Defesa da deputada federal tenta evitar extradição, citando caso de Oswaldo Eustáquio como precedente
A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) será submetida a uma nova audiência nesta quarta-feira (27) em Roma, segundo informações divulgadas pela CNN Brasil. O julgamento faz parte do processo que analisa o pedido de extradição feito pelo Brasil após a parlamentar ter sido presa em julho deste ano.
Na última audiência, realizada em 13 de agosto, a sessão precisou ser interrompida quando Zambelli passou mal e foi levada a um posto de saúde. Seu advogado, Fabio Pagnozzi, explicou que a deputada teve uma forte tontura logo no início da audiência, o que levou ao adiamento da oitiva.
Defesa cita precedente para barrar extradição
A estratégia da defesa de Zambelli é usar como precedente o caso de Oswaldo Eustáquio, que também enfrentou um pedido de extradição. Refugiado na Espanha, Eustáquio alegou perseguição política e teve o pedido brasileiro negado pela Justiça espanhola. Os advogados da parlamentar pretendem sustentar argumento semelhante diante da Justiça italiana.
Além disso, a defesa deve solicitar que Zambelli possa aguardar o julgamento do processo em liberdade vigiada, residindo em um apartamento em Roma e cumprindo medidas cautelares. Atualmente, a deputada está detida na penitenciária feminina de Rebibbia, na capital italiana.
Prisão, condenações e processo de extradição
Carla Zambelli foi presa no dia 29 de julho, após ter o nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol. O pedido de extradição foi encaminhado ao Ministério do Interior da Itália em 12 de junho.
Em maio, Zambelli foi condenada no Brasil a dez anos de prisão pelo crime de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em ação realizada em parceria com o hacker Walter Delgatti, que admitiu participação no ataque.
A extradição depende de parecer do tribunal italiano, que analisa a documentação enviada pelo Brasil e a condenação imposta. Se a Justiça do país europeu autorizar a extradição, o processo seguirá para o Ministério do Interior, que repassará a decisão à Embaixada brasileira. Caso seja confirmada, a etapa seguinte será a logística de transferência da parlamentar ao Brasil.
Atualmente, a deputada também cumpre pena de 5 anos e 3 meses de prisão, imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por porte ilegal de arma de fogo.
Fonte: Brasil 247 com informações do CNN Brasil
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