terça-feira, 26 de agosto de 2025

Lula: Eduardo Bolsonaro é um traidor e deveria ter sido expulso da Câmara há tempos

A declaração foi feita durante reunião com os 38 ministros de seu governo, no Palácio do Planalto, em Brasília

       Presidente Lula (Foto: Reprodução)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou o tom contra o clã Bolsonaro nesta terça-feira (26), ao afirmar que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) “é um traidor” e deveria ter sido expulso da Câmara dos Deputados “há muito tempo”. A declaração foi feita durante reunião com os 38 ministros de seu governo, no Palácio do Planalto, em Brasília, encontro que serviu para avaliar o andamento de projetos e planejar as entregas da gestão no período que antecede as eleições de 2026.

Segundo Lula, o comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu filho Eduardo representa “uma das maiores traições que a pátria já sofreu”. Ele acusou o parlamentar de trabalhar contra os interesses nacionais. “Eduardo Bolsonaro deveria ter sido expulso da Câmara. Ele está insuflando outro Estado contra o Brasil. No campo da política, isso precisa ser enfrentado. Ele adotou os Estados Unidos como pátria, nega a sua pátria e tenta insuflar o ódio de alguns americanos contra o povo brasileiro”, afirmou.

O presidente ainda ironizou a postura do deputado: “Se gostássemos de imperador, o Brasil seria uma monarquia ainda. Queremos o Brasil republicano”.

No mesmo encontro, Lula também se posicionou sobre declarações recentes do presidente dos EUA Donald Trump, que ameaçou países que desafiem o domínio de empresas de tecnologia estadunidenses . “Trump ameaça qualquer país. Disse que quem ameaçar suas big techs será penalizado. Isso pode ser um problema, porque quem quiser entrar em nosso espaço aéreo ou marítimo tem que prestar contas às nossas legislações. É assim que vamos fortalecer nossa soberania e democracia”, declarou.

O presidente frisou ainda que o Brasil está disposto a negociar em pé de igualdade em qualquer mesa internacional. “O ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, estão à disposição para sentar com qualquer país sobre a questão comercial. Só não vamos ser tratados como subalternos. Isso não vamos aceitar. Nosso compromisso é com o povo brasileiro”, disse Lula.


Fonte: Brasil 247

“Não somos subalternos”: Lula defende soberania e detona Eduardo e Trump em reunião ministerial


      O presidente Lula em abertura de reunião ministerial. Foto: Reprodução

O presidente Lula reuniu seus 38 ministros nesta terça (26), no Palácio do Planalto, para alinhar a execução de ações prioritárias do governo até 2026. O encontro, cuja abertura foi transmitida pela imprensa, serviu também de palco para novas críticas sobre a guerra em Gaza e contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

As críticas de Lula ganharam força após declarações recentes do ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, que atacou o petista por sua postura em relação ao conflito no Oriente Médio, chamando-o de “antissemita declarado e apoiador do Hamas”.

Lula apontou que o Brasil não aceita ser tratado como um país inferior em negociações internacionais. “Somos um país soberano, temos uma constituição, uma legislação, quem quiser entrar, no nosso espaço, tem que prestar contas à nossa Constituição e à nossa legislação”, disse o petista.

Segundo ele, ministros como Geraldo Alckmin (vice-presidente e chefe da pasta de Desenvolvimento), Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores) trabalham continuamente para negociar em condições de igualdade, mas nunca em posição de submissão.

“Estão 24 horas por dia à disposição de negociar com quem quer que seja o assunto que for, sobretudo na questão comercial. Estamos dispostos a sentar na mesa em igualdade de condições. O que não estamos dispostos é sermos tratados como se fôssemos subalternos. Isso nós não aceitamos de ninguém”, prosseguiu.

As críticas de Lula ganharam força após declarações recentes do ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, que rebateu a postura brasileira em relação ao conflito no Oriente Médio. Para Lula, é inaceitável que interesses externos tentem ditar a política nacional. Ele reforçou que o Brasil está disposto a dialogar, mas não a abrir mão de sua independência.

O presidente também aproveitou a reunião para detonar a família Bolsonaro, especialmente o deputado Eduardo (PL-SP). Ele voltou a classificá-lo como “traidor da pátria” por sua articulação golpista nos Estados Unidos para interferir no julgamento do pai, Jair Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF).

