Ex-mandatário enfrenta problemas de saúde e está em prisão domiciliar desde agosto
Médicos, familiares e advogados aconselharam Jair Bolsonaro (PL) a não comparecer presencialmente ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado. O processo terá início nesta terça-feira (3), e a expectativa é de que o ex-mandatário acompanhe as sessões de sua residência, onde cumpre prisão domiciliar desde agosto.
Segundo o jornal O Globo, o argumento central do entorno de Bolsonaro é a saúde debilitada. Nas últimas semanas, o ex-mandatário enfrentou crises de soluços e vômitos provocados por uma esofagite, quadro que reforça a recomendação para evitar o comparecimento físico ao Supremo. Ainda assim, aliados admitem que Bolsonaro pode decidir ir ao tribunal como uma “demonstração de força” diante de sua base de apoiadores.
Entre os aliados, o senador Rogério Marinho (PL-RN), secretário-geral do partido e líder da oposição, afirmou que não pretende se inscrever para representar Bolsonaro na sessão. “Vou acompanhar o julgamento do Senado, sabendo que o relator já prejulgou a ação. Bolsonaro tem o meu apoio e a minha solidariedade. Acredito que a única opção de mudarmos o jogo é no parlamento com a anistia”, declarou.
Na Câmara, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), pretende levantar a proposta de anistia para os investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 durante a reunião de líderes. A medida, porém, encontra forte resistência em legendas de centro e esquerda.
O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), após visitar o pai na última sexta-feira (29), relatou nas redes sociais a fragilidade de sua saúde. “Está magro, não tem vontade de se alimentar e segue enfrentando intermináveis crises de soluço e vômitos. Dói demais ver tudo isso, mas sinto como obrigação compartilhar um pouco da realidade do momento com todos que estão sofrendo junto conosco”, afirmou.
O processo em curso no STF envolve, além de Bolsonaro, outros nomes ligados ao chamado “núcleo 1” da trama golpista, como Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Eles respondem por crimes como tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e danos ao patrimônio público da União. No caso de Ramagem, parte das acusações foi suspensa.
Com a proximidade do 7 de setembro, o STF determinou reforço no efetivo de segurança e intensificou a articulação com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. A avaliação é de que a data carrega forte simbolismo e histórico de tensões em Brasília, como as registradas em 2021 e 2022. Em 2021, manifestantes bolsonaristas chegaram a ameaçar invadir o tribunal.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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