O ex-presidente Jair Bolsonaro de frente para o ministro Alexandre de Moraes durante interrogatório no STF sobre a trama golpista. Foto: Gabriela Biló
As defesas dos réus da trama golpista tentaram, de diferentes formas, adiar o julgamento que começa nesta terça-feira (2) no Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os sete acusados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. Com informações do Globo.
A defesa de Bolsonaro já havia pedido, no ano passado, o afastamento do ministro Alexandre de Moraes, alegando “manifesto impedimento” e “nítido interesse” do relator no caso. O colegiado do STF rejeitou a solicitação.
Em outra tentativa, advogados do ex-ministro Walter Braga Netto pediram a suspensão dos interrogatórios até que testemunhas de outros núcleos fossem ouvidas e todas as provas estivessem disponíveis, o que também foi negado.
Em maio, os advogados de Bolsonaro solicitaram o cancelamento das audiências de testemunhas, argumentando que o material probatório teria sido entregue sem organização — prática conhecida como “document dump”. O pedido foi recusado.

Já a defesa do general Mário Fernandes alegou que o caso deveria ser analisado pela primeira instância, apontando arbitrariedade no foro. Moraes, no entanto, reafirmou a competência do Supremo para julgar todos os réus ligados aos atos de 8 de janeiro.
Durante as oitivas, as estratégias se concentraram em contestar provas e explorar contradições. O advogado Celso Vilardi, que defende Bolsonaro, não negou as discussões sobre decretar Estado de Sítio, mas argumentou que se tratava de dispositivos constitucionais e não de uma ação concreta de golpe.
Já Demóstenes Torres, defensor do almirante Almir Garnier, confrontou ex-comandantes das Forças Armadas sobre declarações envolvendo “tropas à disposição” de Bolsonaro.
No caso do general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI, a linha adotada foi distinta: sua defesa buscou mostrar afastamento das articulações. Testemunhas confirmaram que Heleno ficou isolado após Bolsonaro se aproximar do Centrão, reforçando a tese de que ele não participou do núcleo golpista.
Com diferentes teses e pedidos, a estratégia comum das defesas foi tentar atrasar o julgamento e fragilizar as acusações. O STF, porém, rejeitou todos os requerimentos e dará início à deliberação final, que pode levar à condenação do ex-presidente e de seus aliados.
O julgamento será conduzido pela Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Cristiano Zanin, com relatoria de Alexandre de Moraes. As sessões estão previstas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. Bolsonaro, no entanto, não comparecerá presencialmente ao STF no primeiro dia do julgamento.
Fonte: DCM com informações do jornal O Globo
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