“É, possivelmente, uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus. Não conheço na história desse país algum momento em que um traidor da pátria teve a desfaçatez de mudar para o país, que ele está adotando como pátria, negando a sua pátria e tentando insuflar o ódio de alguns governantes americanos contra o povo brasileiro”, acrescentou.
Durante o encontro, Lula disse acreditar que Eduardo já deveria ter sido cassado pela Câmara dos Deputados e pediu que seus ministros passem a reforçar, em entrevistas e pronunciamentos, a defesa da soberania nacional. “Se a gente gostasse de imperador, não tinha acabado com o Império”, acrescentou.

Além das questões políticas e diplomáticas, o presidente tratou de projetos centrais de seu mandato. Entre eles, está a proposta que isenta do Imposto de Renda (IR) trabalhadores que ganham até R$ 5 mil, cuja aprovação depende do Congresso. O avanço das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também está entre as prioridades.

O governo monitora ainda os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Diante da dificuldade em negociar com Washington, Lula orientou sua equipe a buscar alternativas em outros mercados e fortalecer parcerias comerciais.

Fonte: DCM

Bolsonaro é abandonado nas redes sociais às vésperas do julgamento no STF

    O ex-presidente Jair Bolsonaro usando seu celular. Foto: reprodução


O bolsonarismo, que por quase uma década dominou as redes sociais com narrativas virais e hegemonia no discurso digital, enfrenta queda visível no engajamento às vésperas do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). A desmobilização nas plataformas, somada às decisões recentes do ministro Alexandre de Moraes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Silas Malafaia, expõe um movimento sem a mesma capacidade de reação que marcou a ascensão política da extrema-direita.

Essa mudança de cenário ocorre a apenas uma semana do início do processo considerado o mais importante da história do grupo. A partir de 2 de setembro, Bolsonaro e sete aliados serão julgados por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, em um caso que pode resultar em condenações com prisão. Mesmo diante da gravidade, os principais articuladores digitais do ex-presidente ainda não conseguiram reorganizar sua base.

À coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, um aliado próximo ao ex-presidente resumiu o enfraquecimento: “O Bolsonaro perdeu as redes e perdeu a mídia. Falta também uma comunicação profissional estar ao lado da defesa técnica dele”. O réu por tentativa de golpe de Estado sempre deixou seus perfis serem administrados pelo filho Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro.

Bolsonaro olhando o celular de Carluxo. Foto: reprodução
O diagnóstico é reforçado por Manoel Fernandes, presidente da consultoria Bites, que avalia: “O bolsonarismo sempre atuou num campo monotemático. Eles elegem um tema e vão para cima. Sem a presença digital do Bolsonaro, eles ficam em busca de um novo líder para dar uma ordem”.

Em meio ao cenário de desarticulação, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, declarou que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, seria a “única saída” para evitar a condenação de Bolsonaro. Em evento do grupo Esfera Brasil, em São Paulo, Valdemar atacou o STF e Moraes, classificando o julgamento como “uma guerra”.

“Isso é uma guerra e eu não acho que o Trump vai perder essa guerra, é minha opinião. O Trump é a única saída que nós temos, não temos outra. Porque quando o poder judiciário se comporta dessa maneira é a pior coisa que existe para todo o país. Por quê? Porque você não tem para quem recorrer”, disse.

Valdemar ainda recordou que, em julho, Trump criticou publicamente o processo contra Bolsonaro ao anunciar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, classificando o caso como “caça às bruxas”. A ligação com o presidente estadunidense é vista pelo PL como último recurso para frear o desgaste político e jurídico do ex-presidente.

Enquanto isso, uma pesquisa Genial/Quaest mostrou que 55% dos brasileiros consideram justa a prisão domiciliar de Bolsonaro, contra 39% que a rejeitam e 6% que não opinaram.

O levantamento apontou também que 52% acreditam que ele participou do plano golpista após as eleições, índice que vem crescendo desde 2023. Entre os eleitores “nem-nem”, que não se identificam com esquerda ou direita, 58% já enxergam envolvimento direto de Bolsonaro na trama, e 60% apoiam a prisão domiciliar.

