terça-feira, 8 de julho de 2025

Júnior Mano tinha "papel central" em suposto esquema de desvios de emendas, diz PF

Operação Underhand cumpre mandados em seis cidades e congelou R$ 54,6 milhões em contas ligadas ao suposto esquema
                       Deputado Júnior Mano (PSB-CE) (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) se tornou o principal foco da Operação Underhand, deflagrada nesta terça-feira (8) pela Polícia Federal (PF), que apura um esquema de manipulação eleitoral e desvio de recursos públicos em pelo menos 50 municípios do Ceará.

Segundo a coluna do jornalista Fausto Macedo, de O Estado de S. Paulo, um relatório da PF aponta que o parlamentar já era investigado desde dezembro de 2023, pela suspeita de exercer “papel central” em um esquema de corrupção coordenado pelo ex-prefeito eleito de Choró, Carlos Alberto Queiroz Pereira, conhecido como Bebeto do Choró (PSB), atualmente foragido.

De acordo com relatório da PF, Júnior Mano estaria diretamente envolvido no desvio de emendas parlamentares, as quais seriam utilizadas para alimentar um esquema de compra de votos e garantir sustentação política. A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), resultou no cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão em seis cidades: Fortaleza (CE), Brasília (DF), Nova Russas (CE), Eusébio (CE), Canindé (CE) e Baixio (CE).

Além das buscas, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao caso. Segundo os investigadores, a medida tem como objetivo impedir a movimentação de recursos supostamente ilícitos e preservar ativos para eventual ressarcimento ao erário.

O inquérito que mira o deputado teve início a partir de denúncias apresentadas pela ex-prefeita de Canindé, Rozário Ximenes (Republicanos), ao Ministério Público. Ela relatou a existência de uma rede de empresários operando desvios de emendas parlamentares em 51 cidades cearenses. Em seu depoimento, Ximenes afirmou que o deputado atuava em conluio com Bebeto do Choró para desviar e “lavar” os recursos públicos.

Ainda de acordo com a reportagem, em um relatório datado de 18 de dezembro de 2024, a Polícia Federal confirmou os indícios de envolvimento direto de Júnior Mano no esquema. O documento descreve o parlamentar como alguém que “exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”.

Segundo os investigadores, o esquema seria liderado por Bebeto do Choró, que teria utilizado sua posição como prefeito eleito e aliado político de Mano para operacionalizar a fraude eleitoral. A Polícia Federal afirma que a rede envolvia empresas controladas por integrantes do grupo, que recebiam os recursos oriundos de emendas parlamentares e os redirecionavam para abastecer campanhas e garantir apoio político nas eleições municipais. A assessoria do deputado federal Júnior Mano foi procurada pela reportagem por e-mail, mas ainda não se manifestou sobre a operação.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna do jornalista Fausto Macedo, no jornal O Estado de S. Paulo

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