sábado, 24 de maio de 2025

Presidência da COP30 convoca países a anteciparem acordos climáticos previstos para Belém

Em carta, André Corrêa do Lago defende ação urgente em Bonn para reforçar o multilateralismo, acelerar o Acordo de Paris e enfrentar a crise climática

Em carta, André Corrêa do Lago, presidente da COP30, convoca o mundo para mais engajamento contra a mudança do clima e apresenta prioridades da Conferência que acontece no Brasil, em novembro (Foto: Gabriel Della Giustina /Redes COP30)

Às vésperas da rodada de negociações da ONU sobre o clima em Bonn, na Alemanha, a presidência da COP30, que será realizada em Belém do Pará, em novembro de 2025, lançou um apelo contundente à comunidade internacional. Em sua terceira carta oficial, o presidente da conferência, o embaixador André Corrêa do Lago, conclama os países a anteciparem decisões-chave previstas para a COP30, reforçando o compromisso com o multilateralismo e com a implementação urgente de medidas climáticas. A informação foi divulgada pela Secretaria Executiva da COP30.

"Se a gente, como presidência brasileira, está convocando o mundo inteiro para se juntar num mutirão a favor do combate à mudança do clima, os primeiros que têm que participar disso são os negociadores, que é quem tem na mão o poder para a aprovação do documento", afirmou Corrêa do Lago, dirigindo-se diretamente aos diplomatas e técnicos que participarão da conferência de Bonn, entre os dias 16 e 26 de junho.

A carta alerta para a urgência de se conectar a agenda climática à vida real das pessoas e acelerar a execução de medidas estabelecidas pelo Acordo de Paris. O documento destaca como prioridades a meta de desmatamento zero até 2030, a promoção de uma transição energética justa e o avanço dos planos nacionais de adaptação às mudanças climáticas.

Segundo Liliam Chagas, diretora do Departamento de Clima do Ministério das Relações Exteriores, a mensagem da carta não impõe diretrizes específicas, mas propõe uma mudança de atitude nas negociações. "Não há recados específicos. Há uma avaliação, que é quase generalizada, de que as negociações precisam responder à realidade", afirmou. Para ela, é fundamental que as tratativas técnicas em Bonn reflitam o senso de urgência exigido pelo cenário climático atual.

Chagas também ressaltou que os países devem se engajar em um esforço coletivo: "As negociações devem responder a essa urgência climática. Há um chamado para que integrem o mutirão global contra a mudança do clima, um esforço coletivo de fazer mais e mais rápido".

A secretária-executiva da COP30, Ana Toni, destacou a relevância do tema da adaptação, especialmente para a América Latina. "É priorizando o tema de adaptação que mostramos que a América Latina é uma região muito vulnerável. Ela é uma provedora de soluções climáticas, mas também é muito vulnerável", declarou. Segundo ela, a carta incentiva os países a apresentarem seus Planos Nacionais de Adaptação antes da COP em Belém, como forma de estruturar melhor as estratégias de resiliência climática.

A carta reforça ainda que a COP30, a primeira realizada na Amazônia, precisa representar um marco de avanço concreto na luta global contra a crise do clima. Ao solicitar a antecipação de acordos e decisões, a presidência brasileira da conferência tenta mobilizar os países a evitar uma repetição de promessas vazias e a concentrar esforços nas ações práticas e mensuráveis.

Fonte: Brasil 247

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