O julgamento terá cinco sessões reservadas na Primeira Turma do STF entre os dias 2 e 12 de setembro. Moraes deve dedicar cerca de três horas ao voto, dividindo-o entre a análise das teses de defesa e a dosimetria das penas. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, admitiu que o processo traz “algum grau de tensão para o país”.

Fonte: DCM

VÍDEO – Senador bolsonarista inicia CPMI do INSS com ordem de censura a jornalistas


          Carlos Viana no Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Senado

A primeira sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, realizada nesta terça-feira (26) no Senado, foi marcada por um embate direto com a imprensa. O senador bolsonarista Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do colegiado, usou a abertura dos trabalhos para impor restrições a jornalistas e ameaçar veículos de comunicação, indicando que poderá suspender credenciais de profissionais que publiquem imagens de parlamentares ou documentos da comissão.

“Quero também fazer um alerta aos senhores jornalistas que cobrem aqui a CPMI, de que toda e qualquer informação particular dos parlamentares, seja em telefone celular, seja em computadores, seja em relatórios, está preservada por sigilo de lei”, afirmou o senador, em tom de ameaça.

Em seguida, foi além: “Os veículos de comunicação, que nós já tivemos essa experiência, que publicarem informações particulares em telefones, computadores ou relatórios fotografados nessa Comissão Parlamentar de Inquérito, terão a sua credencial suspensa”.

O parlamentar ainda disse contar com a “colaboração” da imprensa no que chamou de respeito à liberdade de trabalho dos parlamentares da comissão. Para analistas e entidades representativas do setor, a declaração soa como censura prévia, em claro contraste com a garantia constitucional da liberdade de imprensa.

As restrições impostas por Viana lembram medidas semelhantes adotadas na CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro, quando o presidente, deputado Arthur Maia (União-BA), assinou ato que proibia jornalistas de captarem imagens de conteúdos privados de membros da comissão.

O texto também vetava a divulgação de informações consideradas confidenciais sem autorização expressa, prevendo sanções civis e penais para os profissionais em caso de descumprimento.

À época, a decisão foi duramente criticada por entidades como o Sindicato de Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Em nota conjunta, as organizações classificaram as medidas como “censura à imprensa” e alertaram para os riscos de cerceamento da atividade jornalística dentro do Congresso Nacional.

“Não cabe a uma autoridade do colegiado definir qual jornalista ou fotógrafo pode ou não cobrir uma sessão de uma comissão do Congresso Nacional, ou o que pode ou não reportar à sociedade, por isso apelamos para que as decisões sejam revistas”, destacava o texto.

As entidades também ressaltaram que, embora o direito à intimidade de parlamentares deva ser respeitado, a restrição indiscriminada ao trabalho da imprensa abre brecha para abusos de poder e compromete a transparência de comissões parlamentares de investigação, cuja essência é justamente a fiscalização pública.

Fonte: DCM

Lula presta apoio a Lewandowski, que teve visto suspenso pelos EUA: "vergonhoso e inaceitável"

“Você deve ter orgulho", disse o presidente ao ministro da Justiça

Ricardo Lewandowski (à esq.) e Lula (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Em discurso na reunião ministerial desta terça-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou solidariedade ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, após a suspensão de seu visto pelos Estados Unidos. A fala foi registrada no encontro com todo o primeiro escalão do governo.

Lula dirigiu-se ao ministro: “Queria dizer ao companheiro Lewandowski da minha solidariedade e da solidariedade do governo a você por conta do gesto irresponsável dos Estados Unidos de cassar o teu visto... Acho que é vergonhoso para eles, e não para você... Essas atitudes são inaceitáveis. Inaceitáveis... Minha solidariedade, Lewandowski”, afirmou o presidente, que classificou a medida como um ataque a autoridades brasileiras e à soberania do país.

No mês passado, Lula já havia se posicionado contra a decisão de Washington de revogar vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), classificando a medida como “arbitrária” e “inaceitável”. Na ocasião, o presidente defendeu que interferências dessa natureza ferem princípios básicos de soberania e respeito entre nações.

Ao reforçar hoje o apoio ao titular da Justiça, Lula sublinhou que o alvo da medida “não deve se envergonhar”, e sim compreender a gravidade do gesto diplomático. “Você deve ter orgulho de saber o seguinte: o que você fez que fez com que os caras tivessem tanto ódio do Brasil que chegassem a suspender o visto do nosso ministro da Justiça”, disse.

