orientação institucional com fins eleitorais.
Além das testemunhas ligadas à PRF, o STF também ouviu o diplomata André Chermont, ex-chefe do cerimonial da Presidência em 2022. Ele confirmou que Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro, não constava na lista final de passageiros que acompanharam o ex-presidente em viagem aos Estados Unidos.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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