sexta-feira, 23 de maio de 2025

Governo Trump "muda por completo" relação da embaixada dos EUA com o STF

Magistrados notam mudança de tom e maior interesse pelos processos envolvendo o 8 de janeiro e a tentativa de golpe de Bolsonaro

        STF (Foto: Valter Campanato/Ag. Brasil)

A posse de Donald Trump para seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, em 2025, provocou mudanças perceptíveis na relação diplomática entre Washington e o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo relato de magistrados à coluna de Bela Megale, do jornal O Globo, o novo comportamento da Embaixada dos EUA no Brasil tem chamado atenção por sua mudança de tom nas conversas com integrantes da Corte.

As alterações ocorrem principalmente nas abordagens relacionadas aos processos dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e à tentativa de golpe de Estado atribuída a Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. Ministros do STF que mantêm interlocução com representantes norte-americanos desde governos anteriores notaram que, com Trump de volta ao poder, o tom "mudou por completo”.

O clima se agravou após a declaração do chefe do Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio, na quarta-feira (21). Em audiência com congressistas americanos, Rubio afirmou que o governo Trump avalia a imposição de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que tem sido uma das figuras centrais no enfrentamento aos atos golpistas.

A resposta do governo brasileiro veio de imediato. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) orientou o Itamaraty a adotar uma postura firme frente à investida. Lula deixou claro que qualquer tentativa de punição a um magistrado da Suprema Corte será considerada uma afronta à soberania nacional.

A ofensiva contra Moraes é capitaneada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado. Ele tem atuado diretamente junto ao governo dos Estados Unidos para pressionar por medidas contra o ministro. Eduardo declarou publicamente que espera que as sanções sejam aplicadas “em até duas semanas”.

O episódio acirra a tensão entre Brasília e Washington sob a liderança de Trump e escancara o envolvimento do governo norte-americano em questões internas da Justiça brasileira. Além disso, sinaliza um novo patamar nas relações diplomáticas, no qual o Judiciário brasileiro se vê no centro de uma disputa política e ideológica internacional.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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