Fonte: Brasil 247

 

Zambelli enfrentará nova audiência na Itália em meio a pedido de extradição

Defesa da deputada federal tenta evitar extradição, citando caso de Oswaldo Eustáquio como precedente

     Carla Zambelli (Foto: Lula Marques/ EBC)

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) será submetida a uma nova audiência nesta quarta-feira (27) em Roma, segundo informações divulgadas pela CNN Brasil. O julgamento faz parte do processo que analisa o pedido de extradição feito pelo Brasil após a parlamentar ter sido presa em julho deste ano.

Na última audiência, realizada em 13 de agosto, a sessão precisou ser interrompida quando Zambelli passou mal e foi levada a um posto de saúde. Seu advogado, Fabio Pagnozzi, explicou que a deputada teve uma forte tontura logo no início da audiência, o que levou ao adiamento da oitiva.

Defesa cita precedente para barrar extradição

A estratégia da defesa de Zambelli é usar como precedente o caso de Oswaldo Eustáquio, que também enfrentou um pedido de extradição. Refugiado na Espanha, Eustáquio alegou perseguição política e teve o pedido brasileiro negado pela Justiça espanhola. Os advogados da parlamentar pretendem sustentar argumento semelhante diante da Justiça italiana.

Além disso, a defesa deve solicitar que Zambelli possa aguardar o julgamento do processo em liberdade vigiada, residindo em um apartamento em Roma e cumprindo medidas cautelares. Atualmente, a deputada está detida na penitenciária feminina de Rebibbia, na capital italiana.

Prisão, condenações e processo de extradição

Carla Zambelli foi presa no dia 29 de julho, após ter o nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol. O pedido de extradição foi encaminhado ao Ministério do Interior da Itália em 12 de junho.

Em maio, Zambelli foi condenada no Brasil a dez anos de prisão pelo crime de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em ação realizada em parceria com o hacker Walter Delgatti, que admitiu participação no ataque.

A extradição depende de parecer do tribunal italiano, que analisa a documentação enviada pelo Brasil e a condenação imposta. Se a Justiça do país europeu autorizar a extradição, o processo seguirá para o Ministério do Interior, que repassará a decisão à Embaixada brasileira. Caso seja confirmada, a etapa seguinte será a logística de transferência da parlamentar ao Brasil.

Atualmente, a deputada também cumpre pena de 5 anos e 3 meses de prisão, imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por porte ilegal de arma de fogo.

Fonte: Brasil 247 com informações do CNN Brasil

Diretora do banco central dos EUA se recusa a deixar cargo após “decisão ilegal” de Trump

     Lisa Cook, afastada do Fed por Trump. Foto: Bloomberg

A crise em torno da independência do Federal Reserve ganhou novo capítulo na noite de segunda-feira (25), após a diretora Lisa Cook responder à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de removê-la do cargo. Em declaração divulgada por seu advogado Abbe David Lowell, Cook afirmou que a medida é ilegal e que não pretende renunciar à função.

“O presidente Trump alegou ter me demitido ‘por justa causa’ quando não há justa causa prevista em lei, e ele não tem autoridade para fazê-lo”, declarou.

Segundo ela, a ação do republicano não possui respaldo jurídico. “Não vou renunciar. Continuarei a cumprir meus deveres para ajudar a economia americana, como venho fazendo desde 2022”. O advogado reforçou que “tomaremos todas as medidas necessárias para impedir a tentativa de ação ilegal”.

Trump anunciou a demissão de Lisa Cook em suas redes sociais, alegando falta de confiança em sua integridade. Em carta, disse que acusações relacionadas a fraudes hipotecárias configurariam “má conduta financeira”, justificando a aplicação da cláusula de “justa causa” presente na lei de criação do Federal Reserve.

Apesar de a medida ter efeito imediato, especialistas em direito apontam que se trata de uma interpretação juridicamente frágil, que desafia a tradição de independência da autoridade monetária.

O episódio ocorre em meio à escalada de pressões de Trump contra o Fed, especialmente contra seu presidente, Jerome Powell. O republicano critica a manutenção dos juros básicos na faixa de 4,25% a 4,5% ao ano, decisão tomada pelo conselho de governadores em julho.

Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: reprodução

Para Trump, os juros altos prejudicam o crescimento econômico e os investimentos, motivo pelo qual busca maior influência sobre a composição da instituição.

Com sete assentos no Conselho de Governadores, três já indicados por Trump, a eventual substituição de Lisa Cook abriria espaço para que o presidente consolidasse maioria no colegiado, aumentando suas chances de influenciar cortes nas taxas de juros.

A iniciativa, no entanto, acendeu alerta entre economistas e juristas, que veem risco de enfraquecimento da autonomia da autoridade monetária estadunidense.

Lisa Cook foi indicada em 2022 pelo então presidente Joe Biden, tornando-se a primeira mulher negra a integrar o conselho do Federal Reserve. Seu mandato tem duração prevista até 2038. Nos últimos dias, passou a ser alvo de ataques mais diretos após o diretor da Agência Federal de Financiamento da Habitação, Bill Pulte, acusá-la de falsificar documentos para obter melhores condições em contratos hipotecários. O caso, segundo ele, teria sido encaminhado ao Departamento de Justiça.

Apesar das acusações, Cook não foi condenada nem responde formalmente a nenhum processo criminal. Em resposta às críticas, afirmou em 20 de agosto que “não tem intenção de ser intimidada a renunciar ao meu cargo por causa de perguntas levantadas em um tweet”. Acrescentou ainda que pretende “apresentar informações precisas para responder a perguntas legítimas e apresentar os fatos”.

Fonte: DCM



Bolsonaristas tentam última manobra no Congresso para adiar condenação definitiva de Bolsonaro

PEC das Prerrogativas permitiria apelação da Primeira Turma ao plenário do STF

(Foto: STF | Reuters | Agência Senado)

A oposição na Câmara dos Deputados articula a criação de um “duplo grau de jurisdição” para autoridades julgadas pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A movimentação busca garantir a possibilidade de recurso ao plenário do tribunal — formado por onze ministros — caso haja condenação, informa Valdo Cruz, do g1.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem afirmado em entrevistas que o modelo atual prejudica parlamentares ao não assegurar uma segunda instância de revisão. Em conversa à GloboNews, ele reforçou a crítica ao lembrar que cidadãos comuns dispõem de outras instâncias recursais, enquanto detentores de foro no STF são julgados em instância única nas turmas

A proposta — uma alternativa ao fim do foro — está sendo redesenhada pelo novo relator da chamada PEC das Prerrogativas, deputado Lafayette Andrada (Republicanos-MG). Andrada costura um texto para levar o tema diretamente ao plenário da Câmara, numa tentativa de acelerar a tramitação. Para avançar com rapidez, contudo, seria necessário um acordo amplo entre as bancadas

Caso a mudança seja aprovada a tempo, Jair Bolsonaro, se condenado na Primeira Turma, passaria a ter direito de levar o caso ao plenário do STF. Aliados bolsonaristas veem nessa hipótese a chance de um pedido de vista por parte de um ministro indicado por Bolsonaro, o que empurraria a conclusão do julgamento para o próximo ano, o da eleição presidencial

Paralelamente à disputa legislativa, a Procuradoria-Geral da República recomendou à Polícia Federal a adoção urgente de medidas de segurança no entorno da residência de Bolsonaro. O órgão pediu “policiamento ostensivo e discreto nas imediações do endereço residencial”, além de “manutenção e constante checagem do sistema de monitoramento eletrônico, de forma a assegurar a eficácia”. A solicitação partiu do líder do PT, Lindbergh Farias, que argumentou não haver hoje um esquema de vigilância e monitoramento adequado no local

A estratégia da oposição mira um redesenho do caminho judicial de autoridades com foro no STF. O “duplo grau” valeria, na prática, como uma instância recursal interna: uma decisão colegiada da Primeira Turma poderia ser reexaminada pelo plenário. O objetivo declarado por seus defensores é aproximar o rito de autoridades ao de qualquer cidadão, que dispõe de instâncias sucessivas para contestar condenações.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Erika Hilton pede prisão de conselheira tutelar que coagiu e praticou homofobia contra jovem vítima de violência sexual

Deputada federal acionou o MP para que Cláudia Damiana seja afastada do cargo e responda criminalmente

      Deputada Erika Hilton (Foto: André Bueno / Rede Câmara)

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou nesta segunda-feira (25) o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) para pedir providências contra a conselheira tutelar Cláudia Damiana da Silva, investigada por condutas violentas no atendimento a uma adolescente em 2024. O caso foi revelado pelo G1.

No documento de nove páginas, Erika solicita que o MP ingresse na Justiça pedindo a destituição da conselheira do cargo e sua prisão preventiva. O pedido será analisado pela Promotoria de Justiça dos Direitos da Infância e Juventude. Um inquérito civil sobre o episódio já havia sido aberto pelo MP no último dia 18.

Em uma rede social, a parlamentar justificou a medida: "Estou pedindo a prisão de Cláudia Damiana por homotransfobia — termo utilizado pelo STF ao criminalizar todas as formas de LGBTFobia — e pela indução ao suicídio. Pois não basta ela apenas perder o cargo. Quem pratica a lesbofobia e induz uma pessoa em vulnerabilidade ao suicídio não precisa ser Conselheira Tutelar para fazer isso. Quero que ela pague por este crime vil."

⊛ As acusações contra a conselheira

Segundo a investigação, Cláudia Damiana é acusada de violência institucional, coação psicológica, revitimização e de ter exibido conteúdo sensível à adolescente. O atendimento ocorreu em 19 de setembro de 2024, na UPA do Sol Nascente.

Na ocasião, a jovem de 17 anos relatou ter sido vítima de violência psicológica e sexual por parte do próprio pai. Durante a conversa, porém, a conselheira teria reagido com repreensões religiosas e discriminatórias, afirmando frases como:

  •  "ser lésbica e ateia é coisa do demônio"
  •  "vou te provar que Deus existe"
  •  "você precisa ler a Bíblia"
  •  "o que você está me dizendo é pecado"

Ainda conforme o relato, Cláudia impôs um ultimato à adolescente: "Você escolhe: mudar de cidade para um lugar desconhecido, com outra família, sem celular; ou ficar com sua mãe?"

No fim do atendimento, a conselheira teria mostrado à vítima uma foto com conteúdo sobre automutilação. Pouco depois, a jovem tentou se matar. A Justiça aplicou contra Cláudia uma medida protetiva de urgência, sob pena de prisão em caso de descumprimento.

⊛ Pedido de responsabilização imediata

Para Erika Hilton, a gravidade do caso exige punição exemplar: "É necessária a decretação de prisão preventiva e a destituição do cargo de Cláudia Damiana, considerando que a medida não se limita à perda funcional, mas visa proteger crianças e adolescentes de uma pessoa que demonstrou comportamento criminoso e abusivo."

Ela acrescentou que "quem pratica lesbofobia e induz uma pessoa em vulnerabilidade ao suicídio representa risco à sociedade e deve ser responsabilizado criminalmente, tanto para garantir justiça à vítima quanto para prevenir novos atos de violência institucional."

⊛ Investigações em andamento

O caso é apurado em diferentes esferas:

  •  Ministério Público (MPDFT): abriu inquérito civil no dia 18 de agosto e aguarda informações adicionais antes de decidir os próximos passos.
  •  Polícia Civil (PCDF): a Delegacia de Atendimento à Mulher II, em Ceilândia, conduz investigação criminal.
  •  Comissão de Ética dos Conselheiros Tutelares (Cedicon): instaurou processo administrativo em fevereiro de 2025 após denúncia anônima. Em junho, informou que Cláudia já havia sido ouvida e que o Conselho Tutelar do Sol Nascente foi acionado para prestar esclarecimentos.

De acordo com o Portal da Transparência do Governo do DF, o último salário líquido da conselheira, pago em junho, foi de R$ 9.092,23. Até a publicação desta matéria, o Conselho Tutelar do Sol Nascente não havia informado se Cláudia Damiana continua atuando na unidade.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Prévia da inflação registra queda de 0,14% em agosto

IPCA-15 registra primeira queda desde julho de 2023, segundo dados do IBGE

      (Foto: Pexels)

A prévia da inflação registrou queda de 0,14% em agosto, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa o primeiro recuo mensal desde julho de 2023 e o menor índice desde setembro de 2022. No acumulado de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acumula alta de 3,26%, enquanto em 12 meses a variação é de 4,95%, abaixo dos 5,30% observados no período anterior.

Os grupos Habitação, Alimentação e bebidas e Transportes foram os principais responsáveis pela retração de preços, todos com quedas significativas em agosto. Entre os destaques, a energia elétrica residencial caiu 4,93%, resultado diretamente influenciado pela incorporação do chamado Bônus de Itaipu, que reduziu o peso da conta de luz, apesar da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2.

◈ Energia elétrica impulsiona queda no grupo Habitação

O grupo Habitação apresentou retração de 1,13%, revertendo a alta de 0,98% em julho. A redução foi fortemente impactada pela queda na energia elétrica, que sozinha representou um impacto negativo de 0,20 ponto percentual no índice geral. Além disso, ajustes tarifários em diferentes regiões do país influenciaram o resultado, como reduções aplicadas em Porto Alegre (-8,38%), Curitiba (-6,19%) e Belém (-6,47%).

Outros itens desse grupo também registraram variação. A taxa de água e esgoto subiu 0,29% após reajuste em Salvador, enquanto o gás encanado avançou 0,17%, refletindo altas em Curitiba e redução no Rio de Janeiro.

◈ Alimentação e bebidas têm terceira queda consecutiva

Pelo terceiro mês seguido, os preços de alimentação e bebidas apresentaram retração, desta vez de 0,53%. A alimentação no domicílio caiu 1,02%, com destaque para quedas expressivas da manga (-20,99%), batata-inglesa (-18,77%), cebola (-13,83%), tomate (-7,71%), arroz (-3,12%) e carnes (-0,94%). Em contrapartida, a alimentação fora de casa subiu 0,71%, impulsionada por altas em lanches (1,44%) e refeições (0,40%).

◈ Transportes e combustíveis também recuam

O grupo Transportes variou -0,47%, após alta de 0,67% em julho. As passagens aéreas (-2,59%), automóveis novos (-1,32%) e gasolina (-1,14%) puxaram o resultado. Todos os combustíveis monitorados recuaram no mês: etanol (-1,98%), óleo diesel (-0,20%) e gás veicular (-0,25%).

Além disso, o transporte público teve reajustes regionais. Em Brasília e Belém, houve alta no ônibus urbano, enquanto Curitiba registrou redução tarifária aos domingos e feriados. Em Belém e São Paulo, o preço do táxi também aumentou, com reajustes médios de 24,53% e 12,37%, respectivamente.

◈ Outros grupos em destaque

Enquanto alguns setores apresentaram queda, outros tiveram avanço em agosto. O grupo Despesas pessoais acelerou para 1,09%, puxado pelos jogos de azar (11,45%). Saúde e cuidados pessoais subiu 0,64%, influenciado por itens de higiene pessoal (1,07%) e planos de saúde (0,51%), após autorização de reajustes pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Educação avançou 0,78%, com destaque para ensino superior (1,24%) e fundamental (0,68%).

◈ Resultados regionais

Entre as regiões pesquisadas, São Paulo foi a única a registrar variação positiva no índice (0,13%), devido a altas em cursos regulares e higiene pessoal. Já Belém apresentou a maior queda (-0,61%), puxada pela energia elétrica e pela gasolina.

O levantamento do IBGE considera famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos nas principais regiões metropolitanas. A próxima divulgação do IPCA-15, referente a setembro, ocorrerá em 25 de setembro.

Fonte: Brasil 247

Duarte Jr. é eleito vice da CPMI do INSS com apoio da oposição

Alinhamento entre governo e oposição garante posto ao deputado maranhense após recuo de Paulo Pimenta

      Duarte Jr. (Foto: Divulgação)

A eleição do deputado Duarte Jr. (PSB-MA) para a vice-presidência da CPI do INSS, nesta terça-feira (26), ocorreu em um movimento articulado de última hora que uniu tanto a base governista quanto a oposição. Segundo o g1, a decisão ganhou força após o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) desistir de concorrer ao cargo momentos antes da reunião.

O recuo de Pimenta abriu espaço para um consenso que agradou aos dois lados do espectro político, em contraste com o impasse registrado na semana anterior, quando aliados de opositores do governo Lula conseguiram assumir o comando da comissão.

Na semana passada, uma intensa articulação que se estendeu pela madrugada acabou alterando a condução dos trabalhos. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) derrotou a indicação feita pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e assumiu a presidência da CPI. Pouco depois, Viana também rejeitou o nome sugerido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e definiu o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator.

O acordo que garantiu a eleição de Duarte Jr., portanto, simboliza uma reacomodação de forças dentro da comissão, após a surpresa que havia colocado oposicionistas no comando dos principais cargos.

Instalada na semana passada, a CPI do INSS tem como objetivo investigar irregularidades em benefícios previdenciários. De acordo com a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), o prejuízo pode chegar a R$ 6,3 bilhões.

As apurações apontam que entidades ligadas ao setor teriam forjado cadastros para realizar cobranças indevidas, aplicadas em descontos mensais sem autorização de aposentados e pensionistas. Essas organizações, segundo as investigações, não possuíam condições reais de prestar os serviços que justificariam tais cobranças, o que configura fraude contra os beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

“Antissemita apoiador do Hamas”: ministro de Israel faz novo ataque a Lula e o associa ao Irã

Israel Katz, ministro da Defesa de Israel. Foto: reprodução

A tensão diplomática entre Brasil e Israel ganhou novos contornos nesta terça-feira (26), após o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, intensificar os ataques contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um dia depois de Tel Aviv anunciar o rebaixamento das relações com Brasília, Katz acusou o líder brasileiro de “antissemita” e publicou uma montagem feita por inteligência artificial em que Lula aparece como marionete do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã.

“Quando o presidente do Brasil, Lula, desrespeitou a memória do Holocausto durante meu mandato como ministro das Relações Exteriores, declarei-o persona non grata em Israel até que pedisse desculpas. Agora ele revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA – o organismo internacional criado para combater o antissemitismo e o ódio contra Israel – colocando o país ao lado de regimes como o Irã, que nega abertamente o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel”, escreveu Katz nas redes sociais.

O ministro afirmou ainda que “saberemos nos defender contra o eixo do mal do islamismo radical, mesmo sem a ajuda de Lula e seus aliados”, e classificou como “vergonha” a postura do governo brasileiro.

A publicação repercutiu no momento em que a guerra em Gaza continua a provocar críticas internacionais. O presidente Lula já havia classificado a ofensiva israelense no território palestino como “genocídio”, enquanto a ONU alertou na semana passada para o avanço da fome em meio ao conflito.

A escalada da crise diplomática começou com a decisão brasileira de não conceder o agrément ao diplomata Gali Dagan, indicado em janeiro pelo governo de Benjamin Netanyahu para assumir a embaixada em Brasília. O Itamaraty optou por não responder ao pedido, o que, na prática, equivale a uma recusa. Em reação, Israel retirou a indicação e anunciou que as relações com o Brasil serão mantidas em “nível inferior”.

Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, disse que a medida é consequência do que chamou de “humilhação pública” sofrida pelo embaixador brasileiro Frederico Meyer em 2024, quando foi levado pelo chanceler israelense ao Museu do Holocausto após Lula comparar as ações de Israel em Gaza ao Holocausto nazista.

“Não houve veto. Pediram um agrément e não demos. Não respondemos. Simplesmente não demos. Eles entenderam e desistiram. Eles humilharam nosso embaixador lá, uma humilhação pública. Depois daquilo, o que eles queriam?”, declarou Amorim.

O assessor destacou ainda que “nós queremos ter uma boa relação com Israel. Mas não podemos aceitar um genocídio, que é o que está acontecendo. É uma barbaridade. Nós não somos contra Israel. Somos contra o que o governo Netanyahu está fazendo”. O Brasil retirou seu embaixador em Tel Aviv em maio de 2024 e não apresentou substituto até hoje.

Desde fevereiro de 2024, Lula é considerado “persona non grata” em Israel. O título foi dado após o presidente brasileiro comparar a resposta militar israelense em Gaza às práticas de Adolf Hitler contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A declaração causou forte reação de Netanyahu, que disse que o petista havia cruzado a “linha vermelha”.

A crise, que já durava mais de um ano, se aprofundou com a decisão do governo brasileiro de retirar-se da International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA), fórum internacional criado para coordenar ações de combate ao antissemitismo. Katz aproveitou essa saída para reforçar as acusações contra Lula, aproximando-o de regimes hostis a Israel, como o Irã.

Fonte: DCM